2011-12-13

D. EUGÉNIO TRIGUEIROS (1684-1741), Bispo de Macau e Arcebispo de Goa.


D. Eugénio Trigueiros (1684-1741).
Bispo de Macau e Arcebispo de Goa.

     D. EUGÉNIO TRIGUEIROS (1684-1741), nasceu em Torres Vedras onde foi baptizado a 16-III-1684 em Santa Maria do Castelo[1], apadrinhado pelo doutor Tomaz de Azevedo Cabral, prior da Igreja de Santa Maria, e por D. Ana.
Religioso eremita de São Agostinho, foi bispo de Macau (1735-1739) e arcebispo de Goa (1741).
Com 18 anos ingressou na Ordem de Santo Agostinho, cujo hábito vestiu a 17-III-1702 no Convento da Graça em Lisboa. Foi superior da grande missão que em 1720 partiu para Goa, onde chegou no final deste ano, como comissário e visitador das Missões da Costa de Benguela, e aí governou a diocese de Meliapor (1723-1725).

Sagrado na Igreja do Convento da Graça de Macau a 7-XII-1726, partiu para Cantão em 1734 na companhia do bispo de Nanquim em cuja Sé foi prelado por algum tempo. Regressou a Portugal e, logo depois, por falecimento do bispo de Macau em 1735, toma posse deste bispado o deão Manuel Freire do Casal, em nome de D. Frei Eugénio Trigueiros.

Concluídos os seus negócios, partiu novamente para o Oriente e chega a Macau aos 28-VIII-1738, onde tomou posse efectiva da diocese a 3-X-1839. Revelou-se de «suma prudência e piedosíssimo zelo, como era próprio do seu alto espírito e do seu bondosíssimo coração provendo a todas as necessidades espirituais e temporais do bispado, não curando nunca do seu bem estar, pois era de uma humildade verdadeiramente cristã».

Torres Vedras, Largo Fr. Eugénio Trigueiros.
Devido aos seus grandes méritos foi nomeado Arcebispo de Goa para cuja diocese partiu a 27-XI-1740, porém adoeceu no mar, dois dias depois de ter saído de Calicute, e acabou por falecer a bordo em 19-IV-1741 pelo que o seu corpo foi lançado ao mar[2].
O seu nome foi dado a um largo em plena zona histórica de Torres Vedras.

Era um dos 5 filhos de D. DOROTEIA TRIGUEIROS TAVIRA (1652-1736), baptizada a 15-I-1652 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, tendo por padrinho João Botado de Almeida, e por testemunha António de Brito; tendo falecido viúva a 3-VI-1736 na Rua da Cruz, na freguesia de Santa Maria do Castelo de Torres Vedras, em cuja igreja foi sepultada.

Sua mãe era casada com JOÃO DE ALMEIDA TELES (c.1675), natural da Quinta do Arquitecto[3], termo de Mafra, que por Alvará de 19-VIII-1675 foi meirinho da Correição de Torres Vedras[4]filho de FILIPE MARQUES DE ALMEIDA e de sua mulher D. GRACIANA TELES, casados a 19-V-1626 na freguesia do Socorro em Lisboa.
João de Almeida Teles tinha várias irmãos e irmãs,  alguns dos quais  seguiram outros apelidos, dos quais conhecemos Diogo da Silveira, António de Faria Teles, D. Ana Maria Teles que foi casada com Mateus de Gouveia, e D. Emerenciana que foi baptizada a 21-VII-1631 em Mafra e foi apadrinhada pelo avô paterno.


Lisboa, Sacristia da igreja do
Convento de Santo Antão-o-Novo.
Era neto paterno de DIOGO MARQUES, o qual seria provavelmente o arquitecto régio Diogo Marques Lucas (c. 1628-1640) responsável pela edificação da igreja do Convento de Santo Antão-o-Novo / actual Hospital de São José (da qual apenas resta a sacristia que resistiu ao terramoto), e foi Arquitecto das Obras de Tomar, daí o nome da Quinta do Arquitecto que lhe terá pertencido. 

Era neto materno de D. MÉCIA TRIGUEIROS TAVIRA (n. 1613), baptizada a 17-XII-1613 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, apadrinhada por António Madeira e Helena da Rocha; casada a 25-VII-1649 na citada igreja de Santa Maria do Castelo com MATEUS DE GOUVEIA DOS REIS, meirinho da Correição de de Torres Vedras, o qual já era viúvo em 1658, ano em que faz a venda de uma vinha em Sacavém que lhe ficou de sua tia Isabel Duarte[5].

Era bisneto materno de D. DOROTEIA TRIGUEIROS (f. 1646), falecida a 16-V-1646 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, freguesia esta onde casou a 29-VI-1624 com ALONSO DE TAVIRA (f. 1646), meirinho da Correição de Torres Vedras, filho de um outro Alonso de Tavira, veador de D. João da Silva, 7.º Conde de Portalegre, e de sua mulher D. Mécia de Figueiro (c. 1582) que em 1582 viviam na freguesia da Sé, em Lisboa. Seu marido faleceu a 22-X-1646 na citada freguesia de Santa Maria do Castelo e «fez testamento e são seus testamenteiros seus filhos António Trigueiros de Tavira e Mécia Trigueiros de Tavira».

D. Eugénio Trigueiros teve mais 4 irmãos, que foram:

1.    FRANCISCO TRIGUEIROS (1686-1712), baptizado a 20-II-1686 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, o qual teve por padrinhos o capitão Manuel Ribeiro e Antónia Nogueira da Silva, irmã do cura da Igreja de São Pedro desta vila,  o padre António Nogueira da Silva. Faleceu a 12-IV-1712 na «rua dos Trigueiros» em Torres Vedras, solteiro, sem geração.

2.     D. MARIA TRIGUEIROS TELES (f. 1711), que nasceu na Quinta do Arquitecto, freguesia de Santo André, em Mafra, e faleceu a 7-VII-1711 na «rua dos Trigueiros», em Santa Maria do Castelo, Torres Vedras, onde «está sepultada nesta igreja defronte da Capella de Jesus».
Casou com JOAQUIM DA VAZA CÉSAR (f. 1710), tabelião da vila de Torres Vedras por Alvará de 22-VI-1698[6], e cavaleiro-fidalgo por Alvará de 07-I-1750[7], que faleceu a 23-VIII-1710 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, e foi «sepultado nesta igreja junto a seu jazigo da parte do meio da igreja e não foi sepultado dentro do seu jazigo por estar de pouco tempo enterrado nelle huma sua cunhada e sobrinho». Obteve a 29-VII-1711 o alvará para Tabelião do Judicial da Vila de Torres Vedras para quem casar com sua filha Joana Maria Trigueiros César[8]. Seu marido era filho de António José de Gouveia.
Estes tiveram uma filha, que foi:  2.1.  D. JOANA MARIA TRIGUEIROS CÉSAR (c. 1711), natural da freguesia de São Pedro de Torres Vedras, casada a 27-IX-1723 na Igreja de Santa Maria do Castelo da mesma cidade com DIOGO DE FARO E VASCONCELOS (c. 1724), tendo como testemunha João de Almeida Trigueiros. Seu marido foi tabelião do Judicial da Vila de Torres Vedras por Carta de 17-XII-1724, e era natural da freguesia de Aldeia Gavinha, concelho de Alenquer, filho de Luís Pinto de Almeida e de sua mulher D. Maria Madalena de Faro e Vasconcelos.

3.    D. JERÓNIMA MARIA TRIGUEIROS (f. 1746), nascida na Quinta do Arquitecto, freguesia de Santo André, em Mafra. Fez uma petição para que sua sobrinha Antónia Teles de Jesus Maria a substituísse por motivos de saúde no cargo de merceeira da Igreja de Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras[9], tendo a respectiva provisão a data de 26-I-1746. Faleceu a 2-II-1746 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, com testamento «em que dispôs por sua alma quatrocentas missas e nomeou por seu testamenteiro a seu irmão João de Almeida Trigueiros e ao Dr. Maurício de Almeida Trigueiros, seu sobrinho».

4.    JOÃO DE ALMEIDA TRIGUEIROS (f. 1746), natural da Quinta do Arquitecto, freguesia de Santo André, em Mafra. Faleceu a 10-II-1746 na freguesia de São Tiago, em Torres Vedras. Por Alvará de 23-VII-1707 obteve 750$000 réis e um alqueire de cevada por dia[10]. Por Alvará de 16-IV-1711 e Carta de 19-VI-1713[11], teve ainda a administração da Capela instituída pelo Deão Afonso Serrão na Igreja de Santa Maria Madalena no Turcifal. Casou a 28-V-1711 na Igreja de São Tiago, em Torres Vedras, com D. MARIA ANTÓNIA DE SOUSA (c. 1711), daí natural, filha de Manuel Nogueira e de Marcelina de Sousa
Deste casamento nasceram 3 filhos:
5.1.    D. ANTÓNIA MARGARIDA E SOUSA (n. 1712), foi baptizada a 28-IV-1712 na Igreja Paroquial de São Tiago
          em Torres Vedras, apadrinhada pelo Dr. Lourenço Bernardes, corregedor na comarca de Torres Vedras,
          com procuração a Máximo Gomes morador em Lisboa. Por Carta de padrão de 2-IX-1738 obteve 80$000
          réis de tença[12].
5.2.    MAURÍCIO DE ALMEIDA TRIGUEIROS (1713-1764), foi baptizado a 22-X-1713 na Igreja de São Tiago em
          Torres Vedras, tendo por padrinho João Rabelo de Vasconcelos, morador no lugar do Turcifal. Residiu na
          citada freguesia de São Tiago, na qual veio a falecer a 8-V-1764. 
          Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra em 1733, cavaleiro-fidalgo da Casa Real[13], teve
          uma tensa de 12$000 réis e Hábito por Carta de padrão de 6-IX-1738.
          Casou com D. ANA JOAQUINA ANTÓNIA BOTELHO DE LEMOS E CARVALHO (f. 1761), nascida em Santa
          Maria Madalena do Turcifal, concelho de Torres Vedras, onde faleceu a 7-VII-1761; a qual era filha do capi-
          tão José Botelho de Lemos, e de D. Maria Luísa Bernardes de Carvalho Franco, ambos naturais da fre-
          guesia do Turcifal, onde casaram. Tiveram 5 filhos.
5.3.    D. CATARINA (n. 1715), baptizada a 23-XII-1715, apadrinhada pelo padre Filipe Ferreira Francomorador
          no lugar do Turcifal.


Notas:

[1]   No seu assento de baptismo aparece à margem «Arcebispo que foi da Índia». 
[2]   in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Tít. «D. Frei Eugénio Trigueiros». 
[3]   Ao que parece no actualmente designado Vale do Arquitecto. 
[4]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Chancelaria de D. Afonso VI, Liv. 22, fl. 158. 
[5]   BNL, Index das Notas de Vários Tabeliães de Lisboa, Tomo 2, Lisboa 1931, p. 185. 
[6]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Liv. 11, fl. 414v. 

[7]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 411, fl. 135. 
[8]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 5, fl. 394. 
[9]   IAN/TT, Mesa da Consciência e Ordens, «Mercearias da igreja de Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras». 
[10]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 1, fl. 352. 
[11]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 1, fl. 351, e Liv. 6, fl. 96. 
[12]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 20, fl. 40v. 
[13]   RIBEIRO, António F. da Franca Ribeiro, «Memorial das Famílias do Cadaval», Raízes & Memórias, n.º 15, Out.-1999, pp. 59-60.

2011-04-09

JOÃO TRIGUEIROS, Torres Vedras (c. 1580)



1.    JOÃO TRIGUEIROS (c. 1545), natural de Torres Vedras, era filho de ANTÓNIO TRIGUEIROS (f. 1545?), fidalgo castelhano que passou a Portugal em Outubro de 1500 no séquito da infanta D. Maria (1482-1517), filha dos Reis Católicos e segunda mulher de D. Manuel I[1], o qual serviu como escrivão de cozinha e moço de câmara os reis D. Manuel I e D. João III[2], e de sua mulher D. JOANA DE GÓIS (c. 1510)[3]

A 30-VI-1545, na sua casa de Torres Vedras e na presença de sua mãe Joana de Góis, então viúva, foi lavrado o documento que instituiu a «Capela de António Trigueiros e Joana de Góis, e seus herdeiros» para sepultura destes na Colegiada de São Pedro de Torres Vedras.
Cavaleiro professo da Ordem de Cristo[4], escrivão dos Contos e Almoxarifados da Beira no reinado de D. Manuel I[5]. Serviu muitos anos na Índia e foi nomeado juiz da Alfândega de Goa por três anos[6]. Capitaneou, sucessivamente, as naus São Francisco (1583-1584), São Filipe (1586-1587) e São Cristóvão (1591-1593).
Como capitão da nau São Francisco largou o Tejo com destino à Índia em 8-IV-1583, integrado numa armada de 5 naus e 1 galeão sob as ordens do capitão-mor António de Melo e Castro. As outras naus eram capitaneadas por Fernão da Veiga, Baltasar Marcos, Estevão Alvo, e Manoel de Medeiros. 
Ao comando da nau São Filipe fez parte de outra armada que partiu de Lisboa a 12-IV-1586, sob o comando do capitão-mor D. Jerónimo Coutinho. As outras naus eram capitaneadas por Miguel de Abreu, António Gomes de Góis, Francisco Cavalheiro, João Gago de Andrade, e quase todas tiveram trágicos destinos, quer por excesso de carga quer por condições de tempo adversas.
A nau de João Trigueiros desgarrou-se desta esquadra, como tantas vezes sucedia, e chegou isolado a Moçambique já fora da época de passar à Índia. Em Moçambique foi decidido carregar os seus porões com a valiosa carga que aí se encontrava, proveniente da São Lourenço capitaneada por Reimão Falcão que naufragara no regresso da Índia.
Sir Francis Drake (1540-1596)
No ano seguinte (1587) inicia a viagem de retorno que ficou registada na história naval devido ao facto de ter combatido sozinho uma armada de nove barcos inimigos comandados pelo famoso corsário inglês Francis Drake (1540-1596)
Avistado e cercado ao largo dos Açores, apesar de à partida saber que seria vencido devido à grande desigualdade de meios, ofereceu com a artilharia de que dispunha uma tenaz resistência. Esta não evitou ao fim de algumas horas de combate com vários mortos e feridos a tomada e o saque das riquezas transportadas pela nau São Filipe, as quais foram levadas para Londres e aí renderam 108.049 libras[7]
A galhardia com que se bateu, juntamente com toda a tripulação, levou Drake a tratá-lo com alguma dignidade, deixando partir os portugueses com tudo o que pudessem levar no corpo e cedendo-lhes um patacho com o qual se dirigiram à ilha Terceira nos Açores.

Drake, ao tomar a nau São Filipe e em relação à sua tripulação, «deo liberdade que de seus caixões levassem o que sobre suas pessoas pudessem de vestidos, e que se lhe não impedisse, e assim houve homem, que sobre si levou dous vestidos, e pedraria, e outras couzas, e até colchas e alcatifas tiraram em voltas en escravos, e quando desembarcaram na Ilha Terceira de uma urca, em que mandou lançar a gente, ataviada de todo o necessário, não pareciam roubados, senão que desembarcavam da sua nao com muito gosto; posto que o capitão João Trigueiros não quiz sahir senão com o seo vestido do mar, de panno de Portugal…»[8].


«Tendo deixado Plymouth a 12 de Abril de 1587, Drake dirigiu-se para a costa portuguesa, provavelmente na intenção de fazer presas nas imediações de Lisboa e do cabo de São Vicente e em Junho ir para os Açores esperar os navios vindos das Américas e das Índias. (…) Em finais de Junho, tomou o rumo dos Açores. A nau São Filipe, de que era capitão João Trigueiros, fizera parte da armada da Índia de 1586. (…) Tendo saído de Moçambique em finais de Dezembro, só em princípios de Julho do ano seguinte conseguiu esta alcançar os Açores. Certa manhã, encontrando-se um pouco a norte da ilha de São Miguel, foram avistadas no horizonte nove velas que, de imediato, a começaram a perseguir. Tratava-se, nada mais, nada menos, do que o grosso da armada de Drake que acabava de chegar aos Açores e a quem a Fortuna oferecia de mão beijada uma nau que vinha antes do tempo, sozinha e carregada de riquezas! Apesar da desproporção das forças, João Trigueiros mandou ocupar os postos de combate e preparou-se animosamente para fazer frente aos inimigos que, a breve trecho, reconheceu serem ingleses, conforme, de resto já devia suspeitar. Dispondo de navios mais ligeiros, foram-se aqueles chegando até ao alcance de tiro e, perante a recusa da nossa nau em amainar, abriram fogo. Várias horas, deverá ter durado o duelo de artilharia com evidente superioridade dos ingleses, tanto pelo número e pela qualidade das peças de que dispunha como também pela perícia com que as usavam. A nau portuguesa ficou com o aparelho destroçado e sofreu vários mortos e feridos. Entre os mortos figurava o mestre, o que teve consequências funestas, porque desmoralizou os marinheiros, passando a manobra da nau a fazer-se de uma forma errática. Quanto ás baixas e aos estragos que os navios de Drake possam ter sofrido, nada se sabe. Por fim, vendo João Trigueiros o seu navio praticamente paralisado e que os ingleses não se dispunham a abordá-lo, antes continuavam a bombardeá-lo incessantemente, provocando-lhe cada vez mais estragos e baixas, entendeu que nada mais havia a fazer e decidiu render-se. Em resultado da galhardia com que os portugueses se haviam batido, apesar de à partida saberem que seriam vencidos, Drake tratou-os bem e cedeu-lhes mesmo um patacho em que pudessem seguir viagem para Lisboa. De posse da São Filipe, resolveu aquele, prudentemente, dar por findo o cruzeiro aos Açores e regressar sem mais delongas a Inglaterra. (…) A chegada da São Filipe a Plymouth encheu de assombro os Ingleses, não só pelo valor da carga que transportava mas também pelas suas dimensões e pela excelência da sua construção. Para cúmulo da satisfação dos captores, haviam sido encontradas a bordo da nau portuguesa documentos onde eram descritos em pormenor os complicados mecanismos do nosso comércio no Oriente. Terá sido da sua leitura que terá nascido na mente dos comerciantes ingleses a ideia de também mandarem lá navios, o que viria a acontecer alguns anos mais tarde»[9].
 
Em Maio de 1588 acha-se no galeão São Bernardo, ao comando de uma companhia de 190 homens, com o qual integra a malograda expedição da Armada Invencível que se dirige a Inglaterra[10].
Alguns anos depois, capitaneando a nau São Cristóvão, juntou-se a mais outra armada de 5 naus e 1 galeão que demandaram a Índia em 4-IV-1591, tendo por capitão-mor Fernão de Mendonça Furtado. Os outros capitães eram Simão Vaz Telo, António Teixeira de Macedo e Julião de Faria. A viagem de retorno foi iniciada em 17-VII-1592, sendo a sua nau a única que chegou a salvo a Lisboa, tendo as outras desaparecido ou sido tomadas de assalto pela armada Inglesa.
A 20-II-1613 é nomeado por Carta de Sua Majestade ao bispo D. Pedro de Castilho, para o ofício de Provedor da Fazenda nas Ilhas dos Açores onde tratou da reedificação da Vila da Praia, na Ilha Terceira, após o terramoto de 24-V-1614[11].
Casou com D. BRITES DIAS CALDEIRA, filha bastarda de Manuel Caldeirão (f. 1593)
[12], o qual desenvolveu uma intensa actividade mercantil e financeira no domínio do comércio de escravos, tendo sido tesoureiro-mor dos almoxarifados do Reino, feitor de D. João III, cavaleiro da Ordem de Cristo (1565), fidalgo da Casa Real (1589), «cujo foro lhe deu o Rey Felipe segundo por elle se obrigar a por correntes todos os annos cinco naos p.ª a india dando-lhe 40 mil cruzados … e 16 m. cada anno», e foi morgado da Caldeira[13], vínculo que instituiu em 1592 com algumas casas nobres que possuía na Rua da Caldeira, na freguesia de Santa Catarina, em Lisboa[14].
Filhos[15]:
2.   MIGUEL TRIGUEIROS (c. 1617)[16], mamposteiro-mor da Rendição dos Cativos da Ilha de São Miguel, nos
      Açores, por Carta de 20-VI-1657[17]
      Casou a 12-IV-1617 na Igreja Matriz de Ponta Delgada com D. CLARA GONDIM DA SILVEIRA, natural da ci-
      dade Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, nos Açores; filha de Domingos de Aguiarcavaleiro-fidalgo, e
       de D. Isabel Gondim da Cunha[18]. Tiveram geração.
2.   D. MARIA TRIGUEIROS (c. 1636). Casou com seu primo TRISTÃO VAZ DA VEIGA CABRAL (c. 1525), 2.º
      Senhor do morgado da Torre do Lumiar, então um arrabalde de Lisboa, capitão de uma companhia de
       Ordenanças de Lisboa, o qual foi à Índia em 1525 capitaneando a nau Santa Maria.
2.   D. ANTÓNIA TRIGUEIROS (c. 1640).
2.   LOPO TRIGUEIROS (c. 1604), natural de Lisboa, casado com D. ANTÓNIA DE ABREU. Em 1604 morava na
      Quinta da Macheia, junto a de Matacães, concelho de Torres Vedras.


 _________

Notas:

[1] D. Manuel I (1469-1521) fez três casamentos: o 1.º, em 1497, com D. Isabel de Castela (f. 1498), que morreu de parto; o 2.º, em 1500, com D. Maria de Castela (f. 1517), irmã da sua primeira mulher, que o monarca foi esperar à vila de Alcácer do Sal, onde esta princesa entrou a 30-X-1500, tendo falecido com 35 anos de idade; e o 3.º, em 1518, com D. Leonor de Espanha (f. 1521), filha de Filipe I, de Castela, e da rainha D. Joana, sua cunhada. Do 2.º casamento teve nove filhos, dos quais foram reis D. João III, o cardeal D. Henrique, e a imperatriz D. Isabel que casou em 1526 com Carlos V.

[2] Era escrivão de cozinha de D. Manuel I (in IAN/TT, Moradias da Casa Real, Mç 2, Liv. 1, p. 12 v.) e moço de câmara de D. João III (Ibid., Mç 4, L. 4, p. 208).

[3] De Joana de Góis (c. 1510) desconhecemos a progenitura mas hipoteticamente poderá ser parente de um Pedro de Góis (c. 1513), morador em Óbidos, filho de Álvaro Gonçalves e de Leonor de Góis, irmão de Nuno de Góis, alcaide-mor de Alenquer, que por Carta de D. Manuel datada de 1513 teve brasão de armas. – Cfr. Visconde Sanches de Baena, Archivo Heraldico-Genealogico, V. I, p. 545.

[4] VENTURA, Maria da Graça A. Mateus, Negreiros Portugueses nas Rotas das Índias da Castela (1541-1556), «Testamento de Manuel Caldeira», p. 147.

[5]  IAN/TT, Chancelaria de D. Manuel, L. 3, p. 6. – Devido à repetida existência de indivíduos homónimos nesta família, temos algumas dúvidas sobre alguns dados biográficos aqui fornecidos, para os quais desde já alertamos o leitor.

[6] IAN/TT, Chancelaria de Filipe I, L. 12, f. 129v.

[7] MATOSO, António G., Compêndio de História de Portugal, p. 283.

[8] Como consta na História trágico-marítima, uma relação de notícias de naufrágios, reunidos por Bernardo Gomes de Brito, e publicados em dois tomos em 1735 e 1736 (Cf. BRITO, Bernardo Gomes de (1688-1759), História trágico-marítima, Lisboa, Escriptorio, 1904-1909).

[9] MONTEIRO, Saturnino, Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, vol. IV, pp. 181-184.

[10] SALGADO, Augusto; e VAZ, João Pedro, Invencível Armada – A Participação Portuguesa, p. 51, 54.

[11] Cfr. Biblioteca da Ajuda, Cod. 51-VIII-6, n.º 514, fl. 174; e MALDONADO, Manuel Luís, Fénix Angrence, vol. III, pp. 43-44.

[12] Os CALDEIRÕES, ou CALDEIRAS, como alguns dos seu descendentes também usaram este apelido, entraram em Portugal no tempo do rei D. Manuel I. Um dos mais antigos que se conhece é Manuel Caldeirão, fidalgo da Casa Real, filho de André Álvares Caldeirão e de sua mulher e prima Brites Caldeirão, ambos naturais das Astúrias e residentes em Setúbal. Manuel Caldeirão de sua mulher D. Guiomar Caldeirão, teve quinze filhos: 1.º - Francisco Caldeirão (c. 1550), sucessor da Casa de seu pai, fidalgo da Casa Real, lente de Direito na Faculdade de Salamanca e de Coimbra, desembargador dos Agravos, c.c. D. Leonor Manuel de Noronha, sua prima, da qual teve numerosa descendência; 2.º - André Caldeirão (c. 1540), fidalgo da Casa Real e comendador de S. Fagundo, que ficou cativo em África com D. Sebastião e se resgatou à sua custa, c.c. D. Catarina da Silva (c. 1540), filha de Lopo Furtado Mendonça (c. 1500), comendador de Loulé, e de sua mulher D. Luísa da Silva (c. 1500), s.g.; 3.º - Rodrigo Caldeirão, c.c. D. Catarina de Noronha, filha de D. João de Noronha, s.g.; 4.º - Paulo Caldeirão, c.c. D. Ana de Noronha, filha de D. João de Noronha (c. 1490) e de D. Maria de Gouveia, c.g.; 5.º - João Caldeirão (c. 1520), c.c. D. Catarina Corte-Real, s.g.; 6.º - Duarte Caldeirão, capitão em Angola, s.g.; 7.º - Bento Rodrigues Caldeirão, que faleceu em Martim, Barcelos s.g.; 8.º - Duarte Caldeirão, 2.º deste nome, s.m.n.; 9.º - António Caldeirão, clérigo; 10.º - D. Brites Caldeirão (c. 1560), dama da Infanta D. Maria, c.c. Luís Mendes de Vasconcelos, filho de João Mendes de Vasconcelos (c. 1530), 3.º Morgado do Esporão, s.g. do seu casamento; 11.º - D. Leonor Caldeirão (c. 1560), c.c. Jerónimo da Veiga Cabral, fidalgo da Casa Real e senhor do morgado da Torre do Lumiar, então um arrabalde de Lisboa (tiveram Tristão Vaz da Veiga, c.c. Maria Trigueiros); 12.º - D. Filipa, freira no Convento de Odivelas; 13.º - D. Jerónima; 14.º - D. Maria Manuel; 15.º - D. Brites Caldeira c.c. João Trigueiros (c.1580). Os CALDEIRÕES usaram em Portugal e Espanha, onde o apelido é Calderon, o seguinte brasão de armas: De prata, com cinco caldeiras de negro; bordadura de vermelho, carregada de oito aspas de ouro. Timbre: uma caldeira do escudo. – Cfr. GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Caldeiroens», § 1, N 2, Vol. III, p. 208.

[13] Os Morgadios são uma instituição medieval que, segundo alguns autores, resultaram da fusão do Direito Romano com o dos «antigos godos». A maior parte deles foram instituídos com o fim de perpetuarem o apelido e as armas de uma família ilustre ou o nome dos fundadores, quase sempre sepultados em panteões ou capelas familiares à sua custa edificadas, com vários encargos piedosos pelas almas dos antepassados. Eram formados de um conjunto patrimonial inalienável, administrado por um usufrutuário – o morgado – que era, regra geral, o varão primogénito. Esta instituição permitia a subsistência da família com um nível económico e um estatuto social elevado, deixando os outros filhos em estado de dependência face ao chefe de linhagem. Um morgado distingue-se de uma capela devido à finalidade das funções definidas à data da sua fundação. Temos um morgado quando a maior parte do rendimento dos bens vinculados é destinado ao herdeiro, sendo a parte destinada a obrigações piedosas de um montante muito mais pequeno. Temos uma capela quando os encargos com as obras piedosas absorvem a maior parte do rendimento dos mesmos bens. Os morgadios foram definitivamente extintos por decreto de 19-V-1863, com a excepção da Casa de Bragança que durou até à implantação da República em 1910.

[14] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Caldeiroens», § 1, N 2, Vol. III, p. 208.

[15] BNL, Index das Notas de Vários Tabeliães de Lisboa, Tomo 2, p. 23, 136.

[16] MACHADO, Carlos, Genealogias, fl. 338.

[17] IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Afonso VI, Liv. 3, fl. 257.

[18] Os GONDIM, ou GODINS, como também grafaram este apelido, provêm da linhagem dos moedeiros da Casa da Moeda de Coimbra. Destes descendem os Godinez e os Rangéis. O brasão de armas dos GODINS, em Portugal e em Espanha, é: Xadrezado de ouro e vermelho, de cinco peças em faixa e seis em pala. Timbre: duas asas abertas xadrezadas do escudo.

2011-03-08

ANTÓNIO TRIGUEIROS (c. 1550) - Morgado do Cano

Vila do Cano, Sousel, 1550


Vila do Cano, Pelourinho.

1.   ANTÓNIO TRIGUEIROS (c. 1550), natural de Torres Vedras, senhor de um morgado na Vila do Cano, então
     sede de concelho que actualmente pertence ao concelho de Sousel[1]
     Tanto quanto a cronologia nos permite supor, este seria filho, ou neto, homónimo do primeiro António Tri-
     gueiros (f. 1545?) de Torres Vedras. Faleceu sem testamento na Vila do Cano a 26-VIII-1615.
     Casou com sua prima D. MARIA DE BARROS, falecida na Vila do Cano; filha de Jorge de Barroscavaleiro-
     -fidalgo[2], e de sua mulher D. Domingas Trigueiros[3]
     Tiveram: 
     2.  D. LEONOR TRIGUEIROS DE BARROS[4]. Casou com CRISTÓVÃO PATO HENRIQUES (c. 1575)[5], 3.º
         morgado da Bandalhoeira[6], cavaleiro-fidalgo da Casa Real, que viveu em Torres Vedras numa sua casa
         na freguesia de São Pedro, e foi vereador desta vila.
         Este casamento foi feito por escritura de arras outorgada em Monte Redondo em 16-IV-1601, na qual a
         noiva foi dotada com os casais de Monte Redondo, de A-dos-Cunhados e Vale Sapato  no seu conjunto
         
o chamado Morgado dos Trigueiros (?)  obrigando-se o noivo com os bens que lhe deixaram os seus
         pais, nos quais se incluía a vetusta Quinta do Espanhol onde tinham morado.
         Este casal reuniu um imenso património constituido pelo morgado dos Patos da Bandalhoeira, aumenta-
         do com os bens dos Trigueiros, as Quintas do Espanhol e da Manteigosa, as casas da freguesia de São
         Pedro de Torres Vedras, e os bens deixados pelo tabelião de Torres Vedras João Leitão Trigueiros com a
         sua Capela no Convento do Varatojo, aos quais juntaria o morgado da Vila do Cano no Alentejo. 
         O seu marido foi um dos três filhos do casamento de Afonso Pato Henriques (c. 1550) com sua mulher
         D. Luísa Caldeira Pimentel [7]; era neto paterno de Inácio Pato (c. 1518), escudeiro, residente em Torres
         Vedras, onde faleceu e foi sepultado na capela-mor da igreja da Azueira, no cocelho de Mafra, casado
         com D. Joana Henriques; neto materno de Francisco Dias Pimentel, senhor da Quinta do Espanholna
         freguesia de Carmões, em Torres Vedras, e de sua mulher Filipa Caldeira. 
    2.  MANUEL TRIGUEIROS DE BARROS, que segue. 

2.   MANUEL TRIGUEIROS DE BARROS[8], morgado da Vila do Cano. Casou com D. JOANA DE CÁCERES, fi-
    lha de Cristóvão Rodrigues de Cáceres e de sua mulher D. Leonor Vaz, todos naturais da Vila do Cano.
    Tiveram: 
    3.  JORGE TRIGUEIROS DE BARROS (f. 1641), morgado da Vila do Cano, matriculado em Leis (15-X-1627) e
         em Cânones (15-X-1631) na Universidade de Coimbra onde se formou a 25-VI-1633. Faleceu a 2-VI-1641
         em Santa Justa, Lisboa. Sem geração.
    3.  Frei CRISTÓVÃO TRIGUEIROS (c. 1657), ao qual a 13-IV-1657 foi passada carta de benefício simples na
         Igreja Matriz de São Miguel, da vila de Aveiro[9], e no ano de 1666 fez testamento cujo original se acha
         no arquivo da Casa Cordovil em Évora[10]. 
    3.  D. MARIA DE BARROS (c. 1636), que fez testamento em 1636[11]. Faleceu solteira. 
    3.  D. LEONOR TRIGUEIROS DE BARROS (c. 1653), que segue. 

3.  D. LEONOR TRIGUEIROS DE BARROS (c. 1653). Casou na vila do Cano, Sousel, com escritura de dote da-
    tada de 1653[12], nas primeiras núpcias de DIOGO DE BRITO DE LACERDA (1632-1701), nascido em 1632
    em Évora, provedor dos Canos da Água de Prata por mercê de D. Pedro II, cavaleiro da Ordem de Cristo
    em 20-I-1654, o qual obteve uma pensão de 20$000 réis por Alvará de 27-III-1666[13], e foi familiar do San-
    to Oficio em 12-VI-1668[14], assim como procurador às Cortes por três vezes.
    Seu marido era filho de Bartolomeu de Brito de Lacerda (c. 1615), cavaleiro-fidalgo com 1$600 réis de mo-
    radia por Alvará de 16-VII-1684[15], e ainda provedor dos mesmos Canos da Água de Prata por compra que
    fez, e de sua mulher D. Clara de Lacerda (f. 1664), falecida a 25-XI-1664; neto paterno de Diogo de Brito e de
    sua mulher D. Ana Coelho (c. 1590); neto materno de António de Freitas (c. 1575) que foi moço-de-câmara
    do infante D. Duarte (1572) e do rei D. Sebastião (1579), o qual foi casado com D. Guiomar Arnaut (f. 1636). 
    Tiveram: 
    4.  BARTOLOMEU DE BRITO DE LACERDA (n. 1654), proprietário do ofício de provedor dos Canos da Água
        de Prata em Évora, por morte de seu pai e mercê de D. Pedro II.
        Com doze anos apenas foi cavaleiro da Ordem de Cristo a 29-X-1666, com autorização excepcional por
        El-Rei em virtude dos serviços prestados por seu pai, assim como teve o foro de cavaleiro-fidalgo em
        16-VII-1684, por mercê de D. Pedro II.
        Faleceu solteiro, sem geração, pouco depois do seu progenitor, pelo que o citado ofício de provedor de
        Canos passou a seu primo o Dr. Francisco Cordovil de Brito Mouzinho (n. 1658), por Alvará do mesmo
        monarca datado de 1703. 
    4.  CRISTÓVÃO DE BRITO LACERDA, eclesiástico, prior de São Pedro e desembargador da Relação Ecle-
        siástica de Évora.


Canos da Água de Prata, Évora.



Canos da Água de Prata, Évora.




Notas:

[1] Nunca se conseguiu apurar documentalmente a ligação deste António Trigueiros (da Vila do Cano), com o primeiro António Trigueiros (de Torres Vedras), porém existe grande proximidade de parentesco entre eles (neto?)… A filha deste último, de nome Leonor Trigueiros, foi dotada com os casais de Monte Redondo, de A-dos-Cunhados e Vale de Sapato que uniu ao morgado dos Patos da Bandalhoeira.

[2] Jorge de Barros era provavelmente um dos muitos que com este nome houve na família dos morgados de Santa Iria da Azóia, em cuja igreja Matriz instituíram para panteão familiar uma capela renascença. Estes Barros eram descendentes dos Mendes de Vasconcelos que foram morgados do Esporão, dos Alarcões de Torres Vedras, e dos Teles de Meneses que foram alcaides da Covilhã.

[3] D. Domingas Trigueiros foi irmã de Leonor Trigueiros casada com João Leitão, cavaleiro-fidalgo que fez testamento em 1580, no qual se depreende ter deixado as seguintes quatro filhas: 1.ª - Maria Trigueiros; 2.ª - Margarida Trigueiros, c.c. João Franca de Brito, os quais instituíram o prazo da Quinta da Manteigosa (1575), junto à Ponte do Rol; 3.ª - Antónia Trigueiros; e a 4.ª - Ana Trigueiros.

[4] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Patos», Vol. VIII, p. 85-87, § 8, N. 6-12, § 9, N. 7-12; e Costados 51 e 88 v.º; XII, p. 94-95, 148 (com gralhas de Figueira em vez de Trigueiros, e Vila do Conde em vez de Vila do Cano).

[5] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Patos», § 8-10, Vol. VIII, p. 85-87. – Com correcções.

[6] O Morgado do Pato da Quinta da Bandalhoeira foi instituído em 1592 por Duarte Vaz Pato, na freguesia da Azueira, no concelho de Mafra.

[7] Afonso Pato Henriques (c. 1550) e sua mulher D. Luísa Caldeira Pimentel tiveram: 1. Inácio Pato Henriques, que foi casado com D. Filipa do Quental; 2. Afonso Pato Henriques; 3. Clara Henriques.

[8] Cfr. AZEVEDO, Marcelo Olavo Corrêa de, «Um Ramo dos Britos de Évora», In Raízes & Memórias, n.º 3, pp. 121-125.

[9] IAN/TT, Chancelaria da Ordem de Avis, L. 14, fl. 656 v.

[10] ADE, Testamento de Frei Cristóvão Trigueiros, 1666, Família Cordovil, Proç. 122, cx. 36, 4 fl.

[11] ADE, Testamento de Maria de Barros, 1636, Família Cordovil, Proc. 97, Cx. 36.

[12] ADE, Dote de Casamento de Diogo de Brito Lacerda, 1653, Família Cordovil, Proç. 12, Cx. 8.

[13] IAN/TT, Registo Geral de Mercês, Ordens, L. 7, fl. 48.

[14] IAN/TT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Diogo, Mç. 4, doc. 116.

[15] IAN/TT, Registo Geral Mercês, D. Pedro II, L. 2, fl. 209.