2011-03-08

ANTÓNIO TRIGUEIROS (c. 1550) - Morgado do Cano

Vila do Cano, Sousel, 1550


Vila do Cano, Pelourinho.

1.   ANTÓNIO TRIGUEIROS (c. 1550), natural de Torres Vedras, senhor de um morgado na Vila do Cano, então
     sede de concelho que actualmente pertence ao concelho de Sousel[1]
     Tanto quanto a cronologia nos permite supor, este seria filho, ou neto, homónimo do primeiro António Tri-
     gueiros (f. 1545?) de Torres Vedras. Faleceu sem testamento na Vila do Cano a 26-VIII-1615.
     Casou com sua prima D. MARIA DE BARROS, falecida na Vila do Cano; filha de Jorge de Barroscavaleiro-
     -fidalgo[2], e de sua mulher D. Domingas Trigueiros[3]
     Tiveram: 
     2.  D. LEONOR TRIGUEIROS DE BARROS[4]. Casou com CRISTÓVÃO PATO HENRIQUES (c. 1575)[5], 3.º
         morgado da Bandalhoeira[6], cavaleiro-fidalgo da Casa Real, que viveu em Torres Vedras numa sua casa
         na freguesia de São Pedro, e foi vereador desta vila.
         Este casamento foi feito por escritura de arras outorgada em Monte Redondo em 16-IV-1601, na qual a
         noiva foi dotada com os casais de Monte Redondo, de A-dos-Cunhados e Vale Sapato  no seu conjunto
         
o chamado Morgado dos Trigueiros (?)  obrigando-se o noivo com os bens que lhe deixaram os seus
         pais, nos quais se incluía a vetusta Quinta do Espanhol onde tinham morado.
         Este casal reuniu um imenso património constituido pelo morgado dos Patos da Bandalhoeira, aumenta-
         do com os bens dos Trigueiros, as Quintas do Espanhol e da Manteigosa, as casas da freguesia de São
         Pedro de Torres Vedras, e os bens deixados pelo tabelião de Torres Vedras João Leitão Trigueiros com a
         sua Capela no Convento do Varatojo, aos quais juntaria o morgado da Vila do Cano no Alentejo. 
         O seu marido foi um dos três filhos do casamento de Afonso Pato Henriques (c. 1550) com sua mulher
         D. Luísa Caldeira Pimentel [7]; era neto paterno de Inácio Pato (c. 1518), escudeiro, residente em Torres
         Vedras, onde faleceu e foi sepultado na capela-mor da igreja da Azueira, no cocelho de Mafra, casado
         com D. Joana Henriques; neto materno de Francisco Dias Pimentel, senhor da Quinta do Espanholna
         freguesia de Carmões, em Torres Vedras, e de sua mulher Filipa Caldeira. 
    2.  MANUEL TRIGUEIROS DE BARROS, que segue. 

2.   MANUEL TRIGUEIROS DE BARROS[8], morgado da Vila do Cano. Casou com D. JOANA DE CÁCERES, fi-
    lha de Cristóvão Rodrigues de Cáceres e de sua mulher D. Leonor Vaz, todos naturais da Vila do Cano.
    Tiveram: 
    3.  JORGE TRIGUEIROS DE BARROS (f. 1641), morgado da Vila do Cano, matriculado em Leis (15-X-1627) e
         em Cânones (15-X-1631) na Universidade de Coimbra onde se formou a 25-VI-1633. Faleceu a 2-VI-1641
         em Santa Justa, Lisboa. Sem geração.
    3.  Frei CRISTÓVÃO TRIGUEIROS (c. 1657), ao qual a 13-IV-1657 foi passada carta de benefício simples na
         Igreja Matriz de São Miguel, da vila de Aveiro[9], e no ano de 1666 fez testamento cujo original se acha
         no arquivo da Casa Cordovil em Évora[10]. 
    3.  D. MARIA DE BARROS (c. 1636), que fez testamento em 1636[11]. Faleceu solteira. 
    3.  D. LEONOR TRIGUEIROS DE BARROS (c. 1653), que segue. 

3.  D. LEONOR TRIGUEIROS DE BARROS (c. 1653). Casou na vila do Cano, Sousel, com escritura de dote da-
    tada de 1653[12], nas primeiras núpcias de DIOGO DE BRITO DE LACERDA (1632-1701), nascido em 1632
    em Évora, provedor dos Canos da Água de Prata por mercê de D. Pedro II, cavaleiro da Ordem de Cristo
    em 20-I-1654, o qual obteve uma pensão de 20$000 réis por Alvará de 27-III-1666[13], e foi familiar do San-
    to Oficio em 12-VI-1668[14], assim como procurador às Cortes por três vezes.
    Seu marido era filho de Bartolomeu de Brito de Lacerda (c. 1615), cavaleiro-fidalgo com 1$600 réis de mo-
    radia por Alvará de 16-VII-1684[15], e ainda provedor dos mesmos Canos da Água de Prata por compra que
    fez, e de sua mulher D. Clara de Lacerda (f. 1664), falecida a 25-XI-1664; neto paterno de Diogo de Brito e de
    sua mulher D. Ana Coelho (c. 1590); neto materno de António de Freitas (c. 1575) que foi moço-de-câmara
    do infante D. Duarte (1572) e do rei D. Sebastião (1579), o qual foi casado com D. Guiomar Arnaut (f. 1636). 
    Tiveram: 
    4.  BARTOLOMEU DE BRITO DE LACERDA (n. 1654), proprietário do ofício de provedor dos Canos da Água
        de Prata em Évora, por morte de seu pai e mercê de D. Pedro II.
        Com doze anos apenas foi cavaleiro da Ordem de Cristo a 29-X-1666, com autorização excepcional por
        El-Rei em virtude dos serviços prestados por seu pai, assim como teve o foro de cavaleiro-fidalgo em
        16-VII-1684, por mercê de D. Pedro II.
        Faleceu solteiro, sem geração, pouco depois do seu progenitor, pelo que o citado ofício de provedor de
        Canos passou a seu primo o Dr. Francisco Cordovil de Brito Mouzinho (n. 1658), por Alvará do mesmo
        monarca datado de 1703. 
    4.  CRISTÓVÃO DE BRITO LACERDA, eclesiástico, prior de São Pedro e desembargador da Relação Ecle-
        siástica de Évora.


Canos da Água de Prata, Évora.



Canos da Água de Prata, Évora.




Notas:

[1] Nunca se conseguiu apurar documentalmente a ligação deste António Trigueiros (da Vila do Cano), com o primeiro António Trigueiros (de Torres Vedras), porém existe grande proximidade de parentesco entre eles (neto?)… A filha deste último, de nome Leonor Trigueiros, foi dotada com os casais de Monte Redondo, de A-dos-Cunhados e Vale de Sapato que uniu ao morgado dos Patos da Bandalhoeira.

[2] Jorge de Barros era provavelmente um dos muitos que com este nome houve na família dos morgados de Santa Iria da Azóia, em cuja igreja Matriz instituíram para panteão familiar uma capela renascença. Estes Barros eram descendentes dos Mendes de Vasconcelos que foram morgados do Esporão, dos Alarcões de Torres Vedras, e dos Teles de Meneses que foram alcaides da Covilhã.

[3] D. Domingas Trigueiros foi irmã de Leonor Trigueiros casada com João Leitão, cavaleiro-fidalgo que fez testamento em 1580, no qual se depreende ter deixado as seguintes quatro filhas: 1.ª - Maria Trigueiros; 2.ª - Margarida Trigueiros, c.c. João Franca de Brito, os quais instituíram o prazo da Quinta da Manteigosa (1575), junto à Ponte do Rol; 3.ª - Antónia Trigueiros; e a 4.ª - Ana Trigueiros.

[4] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Patos», Vol. VIII, p. 85-87, § 8, N. 6-12, § 9, N. 7-12; e Costados 51 e 88 v.º; XII, p. 94-95, 148 (com gralhas de Figueira em vez de Trigueiros, e Vila do Conde em vez de Vila do Cano).

[5] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Patos», § 8-10, Vol. VIII, p. 85-87. – Com correcções.

[6] O Morgado do Pato da Quinta da Bandalhoeira foi instituído em 1592 por Duarte Vaz Pato, na freguesia da Azueira, no concelho de Mafra.

[7] Afonso Pato Henriques (c. 1550) e sua mulher D. Luísa Caldeira Pimentel tiveram: 1. Inácio Pato Henriques, que foi casado com D. Filipa do Quental; 2. Afonso Pato Henriques; 3. Clara Henriques.

[8] Cfr. AZEVEDO, Marcelo Olavo Corrêa de, «Um Ramo dos Britos de Évora», In Raízes & Memórias, n.º 3, pp. 121-125.

[9] IAN/TT, Chancelaria da Ordem de Avis, L. 14, fl. 656 v.

[10] ADE, Testamento de Frei Cristóvão Trigueiros, 1666, Família Cordovil, Proç. 122, cx. 36, 4 fl.

[11] ADE, Testamento de Maria de Barros, 1636, Família Cordovil, Proc. 97, Cx. 36.

[12] ADE, Dote de Casamento de Diogo de Brito Lacerda, 1653, Família Cordovil, Proç. 12, Cx. 8.

[13] IAN/TT, Registo Geral de Mercês, Ordens, L. 7, fl. 48.

[14] IAN/TT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Diogo, Mç. 4, doc. 116.

[15] IAN/TT, Registo Geral Mercês, D. Pedro II, L. 2, fl. 209.

2011-03-06

TRIGUEIROS - Ramo de Idanha-a-Nova (c. 1580)

 

Trigueiros Aragão  &  Trigueiros Martel
Viscondes do Outeiro e Condes de Idanha-a-Nova
Morgados do Outeiro (Fundão) e de Idanha-a-Nova 
Morgados de Pêro Viseu e de Chãos (Fundão)


Pedra de Armas (moderna),
Solar Trigueiros Aragão.
Idanha-a-Nova, Solar Trigueiros Aragão.



As campanhas militares da Restauração após 1640, e a Guerra da Sucessão em Espanha para a qual Portugal é arrastado a partir de 1704, deslocam para o Alto Alentejo e para as Beiras tropas regulares e corpos das Ordenanças do litoral e do centro do país[1]. Estas forças tinham por missão o reforço e a defesa das praças de guerra junto à fronteira.

Em consequência destas movimentações, muitos oficiais acabariam por se fixar na orla fronteiriça onde por laços de casamento se ligam a importantes famílias locais cuja riqueza se baseava na posse da terra.

Foi nestas sucessivas ondas migratórias que os Trigueiros (de Torres Vedras e Coimbra), os Rebelo Martel (do Porto), os Aragão (da Guarda), os Sá Pereira (de Condeixa), juntamente com muitas outras famílias, acabam por se fixar no distrito de Castelo Branco; nomeadamente no Fundão, Penamacor, Alcains e em Idanha-a-Nova.

Quase todos eles, filhos segundos de famílias da pequena nobreza que apoiou a Restauração, viriam a ligar-se aos Vaz, aos Castelo Branco, aos Costa, aos Proença, aos Oliveira, aos Cunha, e aos Goulão[2]; famílias estas estabelecidas nesta região desde longa data e possuidores de avultado património fundiário, muitas vezes vinculado em morgados.

  

Sucessão genealógica da família Trigueiros
(Ramo de Idanha-a-Nova) 

1.       D. MARIA TRIGUEIROS, natural de Idanha-a-Nova, cuja filiação se desconhece.

Foi casada com LUÍS ÁLVARES, natural de Idanha-a-Nova onde foi morador. Proprietário e “escrivão dos Órfãos”, os seus antepassados foram “todos eles Principais e mais Nobres desta vila e seus redores”, e nela exerceram os cargos mais honrados de juízes, vereadores, provedores da Misericórdia”, assim como procuradores, e capitães de Idanha-a-Nova, segundo testemunho de Francisco Nunes Moucho eremita de Nossa Senhora do Almortão[3].

Com este nome houve vários homónimos, cronologicamente anteriores, quiçá parentes próximos, os quais frequentaram a faculdade de Cânones na Universidade de Coimbra, assim como ocuparam posições de relevo nesta região ao serviço do rei D. João II (1455-1496)[4].

Filha:

          2.       D. MARIA FERNANDES TRIGUEIROS (I), que segue.

         

2.       D. MARIA FERNANDES TRIGUEIROS (I), natural de Idanha-a-Nova.

Casou com PEDRO ALEIXO «o Velho» (c 1631)[5], filho de Aleixo Pires e de Inês Gonçalves, naturais de Idanha-a-Nova. Formado em Leis na Universidade de Coimbra a 22-II-1631[6], «foi Juiz por três ou quatro vezes nesta Villa [de Idanha-a-Nova] e Capitão da ordenança nella». Estes «viviam de suas lavouras, e fazendas, que mandavam cultivar por seus criados, e são ricos e abastados, e da principal gente desta vila», segundo declara uma testemunha no processo de habilitação para o Santo Ofício do seu parente Domingos Marques Giraldes (1674)[7].

Tiveram:

          3.       PEDRO ALEIXO TRIGUEIROS, que segue.

 

3.     PEDRO ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1647), licenciado (1647)[8], «advogado que foi nos auditórios desta cidade de Coimbra»[9], natural de Idanha-a-Nova onde serviu como capitão de cavalos.

Casou com «sua primeira mulher» D. ISABEL DA COSTA, natural da cidade de Coimbra[10].

Seus pais e avós eram «todos nobres dos principais d’esta villa e das mais desta comarca e como taes exercitavão todos os officios nobres da ditta villa, Juízes e Vereadores, Provedores da Misericórdia, Capitães e que o ditto Bacharel Pedro Aleixo he cazado com hua molher da cidade de Coimbra que elle testemunha sempre ouviu dizer que hera mui nobre e dos cidadãos daquella cidade»[11].

Residiram ao Cais (Cais da Ameias), na freguesia de São Bartolomeu em Coimbra, assim como na então vila de Idanha-a-Nova onde Pedro Aleixo foi testemunha no processo de ordenação de Bartolomeu Roque da Fonseca (1659).

Tiveram:

Capela da Misericórdia de Idanha-a-Nova.
Lápide com inscrição abreviada:
«Sepultura de António Gonçalves Moucho
e de sua mulher».
          4.       SEBASTIÃO ALEIXO TRIGUEIROS, que segue abaixo.

          4.       D. MARIA FERNANDES TRIGUEIROS (II), homónima de sua
                    mãe.
                    Casou com ANTÓNIO GONÇALVES MOUCHO (n. 1655?)[12],
                    o qual viveu «de suas fazendas e gados» segundo declara
                    uma das testemunhas na habilitação para o Santo Ofício de 
                    Domingos Marques Giraldes (c. 1674).
                    Este casal está sepultado na capela da Misericórdia de Idanha-
                    -a-Nova sob uma lápide epigrafada de forma muito abreviada,
                    com letras inclusas de difícil decifração, na qual pode ler-se: 
                    «S DE ANTO GLZ MO E DE S MR» – Sepultura de António
Gonçalves Moucho e de sua mulher.

Idanha-a-Nova, Casa do Morgado dos
Giraldes, actuais Marqueses da Graciosa.
Seu marido era filho de Francisco Nunes Moucho, bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra[13], e de sua mulher Catarina Nunes[14]; neto paterno de João Nunes Moucho (c. 1598), casado em Idanha-a-Nova com D. Maria Vaz[15]; bisneto paterno de João Nunes Giraldes, 2.º administrador do morgado dos Giraldes instituído em Idanha-a-Nova em 1458, e de sua mulher e prima D. Maria Giraldes[16].

Seria parente, em grau que desconhecemos, do padre João Nunes Moucho (c. 1695), formado em Cânones pela Universidade de Coimbra em 19-XI-1695, o qual fez a habilitação para o Santo Ofício em 1717[17]; e de Domingos Giraldes Moucho (c. 1700), formado em medicina pela mesma universidade a 26-V-1700.

                    Tiveram: 

5.       D. CATARINA TRIGUEIROS (c. 1688), filha única e herdeira.

Casou com seu primo DOMINGOS MARQUES GIRALDES (c. 1674), familiar do Santo Ofício[18], bacharel[19], ouvidor e procurador da comarca de Faro[20], desembargador dos Agravos e conselheiro da Fazenda Real de D. João V (1710)[21].

Este foi testemunha do baptismo de Isabel Trigueiros da Costa a 13-XI-1688 em Idanha-a-Nova, localidade esta onde a 28-XI-1688 obteve um aforamento da terra da Vargem pertencente à Mordomia da Igreja de Nossa Senhora do Almortão[22]. Teve vários homónimos, um deles capitão-mor de Idanha-a-Nova.

Seu marido era filho de Marçal Pires Leitão, casado a 14-II-1638 com sua mulher D. Constança Marques Giraldes; neto paterno Domingos Pires Marçal e de D. Inês Fernandes; neto materno de João Marques Anes Leitão que ao serviço de D. João VI morreu em combate contra os castelhanos na Guerra da Restauração[23], e de sua mulher D. Catarina Marques Giraldes[24].

Tiveram:

6.       D. INÊS TERESA GERALDES (c. 1707), que veio a obter 80$000 rs de tença dos quais

          12$000 rs para a pessoa que com ela casar (carta de 6-VI-1707)[25]

          Casou com FELÍCIO SEBES PEDRO (c. 1732), o qual teve 12$000 rs de tença com o

          hábito de Cristo para casar com sua mulher (carta de 7-XI-1732)[26].

                                         Não tiveram geração.


4.       SEBASTIÃO ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1658), natural de Coimbra onde residia 1658 quando nasceu o seu
          filho Jorge. Foi escudeiro e «homem nobre com criados e cavalos» que «vivia de suas fazendas», se-
          gundo declaram as testemunhas da habilitação para o Santo Ofício deste seu filho. Foi «procurador do
          número de Idanha-a-Nova»[27].

          Casou com D. LUÍSA GUTERRES[28], filha de Jorge Gonçalves Guterres «advogado que foi nesta cida-

                    de», e de sua mulher Isabel Antónia da Maia, todos moradores na freguesia de São Tiago de Coimbra de

onde eram naturais.

Foram moradores na então designada Rua das Solas (actual Rua Adelino Veiga) na freguesia de São Tiago em Coimbra[29].

Tiveram:

5.       ISABEL TRIGUEIROS (n. 1657), baptizada a 26-VI-1657 na Igreja Santiago em Coimbra pelo padre

Francisco Curado, tendo por padrinho José Gomes.

          5.       JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (1658-1704), que segue.

 

5.       JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (1658-1704), baptizado a 7-IX-1658 na Igreja de São Tiago de Coimbra

          pelo padre Francisco Curado e apadrinhado pelo Doutor Luís Tavares. Nesta cidade de Coimbra «servi-

          ram de vereadores seus ascendentes e parentes colaterais»[30]. Fez a habilitação para o Santo Ofício

          tendo obtido a Carta de Familiar a 20-XI-1699[31].   

          Veio a residir em Idanha-a-Nova e faleceu a

          16-VII-1704 em Alcântara, na província de

          Cáceres em Espanha, na qualidade de pri-

          sioneiro da Guerra da Sucessão deste país

          – «captivo que foi pello inimigo constou

          que falleceo em Alcantara (…) por ditto de

          sua mulher» e ficou registado no respecti-

          vo livro de óbitos de Idanha-a-Nova[32].

          Casou a 29-X-1685 em Idanha-a-Nova com

          D. ISABEL NUNES CALVO (f. 1726)[33], daí

          natural e aí falecida a 20-VIII-1726, em cuja

          igreja matriz foi sepultada. Foram testemu-

          nhas deste casamento o capitão António de

          Oliveira Lagarto e Francisco Nunes Piteiros (c. 1715)[34].

          Sua mulher era filha de Manuel Roiz Mestraires e de Maria Nunes Calvo (f. 1719), esta última falecida já

          viúva a 13-IX-1719 em Idanha-a-Nova, os quais eram «lavradores honrados que viviam de sua fazenda»;

          neta paterna de Manuel Martins Mestraires e de sua mulher Maria Fernandes Ovelheira, lavradores; e

          neta materna de António Afonso Calvo (c. 1631) e de sua mulher Isabel Gonçalves, os quais «viveram de

          suas fazendas» e eram naturais da freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova[35].

          Tiveram:

          6.       LUÍSA (n. 1686), a qual foi baptizada a 23-VII-1686 em Idanha-a-Nova, apadrinhada pelo capitão

                    João da Fonseca Tavares e por Maria Nunes Calvo, mulher de Manuel Afonso Monserrate. Faleceu

                    menor.

          6.       D. ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA (1688-1768), homónima de sua tia, que segue abaixo.

          6.       LUÍSA (n. 1690?), segunda do nome, baptizada a 29-I-1690 em Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos

                     o padre Pedro Giraldes Leitão e sua tia Maria Nunes Calvo. Faleceu menor.

          6.       SEBASTIÃO (n. 1693), homónimo de seu avô paterno, que foi baptizado a 13-V-1693 em Idanha-a-

                    -Nova, apadrinhado pelo padre Pedro Giraldes Leitão e por sua tia Maria Nunes Calvo.

          6.       BERNARDA (n. 1696), baptizada a 20-II-1696 na citada vila de Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos

                    o padre Pedro Giraldes Leitão e sua tia Maria Nunes Calvo.

          6.       JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (n. 1698), homónimo de seu pai, o qual no baptismo era ANDRÉ,

                    nome que lhe foi mudado no Crisma para JORGE. Foi baptizado «em necessidade» a 5-XI-1698

                    pelo padre Pedro Geraldes Leitão na igreja paroquial de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-

                    -a-Nova, apadrinhado pelo padre Mateus Álvares de Miranda e por Manuel Luís de Matos.

                    Sucedeu num morgado no qual se fixou em Agosto de 1723, com o nome de Quinta da Ribeira de
                    Coselhas, situado na freguesia de Santa Cruz em Coimbra, onde ainda residia em 1750[36]. Este
                    então idílico espaço rural foi completamente desvirtuado pela expansão urbana e industrial feita 
                    aleatoriamente a partir dos fins do século XIX.

                    Casou a 18-IX-1723 na freguesia de Eiras, no concelho de Coimbra, com D. ÚRSULA MARQUES

                    (n. 1683), baptizada a 11-II-1683 na freguesia de Eiras, Coimbra, apadrinhada por António Marques

                    Cardoso e Úrsula Baptista. Era filha de João Marques e de D. Leonor da Costa.

                    Este casamento teve por testemunhas o seu sobrinho Francisco Marques, o reverendo padre

                    Manuel da Costa, a cunhada Leonor da Costa, e ainda Marta Monteiro.

                    Tiveram:

7.      D. BRITES TERESA TRIGUEIROS DA COSTA (n. 1725), filha única, baptizada a 10-V-1725 na freguesia de Eiras, em Coimbra, tendo por padrinhos Caetano Calisto Cabral e D. Brites, a qual era religiosa no Convento de Santa Ana em Coimbra.

          Casou 17-IX-1750 na Igreja de São João de Santa Cruz de Coimbra, por procuração a Dioní-

     sio Marques, natural de Vilarinho, na freguesia de Santiago de Eiras, com o licenciado CAETANO NEVES DE LEMOS, por procuração a seu tio Martinho de Lemos das Neves, da Póvoa de Mosqueiro, São João Baptista de Areias. Foram testemunhas deste casamento o padre António de Brito Brandão cura da igreja da Torre de Vilela, e José Gomes Anes Amado de Azambuja Tavares, moradores na Quinta de Lordemão, freguesia de São Paulo de Frades, Coimbra.

Seu marido Caetano Neves de Lemos, licenciado em Cânones pela Universidade de Coimbra, era natural da São Miguel, São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão, filho único de Domingos Neves, natural de São Miguel, e de sua mulher Maria Gomes, natural da Póvoa de Mosqueiros onde tinham uma grande casa.

Tiveram:

8.       DOMINGOS NEVES DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA (b. 1751) que foi baptizado a

          21-X-1751 em São Miguel, São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão.

          Obteve o bacharelato em Cânones pela Universidade de Coimbra a 22-VI-1771 e a for-

          matura um mês depois, com 20 anos de idade, tendo sido Juiz Ordinário e das Sisas

          (1777, 1799, e 1817). Herdou na aldeia de Póvoa de Mosqueiros, em São João das

          Areias, a casa solarenga e a quinta que foi dos seus parentes Neves de Lemos, para a

          qual foi residir em 1804.

Casou a 6-VI-1818 (?) em São Pedo de Mouraz, concelho de Tondela, com D. ÚRSULA MARIA DE JESUS, também natural de São João de Areias, filha de Bernardo Pedrosa, e de D. Caetana Maria.

          Tiveram:

9.       FRANCISCO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA, natural de São Miguel, São

          João de Areias, concelho de Santa Comba Dão. Casou com D. ANA DELFINA DA

          COSTA, natural de Mourão

          Tiveram:

10.      JOSÉ ALEXANDRINO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA E BRITO, natu-

           tural da Póvoa de Mosqueiros, freguesia de São João de Areias, concelho

           de Santa Comba Dão. Casou com D. JACINTA LUCINDA, natural de Tibal-

           de, freguesia de Fornos de Maceira Dão, concelho de Mangualde.

           Filhos:

           11.     ANTÓNIO DE LEMOS TRIGUEIROS, o qual casou com D. CASIMIRA

                     AUGUSTA PEREIRA DO VALE.

           Filha:

12.     D. MARIA AUGUSTA DO VALE E LEMOS TRIGUEIROS, nascida

          em Vila Nova da Rainha, no concelho de Tondela. Casou com

          DELFIM RODRIGUES LOBO.

          Filho:

13.      ANTÓNIO DE LEMOS TRIGUEIROS DO VALE E LOBO

           (n. 1910), nascido a 29-X-1910 em Vila Nova da Rainha,

           concelho de Tondela. Casou em 1935 no Sobral, con-

           ceho de Carregal do Sal, com D. EMÍLIA AUGUSTA DE

           MIRANDA MONTEIRO.

11.     MARIA DE LEMOS TRIGUEIROS

11.     BEATRIZ DE LEMOS TRIGUEIROS

11.     NICOLAU DE LEMOS TRIGUEIROS

10.     JORGE ALEXANDRINO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA E BRITO.

8.       D. ÚRSULA MARIA RITA TRIGUEIROS DA COSTA E LEMOS (n. 1753), a qual nasceu a

          12-III-1753 e foi baptizada a 28-III-1753 na igreja de São João de Santa Cruz de Coim-

          bra, apadrinhada pelo primo de sua mãe Jerónimo Trigueiros Martel Rebelo Toscano

          da Silva (1716-1792) com procuração ao padre José António Freixo, e pela mulher des-

          te D. Constança Nunes Monserrate com procuração a Martinho de Lemos das Neves.

Casou a 26-VIII-1788 na Igreja de São João das Areias, concelho de Santa Comba Dão, com ANTÓNIO DE MELO CABRAL CARDOSO DA SILVEIRA (1731-1821), baptizado a 10-VII-1731, apadrinhado por Martinho (…) e D. Isabel de Melo Cabral, tendo falecido a 22-XII-1821, filho de Francisco da Silveira de Eça Cardoso e Melo e de sua mulher Feliciana Maria Rozeuma de Brito. Testemunharam este casamento, o reverendo José Ferreira Borges cura da Igreja de São João das Areias, e o reverendo Caetano José Bento, assim como Bernardo José Tavares.

Residiu na chamada Casa das Armas Reais em São João de Areias[37], um solar barroco da segunda metade do século XVIII, armoriado com um escudo esquartelado de CABRAL, SILVEIRA, CARDOSO, e MELO, com um elmo de perfil, encimado por um coronel de nobreza.

Seu marido foi fidalgo da Casa Real, juiz Ordinário e das Sisas (1782 e 1800), tal como foi seu irmão e seu pai, e sargento-mor das Ordenanças de São João de Areias (1795-1806).

          6.       D. LUÍSA (n. 1701), nascida a 2-IX-1701 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 11-IX-1701, tendo

                    por padrinho o padre Pedro Geraldes Leitão.

 

6.       D. ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA (1688-1768), homónima de sua tia, foi baptizada a 13-XI-1688 em Ida-

          nha-a-Nova pelo vigário Frei Miguel Rodrigues Goulão, tendo por padrinhos o Dr. Domingos Marques

          Giraldes e sua tia Maria Nunes Calvo[38]. Faleceu a 15-II-1768 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultada na

          Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Casou a 2-VIII-1714 em Idanha-a-Nova em cerimónia oficiada pelo vigário Frei Manuel Rodrigues Corujeiro, sendo testemunhas Diogo da Silva e Jorge Trigueiros[39], com SIMÃO REBELO MARTEL (1660?-1722), natural do Porto, filho de António Rebelo Martel (n. 1640?), natural de Leça, Matosinhos, residente em Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Úrsula Isabel da Silva Toscano (n. 1640?)[40], natural do Porto; neto paterno de outro António Rebelo e de sua mulher D. Francisca Galharda.

Ruínas do Castelo de Idanha-a-Nova
          Seu marido foi nomeado “escrivão do judicial de Juiz de Fora do

Porto” por carta de 19-I-1689[41], cidade da qual também foi sargen-

to-mor de Ordenanças e, posteriormente, sargento-mor da Cavalaria de Penamacor, tomado então parte na Guerra da Sucessão em Espanha e por isso «fora na expedição da Guerra da Catalunha [1707-1712]»[42]. Faleceu a 5-IX-1722 em Idanha-a-Nova, onde «foi sepultado na Matriz desta villa donde era freguês», no posto de «sargento maior de cavalaria reformado».

Segundo consta por documentação credível, Simão Rebelo Martel era «irmão legítimo» de João Fernandes Freixo (c. 1729), casado a 27-VIII-1729 na freguesia da Zebreira, distrito de Castelo Branco, com Maria da Assunção Ovelheira, da qual teve José António Freixo de Miranda, que por sua vez foi casado com D. Joaquina Teresa da Costa. Destes últimos foi filho José Bernardo Freixo de Miranda, natural de Lisboa, ao qual foi passado carta de brasão de armas a 20-I-1786, esquarteladas de REBELO, MIRANDA, TRIGUEIROS, e COSTA[43].

Tiveram:

7.       D. ÚRSULA (n. 1715), nasceu a 5-IX-1715  em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 19-VI-1715, apa-

          drinhada por Diogo da Silva Toscano e por D. Isabel Nunes Calvo.

7.       JERÓNIMO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (1716-1792), que segue abaixo.

7.       JORGE (n. 1718), nasceu a 2-III-1718 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a 31-III-1718, apadrinha-

          pelo licenciado Diogo da Silva Toscano com procuração a Pedro da Costa Lixa, e por D. Catarina

          Teresa. Faleceu menor.

7.       ANTÓNIO (n. 1719), nasceu a 17-VI-1719 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a 13-VII-1719, tendo

          por padrinho Diogo da Silva Toscano natural do Porto.

7.       D. FRANCISCA (n. 1720), nasceu a 20-IX-1720 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a 5-X-1720,

          tendo por padrinho Jorge Trigueiros da Costa, natural do Porto.

          7.       JORGE (n. 1722), segundo deste nome, nasceu a 30-I-1722 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a

                    15-II-1722, apadrinhado pelo capitão Bartolomeu da Franca.

 

7.        JERÓNIMO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (1716-1792)[44], nascido a 30-IX-1716 em Idanha-a-

           -Nova onde foi baptizado a 19-IX-1716 pelo padre Frei Manuel Rodrigues Corujeiro, apadrinhado por

           seu tio Jorge Trigueiros. Foi capitão do Terço de Infantaria Auxiliar de Castelo Branco e proprietário[45],

           falelecido a 12-III-1792 em Idanha-a-Nova onde foi sepultado no Convento de Santo António e dispôs no

           seu testamento:

«que por sua alma se dissessem mil missas, pellas almas de seos pais vinte missas, pella de seos sogros sinco missas por cada hum, pellos seos tios Pedro Fernandes Monserrate e suas Irmans Dona Ignes Nunes e Dona Constanças Nunes trinta missas, por seos avós paternos e maternos sinco missas por cada hum, por Nossa Senhora sinco missas, ao santo do meu nome tres missas, ao Anjo da minha guarda tres missas, e ao Anjo Sam Gabriel duas missas, às almas do Purgatório tres missas, a Senhora do Almortam duas missas que se desse de esmola a pobres viuvas 20 alqueires de senteio e aos Religiosos de santo antónio dois alqueires de trigo de esmola por seu testamenteiro a seu filho Joaquim Rebelo Trigueiros a quem deixou a terça».

Idanha-a-Nova, Igreja do Convento de
Sto. António (propriedade particular).

Casou duas vezes.

As primeiras núpcias foram celebradas com sua prima D. CONSTANÇA NUNES MONSERRATE (f. 1762), filha de Manuel Afonso Monserrate e de sua mulher D. Maria Nunes da Silva, ou Maria Nunes Calvo, falecida com testamento a 19-I-1762 em Idanha-a-Nova onde foi sepultada no Convento de Santo António, que foi o antigo Convento de São Francisco[46]. Sem geração[47].

As suas segundas núpcias, quando contava 45 anos de idade, celebraram-se a 17-IV-1762 em Idanha-a-Nova com D. MARIA ANGÉLICA MARQUES GOULÃO (1725-1790), então com 35 anos de idade, nascida a 19-XII-1725 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a 26-XII-1725 pelo padre Domingos Nunes, tendo por padrinhos o padre Manuel Vaz e sua irmã Francisca Marques, naturais de Escalos de Cima. Sua segunda mulher faleceu a 16-V-1790 em Idanha-a-Nova, com testamento, e aí foi sepultada no Convento de Santo António. Era filha de Domingos Ambrósio (n. 1707), sargento-mor das Ordenanças de Idanha-a-Nova onde nasceu a 8-VIII-1707, casado a 21-I-1725 em Escalos de Cima no concelho de Castelo Branco com D. Maria Marques Goulão (n. 1697), nascida a 23-IV-1697 em Escalos de Cima, os quais, juntamente com o padre Manuel Vaz instituíram um morgado a 13-IV-1751 a favor de sua filha e sobrinha Maria Angélica Marques Goulão para esta casar com o seu primeiro marido; neta paterna de Domingos Lopes Ambrósio (c. 1695)[48], capitão das Ordenanças de Idanha-a-Nova, já viúvo de Maria da Trindade, e de sua segunda mulher Leonor Fernandes, ambos naturais de Idanha-a-Nova; e neta materna de Domingos Vaz Rato, nascido em Escalos de Cima, casado a 25-IV-1688 com D. Maria Marques Goulão (1670-1766), nascida a 6-III-1670 em Alcains[49], falecida com testamento a 12-XII-1766 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultada «dentro da igreja dos Religiosos de Santo António desta vila». D. Maria Angélica foi casada em primeiras núpcias a 18-VI-1751 em Idanha-a-Nova, nas segundas núpcias do Dr. Bartolomeu Franco Português de Moura, natural da vila do Fundão, viúvo de D. Josefa Teresa Saraiva, de Tondela, filho do Dr. Pedro Barreiros de Moura e de D. Maria Antónia Franco Português.

          Teve do 2.º casamento:

          8.       JOAQUIM REBELO TRIGUEIROS MARTEL DA SILVA LEITE (1764-1830), que segue abaixo.

          8.       JERÓNIMO TRIGUEIROS (1765-1793), nasceu a 6-XI-1765 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizado a

                    20-XI-1765 pelo reverendo Frei Luís Goulão, religioso de Santo Agostinho, apadrinhado por João

                    Pinto Cardoso Maldonado com procuração a José de Sousa Refóios, e por D. Brites Maria de Oli-

                    veira Vasconcelos com procuração a João José Vaz Preto. Veio a falecer a 30-VI-1793 em Idanha-

                    -a-Nova, aos 28 anos de idade, tendo sido sepultado na Matriz, com testamento no qual dispôs: 

«... que por sua alma se lhe dissessem 200 missas e por almas de seu Pai e Mãe por cada hum destes 30 missas, ao Anjo da sua guarda huma, a Santo António outra, a Santo Ildefonso outra, a São Francisco outra, a São Sebastião outra, a Santo Amaro outra, a Santo Ildefonso outra, a Nossa Senhora da Conceição outra, à Senhora do Almortam outra, à Senhora da Boa Morte outra, à Senhora da Guia outra, pellas penitencias mal compridas quatro, ao Divino Espírito Santo huma,  ao santo do seu nome outra, que deixava por herdeiro seu filho Fernando e por testamenteira a sua mulher Maria das Mercês».

                    Casou a 9-I-1791 na Igreja de São Miguel da Sé em Castelo Branco, nas segundas núpcias de sua

                    mulher D. MARIA DAS MERCÊS, natural Zebreira, concelho de Idanha-a-Nova, filha de José Luís

                    Ribeiro e de Isabel Lopes Caldeira. Sua mulher fora casada em primeiras núpcias com Domingos

                    Gonçalves Berrulo, natural de Idanha-a-Nova, e por morte deste seu segundo marido passou a ter-

                    ceiras núpcias com Manuel Alves da Silva, natural de Idanha-a-Nova, filho de Félix José da Silva e

                    de D. Catarina Esteves Cerdeira, de quem teve geração.

                    Tiveram:

                    9.       ANTÓNIO (n. 1791), nasceu a 26-IX-1791 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizado a 4-X-1791,

                              apadrinhado pelo reverendo António Lucas Ruivo e Maria Lucas. Faleceu menor.

                    9.       FERNANDO (n. 1792), nasceu a 26-X-1792 na mesma vila onde foi baptizado a 11-XI-1792,

                              tendo por padrinhos Fernando Afonso Preto e Nossa Senhora do Almortão. Foi nomeado

                              herdeiro de seu pai no testamento deste.

8.        D. MARIA ANTÓNIA DO REGO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (n. 1770) que nasceu a

           28-IV-1770 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada

           a 28-V-1770 tendo por padrinhos Luís Sebastião da Cunha Pereira de Castro de Proença-a-Velha,

           e D. Inês Domingues Monserrate com procuração a Joaquim Rebelo Trigueiros de Idanha-a-Nova.

           Casou com JOÃO JOSÉ MARTINS PEREIRA DO REGO GOULÃO (n. 1758), nascido a 6-VIII-1758

           em Castelo Branco, filho de José Martins Pereira Goulão (n. 1725), capitão-mor das Ordenanças

           de Castelo Branco, o qual casou a 12-VII-1756 com D. Joana Bernarda do Rego Teles Carmona;

           neto paterno de Manuel Fernandes de Sena Branco (n. 1701), proprietário e sargento-mor das

João José M. P. do Rego Goulão
(n. 1758)
Partido: PEREIRA, REGO.
           Ordenanças de Castelo Branco, nascido a 30-IV-1730 em

          Sarnadas de Ródão, concelho de Vila Velha de Ródão,

                     casado a 13-X-1723 em Alcains, Castelo Branco, com

                     D. Inês Pereira Goulão (1688-1746, nascida a 11-II-1688 em

                     Castelo Branco, e falecida a 13-XI-1740 em Sarnadas de

           Ródão, concelho de Vil a Velha de Ródão; neto materno

           de António Fernandes Carmona, e de sua mulher D. Maria

                     Custódia do Rego.

Seu marido obteve brasão de armas por carta de 20-III-1821, com um escudo partido em pala de

PEREIRA e de REGO[50]. Membro do Conselho de Distrito de Castelo Branco, no qual era um dos grandes proprietários e onde tinha avultado património fundiário e diversas casas, nomeadamente em Idanha-a-Nova, Sarnadas, e Alcains, localidade esta onde residia no Solar dos Goulões, actual Museu do Canteiro e um dos mais antigos exemplos da arquitectura solarenga de Alcains. Tiveram 10 filhos, cuja descendência originou os viscondes de Santiago e condes de Castelo Branco, os viscondes de Abrançalha.

 

8.       JOAQUIM REBELO TRIGUEIROS MARTEL DA SILVA LEITE (1764-1830) que nasceu a 12-I-1764 e foi

          baptizado a 25-I-1764 em Idanha-a-Nova pelo padre Frei Francisco Pinto da Fonseca, apadrinhado pelo

          Dr. João Cardoso Pinto Maldonado, corregedor e juiz de fora de Castelo Branco, e por sua irmã D. Joana

          Raimunda de Castilho e Costa, moradora na vila do Fundão, por procuração a seu irmão António da

          Costa Ferrão, juiz de fora de Idanha-a-Nova. Faleceu a 1-II-1830 «na rua do Corso desta freguesia de

          Idanha-a-Nova» onde foi sepultado na Igreja do Convento de Santo António a 2 de Fevereiro[51].

Era fidalgo-cavaleiro por alvará de 9-VI-1824[52], senhor dos morgados de Idanha-a-Nova e do Outeiro, este último em Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo, no concelho do Fundão[53]. Foi admitido no Regimento de Cavalaria com o posto de Cadete em 6-IV-1790, e atingiu a patente de Coronel a 22-XI-1808 no Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova[54].

Casou a 30-VII-1817 na capela da Quinta da Ponte, na freguesia da Faia, no concelho da Guarda, com D. MARIA ANGÉLICA LUDOVINA DE ARAGÃO COSTA SÁ E ORNELAS[55], natural da Guarda, falecida a 1-II-1880 em Idanha-a-Nova (registo efectuado a 7-III-1880). Sua mulher era filha de Pedro de Aragão Miranda Sá e Vasconcelos (f. 1793)[56], fidalgo-cavaleiro da Casa Real com solar na Quinta da Ponte[57], na freguesia da Faia, concelho da Guarda, falecido a 31-VIII-1793, e de sua mulher D. Margarida Francisca da Costa Rolim de Ornelas (n. 1759); neta paterna de Luís de Aragão Miranda, vereador da Câmara da Guarda, casado com D. Maria Antónia de Sá; e neta materna de Bartolomeu da Costa Coutinho de Araújo Tavares, fidalgo, familiar do Santo Ofício, natural de Trancoso, e de sua mulher D. Maria Margarida de Ornelas Rolim e Abreu.

Teve carta de brasão de armas por alvará de 8-VIII-1786, com escudo esquartelado de REBELO, MARTEL, TRIGUEIROS e COSTA[58], trazendo por Diferença uma brica de prata com um «J» de preto.

 

Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite (1764-1830)
«Hum Escudo  esquartellado: No 1.º quartel as Armas dos Rebellos q. são em campo azul trez faixas de ouro e trez flores de Liz vermelhas sobre ellas postas em banda: No seg. do quartel as de Martel em Campo da prata huma faxa vermelha, e o campo alto dentado de trez pontas vermelhas, carregadas de trez moletas, ou rozetas de esporas de ouro: No 3.º as dos Trigueiros q. são esquarteladas no 1.º em Campo verde cinco espigas de trigo de ouro em sautor, No 2.º em Campo vermelho, huma facha de prata, e assim os contrarios: No quarto quartel as dos Costas em Campo vermelho seis Costas de prata firmadas e postas duas pallas. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre dos Rebellos q. hei hum Leopardo de ouro armado de azul, com huma das flores de Liz do Escudo na testa, e p.ra diferença huma brica de prata com hum «J» de preto.»

          Tiveram:
          9.      JERÓNIMO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL E COSTA, (1825-1900), que segue. 

 


9.       JERÓNIMO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL E COSTA, (1825-1900)[59], 1.º Visconde do Outeiro (de-

          creto de 17-VII-1866), 1.º Conde de Idanha-a-Nova (carta de 17-VI-1892)[60], fidalgo-cavaleiro da Casa

Jerónimo Trigueiros de Aragão
Martel e Costa (1825-1900),
1.º Conde de Idanha-a-Nova.
          Real (alvará de 17-X-1863)[61], presidente da Câmara Municipal do Fundão e

          provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Nasceu a 17-VII-1825 e recebeu o baptismo a 28-VII na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova pelo vigário Frei Fernando Marques, apadrinhado por D. Diogo de Meneses (1772-1862), 3.º Conde da Lousã[62], o qual para o efeito passou procuração ao major Francisco de Paula Durão Padilha, e por Nossa Senhora da Conceição da Rocha – a santa protectora do miguelismo.

Faleceu a 15-VIII-1900 na sua casa da Rua Cardoso Avelino (actual Rua 5 de Outubro) no Fundão.

Era um dos maiores proprietários agrícolas da Beira Baixa e sucedeu na administração dos morgados do Outeiro (Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo) e de Idanha-a-Nova.




Aldeia Nova do Cabo, Solar do Outeiro (Trigueiros Martel)

Aldeia Nova do Cabo, Solar
do Outeiro, Pedra de Armas.



Foi procurador á Junta Geral do Distrito e presidente da Câmara Municipal do Fundão, cujo município atribuído o nome do seu título a uma rua, assim como em Alcains. Politicamente militou sempre no Partido regenerador, ao lado do seu amigo Manuel Vaz Preto Giraldes[63].

Cemitério do Fundão,
Sepultura de 
D. Maria Isabel
Osório 
de Macedo
(1836-1878)
          Casou a 22-IV-1850 na capela do Espírito Santo, anexa à Casa do Outeiro, em

Aldeia de Joanes, concelho do Fundão, com D. MARIA ISABEL OSÓRIO DE

SOUSA PRETO MACEDO FORJAZ PEREIRA DE GUSMÃO (1836-1878)[64], nascida a 26-VIII-1836 em Lisboa, e falecida a 12-VII-1878 na Casa do Outeiro na freguesia em Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo, quando contava 43 anos de idade, e foi sepultada no cemitério da capela de Santo António, do qual foi mais tarde transladada para uma campa armoriada no novo cemitério público do Fundão[65].

Sua mulher, herdeira in solidum dos morgados de Peroviseu e Chãos[66], assim como dos padroados de Nossa Senhora da Consolação e de São Pedro de Catrão[67], entretanto extintos pelo decreto de 19-V-1863, era filha única de Diogo Dias Preto da Cunha Veloso Osório Cabral (1796-1860), senhor dos mesmos morgados e padroados, nascido a 1-V-1796 em Pêro Viseu, falecido após uma longa demência a 28-XII-1860 na sua casa da Rua do Terreiro (actual Praça do Município) no Fundão, casado em segundas núpcias a 27-IX-1820 no Fundão com D. Maria Justina de Macedo Pereira Forjaz de Gusmão e Azevedo (1790?-1853)[68], natural do Fundão onde veio a falecer de uma pneumonia a 12-XII-1853, com 59 nove anos de idade, e foi sepultada no Adro da Capela de São Francisco. Era neta paterna de Diogo Dias Preto Osório Veloso Cabral, senhor dos mesmos morgados e padroados, que tirou carta de brasão de armas em 3-VIII-1791, de Preto, Cunha, CabraL e Osório[69], vereador da 1.ª Câmara do Fundão, casado a 6-VII-1796 em Pêro Viseu com D. Ana Justina de Sousa Homem de Brito[70], tendo este casamento sido feito por procuração de ambos, a nubente a Rodrigo Homem de Brito, e o nubente ao capitão João de Almeida Saraiva; e neta materna de João de Macedo Pereira da Guerra Forjaz (c. 1783), e de sua mulher D. Ana de Gusmão Freire Osório de Azevedo Mendonça, cuja descendência viria a ser senhora da Casa dos Macedos situada à Rua da Cale no Fundão.

Tiveram[71]:

10.      D. MARIA DA CONCEIÇÃO (1857-1858), falecida vítima da varíola a 17-IX-1858 no Fundão, com

           quinze meses de idade, foi sepultada na Capela de Nossa Senhora da Conceição.

10.      D. MARIA DO CARMO OSÓRIO TRIGUEIROS DE MARTEL (1858-1936), nasceu a 30-VII-1858 no

           Fundão onde foi baptizada a 12-VIII, tendo aí falecido a 5-XII-1936. Solteira.

10.      D. MARIA DA NATIVIDADE OSÓRIO TRIGUEIROS DE MARTEL (1861-1949), nasceu a 8-IX-1861 na

           Rua da Praça ao Terreiro no Fundão, onde foi baptizada a 25-IX-1861 na Igreja de São Martinho,

           tendo falecido a 13-I-1949. Foi casada com José de Figueiredo Pimenta de Avelar Frazão Castelo

           Branco (1858-1913), 2.º Visconde do Sardoal, do qual teve geração.

10.      D. MARIA DA PIEDADE OSÓRIO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL (1863-1957), a qual nasceu a

           22-XI-1863 e foi baptizada a 7-XII-1863 no Fundão, tendo falecido a 29-II-1957 em Idanha-a-Nova.

           Proprietária, casou a 16-II-1898 em na freguesia de Oledo, no concelho de Idanha-a-Nova, com o

           Dr. MANUEL VICTOR CONDE SEABRA, filho de Ricardo José Conde e de sua mulher D. Gervásia

           Maria de Seabra, naturais da freguesia de Aguada de Cima, Águeda, tendo por testemunhas deste

           matrinio o marquês da Graciosa Fernando Geraldes então residente em Lisboa, e o conde de

           Idanha-a-Nova Joaquim Trigueiros Osório de Aragão e Costa, que residia em Alcains.

                     Habitaram em Idanha-a-Nova na então Praça Serpa Pinto, actual Praça da República.

                     Tiveram:

                     11.      D. MARIA ISABEL DE GUSMÃO TRIGUEIROS SEABRA (f. 1962), nasceu em Idanha-a-Nova e

                                faleceu em 1962 no Estoril, concelho de Cascais. Casou com JOSÉ AUGUSTO CORREIA DE

                                OLIVEIRA, professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra. Sem geração.

                     11.      D. MARIA DA PIEDADE DE GUSMÃO TRIGUEIROS SEABRA (n. 1901), falecida solteira.

          10.      D. MARIA DE LA SALETE TRIGUEIROS  MARTEL (n. 1866), nasceu a 31-VII-1866 no Fundão em

                     cuja igreja paroquial de São Martinho foi baptizada a 19-IX-1866, apadrinhada por seu parente

                     Bartolomeu de Aragão Costa e Vasconcelos[72], solteiro, e por Nossa Senhora da Assunção, to-

                     cando com a coroa João Teles Trigueiros[73], juiz de Direito desta comarca. Faleceu solteira.

                     Juntamente com a sua irmã D. Maria Isabel fundou a 1-XI-1947, numa das suas casas no Fundão,

                     o Lar D. Isabel Trigueiros destinado a «abrigo para raparigas desamparadas».

          10.     JOAQUIM TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO (1867-1941), 2.º Conde de Idanha-a-Nova, que segue

                     abaixo.

          10.     JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO E COSTA (1870-1921), nascido a 7-I-1870 no Fun-

                    dão onde foi baptizado a 23-IX-1870 na igreja paroquial de São Martinho, tendo por padrinho João 

                    José Henriques Trigueiros de Castro Ataíde, 1.º Visconde de Abrançalha, o qual foi representado

                    por procuração passada ao Juiz de Direito João Teles Trigueiros, e por madrinha Nossa Senhora

                    da Conceição, “tocando com a Coroa da mesma Senhora” Joaquim de Macedo Pereira Forjaz na-

                    tural do Fundão. Faleceu a 28-III-1921 em Escalos de Baixo, concelho de Castelo Branco. 

                    Administrador do Concelho de Idanha-a-Nova onde residiu, foi um distinto equitador e cavaleiro

                    tauromáquico, assim como grande coleccionador de armas e de objectos de Arte. 

                    Casou duas vezes e teve geração das segundas núpcias.

D. Maria Isabel de Aragão
Trigueiros Martel (1870-1960),
benemérita.
          10.     D. MARIA ISABEL DE ARAGÃO TRIGUEIROS MARTEL (1871-1960) que

                    nasceu a 20-X-1871 no Fundão em cuja igreja paroquial de São Marti-

                    nho foi baptizada a 20-XII-1871. Teve por padrinho Francisco de Pina

                    Macedo Ferraz Gusmão Ornelas[74], solteiro, natural de Penamacor

                    e residente em Alpedrinha, e por madrinha N. Sr.ª da Conceição, to-

                    cando com a coroa Frederico de Sousa Pimentel[75]

                    Faleceu solteira a 19-VI-1960 no Fundão, em cujo cemitério foi sepul-

                    tada em campa armoriada. 

                    Residiu na casa de família na Praça do Município no Fundão, herança

                    de seus avós que foram os morgados de Peroviseu.

                    Senhora de uma grande generosidade ao serviço dos mais necessita-

                    dos, foi condecorada com a Comenda da Ordem de Benemerência. 

                    Com a sua irmã D. Maria de La Salete fundou em 1947, numa das suas

                    casas no Fundão, o «abrigo para raparigas desamparadas», que leva-

                    ria o seu nome.

          10.     JERÓNIMO MARIA TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1873-1959), nasceu a 10-VII-1873

                    no Fundão onde foi baptizado a 2-X-1873 na Igreja de São Martinho, tendo por padrinho o padre

                    João Pereira Pestana Goulão natural de Sarnadas e residente em Alcains, que passou procuração

                    a Bartolomeu de Aragão Costa Vasconcelos r  esidente em Aldeia Nova do Cabo, e por madrinha

                    Nossa Senhora das Dores pela qual tocou com a coroa o juiz João Teles Trigueiros.

                    Faleceu a 6-XII-1959 no Fundão.

                    Casou a 8-IV-1920 em Idanha-a-Nova com D. MARIA DOS SANTOS PORTAS, natural de Idanha-a-

                    -Nova.

                    Tiveram:

                    11.     D. CELESTE TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL, nascida a 2-II-1910, tendo faleci-

                              do solteira a 29-VII-1928.

                    11.     D. MARIA ISABEL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (1927-2014), nasceu a 23-III-1927 em Idanha-a-

                              -Nova, onde faleceu em 2014. Casou a 26-X-1966 em Lisboa com AMÍLCAR PREZADO, coro-

                              nel do Exército. Sem Geração.

10.     JOSÉ TRIGUEIROS DE ARAGÃO OSÓRIO MARTEL (1879-1963), filho de Jerónimo Trigueiros de

          Aragão Martel e Costa (1825-1900), 1.º Conde de Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Maria Isabel

          Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz Pereira de Gusmão (1834-1878). Nasceu a 7-VI-1879 no

          Fundão onde habitou o Castelo dos Trigueiros, ou Castelo do Fundão como também ficou conhe-

          cido, residência por si edificada na primeira década do século XX num revivalismo neo-romântico

          de inspiração medieval, cuja traça foi inspirada no castelo dos Cabrais em Belmonte, dos quais

          ele descendia[76].

          Faleceu a 23-VII-1963 no Fundão.

Fundão, Castelo dos Trigueiros.






Fundão, Castelo dos Trigueiros.

        

Foi presidente da Câmara Municipal do Fundão durante o consulado de Sidónio Pais (1917-1918), assim com de 1932 a 1934, e provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão.

Sempre pautou a sua vida por sólidos princípios morais e cívicos, assim como uma grande delicadeza de maneiras perante toda a gente, com especial referência pelos mais humildes e desfavorecidos aos quais nunca recusava auxílio, segundo testemunho dos seus contemporâneos. O seu temperamento idealista e romântico, valorizando pouco os valores materiais, levou-o a descurar a sua vida financeira o que lhe trouxe algumas dificuldades económicas.

Casou duas vezes.

As suas primeiras núpcias foram com D. ESTELA MEIRELES PINTO BARRIGA (1876-1918), nascida a 20-III-1876, e falecida a 26-X-1918 sem geração, a qual era filha de Tomás de Aquino Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1848-1916)[77], 2.º Visconde de Tinalhas (decreto de 9-XII-1887), moço-fidalgo da Casa Real, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Vicente da Beira, chefe local do Partido Regenerador, deputado, Par do Reino (1906), procurador geral do distrito de Castelo Branco, e de sua mulher e prima, com quem casou a 24-VII-1868, D. Maria José de Meireles Guedes Cabral (n. 1853).

Passuu a segundas núpcias a 19-III-1920, no Fundão, com D. MARIA GRACIOSA DA SILVEIRA E VASCONCELOS (n. 1897), nascida na citada cidade a 23-IV-1897, filha do Dr. Luís António Gil da Silveira, e de sua mulher D. Filomena Cândida Matos da Silveira. Teve filhos do 2.º casamento.

10.      ANTÓNIO TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1875-1931), nasceu a 30-X-1875 e foi

           baptizado a 25-II-1876 na igreja paroquial do Fundão. Faleceu a 16-VII-1931 no Fundão.

           Casou com D. MARIA CARLOTA DE SOUSA VAHIA (1902-1935), nascida em Lamego, e falecida a

           24-IX-1935 na freguesia de Aldeia de Joanes, concelho do Fundão, filha de António Correia Pinto

           de Figueiredo e de sua mulher D. Isabel Emília de Sousa Vahia. Tiveram geração.

 

10.     JOAQUIM TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO (1867-1941), 2.º Visconde do Outeiro por carta de

Joaquim Trigueiros Osório
de Aragão (1867-1941),
2.º Conde de Idanha-a-Nova.
          14-I-1891[78], 2.º Conde de Idanha-a-Nova por decreto de 17-VII-1892[79].

          Nasceu a 19-IX-1867 no Fundão onde foi baptizada a 24-X-1867 na Igreja de

          São Martinho tendo por padrinhos o padre João Pereira Pestana, natural de

          Sarnadas e residente em Alcains, e N. Sr.ª da Conceição, tocando com a co-

           roa da mesma Senhora o seu parente Joaquim de Macedo Pereira Forjaz.

          Faleceu a 23-IX-1941 em Castelo Branco, tendo sido sepultado no jazigo de

          família no cemitério público do Fundão.

Foi um dos maiores lavradores da Beira Baixa onde possuía grandes propriedades agrícolas que administrava directamente, nomeadamente em Alcains, na Mata, em Vila Velha de Ródão, em Idanha-a-Nova e no Fundão, nas quais plantou alguns dos maiores olivais, pomares e vinhedos do distrito de Castelo Branco. Pessoa de fino tracto, senhor de várias palacetes e casas solarengas, dedicou grande parte dos meios de fortuna que possuía à reconstrução e beneficiação de alguns deles com notório bom gosto que todos lhe reconheciam.

A sua avultada fortuna granjeou-lhe influência política e foi um dos aliados do grupo de Vaz Preto – de Manuel Vaz Preto Geraldes. Foi eleito deputado independente pelo círculo de Castelo Branco (1897), assim como deputado da Nação pelo círculo do Fundão (1899). Foi um dos mais influentes, prestigiados e íntegros políticos desta região. Figura das mais salientes no citado distrito de Castelo Branco nos últimos tempos da Monarquia, travou duros combates com os demais partidos, quase sempre conseguindo grandes vitórias para o Partido Progressista do qual era um dos expoentes regionais. Os próprios adversários reconheciam-lhe grande habilidade política, assim como grande seriedade, lealdade, e um civismo exemplar, qualidades que lhe valeram grande admiração e popularidade entre o povo de Alcains, onde residiu muitos anos. Foi a primeira pessoa a ter um automóvel em Alcains no início do século XX.

Quase no fim da vida o destino foi-lhe ingrato, causando-lhe vários reveses económicos, aos quais não foi alheia a Grande Depressão (Crise de 1929) que o obrigou a vender parte das suas propriedades.

Brasão de Joaquim Rebelo Trigueiros
Martel da Silva Leite (1764-1830)
Escudo esquartelado de:
1.º - REBELO, 2.º -  MARTEL,
3.º - TRIGUEIROS, e 4.º - COSTA.
Usava o brasão de armas esquartelado de REBELO, MARTEL, TRIGUEIROS e COSTA, armas de sucessão concedidas a seu avô Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite (1764-1830) por carta datada de 8-VIII-1786.

Alcains,
Casa dos condes de Idanha-a-Nova.
Casou duas vezes.

As primeiras núpcias, quando contava vinte e um anos de idade, foram celebradas a 10-XII-1888 na igreja paroquial de Idanha-a-Nova com D. MARIA ANGÉLICA DE LEMOS TORRES COELHO (1872-1907), de dezasseis anos de idade, tendo por padrinhos o Dr. Manuel Vaz Preto Geraldes, Par do Reino e notável agricultor da Lousa, e o Dr. Fernando Geraldes. D. Maria Angélica nasceu a 14-V-1872 em Coimbra e veio a falecer prematuramente a 16-II-1907 em Alcains, vítima de congestão pulmonar, tendo sido sepultada no jazigo de família no cemitério público do Fundão.

À data deste seu primeiro casamento começou a edificar o seu solar em Alcains, junto à Capela de São Sebastião, popularmente conhecido por “casa do menino Quim”, comprando mais tarde um solar fronteiro que pertenceu aos viscondes de Oleiros, o qual foi por si remodelado e armoriado.



Alcains, Solar dos Condes de Idanha-a-Nova
(anteriormente dos Viscondes de Oleiroas)
Joaquim Trigueiros O. de Aragão
(1867-1941),
2.º Conde de Idanha-a-Nova.



















Sua primeira mulher, herdeira única de seu avô paterno o alferes António Simões Coelho (1804-1891) que adquiriu várias grandes propriedades rústicas postas à venda pelo regime liberal, era grande proprietária rural em Alcains onde ficou conhecida pelo cognome de Mãe dos Pobres devido à sua caridade e grande bondade, revelada ao serviço do bem comum, protegendo sempre os mais necessitados e cuidando dos enfermos[80]. Era filha de Francisco Pereira Torres Coelho (1826-1889), professor catedrático da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, nascido a 2-X-1825 em Alcains, falecido a 9-III-1889, casado a 12-III-1870 com D. Júlia Adelaide de Pádua de Oliveira e Lemos, natural de Coimbra; neta paterna de António Simões Coelho (1804-1880)[81], nascido a 13-VI-1804 em Alcains e falecido em 1880, e de sua mulher D. Maria Clara Pereira Torres da Câmara e Guerra (1805-1834), nascida a 25-XI-1805 em Alcains e falecida a 6-III-1834 em Aldeia Nova do Cabo[82]; e neta materna de Francisco José Gonçalves de Lemos[83], e de sua mulher D. Júlia de Pádua e Oliveira.

As segundas núpcias foram celebradas a 10-III-1910 na freguesia de São José em Lisboa com D. BERTA CORDEIRO CARDOSO (1874-1960), nascida a 12-II-1874 em Lisboa e aí baptizada a 21-III-1874 na Igreja de São Julião, falecida a 1-III-1960 na freguesia de São Sebastião da mesma cidade; filha de José Pereira Cardoso, director do Banco de Portugal, e de sua mulher D. Carlota Cordeiro Feio; neta paterna de António Pereira e de sua mulher D. Maria Lúcia Pereira; e neta materna de Daniel Cordeiro Feio e de sua mulher D. Joana Amália Cordeiro, os quais foram testemunhas deste casamento.

           Filhos do 1.º casamento:

           11.     JOAQUIM TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1890-1937), que segue abaixo.

           11.     ANTÓNIO TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1894-1976), nasceu a 1-II-1894 na vila de Alcains,

                     da qual foi benemérito. Faleceu a 30-III-1976 em Lisboa e foi sepultado no jazigo de família do ce-

                     mitério público de Alcains, vila onde residiu no seu solar. 

António Trigueiros Coelho
de Aragão (1894-1976)

                     Foi um abastado proprietário agrícola e grande industrial, a cujo espí-
                     rito dinâmico se ficou a dever os primeiros passos para o desenvol-
                     vimento industrial da vila de Alcains, da qual foi grande benemérito.
                     Fez estudos de engenharia pelo Royal College of Science na School
                     of Technology da Universidade de Manchester, após o que se lançou
                     numa intensa actividade industrial.
                     Funda então em Alcains a «Sociedade Trigueiros de Aragão, Ld.ª»
                     (1923) para exploração do comércio de azeites e indústria de moagem
                     de cereais, edificando para esse efeito a «Fábrica São Pedro» (1925)
                     junto à estação dos caminhos de ferro, a qual foi equipada com moder-
                     nas máquinas a vapor de origem inglesa destinadas à produção de
                     farinhas de trigo e massas alimentares de alta qualidade, que acabaria
                     por encerrar devido ao facto dos seus produtos não estarem então nos
                     hábitos de consumo e ao alcance do poder de compra dos portugue-
                     ses daquela época, pelo que foi vendida ao grupo CUF que a destinou ao fabrico de rações ani-
                     mais e de “gritz” para a confecção de cerveja; posteriormente constituiu a sociedade «Moinhos
                     Reunidos de Alcains, Ld.ª» (1932), dedicada à produção de farinhas de centeio; cria a fábrica de
                     massas alimentares «A Lusitana» (1935); por fim, edifica no centro de Alcains a finalmente bem
                     sucedida «Fábrica Lusitana» (1954) para o fabrico da farinha auto-levedante “Branca de Neve
                     e da "Espiga”, ambas muito utilizadas para usos culinários devido à sua alta qualidade, à qual se
                     agregou a manufactura de outros alimentos e compostos para animais (1967). Compra ainda a
                     fábrica de bolachas e biscoitos «Confiança Ld.ª», que depois instala em Queluz.

A Casa do Povo da então vila de Alcains foi edificada por sua iniciativa, oferecendo gratuitamente o terreno, bem como o do estádio de futebol de Alcains ao qual foi dado o seu nome de «Trigueiros Aragão».

Casou a 2-II-1918 na Quinta de São Mateus, freguesia da Faia, concelho da Guarda, com D. ANA AUGUSTA PORTUGAL LOBO TELES DE VASCONCELOS (1895-1988), nascida a 22-III-1895 na freguesia da Faia, no concelho da Guarda, e falecida a 29-06-1988 na freguesia de São Mamede, em Lisboa.

Sua mulher era filha única de Manuel Pereira Teles de Vasconcelos (1834-1900), da Casa da Chieira, em Santa Cruz de Alvarenga, no concelho de Arouca, nascido a 2-VI-1834 em Dovim, e falecido em 1900, bacharel em Filosofia pela Universidade de Coimbra, casado na Guarda com D. Joaquina Augusta de Portugal Ribeiro Lobo de Vasconcelos (1854-1929), nascida na Quinta da Ponte, freguesia da Faia, concelho da Guarda, e falecida a 1-VI-1929 em Alcains; neta-materna de José Maria Lobo Correia de Lacerda e Vasconcelos, da Quinta da Ponte, governador civil da Guarda, e de sua mulher D. Ana Augusta Ribeiro Portugal da Silveira, da Casa das Obras em Manteigas. Tiveram geração.

           11.      JOSÉ TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (n. 1897).

11.      MANUEL TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1898-1960), nasceu a 17-XII-1898 em Alcains, tendo

           falecido a 21-XII-1960 de ataque cardíaco na Quinta da Ordem em Vila Velha de Ródão. Residiu     

na sua casa na Praça do Município, no Fundão, e na Quinta da Ordem em Vila Velha de Ródão. Casou a 14-VII-1959, no Fundão, com a D. MARIA DA GRAÇA GUEDES DE CAMPOS ROSADO (1926-2005), licenciada em Medicina, que nasceu a 20-VIII-1926 na freguesia de São Vicente em Abrantes, e faleceu a 13-IV-2005 na freguesia de São João Baptista da mesma cidade, sendo sepultada no cemitério público do Fundão. Sua mulher era filha de David da Silva Rosado (1898-1964), coronel da Arma de Artilharia Antiaérea, que nasceu em 1898 em Alcáçova, Elvas, e faleceu em 1964, casado com D. Maria Elisa Guedes Correia de Campos Rosado (1897-1988), nascida a 18-X-1897 em São Vicente, cidade de Abrantes, e falecida a 20-VII-1988 em Castelo Branco.

           Tiveram:

12.     MARIA DA GRAÇA ROSADO TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1960), nascida a 19-XII-1960, em

          Castelo Branco. Empresária agrícola, licenciada em Ciências Históricas. Casou no Fundão

          com JOSÉ CARLOS LOPES SOARES (n. 1957) que nasceu a 6-VI-1957 na freguesia de São

          Jorge de Arroios em Lisboa, filho de Aníbal Alexandre Soares (n. 1930), o qual nasceu a

          26-VI-1930, e de sua mulher D. Odete de Jesus (n. 1933), nascida a 10-VIII-1933.

                                Tiveram:
                                13.     D. ANA ELISA TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1985), nascida a 12-VI-1985 na fre-
                                          guesia de São Domingos de Benfica em Lisboa.
                                13.     D. MARIA MARGARIDA TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1988), nasceu a 7-III-1988
                                          na freguesia de São Domingos de Benfica em Lisboa.
                                13.     D. MARIA INÊS TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1990), nasceu a 17-I-1990 na fre-
                                          guesia de São Domingos de Benfica em Lisboa. 
                                13.     D. MARIA LEONOR TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1992), nasceu a 19-02-1992.

           11.      FRANCISCO (1903-1905), falecido a 7-I-1905, ainda criança com 15 meses de idade, numa casa

                      da então Rua de São Sebastião em Alcains, e foi sepultado no cemitério público do Fundão.

 

11.     JOAQUIM TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1890-1937) nasceu a 2-XI-1890 em Alcains, Castelo Bran-
          co, tendo  falecido a 29-VII-1937 em Aldeia de Joanes, Fundão, em vida de seu pai.

Casou a 14-VII-1915 com sua prima D. MARIA DA NATIVIDADE TRIGUEIROS DE FIGUEIREDO FRAZÃO (1891-1958), nascida a 7-II-1891, falecida a 19-VII-1958, filha de José de Figueiredo Pimenta de Avelar Frazão Castelo Branco (1858-1913), 2.º Visconde do Sardoal.

          Tiveram:

           12.     JOAQUIM MARIA TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO DE ARAGÃO MARTEL (1921-1982) que segue

                     abaixo.

12.     D. MARIA DE LA SALETE TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1924-

          -2000), 4.ª Condessa de Idanha-a-Nova, 3.ª Viscondessa do Outeiro por alvará do Conselho de No-

                     breza de 7-II-1985. Nasceu a 13-V-1924 no Fundão, e faleceu a 7-II-2000 em Lisboa, solteira.

          Residiu em Lisboa e por disposição testamentária fez várias dádivas beneméritas, entre as quais

          legou o seu solar da Casa do Outeiro em Aldeia Nova do Cabo ao seu afilhado e primo Jerónimo

          Portugal Trigueiros de Aragão (n. 1941), e o seu Solar das Quintãs, na freguesia do mesmo nome,

          no concelho do Fundão, ao povo desta localidade para uma creche e Centro de Dia para Terceira

          Idade.

 

12.     JOAQUIM MARIA TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO DE ARAGÃO MARTEL (1921-1982), 3.º Conde de
          Idanha-a-Nova, 2.º Visconde do Outeiro por alvará do Conselho de Nobreza de 24-IV-1979. Nasceu a 
          16-IV-1921 no Fundão, e faleceu em 1982.

Casou a 5-V-1954 em Fátima com D. LEONOR DE POVOENÇA OSÓRIO DE CASTRO (n. 1933), nascida a 8-I-1933 na freguesia da Sé em Lisboa, professora universitária, licenciada e mestre em Ciências Antropológicas e Etnológicas pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da U.T.L.[84].

Sua mulher era filha de Jerónimo de Melo Osório de Castro, natural de Setúbal, médico veterinário, e de D. Simone Flora Osório de Castro, natural de Paris. Sem geração.

 




Notas: 


[1]       As Ordenanças, cujo regulamento inicial data do reinado de D. Sebastião (1557-1578), vieram substituir a tradicional organização militar das milícias do conto que estavam em vigor desde a Idade Média. Pelo regulamento de 10-XII-1570, chamado «Regimento das Companhias de Ordenanças», dividia-se o reino em vários distritos de recrutamento com os seus quadros próprios, os seus comandos, os seus oficiais, os seus deveres e exercícios periódicos. O Regimento dividia o reino em várias capitanias-mores, chefiadas por alcaides-mores ou senhores dos lugares e, na sua falta, por fidalgos eleitos pelo município de cada comarca ou distrito, com o título de capitães-mores de ordenanças. Cada capitão-mor, com o auxílio de um sargento-mor de ordenanças também eleito, procedia na sua comarca ao alistamento de todos os homens válidos entre os 20 e os 60 anos, com excepção dos fidalgos, oficiais de justiça e de fazenda, eclesiásticos, ou possuidores de cavalos. Cada companhia de ordenanças compunha-se de 250 homens, divididos em 10 esquadras de 25 homens. Como oficiais subalternos de cada companhia havia um capitão de ordenanças que comandava a companhia, um alferes, um sargento, um meirinho, um escrivão, e dez cabos de esquadra, todos propostos pelo capitão-mor à aprovação do rei. Os possuidores de cavalo tinham as companhias de cavalo, organizadas em modos semelhantes. Duraram até 1833, ano em que foram extintas pelo regime liberal.

[2]       A família GOULÃO, foi uma das mais abastadas e proeminentes famílias de Alcains, desde os finais do século XVI até ao fim do século XIX, tendo ao longo de muitas gerações dado inúmeros varões que se distinguiram na vida religiosa e militar, os quais se salientaram nas diversas guerras que assolaram esta região, nomeadamente na Guerra da Restauração contra os espanhóis e nas Guerra Peninsular contra os invasores franceses.

[3]       ANTT, Desembargo do Paço, Leitura de bacharéis, Pedro Aleixo Trigueiros, mç. 5, n.º 36. – Este processo dá-nos estes ascendentes do citado bacharel.

[4]       LUÍS ÁLVARES (c. 1482), patronímico de Álvaro, foi um nome comum nesta época e nesta região, que teve vários homónimos cronologicamente anteriores que poderão ser seus antepassados. Destes destacamos um escudeiro (26-IV-1484) que foi morador em Monsanto e um juiz das sisas da dita vila (4-III-1487), um coudel de Idanha-a-Velha (1-V-1486), e muitos outros que constam da documentação existente na Torre do Tombo, a qual vem referenciada no «Índice da Chancelaria de D. João II». 

[5]       A alcunha de «o Velho», foi-lhe dada por Luís Bivar Guerra (A Casa da Graciosa, p. 201), para o distinguir de seu filho homónimo.

[6]       AUC, PT/AUC/UC-AUC/B/001-001/T/002301

[7]       ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc. 169

[8]       ANTT, Desembargo do Paço, Leitura de Bacharéis, Pedro Aleixo Trigueiros, Mç. 5, n.º 36

[9]       ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55, fol. 20

[10]     D. ISABEL DA COSTA, na habilitação para o Santo Ofício de seu neto Jorge Trigueiros da Costa (1658-1704), no dizer de uma testemunha, é mencionada como sendo a primeira mulher de PEDRO ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1659), do qual desconhecemos outros casamentos que terá havido (Cf. ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55, fol. 14v).

[11]     ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc. 169

[12]     O apelido MOUCHO, tem provavelmente origem numa alcunha, visto os seus antepassados serem Geraldes.

[13]    Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, p. 201

[14]     Diligência de habilitação para o Santo Ofício de Domingos Marque Giraldes, ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc. 169, fol. 10v             

[15]     João Nunes Moucho (c. 1598), e sua mulher, em 1598 compraram terras em Idanha-a-Nova a Francisco Gonçalves.

[16]     Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, pp. 201-202    Neste morgadio dos Giraldes teve origem a Casa da Graciosa em Anadia. 

[17]     ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, doc. 2727 – JOÃO NUNES MOUCHO (c. 1688) era filho de Gonçalo Vaz Nunes, natural da freguesia da Lousa, concelho de Castelo Branco, e de D. Cataria Afonso, natural de Idanha-a-Nova; neto paterno de Domingos Vaz, natural da Lousa, e de D. Catarina Nunes Moucho, natural de Idanha-a-Nova, e neto materno de Miguel Gonçalves Calvo, e de D. Beatriz Domingos, ambos naturais de Idanha-a-Nova.

[18]     ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc. 169.

[19]     ANTT, Desembargo do Paço, Leitura de bacharéis, letra D, mç. 3, n.º 27

[20]     ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc. 169

[21]     ANTT, Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 1, f. 230-230v; e Chancelaria de D. João V, Liv. 33, fl. 232v

[22]     ANTT, Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 98 nº 32

[23]    Por este motivo sua mulher foi compensada com dois alvarás: um de uma Comenda da Ordem de Cristo, outro para um ofício de Justiça ou Fazenda no qual nomearia sua filha.

[24]     Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, § 18º, nº VII-8, pp. 224-225

[25]     ANTT, Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 1, f. 230

[26]     ANTT, Registo Geral de Mercês de D. João V, Liv. 1, fl. 230 v.

[27]     ANTT, Chancelaria de Filipe I, Liv. 10, f. 31v. — O procurador do número era um dos oficiais da vila, de nomeação régia e regra geral com origem nobre, espécie de promotor de justiça encarregado de representar a colectividade em tribunal e responsável pelo alistamento militar.

[28]     D. Luísa Guterres, no assento de baptismo de sua filha Isabel, aparece erradamente (?) com o nome de Isabel.

[29]     ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55. 

[30]     ANTT, Cartório da Nobreza, Processo de Justificação de Nobreza de Joaquim Rebelo Trigueiros Martel Leite (Autos), Mç 22, Doc. 15; e ANTT, TSO, Inquisição de Coimbra, Carta de Familiar de 20-XI-1699, Mç 2, Diligência 55.

[31]    ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55

[32]     O exército de Filipe V, composto de 26.000 homens, invade Portugal e a zona de Idanha-a-Nova em Maio de 1704. Ocupam, arrasam, incendeiam e pilham inúmeras povoações, nas quais fazem grande número de mortos e prisioneiros. Militarmente, apoderaram-se de Salvaterra do Extremo, Segura, Monsanto e Castelo Branco, entre outras localidades, provocando uma total destabilização da região que durou até meados de 1705, prolongando uma grave crise económica agravada pelas más colheitas que se sucederam até ao grande Inverno europeu de 1709-1710.

[33]     No distrito de Castelo Branco havia uma família de apelido Calvo, nomeadamente em Monsanto, que foi aparentada em Idanha-a-Nova com os morgados dos Geraldes. Desta conhecemos Fernão de Andrade Calvo (c. 1589) que, em testamento de 1589, instituiu um morgadio em Monsanto, assim como um Gonçalo Gonçalves Calvo, c. c. D. Catarina Geraldes, da qual teve geração que seguiu os apelidos “Vaz Nunes”, “Vaz Preto”, e “Vaz de Carvalho” – Cfr. Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, pp. 200-205. Conhecemos ainda o juiz João Nunes Calvo (c. 1622), e o tabelião de Monsanto António Calvo De Andrade (1640), mas desconhecemos qual o parentesco destes com a biografada. – in ANTT, Feitos Findos, Administração de Casas, «Sentença passada por João Nunes Calvo ...» mç. 96, nº 43 cx. 97.

[34]     FRANCISCO NUNES PITEIROS (c. 1715) era filho de António Pires Calvo e de sua mulher Isabel Nunes Piteiros, e neto paterno de Gonçalo Gonçalves Calvo e de sua mulher D. Catarina Giraldes.

[35]     António Afonso Calvo, comprou em 1619 um “chão à Marmeleira” em Monsanto (in ANTT, Feitos Findos, Administração de Casas, Mç. 105, n.º 20, e a 16-II-1631, uma “tapada no Cabeço de São Gens em Idanha-a-Nova” (in ANTT, Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 97 nº 7, cx. 98).

[36]     Manuel Álvares Piteiros (n. 1700), de Idanha-a-Nova, declarou num processo de justificação de nobreza «que Jorge Trigueiros Irmão da Avó do Justificante he pessoa bem conhecida delle Depoente fora suceder em hum grande Morgado nos subúrbios da cidade de Coimbra». – in ANTT, Cartório da Nobreza, Processo de Justificação de Nobreza de Joaquim Rebello Trigueiros Martel Leite (Autos de 1786), Mç 22, Doc. 15.

[37]  A Casa das Armas Reais (designação popular), terá sido edificada por volta 1780-90 pelo mestre João de Fontes.

[38]     O padrinho Dr. Domingos Marques Giraldes, conselheiro da Fazenda, filho de Marçal Pires Leitão e de sua mulher Constança Marques Giraldes, era casado com Catarina Trigueiros (Cfr. Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, § - 7, p. 203)

[39]     As testemunhas foram Diogo da Silva Toscano que seguiu os apelidos da mãe e era irmão de Simão Rebelo Martel, e seu pai Jorge Trigueiros da Costa.

[40]     CRISTÓVÃO DE MADUREIRA, comendador do Porto na Ordem de Cristo, viveu algum tempo em Castelo Branco, e casou com Guiomar Toscana, filha de Jorge Toscano e de sua mulher Antónia Toscano, senhores da Quinta de Canelas. Destes deve ser parente Úrsula da Silva Toscano (n. 1640?). – Cfr. GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Azevedos», § 37, Vol. I, p. 564; e Tít. «Madureiras», § 2, 8, Vol. VII, p. 150; e Cristóvão Alão de Morais, Pedatura Lusitana, t. III, v. 2, p. 418. Estes Madureira Toscano, são do antigo Morgado da Quinta do Freixo na margem do Douro, actualmente em Campanhã, na cidade do Porto, que já era coutada no tempo do rei D. Dinis, e esteve na posse de várias famílias. Dos Toscanos há a registar, na Beira: João Toscano de Sousa (c. 1683), vigário da freguesia de Santa Maria, a actual Sé de Castelo Branco; e Pedro Toscano de Sousa, de Alpedrinha, casado com uma filha de Luís Taborda, que fundou a Misericórdia da mesma vila em 1630, para a qual deu a capela de S. Fernando. – in António Salvado Mota, Alpetrinienses Ilustres, 1929, Alpedrinha, p. 129

[41]     ANTT, Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Liv. 5, fl. 18v.

[42]     Segundo Manuel Álvares Piteiros (n. 1700), de Idanha-a-Nova, declarou no Processo de Justificação de Nobreza de Joaquim Rebelo Trigueiros Martel Leite (Autos), p. 16v.

[43]     ANTT, Cartório da Nobreza, Livro de Registo de Brasões de Armas, N.º 3, fl. 256v.

[44]     No processo de Justificação de Nobreza de seu filho aparece também com o nome completo de Jerónimo Trigueiros Martel Toscano Silva.

[45]    A reorganização militar operada para sustentar a Guerra da Restauração, após a declaração da independência em 1640, militarizou a população do reino em, basicamente, três escalões de tropas: 1.º - Exército de Linha, destinado à guerra de manobra nas fronteiras, organizado em terços de infantaria, com 200 soldados cada (num total de 20.000 infantes), provenientes de entre os filhos segundos (excepto os filhos de viúvas e lavradores); e companhias de cavalaria, de 100 ginetes cada (num total de 4.000 ginetes), com oficiais e soldados recrutados entre a nobreza; 2.º - Terços Auxiliares ou milícias, organizadas por 30 comarcas, vocacionados para guarnecer ou defender as praças fortes junto à fronteira, cada terço com 600 homens agrupados em 10 companhias de 60 homens, recrutados entre os filhos de viúvas e lavradores, comandados por um mestre de campo (coronel), e os respectivos sargentos-mores, capitães e alferes; 3.º - Companhias de Ordenanças, organizadas por comarcas, cada uma com 240 homens, as quais serviam fundamentalmente como depósitos de recrutamento e eram comandadas por um capitão-mor, com seu sargento-mor e dois ajudantes, geralmente fidalgos.

[46]     O Convento de Santo António, foi adquirido pela família Manzarra que o converteu em residência solarenga, afectando as suas duas capelas, dessacralizadas, em celeiros agrícolas.

[47]     No mês de Setembro de 1762, nas operações da Guerra dos Sete Anos, os exércitos castelhanos invadem Portugal através dos concelhos de Idanha-a-Nova e Castelo Branco, onde fazem uma grande pilhagem de casas e capelas, aí deixando um grande rasto de miséria e de luto. A análise da sazonalidade dos óbitos no concelho de Idanha-a-Nova, associada à guerra, indicia a existência de alguma epidemia de tipo estivo-outonal nos anos de 1760-63. – Cfr. Maria João Guardado Moreira, Vida e Morte no Concelho de Idanha-a-Nova, pp. 128-157.

[48]     Domingos Lopes Ambrósio, fez uma escritura de trespasse de juro no valor de 30.000 reis ao capitão-mor de Idanha-a-Nova Manuel Álvares Rico a 10-V-1695. Cfr. ANTT, Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 99, nº 11, cx. 100. 

[49]     Cfr. Sanches Roque, Alcains e a sua História, p. 313.

[50]     ANTT, Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 63 v.

[51]     Este assento só foi registado a 7-III-1881.

[52]     ANTT, Registo Geral de Mercês, D. João VI, Liv. 19, fl. 121.

[53]     O MORGADO DE IDANHA-A-NOVA foi instituído por seu avô Domingos Ambrósio (n. 1707) a 13-IV-1751. Quanto ao morgado do Outeiro em Aldeia de Joanes, tinha sede na Casa do Outeiro, anexa à capela do Espírito Santo, e tinha uma casa fronteira a esta num plano mais elevado. Esta casa mais antiga, situada no Outeiro de Cima, com vestígios do século XV e hoje degradada, tinha pertencido a um bisneto de D. Afonso III, e foi berço de Frei Diogo da Silva (n. 1485), o primeiro inquisidor-mor que foi nomeado para este cargo pelo Papa em 1531, a pedido de D. João III.

[54]     O Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova foi criado pelo alvará de 21-X-1807.

[55]     MARIA ANGÉLICA LUDOVINA DE ARAGÃO COSTA SÁ E ORNELAS, descendia dos PROENÇA, OLIVEIRA, CUNHA, e SÁ PEREIRA, algumas das famílias mais antigas de Aldeia Nova do Cabo e do próprio concelho do Fundão. Foram seus antepassados: Pedro de Oliveira Proença, que originou várias casas com este apelido; Diogo Pais da Cunha (f. 1575), cavaleiro da Casa de El Rei D. João III; Miguel Rodrigues Barreiros, familiar do Santo Ofício por carta de 9-X-1571; Afonso Sá Pereira (c. 1674), familiar do Santo Ofício por carta de 25-VI-1674, senhor da Casa do Terreiro e do «Lugar dos Quinteiros», na citada freguesia; Manuel de Sá Pereira (c. 1750), senhor do citado ugar dos Quinteiros e sargento-mor do Fundão em 1750. 

[56]     PEDRO DE ARAGÃO MIRANDA SÁ E VASCONCELOS (f. 1793), descendia dos Oliveiras e Cunhas da Casa do Outeiro e dos Sá Pereiras da Casa do Terreiro, duas das mais antigas famílias de Aldeia Nova do Cabo, no concelho do Fundão. Os Sá Pereiras, de Aldeia Nova do Cabo, eram parentes próximos da Casa de Condeixa. 

[57]     A QUINTA DA PONTE, situada no parque natural da Serra da Estrela, circundada por bosques, está rodeada de jardins à francesa com um fontanário dedicado a S. Luís, rei de França, e atravessada pelo Mondego. Tem um belo solar datado do século XVII, e muito modificado a partir de 1725. A capela é consagrada à Nossa Senhora da Vitória – a qual transporta na mão a bandeira azul e vermelha do miguelismo, opção política de um dos proprietários desta casa – e apresenta, numa parede lateral a seguinte inscrição: «O «Doutor Alexandre de Vasconcelos Coutinho, collegial do Real Colégio de S. Paulo, lente de Cânones da Universidade de Coimbra, Desembargador dos Agravos na Relação do Porto, Familiar do Santo Ofício, mandou fazer esta capela com missa todos os Domingos e Dias Santos. Faleceu a 1 de Abril de 1725 está sepultado na freguesia de N. S. da Victória na cidade do Porto.». Outra inscrição, na porta que dá acesso à sacristia diz: «Bonifacio de Tavora e Vasconcellos Aragão e Miranda. Mandou fazer esta obra á sua custa, e se dirá huma missa nesta capella, todas as semanas por sua alma e de sua mulher Chrisostoma Nogueira e de Francisco José de Figueiredo Falcão, filho de sua mulher. Anno de 1728». Esta casa é um dos berços da família Vasconcelos de Aragão que, segundo a tradição, procedem de D. Pedro Aragão (c. 1297), meio-irmão da rainha Santa Isabel, o qual a acompanhou a Portugal onde veio a casar com D. Constança da Silva, filha do alcaide-mor de Santarém, da qual teve de cinco filhos. Por via sucessória este solar passaria, muito mais tarde, à posse de José de Aragão da Costa da Victória (1844-1908), conde de Tondela, que faleceu tragicamente assassinado por um sobrinho após uma violenta discussão, pelo que o citado solar veio a passar para seus parentes, os Condes de Idanha-a-Nova. O Conde de Tondela, um dos maiores proprietários agrícolas da Beira Baixa, era senhor de uma casa na Guarda, assim como várias outras casas solarengas das quais se destaca um solar apalaçado edificado em 1861 que é actualmente sede da Junta de Freguesia de Aldeia Nova do Cabo, no concelho do Fundão, a imensa casa agrícola de Sarnadas de Ródão, assim como a de Monforte da Beira.

[58]     ANTT, Cartório da Nobreza, Livro 3 do Registo de Brasões de Armas, fls. 231 v. - 232 v.

[59]     Jerónimo Trigueiros de Aragão Martel e Costa, no seu assento de casamento aparece com o nome de Jerónimo Trigueiros de Aragão Costa Martel de Sá e Ornelas.

[60]     ANTT, Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 4, fls. 298 e 308.

[61]     ANTT, Registo Geral de Mercês, D. Luís I, Liv. 7, fl. 1000.

[62]     D. Diogo de Meneses (1772-1862), 3.º Conde da Lousã

[63]     MANUEL VAZ PRETO GERALDES (1828-1902) foi um influente membro do Partido Regenerador no Distrito de Castelo Branco na década de 1880. Dissidente dos Regeneradores com Pinheiro Chagas, Sousa Lobo e o Conde da Graciosa, criadores de um movimento dito “Mais Regeneradores que os próprios Regeneradores”. Ataca o governo em 25-II-1880 e, como consequência deste ataque, gerou-se um conflito de honra que o leva a travar um duelo a 2-III-1880 no qual vence o progressista Emídio Navarro.

[64]     Ao longo da sua vida usou vários apelidos dos seus antepassados de modo aleatório, figurando no seu assento de casamento com o nome de D. Maria Isabel Osório de Sousa Preto Macedo Pereira Forjaz de Gusmão Cunha Cabral Machuca Machado e Vilhena.

[65]     A sua sepultura tem uma cabeceira armoriada com um brasão esquartelado de Preto, Macedo, Cabral e Osório, encimado por uma coroa de Visconde. Tem a seguinte inscrição: «A SAUDOZA MEMÓRIA / DA VISCONDESSA DO OUTEIRO / FALECIDA EM 12 DE JULHO DE 1878 / POR SEU MARIDO O VISCONDE DO OUTEIRO».

[66]     O MORGADO DE PEROVISEU E CHÃOS teve uma instituição complexa, reunindo diversos bens fundiários em momentos diferentes. O primeiro vínculo – de Peroviseu (ou Pêro Viseu, como actualmente se voltou a grafar o nome desta freguesia) – foi instituído a 24-XI-1696 por testamento do padre da Peroviseu Luís Machado Freire. Por outro testamento de 17-XI-1725, da autoria de outro Luís Machado Freire (n. 1661), padre, natural de Chãos, homónimo de seu tio, instituiu outo vínculo – do lugar de Chãos, na freguesia das Donas – nomeando para administradora a sua irmã Maria Machada (viúva de Frei Diogo Dias Preto) o qual se veio juntar ao anterior – da Peroviseu –, passando a chamar-se de “Peroviseu e Chãos” aumentando este património e tendo por cabeça do morgado a seiscentista Casa de Chãos (actual Casa da Cerca). Este morgado atravessou oito gerações da mesma família e era constituído por um grande património fundiário situado nas freguesias de Peroviseu, Valverde e Donas, todas elas no concelho do Fundão, e ainda algum património no concelho da Covilhã. – Sobre este morgado Cfr. ESTEVES, Judite Maria Nunes, «Práticas de Construção e Reprodução de Poder no Portugal Rural do Século XVII ao Século XIX – O Caso do Morgadio de Peroviseu e Chãos (Fundão)», Separata dos Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 44 (1-2), p. 187-208.

[67]    Da antiquíssima capela de São Pedro do Catrão que já existia em 1320, não há actualmente senão vestígios.

[68]     Ao longo da sua vida usou vários apelidos dos seus antepassados de modo aleatório. Seu marido era viúvo de D. Maria Joana.

[69]     ANTT, Cartório de Nobreza, Livro IV, fl. 23. O original desta carta de brasão achava-se em 1915 em poder de Simão Valdez Trigueiros Martel, – Cfr. foto in Afonso Dornelas, «História e Genealogia», Lisboa, 1913-1926, vol. III.

[70]     D. Ana Justina de Sousa Homem de Brito, era um dos seis filhos conhecidos de Diogo Homem de Brito e de D. Joana Teresa Centúrio. 

[71]     Manuel Rosado Marques Camões e Vasconcelos, Oliveiras e Cunhas da Casa do Outeiro Termo do Fundão, 1.º vol., p. 170 e seguintes.

[72]     BARTOLOMEU DE ARAGÃO COSTA E VASCONCELOS (1840-1873), falecido prematuramente em 1873, era filho varão primogénito de Pedro de Aragão da Costa Tavares Roede da Vitória (n. 1819), e de sua mulher D. Maria Correia de Lacerda Lebrim e Vasconcelos. Era irmão José de Aragão da Costa Lacerda da Vitória (1844-1908), 1.º Conde de Tondela.

[73]     JOÃO TELES TRIGUEIROS (1822-1886) era filho do tenente-coronel Nicolau Teles Nunes Guedelha (1788-1862), natural de Escalos de Baixo, concelho de Castelo Branco, e de sua mulher D. Mariana Bárbara Trigueiros Martel (1794-1880), natural de Idanha-a-Nova. Era bisavô do autor destas notas.

[74]     FRANCISCO DE PINA MACEDO FERRAZ GUSMÃO ORNELAS, era filho de José de Pina Machado de Morais Borges Ferraz (f. 1870) que foi coronel do Batalhão de Voluntários Realistas de Penamacor (1830) e do Batalhão de Voluntários Realistas de Castelo Branco, ao serviço da causa miguelista, tendo falecido em Alpedrinha.

[75]     FREDERICO DE SOUSA PIMENTEL (n. 1811?), natural de Penamacor, foi major do exército e administrador do concelho Fundão (1860), onde residiu e onde foi grade proprietário.

[76]     A edificação desta casa iniciou-se em 1908.

[77]     TOMÁS DE AQUINO COUTINHO BARRIGA DA SILVEIRA CASTRO E CÂMARA (1848-1916), era filho de José Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (n. 1802), natural da Soalheira, Fundão, 1.º Visconde de Tinalhas por decreto de 10-X-1870, fidalgo-cavaleiro da Casa Real, senhor dos morgados de Olhos de Água e de Alviela, casado em 1843 com D. Maria Guilhermina Ribeiro Leitão.

[78]     ANTT, Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 2, fl. 139.

[79]     ANTT, Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 4, fl. 299.

[80]     A propósito do falecimento de D. Maria Angélica (1872-1907), a imprensa regional escreve: «… Rica, fez da sua riqueza o património dos pobres que a ela se dirigiam com a mesma confiança com que se dirigiam a uma mãe carinhosa e, que por isso a veneravam, como uma Santa. E com adorável simplicidade ela sabia fazer o bem! (…). Se foi nobre a impressão produzida pela morte da Condessa de Idanha-a-Nova em todos os que tiveram ocasião de lhe apreciar a nobreza da alma e a bondade do coração, essa impressão foi sobretudo enorme em Alcains, campo especial em que exerceu a sua acção de anjo tutelar de todos os infelizes. Aí o triste acontecimento atingiu as proporções de uma grande desgraça, que levou a desolação a todos os lares. Quase todas as pessoas do povo se vestiram de luto e ouvia-se ininterruptamente um coro de soluços, acompanhados destas palavras: Morreu a mãe dos pobrezinhos!» (in Gazeta da Beira, 24-II-1907, p. 2).

[81]    ANTÓNIO SIMÕES COELHO (1804-1891), capitão, era filho de Agostinho Simões Coelho (n. 1762) nascido a 28-VIII-1762 em Alcains, e de sua mulher D. Maria Angélica Vaz (1770-1847) nascida a 5-I-1770 em Tinalhas, concelho de Castelo Branco; neto paterno de Domingos Vaz Simões Coelho (n. 1731, nascido a 17-VI-1731 em Alcains; e neto materno de Paulo Rodrigues (n. 1727) nascido a 18-I-1727 em Tinalhas, casado com D. Maria Vaz, natural de Ninho do Açor, concelho de Castelo Branco.

[82]    D. MARIA CLARA PEREIRA TORRES DA CÂMARA E GUERRA (1805-1834), era filha homónima de D. Maria Clara Pereira Torres da Câmara e Guerra que foi casada com Fernando Tomás Pereira Vaz Freire Goulão (n. 1755) que nasceu a 1-IV-1755 em Alcains, cujos progenitores desconhecemos.

[83]    FRANCISCO JOSÉ GONÇALVES DE LEMOS era filho de António José Gonçalves de Lemos (n. 1840), proprietário da Fábrica de Papel da Lousã, natural de Cernache, concelho de Coimbra, e de sua mulher D. Mariana Rita da Fonseca de Lemos (f. 1859), que foi senhora da Casa dos Fonsecas em Cernache onde nasceu a 22-V-1859; neto paterno de Francisco Gonçalves de Lemos (n. 1752), baptizado a 30-V-1752 em Cernache, que foi casado com D. Maria Joana de Lemos (n. 1753), baptizada a 2-IX-1753.

[84]     Ver de Leonor Osório de Castro Trigueiros de Aragão, Quintãs – Uma aldeia da Beira Baixa, Fundão, e.a., 1994.