2014-05-30

Trigueiros Osório de Aragão (Fundão, Alcains e Idanha-a-Nova, 1870)

Jerónimo Trigueiros Osório de Aragão Martel e Costa
(1825-1900).
1.º Conde de Idanha-a-Nova.


João José Trigueiros Osório de Aragão e Costa
(1870-1921)

10.      JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO E COSTA (1870-1921) foi um dos onze filhos de
           lher D. Maria Isabel Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz de Gusmão (1834-1878).
           Nasceu a 7-I-1870 no Fundão onde foi baptizado na igureja paroquial de São Martinho a 23-IX-1870, ten-
           tendo por padrinho o 1.º visconde de Abrançalha João José Henriques Trigueiros de Castro Ataíde, o
           qual foi representado por procuração passada ao juiz de Direito João Teles Trigueiros, e por madrinha
           Nossa Sra. da Conceição, “tocando com a Coroa da mesma Senhora” Joaquim de Macedo Pereira For-
           jaz natural do Fundão. Faleceu a 28-III-1921 em Escalos de Baixo, concelho de Castelo Branco.
           Foi um distinto equitador e cavaleiro tauromáquico, assim como grande coleccionador de armas e de
           objectos de Arte.
           Casou duas vezes.
Castelo Branco,
Solar dos Viscondes de Portalegre.
(Governo Civil de Cast. Branco)
           As suas primeiras núpcias foram celebradas na igreja paroquial de
           Idanha-a-Nova, quando contava 27 anos de idade, com D. CLARA
           MARIA DA FONSECA COUTINHO E CASTRO DE REFÓIOS (1841-
           -1902)viúva, de  53 anos de idade, nascida a 10-V-1841 na freguesia
           de São Miguel em Castelo Branco, e falecida a 1-IX-1902 na freguesia
           do Coração de Jesus em Lisboa, na sua casa da rua Barata Salguei-
           ro, n.º 55, rés-do-chão, sem geração, quando contava 61 anos de
           idade[1]
           D. CLARA MARIA, era filha de Francisco da Fonseca Coutinho e Cas-
           tro Refoios (n. 1819), 1.º Visconde de Portalegre, nascido a 8-III-1819
           em Castelo Branco, onde foi senhor do solar dos Viscondes de Por-
           talegre que foi sede do Governo Civil, tenente-coronel do Batalhão
           Nacional Cartista de Castelo Branco, fidalgo-cavaleiro da Casa Real
           por alvará de 25-X-1861, comendador da Ordem de Cristo, provedor da Misericórdia de Castelo Branco,
           e de sua mulher D. Maria Adelaide de Mesquita e Albuquerque Castro e Nápoles (1815-1857), nascida a
           24-I-1815 em Castelo Branco; neta paterna de João da Fonseca Coutinho e Castro de Refóios (1793-
           -1866), 1.º Visconde de Castelo Branco, cidade onde nasceu a 7-4-1793 na freguesia de São Miguel, e
           onde faleceu 11-I-1866, casado a 29-IX-1811 com Ana Joaquina de Lencastre Bárbara de Meneses
           (1793-1851)nascida a 10-III-1793, falecida a 12-IV-1851; e neta materna de Francisco de Albuquerque 
           Pinto Castro Nápoles (n. 1778), 1.º Visconde de Oleiros, senhor do Solar dos Viscondes de Oleiros em
Castelo Branco,
Solar dos Viscondes de Oleiros.
(Câmara Municipal de Cast. Branco)
           Alcains (que veio a pertencer aos Trigueiros, condes da Idanha-a-
           -Nova), assim como do solar na quinta da Devesa em Castelo Branco
           (actual Câmara Municipal), grande proprietário e coronel de milícias,
           casado a 2-VI-1840 na freguesia da Lapa, em Lisboa, com D. Maria
           Guadalupe Pereira Forjaz de Mesquita Coutinho Barreto da Fonseca
           (n. 1793)[2]
           D. CLARA MARIA, sua primeira mulher, foi casada em primeiras nú-
           pcias aos 21 anos de idade, com dispensa de quarto grau de con-
           sanguinidade, a 11-IV-1863 na Igreja de São Miguel da Sé em Castelo
           Branco com o seu parente Fernando Afonso Geraldes Vaz Preto (f. 
           1892), de 30 anos de idade, juiz de Direito nascido no Paço da Graci-
           osa, Anadia, e falecido a 4-III-1892 na freguesia do Coração de Jesus
           em Lisboa, sem geração[3]
Idanha-a-Nova, Solar Trigueiros Aragão.
(anteriormente dos Vaz Preto)
Deste seu primeiro marido herdou o solar de Idanha-
-a-Nova, o qual veio a pertencer à família Trigueiros Aragão.          
As segundas núpcias de JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS foram realizadas a 8-V-1904 na Igreja de Nossa Sra. dos Altos Céus, na freguesia da Lousa, concelho de Castelo Branco, com D. LAURA CARDOSO DE ALMEIDA AIRES JUZARTE GAMEIRO (1882-1948), nascida a 6-X-1882 na freguesia das Mercês em Lisboa e falecida a 16-I-1948, filha de Manuel Cardoso de Almeida, natural de Sobreira Formosa, concelho de Proença-a-Nova, e de D. Elisa Adelaide Juzarte Gameironatural de São João Baptista, Almeirim. 
           Filhos do 2.º casamento:
           11.    JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS OSÓRIO CABRAL DE ARAGÃO E COSTA DE ALMEIDA (1905-1958) que
                    nasceu a 10-IX-1905 em Idanha-a-Nova, tendo falecido a 1-IX-1958 em Espinho, e foi sepultado no
                    jazigo de família em Idanha-a-Nova. Proprietário em Escalo de Baixo. Solteiro, sem geração.
           11.    JOAQUIM TRIGUEIROS DE ALMEIDA OSÓRIO DE VILHENA DE ARAGÃO E COSTA (1908-1975),
                    que segue.

11.     JOAQUIM TRIGUEIROS DE ALMEIDA OSÓRIO DE VILHENA DE ARAGÃO E COSTA (1908-1976) nasceu
          a 24-XI-1908 em Idanha-a-Nova, e faleceu a 3-XII-1976 em Alcains. 
Alcains, Casa de São Sebastião
(Trigueiros Aragão).
          Piloto aviador civil, distinto bibliógrafo e coleccionador de armas an-
          tigas, foi herdeiro da casa agrícola de seus pais e senhor dos solares
          de Idanha-a-Nova e Escalos de Baixo, assim como da Casa de São
          Sebastião na vila de Alcains onde viveu. 
          Casou a 16-X-1938  na capela da casa da família de sua mulher em
          Alcains com sua prima D. MARIA ANGÉLICA DE PORTUGAL LOBO
          TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1918)nascida a 26-X-1918 na Casa do
          do Outeiro em Aldeia de Joanes, no concelho do Fundão, filha de
          António Trigueiros Coelho de Aragão (1896-1976) e de sua mulher
          Ana Augusta Portugal Lobo Teles de Vasconcelos (1895-1988).
          Tiveram:
          12.     DIOGO PORTUGAL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1939), que segue abaixo.
          12.     JOÃO ANTÓNIO PORTUGAL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (1940-1917), nasceu a 24-XII-1940 na fre-
                    guesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, cidade onde veio a falecer a 23-VII- 2017 tendo
João António Portugal Trigueiros Aragão
(1940-2017).
sido cremado no Cemitério do Alto de São João.
Mestre de Equitação, foi um dos fundadores da «EPAE - Escola Portuguesa de Arte Equestre», assim como administrador da  Fabrica Lusitana – Produtos Alimentares» em Alcains.
Casou a 5-VII-1971 na Quinta da Fonteireira, em Belas, com D. MARIA DA CONCEIÇÃO DE LANCASTRE E TÁVORA (n. 1946), nascida a 14-III-1946 em Lisboa.
Sua mulher era filha de D. José Maria da Piedade de Lancastre e Távora (1887-1961), 9.º Marquês de Abrantes, 16.º Conde de Penaguião, 12.º Conde de Vila Nova de Portimão[4], nascido a 27-VI-1887 na Póvoa de Santa Maria, e falecido a 16-XI-1961 em Lisboa, licenciado em Engenharia Civil e de Minas que trabalhou na Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, e de sua mulher, com a qual casou as 26-II-1928 em Lisboa, D. Maria Emília do Casal-Ribeiro Ulrich (1907-1994)
          a qual nasceu a 27-VII-1907 em Sintra; neta paterna de D. João Maria da Piedade de Lancastre e Távora
          (1864-1917)8.º Marquês de Abrantes, nascido a 28-XII-1864, falecido a 14-XII-1917, casado a 16-IV-1885
          na Igreja dos Inglesinhos, na freguesia das Mercês em Lisboa, com D. Maria Carlota de Sá Pereira de
          Meneses (n. 1864)nascida a 4-III-1864; e neta materna de João Henrique Ennes Ulrich (1880-1956),
          nascido a 2-III-1880 em Lisboa, falecido a 17-VII-1956, advogado e vice-governador do Banco Nacional
          Ultramarino[5]casado a 15-X-1902 em Lisboa com D. Maria da Conceição do Patrocínio do Casal-Ribei-
          ro (1880-1966)filha de José Frederico do Casal-Ribeiro (1851-1907), 2.º Conde do Casal-Ribeiro.
EPAE - Escola Portuguesa de Arte Equestre.
          Tiveram:
          13.     FRANCISCO XAVIER DE LANCASTRE E TÁVORA TRIGUEIROS
                    DE ARAGÃO (n. 1973)nascido a 17-II-1973 em Lisboa.
                    Casou a 24-III-2006 na Igreja em Sto. António dos Olivais, em
                    Coimbra, com D. TATIANA DE JESUS PEREIRA.
          13.      D. CATARINA DE LANCASTRE TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n.
                    1976), nascida a 24-XI-1976 em Lisboa. 
                    De RODRIGO DE LENCASTRE DE MOURA COUTINHO (c. 1975),
                    filho de Francisco João Campos de Moura Coutinho (n. 1948), 
                    nascido a 4-VII-1948 na freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, cidade onde casou a
                    30-XII-1972 na Igreja de Nossa Senhora de Fátima com D. Maria João de Melo Machado Monterroio
                     de Lencastre (n. 1950), nascida a 18-IV-1950 em Moçâmedes, Angola, teve:
                    14.     ANTÓNIO MARIA TRIGUEIROS DE ARAGÃO DE MOURA
                              COUTINHO (n. 2001)nascido a 4-IX-2001.
          13.     DUARTE MARIA DE LANCASTRE E TÁVORA TRIGUEIROS DE ARAGÃO (1978-1996) que nasceu a
                    23-V-1978 em Lisboa, tendo falecido vítima de um acidente a 9-VIII-1996 em São Martinho do
Idanha-a-Nova, Pedra de Armas
do Solar Trigueiros Aragão.
                    Porto, concelho de Alcobaça.
12.     JERÓNIMO PORTUGAL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1941) que nasceu a
          16-XI-1941 na freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa.
          Empresário agrícola em Alcains, Idanha-a-Nova e em Coruche
          Casou a 6-VIII-1976 na Igreja de Santa Maria em Sintra com D. MARIA DE
          FÁTIMA MATOS DE BRITO E ABREU (n. 1951), nascida a 13-V-1951 na
          freguesia da Ajuda em Lisboa, filha de José César de Brito e Abreu (n. 1907),
          nascido a 17-III-1907 na Casa da Tapada, em Vale de Espinho, no concelho
          do Sabugal, e falecido a  20-I-1989 em Lisboa, casado a 6-X-1935 na Praia
          da Granja, Arcozelo, com D. Maria Manuela Cunhal Patrício da Cunha Matos
          (1908-2001), nascida a 23-VIII-1908 na freguesia de São Sebastião da Pedreira
          em Lisboa, e falecida a 12-IV-2001.
          Tiveram:
          13.     D. MARIA DE BRITO E ABREU TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1980),
                    nascida a 14-II-1980 na freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa. 
                    Casou a 8-XII-2012 com RUI CARLOS VIEGAS LINCE (n. 1976), nascido a 29-IX-1976 en São
                    Julião, Setúbal; filho de Leonel Isidro Pereira Lince e de D. Maria da Graça Viegas; neto paterno
                    de Francisco José Lincede D. Maria Beatriz de Sousa PereiraEmpresário agrícola e pecuário,
                    é responsável pela «Coudelaria Trigueiros de Aragão Lince» situada no Couto dos Carvalhos em
                    Idanha-a-Nova, destinada ao apuramento de diversas linhagens de cavalos lusitanos.
          13.     D. MARIA ANA DE BRITO E ABREU TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1985), nascida a 22-V-1985 na
                    freguesia de São Domingos de Benfica em Lisboa.

12.     DIOGO PORTUGAL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1939), nascido a 2-XI-1939 na freguesia de São Se-
          bastião da Pedreira, em Lisboa. Foi presidente do concelho de administração da «Fabrica Lusitana –
          – Produtos Alimentares» em Alcains.
Diogo Portugal Trigueiros Aragão
(n. 1939)
Casou a 23-XII-1963 em Queluz com D. MARIA DA NAZARÉ FERREIRA INFANTE DA CÂMARA (n. 1943), nascida a 20-X-1943 na freguesia de Benfica, em Lisboa, da qual de encontra divorciado.
Sua mulher é filha de António Caetano Centeno Infante da Câmara (n. 1917), nascido a 6-VI-1917 na freguesia da Pena, em Lisboa, casado a 17-VIII-1942 na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na freguesia da Pena, em Lisboa, com D. Berta Maria Melo Abreu César Ferreira (n. 1919), nascida a 24-XI-1919 na freguesia de Benfica, em Lisboa.
Era neta paterna de Emídio Infante da Câmara Júnior (n. 1888), nascido a 6-VIII-1888 em Alpompé, freguesia de São Vicente do Paúl, concelho de Santarém, casado com D. Maria Nazaré de Almeida e Silva Centeno (n. 1893), nascida a 24-I-1893 na freguesia de Santos-o-Velho, em Lisboa; e neta materna de Raúl César Ferreira (c. 1895), casado com D. Lúcia Maria
           (c. 1895). 
          Tiveram:
          13.     ANTÓNIO PORTUGAL INFANTE DA CÂMARA TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1964), nasceu a 30-XI-
                    -1964 na freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.
António Portugal Infante da Câmara
Trigueiros de Aragão (n. 1964).
                                         É administrador da «Fábrica Lusitana», em Alcains, produtora
                                        das conceituadas farinhas “Branca de Neve”, “Espiga” e
                                        Monte Branco”, entre uma extensa e variada gama de produ-
                                        tos do ramo alimentar que, sob o seu dinâmico impulso, se
                                        destacam pela sua elevada qualidade. 
                                        Detém ainda a propriedade da antiquíssima «Fonte Santa das
                                        Termas de Monfortinho», no concelho de Idanha-a-Nova, dedi-
                                        cada à exploração turística e hoteleira, tirando partido das                            potencialidades paisagísticas e dos bons ares desta região,
                                        assim como das qualidades terapêuticas das suas nascentes
                                        de água mineromedicinal.
                    Com uma competência por todos reconhecida, ocupou em
                    2014 a presidência da «NERCAB – Associação Empresarial da
                    Região de Castelo Branco» cuja designação social foi então
                    alterada para «A.E.B.B. - Associação Empresarial da Beira Baixa», em defesa dos interesses dos
                    seus associados rumo ao desenvolvimento da região e do país.
                    Casou nas suas primeiras núpcias em 1990 em Lisboa com D. CRISTINA MARIA AMORIM DE
                    ALMEIDA (n. 1960), nascida a 8-XII-1960 em Luanda, Angola, filha de José Carlos Ferreira de 
                    Almeida (1930-2011), nascido a 6-VI-1930 em Luanda, casado a 4-VIII-1955 em Lisboa com
                    D. Maria Suzete Santos da Mota Amorim (n. 1935) nascida a 4-VIII-1935 em Luanda. Divorciados.
                    Passou a segundas núpcias com D. ANA MARIA PEREIRA ABRUNHOSA (n. 1970), nascida a
                    4-VII-1970 em Angola, África. Doutorada em Economia pela Faculdade de Economia da Universi-
                    dade de Coimbra, na qual foi professora (1995), abraçou a carreira política e ocupou o cargo de
                    ministra da Coesão Territorial (26-X-2019).
                   Teve das suas primeiras núpcias: 
                   14.     FILIPA DE ALMEIDA TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1993), nasceu a 26-I-1993 em Lisboa. 
                   14.     ANTÓNIO DE ALMEIDA TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1995), nasceu a 11-IV-1995 em Lis-
                             boa.      
13.    D. ANA MARIA PORTUGAL INFANTE DA CÂMARA TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n 1966), nascida a 6-IX-1966 na freguesia de Benfica, em Lisboa.
Casou a 6-VIII-1966 na freguesia de Benfica, Lisboa, nas primeiras núpcias de JOSÉ LUÍS FAZENDA ARNAUT DUARTE (n. 1963), nascido a 4-III-1963 na Covilhã, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa, advogado, administrador da «Lisboa 94Capital Europeia da Cultura (1993-1995)», após o que foi Comendador da Ordem do Infante D. Henrique a 24-V-1995, secretário-geral do Partido Social Democrático (1999), deputado à Assembleia da República pelo PPD/PSD (1999 e 2002), ministro-adjunto do Primeiro-Ministro Durão Barroso (2002), Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional do Primeiro-Ministro Santana Lopes (2004). Seu marido era filho de (…) NUNES DUARTE
Divorciaram-se em 2003, tendo o seu marido contraído segundas núpcias a 9-VII-2005 com D. MARIA HERÉDIA (n. 1965), segunda filha das primeiras núpcias de D. António Júlio Gentil Herédia (n. 1938) com D. Maria Rita de Sande e Castro Salgado (n. 1942).
          Tiveram:
14.   D. ANA TRIGUEIROS ARAGÃO ARNAULT DUARTE (n. 1983), casada a 23-XII-2012 com GONÇALO FARRUSCO RAPOSO DE MAGALHÃES.               
14.    D. MARIANA TRIGUEIROS ARAGÃO ARNAULT DUARTE (n. 1991).    

______________

Notas:

[1]   Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres, jazigo n.º 4031, Rua 7-A, o qual está armoriado com um brasão esquartelado de Lencastre, Coutinho, Castro, e Refóios.
[2]   Francisco de Albuquerque, visconde de Oleiros, tinha residência em Alcains, só passando a residir em Castelo Branco após o casamento, quando herdou a Quinta da Devesa do seu sogro Diogo da Fonseca Barreto de Mesquita.
[3]   Sepultado no jazigo de sua mulher. – Cfr. VALDEZ, Rui Dique Travassos — Subsídios para a Heráldica Tumular Moderna Olisiponense, p. 134-135, n.º 256.
[4]   D. José Maria da Piedade de Lancastre e Távora (1887-1961) detinha ainda os títulos de Marquês de Fontes, Conde de Sortelha, Conde de Abrantes, e representava os títulos de Duque de Abrantes, Conde de Matosinhos e Conde de Figueiró. Foi oficial do exército belga que lhe concedeu a condecoração de cavaleiro da Ordem da Coroa da Bélgica, assim como obteve em Portugal a condecorações de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique, comendador da Ordem Militar de Cristo, etc.
[5] João Henrique Enes Ulrich (1880-1956) era filho de João Henrique Ulrich Jr. (1850-1895), cavaleiro da Ordem de Cristo, comendador da Ordem de Isabel a Católica, vice-governador da Companhia do Crédito Predial, vice-cônsul do Brasil, director-tesoureiro da Sociedade de Geografia de que fora um dos fundadores, director da Companhia de Minas de Santa Eufémia, director da Companhia Nacional de Tabacos, que foi casado com D Maria Cristina d’Orta Ennes (1856-1884). A família ULRICH, ligada ao comércio bancário e à arquitectura, era originária do norte de Hamburgo e veio estabelecer-se em Portugal em meados do século XVIII, após o terramoto de 1755, tendo cooperado activamente na reconstrução de Lisboa, a convite do Marquês de Pombal.

2014-05-25

Morgado dos Semedo e Trigueiros / Cabreiras (Torres Vedras, 1550)

Torres Vedras, Convento da Graça
(antigo Convento de Santo António)


2.      D. FRANCISCA TRIGUEIROS (f. 1609), filha de D. Brites Trigueiros (c. 1545) e de Sebastião Semedo, foi
         moradora em Torres Vedras onde faleceu a 25-VII-1609 com testamento.
         Foi dotada por seu pai com uma terra aos «moinhos de vento» em Torres Vedras, por causa da qual teve
         posteriormente uma demanda com seu irmão António Semedo Trigueiros (c. 1541), por esta ser do seu
         morgado.
         Comprou em 1573 a D. Catarina Andrade uma terra de "azambujeiras" junto à calçada que de Torres Ve-
         dras vai para Lisboa. 
         Casou com seu parente RUI PEREIRA, já falecido em 1571.
         Tiveram:
SEMEDO
         3.      FRANCISCO PEREIRA SEMEDO (f. 1612), que segue abaixo.
         3.      JOÃO TRIGUEIROS (f. 1604), que foi morador na freguesia de Santa
                  Maria do Castelo em Torres Vedras, onde veio a falecer a 22-XI-1604
                  e «ficou por testamenteiro seu irmão Francisco Pereira Semedo». 
                  Foi moço da Câmara e recebeu a «mercê do cargo de escrivão da fei-
                  toria da fortaleza de Damão por tempo de 3 anos …» por carta régia
                  de 14-I-1568. Passou novamente à Índia em 7-III-1576, na armada ca-
                  pitaneada por Rui Lourenço de Távora[1].

3.       FRANCISCO PEREIRA SEMEDO (f. 1612), que sabemos ter falecido «às
          onze horas da noute» de 19-II-1612 na freguesia de Santa Maria do Castelo
          em Torres Vedras.
          Era moço da Câmara e foi à Índia em 1563 na nau Graça capitaneada por
          Diogo Lopes de Mesquita, integrada na frota da capitania-mor de D. Jorge
CABREIRA
          de Sousa Mesquita[2].
          Em Damão teve aforada pelo Vice-rei D. António de Noronha a renda do «patraguel»
          da aldeia de Chinchana, de 1572 a 1584[3].
          Foi senhor de escravos e cativos, os quais seguiram o seu apelido PEREIRA[4].
          Obteve brasão de armas, por carta de 14-IV-1592, com um escudo ostentando as
          armas de PEREIRA e de TRIGUEIROS, trazendo por diferença meia brica de ouro e
          nela uma merleta preta[5].
Era primo co-irmão de Sebastião Semedo Trigueiros, o qual obteve em 1597 uma carta de brasão de armas[6].
Casou com D. ISABEL CABREIRA (f. 1628), falecida a 6-VII-1628 na freguesia de Santa Maria, em Torres Vedras, a qual «fez testamento e he testamenteiro seu sobrinho Francisco Cabreira».
Tiveram:
4.    JOÃO TRIGUEIROS PEREIRA (f. 1664), que segue abaixo.
4.    JOÃO CABREIRA (f. 1606), falecido a 5-XI-1606 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres
       Vedras.
4.    FRANCISCO CABREIRA TRIGUEIROS (f. 1628), faleceu a 29-XI-1628 em Santa Maria do Castelo, em
       Torres Vedras. 

Torres Vedras, Conv. da Graça,
Claustro.
4.       JOÃO TRIGUEIROS PEREIRA (f. 1664) sucedeu na casa de seu pai e veio
           a falecer a 16-VI-1664 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres
          Vedras, onde «foi enterrado no Convento de N.ª S.ª da Graça e fez testa-
          mento e nomeou seu filho João Pereira Trigueiros por seu testamentei-
          ro».
Em 1615, juntamente com sua mulher, faz a venda de uma terra no termo da Lourinhã.
Residiu em Torres Vedras onde foi «capitão d’El Rei Nosso Senhor» (1616)[7], assim como foi mesário da Santa Casa da Misericórdia (1620), e procurador às Cortes de 1645, ano em que aí serviu de juiz.
Casou a 12-I-1608 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, com sua prima D. ISABEL TRIGUEIROS (f. 1658), falecida a 25-VI-1658 em Torres Vedras e «sepultada no Convento de N.ª S.ª da Graça na capella de suas tias», armoriada com o brasão dos Cabreiras, por baixo do qual consta a seguinte inscrição[8]:
Capela de Maria Cabreira
(1635),
N.ª Sr.ª da Graça, T. Vedras.
                    «Esta Capella é de Maria Cabreira, e de sua irmã Camilia Froes,
                    filhas de André Cabreira e de Margarida Preta, a qual ornarm e
                    a paramentaram à sua custa de ornamento, prata, e tudo o
                    mais que para o ornato desta Capella foi necessario. E os Reli-
                    giosos deste Convento têm obrigação de dizerem para sempre
                    duas Missas quotidianas, uma pela alma de Maria Cabreira, e
                    outra pela alma de Camilia Froes, pelas quais missas deram de
                    esmolla a este Convento dois mil cruzados, com que se acabou
                    de fazer esta igreja: e deram mais 100$000 reis para as obras
                    da mesma igreja, com obrigação de os Religiosos terem a
                    alampada desta Capella acesa todos os domingos e dias san-
                    ctos; a n’esta Capella se sepultarão todos os parentes, que
                    Maria Cabreira nomear em seu testamento, conforme a escritu-
                    ra que fez nas notas de António dos Rios, aos 10 dias do mez
                    de Junho do anno de 1638».
                          (ANTT, Notariais, Torres Vedas, Tabelião António dos Rios, 10-VI-1638)
         Tiveram:
         5.       D. ISABEL CABREIRA (1609-1647), baptizada a 24-IX-1609 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em
                   Torres Vedras, tendo por padrinhos João Pereira e Maria Cabreira.
                   Faleceu as 4-VIII-1647, «filha família» solteira, sem geração, e «está enterrada na igreja de Nossa
                   Senhora da Graça na capella de suas tias».
         5.       FRANCISCO (n. 1611), baptizado a 24-3-1611 na mesma igreja, tendo por padrinhos Pedro Leitão
                   de Góis e Catarina Serrão. Faleceu menor.
         5.       ANDRÉ (n. 1613), baptizado a 19-VII-1613 na citada Igreja de Santa Maria do Castelo, tendo por pa-
                   drinhos Acácio Botado de Almeida e Maria Cabreira.
         5.       Padre Fr. MIGUEL DA LUZ (n. 1615), baptizado a 4-IX-1615 na mesma igreja, tendo por padrinhos
                    João Pereira e Leonor Cabreira. Foi testamenteiro de sua tia Maria Cabreira, falecida em 1645.
         5.       D. FRANCISCA CABREIRA (n. 1617), baptizada a 5-X-1617 na mesma igreja, tendo por padrinhos
                    Nicolau da Franca de Brito e D. Maria, mulher de João Pereira. Aparece como madrinha em 1645. 
                   Casou com ANTÓNIO DE ALMEIDA SEIXAS, já viúvo, morador na sua Quinta de Barbas de Porco,
                   em Aldeia Galega de Merceana, Alenquer.
                   Tiveram:
                   6.      SEBASTIÃO DE ALMEIDA SEIXAS (c. 1692), teve foro de fidalgo por alvará de 30-VI-1692[9],
                             e por carta de 9-1X-1693 obteve a comenda de Nossa Senhora das Vidigueiras[10]
                             Casou com D. Inês Maria de Matos.
         5.       JOÃO PEREIRA TRIGUEIROS (1621-1672), baptizado a 22-I-1621 na Igreja de Santa Maria do Caste-
                   lo em Torres Vedras, apadrinhado por Francisco Cabreira morador em Lisboa, e Maria Trigueiros
                   Serrão moradora em Torres Vedras[11].
                   Veio a falecer tragicamente a 5-II-1672, «o qual matarão no caminho de Lisboa vindo pera sua casa
                   o dia antes que foi sexta-feira cinco do dito mes estão obrigados ao bem de sua alma seus herdei-
                   ros», e recebeu sepultura no Convento de Nossa Senhora da Graça, em Torres Vedras.
                   Foi procurador às Cortes de 1649.
                   Casou duas vezes.               
                   As suas primeiras núpcias foram celebradas a 2-VII-1640 na Igreja de Santa Catarina em Lisboa, e
                   posteriormente por bênção matrimonial oficiada a 23-II-1648 na Igreja de Santa Maria do Castelo,
                   em Torres Vedras, com D. GUIOMAR DE EGA DA CUNHA (1622-1661) que foi baptizada a 13-I-1622
                   na Igreja de São Pedro da mesma cidade, filha de António Madeira da Cunha (c. 1619), cavaleiro
                   do hábito de São Tiago, procurador às cortes de Lisboa de 1619, juiz dos Órfãos da Vila de Torres
                   Vedras (Alvará de 9-I-1641), e de sua segunda mulher D. Mariana de Sousa Sequeira. Veio a falecer
                   a 14-IX-1661 na freguesia de Santa Maria do Castelo em Torres Vedras, e «está enterrada no Con-
                   vento de N.ª S.ª da Graça». 
                   As segundas núpcias foram celebradas a 19-II-1662 na Igreja de São Tiago de Torres Vedras com
                   D. INÊS BOTELHO GALHARDO (c. 1662), natural dessa freguesia, filha de João Botelho de Lemos,
                   que foi fidalgo da Casa Real, e de sua segunda mulher D. Camila Vargas da Silva; neta paterna de
                   Fernão Botelho de Lemos e de sua mulher D. Inês Faria da Cunha; e neta materna de Jorge Godi-
                   nho de Abreu (f. 1608), falecido a 13-VI-1608) na freguesia de São Pedro de Torres Vedas, e de sua
                   mulher D. Maria Vargas da Silva. Com geração deste casamento.
                   Filhos do 1.º casamento:
                    6.      FRANCISCA (n. 1645), baptizada a 6-VII-1645 na mesma igreja, apadrinhada por Francisco
                             Cabreira e Francisca Cabreira, filhos de João Trigueiros Pereira. Faleceu menor.
                   6.       JOÃO TRIGUEIROS PEREIRA (n. 1644), baptizado a 15-V-1644 na Igreja de Santa Maria do
                             Castelo em Torres Vedras, apadrinhado por João Botado de Almeida e D. Damiana.
                   6.       ANTÓNIO (n. 1652), baptizado a 10-VI-1652 na Igreja de Santa Maria do Castelo em Torres
                             Vedras, pelo prior D. Manuel de Noronha, e apadrinhado por António de Almeida e D. Isabel,
                             filha de Rodrigo de Oliveira.
                   6.       FRANCISCO (n. 1653), baptizado a 28-III-1653 na citada Igreja de Santa Maria do Castelo, ten-
                             do por padrinho Bartolomeu Barreiros Baracho.
                   6.       D. ISABEL (n. 1656), baptizada a 24-I-1656 na mesma igreja, apadrinhada por seu avô João
                             Trigueiros, e por Rodrigo de Oliveira.
                   6.       D. FRANCISCA (n. 1657), segunda do nome, baptizada a 21-VI-1657 na mesma igreja, apadri-
                             nhada pelo juiz de Fora Manuel de Sousa, e por D. Antónia que era mulher de António de
                             Oliveira.
                   6.       D. MARIANA (n. 1658), baptizada a 6-IX-1658 Igreja de Santa Maria do Castelo em Torres Ve-
                             dras, apadrinhado por seu irmão João Trigueiros Pereira, e pela irmã do seu pai D. Maria
                             Cabreira.
                   Filhos do 2.º casamento:
                   6.       D. CAMILA (n. 1664), baptizada a 24-II-1664 na Igreja de São Tiago, em Torres Vedras, tendo
                             por padrinho o beneficiado Francisco Pereira Trigueiros. Casou com ... , filho de Constanti-
                             no Mendes «com o qual sua mãe casou também e foi 2.ª mr».
                   6.       D. JACINTA (n. 1665), baptizada a 20-VII-1665 na citada Igreja de São Tiago, apadrinhado por
                             Brás de Pina, corregedor da comarca de Torres Vedras, e por D. Joana Teresa, mulher do
                             juiz de Fora da mesma cidade.
         5.       MARIA (n. 1624), baptizada a 9-IX-1624 na mesma igreja, tendo por padrinhos Brás de Aguiar, mo-
Torres Vedras, Convento da Graça.
                   rador no lugar da Louriceira, em Torres Vedras. Faleceu menor.
         5.       D. MARIA CABREIRA TRIGUEIROS (1625-1673) que foi baptizada
                   a 29-X-1625 na citada Igreja de São Tiago em Torres Vedras, ten-
                   do por padrinhos Francisco Cabreira e D. Isabel Cabreira, sua
                   avó. 
                   Faleceu a 17-IV-1673 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em
                   Torres Vedras, e «fez testamento e foi sepultada no Mosteiro de
                   N.ª S.ª da Graça desta ditta villa, seu marido dará conta».
                   Casou com MANUEL DE MESQUITA REBELO (f. 1696), «cristão
                   novo» que veio a falecer a 11-XI-1696 em Torres Vedras, e «fez
                   seu testamento e seu testamenteiro o beneficiado António Luís Col (…) dará conta». Sem geração.
         5.       FRANCISCO CABREIRA TRIGUEIROS SEMEDO (n. 1628), que segue abaixo.
         5.       BENTO (n. 1630), baptizado a 28-VIII-1630 na mesma freguesia, tendo por padrinho Brás de Aguiar
                   que foi morador em Torres Vedras.

5.      FRANCISCO CABREIRA TRIGUEIROS SEMEDO (n. 1628), baptizado a 6-III-1628 na Igreja de Santa Maria
         do Castelo em Torres Vedras, tendo por padrinhos Francisco Cabreira que foi comendador do hábito de
         Cristo, e Maria Cabreira moradora em Torres Vedras.
         Casou a 7-VIII-1647 na Igreja de São Tiago, Torres Vedras, com D. LUÍSA LOBO DE LEMOS SOTOMAIOR
         (c. 1647), tendo por testemunhas João Pereira, António João e Martinho da Costa. Sua mulher era filha
         de Francisco Carnide de Sotomaior, casado a 25-I-1621 na citada Igreja de São Tiago com D. Mariana
         Lobo da Costa.
         Tiveram:
         6.       JOÃO TRIGUEIROS SOTOMAIOR (1653-1729), que segue.

6.      JOÃO TRIGUEIROS SOTOMAIOR (1653-1729), baptizado a 22-IV-1653 na Igreja de São Tiago, em Torres
          Vedras, apadrinhado por seu avô materno Francisco de Carnide Sotomaior.
          Faleceu a 13-X-1729 «na Azenha das Cachouças em casa de seu genro Joseph Pinheiro de Oliveira»,
          na freguesia de São Pedro de Dois Portos, no concelho de Torres Vedras.
Foi capitão de Auxiliares, senhor da Quinta de Monte Deixo situada na freguesia de São Pedro  de Dois Portos, onde viveu por alguns anos, assim como administrador dos «Morgados dos  Semedos e Trigueiros» por demanda judicial que ganhou contra D. Catarina Maria de Figueiroa e seu marido Diogo de Vasconcelos.
Casou a 1-XII-1676 na Igreja de São Pedro, em Torres Vedras, com D. LEONOR FRANCA DA SILVA (c. 1677), natural da freguesia de Santa Maria Madalena do Turcifal.
Tiveram:
7.     CRISTOVÃO TRIGUEIROS PEREIRA (f. 1736), natural da Quinta de Monte Deixo, freguesia de São
        Pedro de Dois Portos, Torres Vedras. Faleceu a 15-I-1736 e foi sepultado no Convento de N. Sra. da
        Porta de Céu nas Telheira, em Lisboa.
        Seguiu a vida militar e a 16-X-1709 foi-lhe passada carta para Capitão de Granadeiros[12], tendo
        embarcado para o Rio de Janeiro para servir nesse cargo (1711), o qual veio posteriormente a
        abandonar, tal como o morgadio da casa paterna, para abraçar a vida religiosa com o nome de Frei
        CRISTÓVÃO DE JESUS MARIA, recolhendo-se à Seráfica Província da Imaculada Conceição onde
        se ocupou dos ofícios de arquitecto e estatuário.
7.     D. CATARINA TRIGUEIROS PEREIRA (f. 1740), natural da citada Quinta de Monte Deixo, em Dois
        Portos. Viveu na freguesia de Nossa Senhora da Purificação da vila de Aveiras de Cima.
        Faleceu a 20-VI-1740, já viúva, «em casa do Alferes Joseph Pinheiro de Oliveira, morador na Aze-
        nha das Cachouças», na citada freguesia de Dois Portos, em cuja igreja foi sepultada.
        Casou com o capitão MATIAS GIRÃO DE TORRES, de Aveiras de Cima, do qual não teve geração.
7.     D. MARIANA ANTÓNIA DE SOTOMAIOR (n. 1777), que segue abaixo.
7.     D. LEONOR JOSEFA TRIGUEIROS SOTOMAIOR (f. 1742), natural da Quinta de Monte Deixo, em
        Dois Portos. Faleceu a 9-III-1742 no lugar da Ribaldeira, em São Pedro de Dois Portos.
        Casou com MATIAS MANUEL FRANCEZ, o qual era filho do capitão Luís Francez e de sua mulher
        lher D. Francisca dos Anjos Real (f. 1740) que faleceu a 1-III-1740 no lugar da Ribaldeira.
        Seu marido casou em segundas núpcias com D. Mariana Ignácia (f. 1757), a qual veio a falecer a
        20-VII-1757 no referido lugar da Ribaldeira, e voltou a casar em terceiras núpcias com D. Joaquina
        Rosa (f. 1787), falecida a 14-VIII-1787 no mesmo lugar; ambas sepultadas na Ermida do Espírito
        Santo. Sem geração.

7.       D. MARIANA ANTÓNIA DE SOTOMAIOR (f. 1777), nasceu na Quinta de Monte Deixo, na freguesia de
          São Pedro de Dois Portos, concelho de Torres Vedras, e veio a falecer a 9-IV-1777 no lugar da Azenha
          das Cachouças.
          Casou com o alferes JOSÉ PINHEIRO DE OLIVEIRA, natural do lugar da Azenha das Cachouças, em
          Dois Portos, filho de Pedro Francisco Pinheiro (f. 1725), natural da citada Azenha das Cachouças onde
          faleceu a 26-X-1725, e de sua mulher Lourença de Oliveira (f. 1719), natural do lugar da Feiteira, fregue-
          sia de Dois Portos, e falecida a 30-VII-1719 na Azenha das Cachouças; neto paterno de João Dias e de
          sua mulher D. Maria  dos Santos.
          Tiveram:
          8.      D. PAULA (f. 1719), baptizada a 19-IV-1719 em Dois Portos, Torres Vedras, tendo por padrinho o ca-
                   pitão João Trigueiros Sotomaior, seu avô materno, e por madrinha D. Catarina Trigueiros Pereira,
                   sua tia materna e mulher do capitão Matias Girão Torres que era morador em Aveiras de Cima.
         8.      JOAQUIM JOSÉ TRIGUEIROS (1726-1788), baptizado a 11-IX-1726 em São Pedro de Dois Por-
                  tos, apadrinhado por Manuel Francisco de Dez Ovelhas, e D. Catarina Trigueiros Pereira.
                  Fez justificação de nobreza a 27-I-1758, juntamente com seu irmão Bernardo José Trigueiros
                  Pereira.
                  Foi senhor da Casa das Azenhas das Cachouças, em São Pedro de Dois Portos, onde fale-
                  ceu a 20-VIII-1788, deixando
«hum testamento de mão comum e além do ditto testamento fez huma disposição verbal na presença do Tabelião da Enxara dos Cavaleiros, Isidoro de Almeida e do Capitão Crispim Rodrigues Monteiro e José Alexandre Pinheiro e do padre Coadjutor desta freguesia, Francisco Dias Pimenta, em que nomeou para administradora de duas capellas que possuía, hua no Casal do Zambujal, junto a Mafra, e outra no sítio dos Pisões, destrito desta freguesia a sua sobrinha Dona Marianna, filha de seu irmão Bernardo José Trigueiros, já defunto e foi amortalhado no hábito de São Francisco e acompanhado de mim Párocho e mais padres desta freguesia e alguns de fora e das Irmandades e Confrarias da mesma e sepultado dentro della».
                  Casou com D. JOSEFA CAETANA DA COSTA MALHEIROS (f. 1786), falecida a 26-VII-1786 no
                  lugar da Azenha das Cachouças, e «fez testamento solemne de mão comum com o ditto seu
                  Marido e delle consta que se digão por cada hu trinta missas e trinta pellas almas de seus
                  pais e foi amortalhada no hábito de São Francisco, acompanhada de mim Parocho e mais
                  padres desta freguesia e da do Sobral de Monte Agraço e Irmandades e Confrarias desta
                  igreja e dentro nella sepultada». Não teve geração.
         8.      BERNARDO JOSÉ TRIGUEIROS PEREIRA (c. 1758), que segue.

8.      BERNARDO JOSÉ TRIGUEIROS PEREIRA (c. 1758), natural do lugar da Azenha das Cachouças,
         freguesia de Dois Portos, onde residiu. Foi capitão de Auxiliares.
         Fez justificação de nobreza a 20-VIII-1758, juntamente com seu irmão Joaquim José Trigueiros,
         pelo que lhe foi passada carta de brasão de armas a 2-XII-1758 com um escudo esquartelado de
         PINHEIROOLIVEIRAPEREIRA, e TRIGUEIROS.
         Na mesma carta de brasão se declara que os seus antepassados
                  «procedem de António Trigueiros [f. 1545?], cavalleiro castelhano, que veio a este reino com
                  a rainha D. Maria, segunda mulher do rei D. Manuel, por seu trinchante, a quem o mesmo rei
                  fez fidalgo e a seus filhos, e d’elle procedem n’este reino todos os d’este appelido»[13].
         Casou com D. MARIANA ROSA DA SILVA BRAGA (f. 1774), que veio a falecer a 26-I-1774 no lugar
         de Azenha das Cachouças, em São Pedro de Dois Portos.
         Tiveram:
                   9.      FRANCISCA (f. 1777), falecida de menor idade a 1-V-1777 no lugar da Azenha das Cachouças,
                            em Dois Portos.
                   9.      D. MARIANA ROSA SOTOMAIOR TRIGUEIROS, que segue.

 9.      D. MARIANA ROSA SOTOMAIOR TRIGUEIROS, que ficou herdeira de seu tio Joaquim José Trigueiros
          (1726-1788), que vai acima, pelo que deve ter sucedido nos «morgados dos Semedos e Trigueiros».
Casou com LINO CAETANO DOS REIS BRANCO, filho de Francisco dos Reis Branco e de sua mulher D. Francisca Maria da Conceição.
          Tiveram:
          10.     MARIA (n. 1792), baptizada a 10-I-1792 na Igreja de São Pedro de Torres Vedras.

v
Doc:

«Sentença Cível de Justificação de Nobreza de Bernardo José Trigueiros Pereira [c. 1758]
 e seu Irmão Joaquim José Trigueiros [1726-1788]»

«Dom José por graça de Deos Rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém Mar em África Senhor da Guiné e da Conquista Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia. A todos os Corregedores, Provedores, Ouvidores…»
«Brazam // Portugal Rey de Armas Principal de El Rey Nosso Senhor. Faço saber a quantos esta minha carta de Brasam de Armas de Nobreza digna de fé e crenssa virem que Sebbastiam Semmedo Trigueiros, Mosso da Camera do ditto Senhor, morador na villa de Torres Vedras, me pedio e requereo que porquanto elle descendia por linha direita legitimma sem bastardia por parte de seu pay António Semmedo Trigueiros e de sua May Izabel Rodrigues Pereira e de sua Avó Beatriz Alves Pereira e de Seus Bisavós das gerassoins e linhagens dos Trigueiros Pereiras que nestes Reinos sam Fidalgos de Cota de Armas e os Pereiras do Sollar conhecido como constava do Instromento authorizado que apresentava que lhe desse hum Escudo com as Armas que a ditta linhagem pertencem e a elle direito por lhe pertencerem devia trazer dellas uzar e gozar das honras e liberdades e mais diga que por bem da nobreza dellas gozarem seus antepassados pelo que provendo o seu requerimento por virtude do que constava do ditto Instromento como o poder e authoridade que de meu officio para isso tenho busquei os livros da nobreza da nobre Fidalguia do Reino que em meu poder estam acho nellas que as Armas que as dittas linhagens pertencem serem estas que com esta lhe dou emluninadas, o escudo esquartelado ao primeiro dos Trigueiros e ao segundo dos Pereiras, e assim os contrarios com mais seu paquife, elmo com timbre de Pereiras e por diferença huma meya brica de ouro e nella huma Estrella azul que com ella pois lhe pertencem segundo regimento da Armaria deve trazer para assim dever dellas usar. Rrequeiro às Justissas da corte do ditto Senhor e por bem do officio da nobreza guardem ao Supplicante … concedidas as dittas Armas ellas deichem pessuir nos autos em que a nobreza dellas dá lugare por verdade lhe passei esta de certidam em lisboa por mim assignada aos dezanove dias do mes de Dezembro Diogo de São Romam o fiz no Anno do Nascimento de Nosso senhor Jesus Cristo de mil quinhentos e setenta e sette. Portugal, pp. Rey de Armas //».
«Saibam quantos este Instromento com dittos de testemunhos dados por mandado e authoridade de justissa virem que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil quinhentos e setenta e sette annos aos vinte e seis dias do mes de Janeiro nesta villa de Torres Vedras e pouzadas de mim Tabelliam ao diante nomeado pareceu Sebbastiam Semmedo morador na ditta villa e me deu a petição digo me deu huma petissam com hum despacho em ella posto do licenciado Diogo de Macedo de Albuquerque Juiz de Fora pella Infanta Donna Maria Nossa Senhora e comessada por El Rei Nosso Senhor a qual petissam e despacho se segue Pedro Gomes Tabelliam escrevi // Senhor. Sebbastiam Semmedo, morador nesta villa faz saber a vossa mercê  que  a elle lhe he necessario fazer certo em como elle he filho legitimo de Antonio Semmedo outrosim morador nesta villa já defunto e assim como o ditto seu Pay era filho legitimo de Sebastiam Semmedo Avô delle suplicante e que outrossim o ditto Sebbastiam Semmedo seu Avô for a homem dos principaes em geraçam e fidalguia desta terra e se tratara sempre como homem nobre e fidalgo e como tal for a tido e havido nomeado e servira a El Rey Nosso Senhor em Azamor com Armas e cavalos, e em sua casa tinha sempre cavallos na Estrebaria e se servira com homens e mossos e mouriscos em suas estribarias  assim se tratara e fôra outrosim havido publicamente por todos e outrosim o dito Antonio Semmedo Pay do suplicante fôra hum Homem que outrosim viveo muitos annos casado nesta villa e sempre se tratara com hum cavallo na estrebaria e armas se servira com homens e mossos que o serviam e negros em sua estrebaria isto como homem nobre e fidalgo e por tal fora tido havido e nomeado elle Sebastião Semmedo filho e netto dos dittos António Semedo e Sebastiam Semmedo foi e he homem que sempre se tratou como homem nobre e fidalgo com cavalo na estrebaria  com Armas e homens e mossos que o serviam e assim lhe he necessário fazer certo em como em Portugal não há geração de homem que tenha o sobrenomme nem se chamem Semmedos somente nesta villa que foram os dittos Pay e Avô delle suplicante de quem atras se faz menção e em Niza villa de Alentejo e em mais lugares alguns do ditto Alentejo os quais sam parentes delle suplicante e como taes se tem e sam tidos e sam outrosim homens nobres e fidalgos e como o abito parte delle e se tratam e se trataram os mortos com cavallos e armas e mossos que os serviram e por taes sam tidos e havidos e conhecidos e outrosim lhe he necessário justificar em comno Geraldo Sem Pavor foi o que tomou Évora em tempo de Mouros sendo ella delles e foi o primeiro cappitam que a cidade de Évora teve christam por merce que El Rey disso fez pela tomar e que deste Geraldo Sem Pavor descende a ditta geração dos Semmedos que sam elle suplicante e os dittos seus Paes e Avós e os dittos seus parentes e contheúdos nesta petiçam e assim he notório e o sabrem muitas pessoas pelo assim ouvirem dizer e ser publica voz e fama e de a vossa mercê que pello conhecido nesta petiçam lhe mande perguntar as testemunhas que apresentar…»
«Saibam quantos este instrumento de … virem que no Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e quinhentos e quarenta e cinco annos aos doze dias do mes de Dezembro do ditto anno na villa de Torres Vedras nas casas de morada de Sebastiam Semmedo Cavaleiro da Casa del Rei Nosso Senhor estando ahi em presença de mim Tabellião e das testemunhas ao diante nomeadas o ditto Sebastiam Semmedo e sua mulher Beatriz Trigueiros de huma parte e bem assim Alvaro Froes, pedreiro, e sua mulher Isabel Dias, moradores no lugar de Louriceira, termo da ditta villa…»
«Saibam quantos este este instrumento e quitação virem que no anno do nascimento de Nosso senhor Jesus Christo de mil quinhentos e setenta e hum annos aos dezasseis dias do mes de Novembro nesta villa de Torres Vedras nas casas de morada de Francisca Trigueira, dona viúva mulher que foi de Ruy Pereira que Deos tem estando ella ditta Francisca Trigueiros assistindo em huma parte e bem assim de outra Sebbastiam Semmedo, Mosso da Camera de El Rei Nosso Senhor morador nesta villa e por elles partes foi dito que António Semmedo que Deos haja Pay delle Sebastiam Semmedo  trouxera demanda com ella Francisca Trigueira e com o dito seu marido sobre huma terra que está aos moinhos de vento, comarqua desta villa que parte de huma banda com  terra de …que o ditto António Semmedo demandou por ser do seu Morgado a qual terra lhe fora dotada por Sebastiam Semedo Pay della Francisca Trigueira e elle António Semmedo fôra  fiador ao ditto dote na qual demanda fôra dada sentença na Relaçam que a dita terra fôra julgada por do dito Morgado e que o ditto Rui Pereira e ella Francisca Trigueiras sua mulher estivessem de posse della athé se pagar sua vallia e hora elle dittpo Sebastiam Semmedo e ella Francisca Trigueira traziam outra demanda perante o Juiz dos Orfãos».
« … mostrasse pello Author instituir Martim Simoens huma Capella com obrigassoins de missa na Prochial de Sam Pedro desta villa, com vincullo das fazendas que se mostram da certidam do Tombo que suposto não conste do ditto vincullo por instituição se … da certidão folhas vinte e huma serem as dittas propriedades por taes julgadas e pessuidas de tempo immemoriavel mostrasse mais que segundo tradiçam antiga sempre pessuida por Semmedos Trigueiros que se presume serem do sangue do Instituidor pella administraçam há mais de duzentos annos a esta parte porquanto a lograra em sua vida Sebbastiam Semmedo cazado com Beatriz Trigueiros de quem nasceo António Semmedo Trigueiros e Francisca Trigueira do qual Antonio Semmedo Trigueiros e deste seu filho Braz de Aguiar Semmedo, que foi pay de José Semmedo pessuidores todos da ditta capella. Mostrasse mais que por nam ficarem filhos ou descendentes directos do ditto José Semmedo se extinguiu a linha de successão e se devia continuar na transversal da dita Francisca Trigueiros filha do primeiro Sebbastiam Semmedo em que elle author tinha o primeiro lugar por ser terceiro netto da ditta Francisca Trigueiros que foi casada com Rodrigo Pereira de quem nasceu Francisco Pereira Semmedo e deste Joam Trigueiros Semmedo que gerou Francisco Cabreira Semmedo que foi Pay delle author que he o parente mais chegado do último pessuidor José Semmedo e que por taes se trataram sempre entre si os Semedo de Trigueiros tanto assim que Braz de Aguiar Pay do ditto José de Semmedo publicava que falecendo a sucessam de seu filho José Semmedo passava a ditta cappela a João Trigueiros Pereira, Avô delle Author e que na mesma forma se tratam por primos com elle e o ditto seu Pay Francisco Cabreira Semmedo, o Padre António dos Anjos e Anna Travassos sua Irmam publicando a mesma sucessão mostrase mais nam pertender ostar administraçam da ditta cappela por nam serem do sangue do instituidor nem terem parentesco com o último pessuidor pella parte dos Semmedos Trigueiros pello que devem ser condemnados a largarem com os frutos da morte do administrador em thé real emtrega visto se obrigar o reo a satisfaçam dellas quando entrou na ditta posse por parte do reo se alegar ser instituída a ditta capella pelo ditto Martim Simoens de que por se dizer ser perdida a instituiçam se deve definir a sucessam della segundo a ley do reino e o parente mais chegado do sangue do instituidor allega-se mais que passados muintos annos entrou na posse da dita cappela Bartholomae de Aguiar que teve por filhos Sebastiam Semmedo e Isabel de Aguiar Leitoa e que por obito do ditto Sebastiam Semmedo sucedera nella seu filho Braz de Aguiar que foi pay de José Semmedo e por este fallecer sem sucessão passava a ditta cappela à linha transversal que continuou Isabel de Aguiar Leitoa, filha do ditto Bartolomeu de Aguiar da qual nasceu Catarina de Trigueiros de Aguiar que teve por filho Joam Trigueiros Rego Pay e sogro dos Reos pelo que conforme o direito lhe pertence a administraçam da ditta cappela de que está de posse o que tudo … e o mais dos autores diz por isso de direito neste cazo e como se nam duvide serem os ditos bens da capella instituida por Martim Simoens possuidor como vincullo e não haver instituiçam e sera acatada a sua sucessam por linha directa na pessoa de José Semmedo se deve continuar a sucessão della conforme o direito e lei do reino no parente mais chegado do ultimo possuidor do sangue do instituidor e como se presume ser do dito sangue o primeiro Sebastiam Semmedo pois se conservará na sua descendência a administraçam desta cappela  de tempo immemoriável athe ao fallecimento de José Semmedo seu terceiro netto e pello author se prova ser parente em grao conhecido o ditto José Semmedo  ultimo pessuidor . Porquanto com os mesmos.»

«José de Affonseca e Lemos que vive de sua fazenda morador junto a Irmida de Sam Pedro de Dous Portos termo da villa de Torres Vedras de idade que disse ser de noventa annos testemunha jurada aos santos Evangelhos sob cargo do qual o dito enqueredor lhe encarregou dicesse a verdade do que soubesse e lhe foi perguntado sobre o conteúdo na petiçam dos suplicantes e perguntado pelo costume e cousas delle dise nada e perguntado elle testemunha pelo conteúdo escrito e declarado na petiçam dos suplicantes Joaquim José Trigueiros e seu irmão Bernardo José Trigueiros Pereira disse que sabe e he verdade de que conhece muito bem os suplicantes serem naturaes da freguesia de São Pedro de Dous Portos termo de Torres Vedras que sam filhos legitimos do Alferes José Pinheiro de Oliveira e de Donna Marianna Antónia Sotto Maior e sabe que sam netos pella parte paterna de pedro Francisco e de Lourença de Oliveira e Bisnetos de Joam Dias e de Maria dos Santos que todos elle testemunha conheceo muito bem muitos annos todos da dita comarca de Torres Vedras e da mesma forma sabe que sam nettos pella parte materna do Cappitam João Trigueiros Soutto Mayor e de Donna Leonor Franca da Silva o qual Cappitam Joam Trigueiros conheceo ser filho de Francisco Cabreira Semmedo e de Luiza Loba de Lemos Soutto Mayor e sabe pello ouvir dizer ser netto de Joam Trigueiros Pereira e de sua mulher e Prima Isabel Trigueiros e sabe pello ouvir dizer a seus pais e avós ser o sobreditto bisneto de Francisco Pereira Semedo Primo inteiro de Sebbastiam Semmedo Trigueiros digo de Sebbastiam Trigueiros Semedo e de sua mulher Isabel Cabreira e Terceiro neto de Francisca Trigueiros e de seu marido Rodrigo Pereira e sabe e he verdade que toda esta familia dos Trigueiros e Semmedos e das mais nomeadas na dita petiçam sempre se trataram cavalheiramente com armas, criados e cavallos e nas casas que tinham em Torres Vedrtas na quina dellas estava exposto o Brazam das suas Armas e como cavalheiros sempre foram tidos e havidos sem razão alguma de infecta nação e mais não disse da ditta petissam…».

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Agradecimentos:
Deve-se a elaboração deste trabalho à informação recolhida em vários autores, dos quais destacamos pela valia dos seu estudos sobre as famílias de Torres Vedras: o Dr. Rogério de Figueiroa Rego, e seu neto o Dr. João Figueiroa Rego; duas referências incontornáveis para o estudo da heráldica e da genealogia desta região do país.
O maior e mais difícil dos contributos, foi certamente o hercúleo trabalho de levantamento dos registos paroquiais desta família, que se ficou a dever ao estimado Padre António Júlio Limpo Trigueiros, genealogista de créditos firmados e com obra publicada, o qual tem dedicado grande atenção à investigação genealógica da família Trigueiros.
A todos eles, aqui deixamos expressa a nossa imensa gratidão.
J.T.
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Notas:

[1]    ANTT, Chancelaria de D. Sebastião e D. Henrique, L. 22, fl. 25.
[2]    A nau Graça perdeu-se na barra de Goa devido ao excesso de carga. – Cfr. BA, Cód. 51-VII-5, fl. 18v.
[3]    MATOS, Artur Teodoro de (Dir.), Tombo de Damão – 1592, p. 191-192, 412.
[4]    Dos quais achamos nos registos de óbito de Torres Vedras: 1. Henrique Pereira «escravo cativo» de Francisco Pereira Semedo, falecido a 15-V-1607; 2. Domingas Trigueira, «escrava» de Francisco Pereira Semedo, falecido a 4-IX-1608; 3. Leonor Pereira, serva de Francisco Pereira Semedo, falecido a 4-III-1611, e «hera hirmã dos padres pobres e elles lhe fizeram bem pella alma»; 4. Ângela Pereira, escrava de Isabel Cabreira, falecida a 16-V-1621.
[5]    BORREGO, Nuno Gonçalo Pereira, Cartas de Brasão de Armas, Colectânea (Lisboa, Guarda-Mor, 2003), p. 169.
[6]   Conforme se declara na carta de brasão de armas de Bernardo José Trigueiros Pereira (c. 1756), passado a 2-XII-1758, registado no Cartório da Nobreza, Livro particular, fl. 119.
[7]   REGO, Rogério Figueiroa, Alguns Sumários da Notas de Vários Tabeliães da Vila de Torres Vedras nos séculos XVI a XVIII, Vol. I (Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses, 1973), p.101.
[8]    É a Capela do Santo Cristo, armoriada com o brasão dos CABREIRA: escudo com duas cabras no meio e, por orla, seis cruzes florenciadas (Pereiras) e entremeadas com seis castelos com ameias. O timbre é uma serpente com a cauda enrolada. – in. CARVALHO, Adão, Memórias de Torres Vedras, p. 85.
[9]    ANTT, Registo Geral de Mercês de D. Pedro II, Liv. 7, fl. 225v.
[10]  ANTT, Registo Geral de Mercês de D. Pedro II, Liv. 7, fl. 225v e 464.
[11]  Estes TRIGUEIROS SERRÃO, em gerações anteriores andaram na Índia como prova uma laje sepulcral que se encontra na capela-mor da Igreja de Santo António da fortaleza de Baçaim (a actual Vasai-Virar), cuja inscrição já danificada leva à seguinte leitura: «SEPVLTVRA DE / SALVADOR SE(R)RAO FILHO DE / GOMEZ SER(R)AO / DE TOR(R)ES VEDRAS / E SEVS ERD/E(I)ROS / EM Q(V)E IA(Z) / ANTONIO TRIG(V)IEIRO / SEV IRMÃO / (.) FA(LECEO) (.) DE SETE(M)BRO DE 7».
Quanto à data final pode ser 1607, 1707, ou 157(?), sendo esta última data a mais provável segundo alguns epigrafistas. Cfr. FERNANDES, Brás, Armas e Inscrições do Forte de Baçaim (Lisboa: Academia Portuguesa de História, 1998), pp. 125, 194. – Baçaím foi um antigo porto no extremo sul de uma ilha, a cerca de 50 quilómetros ao norte de Bombaim, no noroeste da Índia. Foi parte integrante do Estado Português da Índia entre 1533 e 1739.
[12]   ANTT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv.4, fl. 323 v.
[13]   Carta de brasão passada a 2-XII-1758, registado no Cartório da Nobreza, Livro particular, fl. 119.

Stº António de Baçaim,
sepulturas de portugueses.





Baçaím, porta de entrada.