2018-07-31

MORGADO DE PEROVISEU E CHÃOS, Concelho do Fundão, Século XVII

Pêro Viseu


INTRODUÇÃO

A instituição do morgadio com bens vinculados tinha quase sempre por objectivo perpetuar a memória do seu fundador, assim como a manutenção do respectivo património fundiário – indivisível e inalienável –, na posse do varão primogénito como chefe da linhagem à qual este devia providenciar uma subsistência condigna.
Regra geral os seus instituidores eram sepultados em capelas edificadas à sua custa e sustentadas com uma pequena parte do rendimento dos bens vinculados, sobre os quais recaiam vários encargos pios e missas celebradas pela alma do seu fundador e de familiares.

No passado, muitas casas abastadas ambicionavam vincular em morgadio grande parte do seu património. Assim se evitava que este viesse a fraccionar-se em partilhas, a responder por dívidas pessoais dos herdeiros, ou a ser alienado por algum morgado perdulário.
O instrumento jurídico da instituição destes vínculos – escritura notarial, testamento, etc. – regra geral impunha ao seu administrador o uso e a transmissão do nome e das armas da família, caso as houvesse, assim como “regras de conduta social e formas de relacionamento com o mundo dos antepassados, destinados a vigorar durante gerações e condicionando tanto a posse dos bens como a chefia da linhagem” (Rosa, 1995: 20).

O matrimónio era uma das estratégias usadas para aumentar este património. Os cônjuges dos futuros morgados/administradores eram muitas vezes recrutados entre a parentela próxima de abastadas figuras eclesiásticas que, na ausência de filhos, os dotavam, contribuindo assim para ampliar os bens do morgadio. Deste modo se aumentava o poder económico e o prestígio social da família, a qual vivendo nobremente e no desempenho de cargos nobilitantes (oficiais superiores do exército e das ordenanças, magistratura ou administração local), acabaria por ver facilitada a sua ascensão à nobreza, como sucedeu neste caso.

Este vínculo reuniu duas famílias do concelho Fundão: os Machado Freire com vários clérigos cujo património esteve na origem deste morgadio; e os Dias Preto, membros da elite militar e social desta região, cuja linha varonil se consorciou com a herdeira do vínculo inicial.
Foi neste contexto que surgiu o morgadio de Peroviseu e Chãos – ou Pêro Viseu, como modernamente se voltou a grafar este topónimo –, o qual acabou por reunir três vínculos que estão na sua origem, devido à iniciativa testamentária de dois párocos homónimos, respectivamente tio e sobrinho.

FIG.1 | Capela de São Romão; Pêro Viseu.
O morgadio de Peroviseu e Chãos teve uma evolução estável ao longo de quase dois séculos, atravessando oito gerações da mesma família e distribuindo o seu património essencialmente pelas aldeias de Pêro Viseu, Valverde, Chãos (Donas) – todas elas no concelho do Fundão. Só viria a extinguir-se na segunda metade do século IXX por via da legislação liberal que aboliu definitivamente o sistema do morgadio em 1863.

À semelhança da maioria dos vínculos de grande dimensão, também este teve a sua capela familiar, sendo esta sediada em Pêro Viseu. Inicialmente denominada de Capela de São Francisco Xavier (1734), a sua designação acabou mudada para Capela de São Romão em homenagem a uma imagem deste santo nela existente, o qual era protector dos cães raivosos e suscitava grande devoção entre a população local[1]. A sua existência é referida pelo pároco Inácio da Costa nas Memórias Paroquiais de 1758, quando enumera as capelas da paróquia: “… tem outra de Sam Francisco Xavier, dentro deste povo, que he a capella do Morgado Diogo Dias Preto Machado da Cunha[2]. Como muitas outras capelas de morgadios, também esta terá sido edificada para túmulo de um dos fundadores, o que não se concretizou por este ter falecido antes da sua conclusão no ano de «1734», data esta que está gravada no lintel da porta principal.

INSTIUIÇÃO DO MORGADIO

A complexa fundação deste morgadio ficou a dever-se à iniciativa de dois instituidores que eram sacerdotes homónimos: o padre Luís Machado Freire (1.º), e o seu sobrinho Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), ambos naturais do lugar de Chãos (Donas) e párocos em Pêro Viseu onde granjearam meios de fortuna.

O morgadio de Peroviseu (1696) resultou da união de dois vínculos instituídos separadamente a favor de duas herdeiras nomeadas por disposição testamentária de 24-XI-1696, da autoria do citado Luís Machado Freire (1.º) que foi pároco de Pêro Viseu (1670-1696), filho de Manuel Machado natural de Chãos.
Estes dois vínculos iniciais foram constituídos com os bens próprios e herdados por morte de dois irmãos, um dos quais o precedeu o instituidor como pároco na citada freguesia.
Algumas das principais propriedades deste morgadio situavam-se nos arredores desta aldeia do concelho do Fundão, nos produtivos Vales de Pêro Viseu e do Brejo.
As suas destinatárias foram duas irmãs do instituidor – Maria Machada (1.ª) e Isabel Machada da Cunha, já viúvas –, o qual lhes queria garantir deste modo a sobrevivência com algum desafogo económico e, por morte destas, a transmissão destes bens vinculados aos respectivos descendentes – um filho e uma filha – com o intento de estes se casarem, unindo assim a fortuna que lhes foi deixada para garantir o seu sustento enquanto vivas.

A preferência na sucessão destes dois vínculos, expressa em testamento pelo instituidor, exclui outros sobrinhos e sugere até alternativas caso o desejado casamento não se concretizasse. O seu objectivo era a reunião destes bens através da união matrimonial de dois ramos familiares e a sua transmissão à linhagem, com a exclusão de algumas linhas sucessórias.
Refere o citado testamento:
quero instituir dois morgados os quais instituo na forma seguinte: Que por quanto tenho as minhas fazendas de raiz assim de terras, olivais, vinhas, soutos, chãos de regadio, casas, engenhos de moer pão e lagares de azeite nos limites deste lugar de Peroviseu e outros lugares do termo da vila da Covilhã[3], por tanto por esta clausula do meu testamento quero e é minha vontade de deixar e deixo metade da dita tal fazenda e quanto se achar ser minha, a minha irmã Maria Machada mulher viúva que ficou do capitão Francisco Gil do lugar dos Chãos, freguesia d’Aldeia Nova das Donas …(Esteves, 2004:190).
Diz ainda mais adiante:
… e casando o dito meu sobrinho Frei Diogo Dias Machado com a minha sobrinha Maria Machada [Freire] filha de minha irmã Maria Machada se vinculará este morgado e capela que também acima neste meu testamento deixo a dita minha irmã Maria Machada ...” (Ibid, 204: 193)

Cerca de trinta anos depois da sua instituição (1696) foi-lhe anexado o vínculo de Chãos (1725), passando então a designar-se por Morgado de Peroviseu e Chãos, denominação tomada de duas aldeias do concelho do Fundão nas quais estava disperso o seu património que era constituído por diversas propriedades com solos de razoável aptidão agrícola, cuja produtividade terá contribuído para a grandeza desta casa.
FIG.2  | Chãos, Casa dos Machados (ruína).

O vínculo de Chãos foi criado por outro testamento datado de 1725 da autoria do padre Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), sobrinho homónimo do instituidor dos dois primeiros vínculos.
Este sacerdote era um dos três filhos conhecidos da sua irmã D. Maria Machada Freire (1.ª), herdeira do primeiro instituidor, casada com o capitão Francisco Gil do lugar de Chãos.
Para administradora deste último morgadio nomeou a sua irmã Maria Machada Freire (2.ª) (f. 1742), a qual, juntamente com seu primo e marido Diogo Dias Machado (II) (1676-1709) já eram senhores dos dois primeiros vínculos[4].

Sem sobressaltos, e segundo a preferência manifestada pelo instituidor, a unificação deste património acabou por se realizar através do almejado casamento realizado a 19-X-1699 em Pêro Viseu entre os seus dois sobrinhos: os primos co-herdeiros Diogo Dias Machado (II) (1676-1709), filho das segundas núpcias de sua irmã Isabel Machada da Cunha e do Mestre de Campo Diogo Dias Preto[5], com a sua prima D. Maria Machado Freire (f. 1742), a qual era filha da irmã do instituidor, de seu nome D. Maria Machada Freire (1.ª), casada com o capitão Francisco Gil.

Vejamos a instituição deste morgadio:

O 1.º vínculo morgado de Pêro Viseu era constituído pelo património que o padre Luís Machado Freire (1.º) herdou de dois irmãos, os quais deixaram expressa esta sua vontade, como declara o instituidor no seu testamento no qual nomeia para 1.ª administradora a sua irmã D. Maria Machada Freire (1.ª), viúva do capitão Francisco Gil, de Chãos. Após a morte desta senhora, devia este vínculo passar ao seu filho o padre Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), homónimo de seu tio o instituidor, e posteriormente a este sucederia na sua administração a sua irmã Maria Machada Freire (2.ª), pelo facto de ter vindo a casar em Pêro Viseu a 19-X-1699 com seu primo Diogo Dias Machado (1676-1709), ou Diogo Dias Preto como também é mencionado noutros documentos, cumprindo-se assim o desejo do instituidor.
Caso houvesse uma recusa desta proposta aliança matrimonial por parte de Maria Machado Freire (2.º) com o indigitado Diogo Dias Machado, ou, em alternativa que também deixou expressa, com o seu irmão Lourenço Dias Machado (que neste caso passaria a ser o herdeiro do vínculo), os bens dos dois vínculos seriam transmitidos aos respectivos herdeiros sem se unirem.
No citado testamento menciona ainda que, se estes não casarem “não deixo à dita minha irmã Maria Machada e sua filha Maria Machada minha sobrinha este segundo morgado e capela antes o deixo a minha irmã sobredita D. Isabel Machada da Cunha e seus descendentes para sempre (…)” (Esteves, 2004,191).

O 2.º vínculo – morgado de Pêro Viseu – constituído com metade dos bens de raiz do padre Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), foi instituído em “capela e morgado que deixo a minha irmã D. Isabel Machada da Cunha mulher que foi do Mestre de Campo Frei Diogo Dias Preto cavaleiro professo da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo do lugar de Alcongosta”, à qual devia suceder o seu filho varão Diogo Dias Machado (1676-1709), como é designado pelo instituidor, ou Diogo Dias Preto como também aparece designado noutros documentos, o qual, como já referimos, viria a casar na Pêro Viseu (1699) com sua prima Maria Machada Freire (2.ª) (f. 1742).
Deste consórcio resultou a união dos dois vínculos inicialmente instituídos com bens da família Machado Freire, os quais originaram uma grande casa que deveria perpetuar o seu nome:
Também quero e mando que toda a pessoa que suceder no dito meu morgado e fazenda que tenham e usem do dito apelido e sobrenome − Machado – e assim quero que usem do dito apelido, para sempre e enquanto o dito morgado durar haja memória e lembrança da dita família e geração de meu pai Manuel Machado[6].
O padre Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), instituidor do segundo morgado, acrescenta no seu testamento: “com a condição que todos os chamados para administradores deste morgado ou capela tenham o apelido de Machado Freire.”[7]
Quanto à imposição do uso dos apelidos “Machado Freire” pelos administradores/morgados, esta acabou desrespeitada, pois, logo no início da sucessão vieram a ganhar relevância os apelidos dos “Dias Preto” sem que isso tivesse levantado qualquer contestação.

O 3.º vínculomorgadio de Chãos – instituído com bens vinculados na freguesia de Chãos, foi-lhe anexado por outro testamento datado de 17-XI-1725 da autoria do sobrinho do fundador que foi o homónimo padre Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), natural de Chãos. Este nomeou para administradora a sua irmã Maria Machada Freire (2.ª) que à data era viúva de Diogo Dias Preto Machado da Cunha, já possuidores dos vínculos de Pêro Viseu, muito aumentados com este património, o qual teria por cabeça deste morgado a seiscentista Casa de Chãos/Casa dos Machados (actual Casa da Cerca).

FIG.3 | Planta de Pêro Viseu

Quanto aos bens vinculados em morgado – de Peroviseu – que foram legados a D. Maria Machada Freire (1.ª), a primeira deste nome, o 1.º instituidor expressa em testamento as condições da sua transmissão. Estes, após a morte desta sua irmã, devem passar a seu filho o padre Luís Machado Freire (n. 1661), sobrinho do instituidor, enquanto este viver, após o que passarão para a irmã D. Maria Machada Freire (2.ª), com a exclusão do seu irmão Francisco Gil, filho homónimo e primogénito do capitão Francisco Gil, provavelmente por este ter feito um casamento que não era do seu agrado.


Acrescenta ainda que pelo falecimento desta sobrinha, tendo filhos, “suceda na tal fazenda seu filho varão mais velho, e em defeito de varão, sua filha mais velha, e em defeito do filho ou filha o herdeiro mais chegado, preferindo sempre, em igual grau o varão a fêmea”. 
O instituidor dos dois primeiros vínculos especificou ainda no seu testamento:
… deixo por meus testamenteiros e testamenteiras a minha irmã Maria Machada e a minha irmã Dona Isabel Machada da Cunha e em sua falta, os meus sobrinhos o Padre Luís Machado Freire [2.º] e o Frei Diogo Dias professo da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo do lugar de Alcongosta (Esteves, 2004:190).
Os testamenteiros nomeados pelo 1.º instituidor foram: 1.º – a irmã D. Maria Machada Freire (1.ª) de Pêro Viseu, viúva do capitão Francisco Gil do lugar dos Chãos; 2.º – a irmã D. Isabel Machada da Cunha que foi casada a 31-VIII-1665 em Pêro Viseu com o Mestre de Campo Diogo Dias Preto[8], de Alcongosta, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, coronel de um regimento de infantaria e governador interino da arma da província da Beira (Baena, 1872: 138-39); 3.º – o sobrinho homónimo padre Luís Machado Freire (2.º) (n. 1661), nascido em Chãos, filho de sua irmã D. Maria Machada Freire (1.ª) e do capitão Francisco Gil; 4.º – o sobrinho Frei Diogo Dias Machado, de Alcongosta, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, filho de sua irmã D. Isabel Machada da Cunha e do Mestre de Campo Diogo Dias Preto, o qual veio a casar com sua prima D. Maria Machada (2.ª).
Foram excluídos da sucessão, segundo declaração expressa no citado testamento: a descendência do irmão Domingos da Cunha; da irmã D. Ana Machada, moradora no Fundão; do sobrinho Manuel Giraldes que era filho da irmã D. Catarina Gil; assim como do sobrinho Francisco Gil (2.º), filho do capitão Francisco Gil (1.º) e de D. Isabel Machada da Cunha, irmã do instituidor, talvez devido a casamentos não consensuais feitos contra a vontade deste clã, segundo presumimos.
Ficamos ainda a saber que o 1.º instituidor, o padre Luís Machado Freire (1.º), além das duas irmãs beneficiadas, tinha outros irmãos e irmãs. Alguns destes foram apenas contemplados com pequenos legados, e outros foram simplesmente arredados da sucessão do morgado: à irmã Ana Machada legou vinte mil réis; ao irmão Tomé Machado deixou dez mil réis; à irmã Catarina Machada que foi casada com Francisco Giraldes do qual teve o filho Manuel Giraldes, não deixou nada; assim como ao irmão Domingos da Cunha e seus descendentes, também não deixa nada.
FIG.4 | Casa do Morgado de Peroviseu, Fundão.
No citado testamento justificou a instituição de um dos primeiros vínculos pela já mencionada vontade expressa de dois dos seus irmãos já falecidos, cujos bens lhe foram legados para com eles instituir, por sua morte, um vínculo a favor da sua irmã Maria Machada Freire (1.ª).

Em cumprimento desta vontade, o referido pároco viria a instituir dois vínculos separados: um deles dando cumprimento à vontade post mortem de seus irmãos; o outro com os bens próprios. Tudo isto com o propósito de se poderem vir a reunir, posteriormente, através do matrimónio dos sobrinhos já mencionados – Diogo Dias Preto Machado da Cunha e sua prima direita Maria Machada Freire (2.ª) –, o que veio a suceder a 19-X-1699 através das núpcias celebraram na Igreja de Pêro Viseu pelo padre Manuel de Paiva.

Este vínculo continuou a aumentar o seu património, pois, em 1816, por iniciativa do chantre da Sé da Guarda e pároco em Pêro Viseu (1776) Diogo Dias Preto da Cunha morador em Chãos, foram-lhe acrescentadas várias propriedades.

Os seus administradores, além de várias casas rurais dispersas pelas diversas propriedades, tinham pelo menos três importantes casas residenciais a partir das quais se movimentavam para administrar o vasto património: uma delas era a então conhecida Casa do Morgado de Peroviseu, sita à rua do Terreiro (actual Praça do Município)[9], na então vila do Fundão; outra delas era a Casa dos Machados/Casa da Cerca no lugar de Chãos (Donas); assim como uma grande casa em Pêro Viseu, onde tinham grande parte do património.

SUCESSÃO DO MORGADO DE PEROVISEU
E CHÃOS

Por imposição do 1.º instituidor o padre Luís Machado Freire (1.º), a posse dos dois primeiros vínculos da Pêro Viseu reunidos num só morgado vieram a recair no sobrinho Diogo Dias Machado (1676-1709) (II)[10], nascido em 1676 em Alcongosta, onde faleceu e foi sepultado em 1709, o qual era familiar do Santo Ofício, alferes de cavalos do Regimento de Dragões de Castelo Branco, casado a 19-X-1699 em Pêro Viseu com sua mulher e prima, a co-herdeira do vínculo D. Maria Machada Freire (2.ª) (f. 1742), falecida com a 12-IX-1742 em Chãos com cerca de setenta anos de idade, filha homónima de sua mãe e herdeira do 3.º vínculo de Chãos por imposição do 2.º instituidor que foi o padre Luís Machado Freire (n. 1661) (2.º), sobrinho homónimo do 1.º instituidor.
Devido a este vantajoso casamento, deu-se a unificação dos três vínculos na posse deste clã, agora sob a designação de “Morgado de Peroviseu e Chãos, do qual fazia parte um já apreciável património fundiário que foi aumentando no século seguinte.

A este morgado sucedeu na sua administração o filho Diogo Dias Machado Preto (1700-1757) (III), familiar do Santo Ofício (14-XI-1726), alferes de cavalos do Regimento de Dragões da Beira (em Almeida), nascido a 22-III-1770 em Pêro Viseu em cuja matriz foi baptizado a 30 de Março, falecido a 26-II-1757 e sepultado na capela-mor da igreja “como padroeiro que era dela e de sua anexa S. Pedro do Catrão”. Este casou com D. Micaela da Mota Godinho (f. 1757) que sabemos ter falecido a 17-II-1771 em Pêro Viseu com cerca de sessenta anos de idade e foi sepultada junto a seu marido[11], a qual era senhora da Quinta de Varzielas na antiga freguesia de Santa Maria de Tábua, no distrito de Coimbra (Gaio, 1992; VIII, 624), irmã do padre Inácio Godinho da paróquia de Pêro Viseu, filha de Manuel Nunes Roque e de D. Maria da Mota da Veiga. Estes tiveram três filhos: 1.º - Diogo, o varão primogénito sucessor na administração do morgado; 2.º - Angélica, falecida prematuramente; 3.º - Paula, a qual herdou após o falecimento da mãe a terça dos seus bens para seu sustento, os quais por sua morte deviam ser vinculados ao morgado instituído em 1696. Esta última filha, de seu nome completo Paula Maria Angélica Preto da Cunha, viria a casar com o Dr. Manuel Tavares Falcão (c. 1622), tabelião do público judicial e notas da Atalaia[12], morador no Alcaide, concelho do Fundão (Silva, 2002: 107).

Recaiu a sucessão dos anteriores administradores no filho varão primogénito Diogo Dias Preto da Cunha (n. 1727) (IV), nascido a 5-V-1727 em Pêro Viseu, monteiro-mor da comarca da Guarda (1786), vereador eleito para a Câmara do Fundão (em 1779 e 1790), casado com D. Catarina Maria de Sousa Osório Coutinho Veloso Cabral natural do lugar da Rapa, concelho de Celorico da Beira, da qual sabemos ter tido seis filhos.
O primogénito deste casal, o homónimo Diogo Dias Preto da Cunha (n. 1744), seguiu a vida religiosa, foi canonista, prior de Pêro Viseu e chantre da Sé da Guarda, o qual não tendo filhos não sucedeu neste vínculo, o que não o impediu de zelar pela sua administração e reunir bens no lugar de Chãos, os quais anexou a este morgadio por escritura feita no ano de 1816.
 
A administração do morgado veio a recair num sobrinho do citado chantre, filho de seu irmão José de Sousa Preto da Cunha Osório Veloso Cabral (V) (n. 1752), cavaleiro da Ordem de Cristo, vereador e capitão-mor do Fundão, casado com D. Antónia de Vilhena Osório Soares Machuca filha de Francisco Xavier Osório Soares Machuca, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Luísa Margarida de Vilhena Soares, naturais de Celorico da Beira.
FIG.5 | Sepultura da 1.ª Viscondessa do
 Outeiro, última morgada de Peroviseu e
Chãos; Cemitério do Fundão.
Este sobrinho, de seu nome Diogo Dias Preto Osório Veloso Cabral (VI) (n. 1776), ainda adolescente e certamente por iniciativa dos seus progenitores, após o respectivo processo de justificação de nobreza foi feito fidalgo de cota de armas ao obter de D. Maria II a Carta de Brasão de Armas datada de 3-VIII-1791, com atribuição de um escudo esquartelado de Preto, Cunha, Cabral e Osório[13] (Baena, 1872: 138, 139). Sucedeu também no padroado de Nossa Senhora da Consolação e da capela de São Pedro de Catrão em Vale de Prazeres, hoje desaparecida[14]. Ocupou o lugar de vereador da 1.ª Câmara do Fundão e veio a casar a 6-VII-1896 em Pêro Viseu com D. Ana Justina de Sousa Homem de Brito, filha de Diogo Homem de Brito, casado no Castelejo com D. Joana Teresa de Jesus Centúrio. Foi muito beneficiado por heranças, tendo recebido parte dos bens do seu tio o chantre da Sé da Guarda, assim como do irmão de sua mãe D. Luís de Brito Homem (1748-1813) que foi bispo de Angola (1791-1801) e do Maranhão (1801-1813), e de seis irmãs da sua mulher[15]; tudo isto proporcionando-lhe uma vida muito desafogada.
Estes tiveram pelo menos seis filhos, sucedendo no morgadio o primogénito Diogo Dias de Sousa Osório de Brito Cabral (VII) (1796-1860)[16], nascido a 1-V-1796 em Pêro Viseu onde foi baptizado a 15-V pelo seu tio (irmão de sua mãe) o padre Dr. Domingos Centúrio provisor e vigário-geral da diocese da Guarda, apadrinhado por Diogo Dias Preto da Cunha (n. 1744) chantre da Sé da Guarda. Faleceu a 28-XII-1860, na sua casa da Rua do Terreiro (actual Praça do Município) no Fundão, já viúvo e após uma longa demência como refere o seu assento de óbito. Foi casado em primeiras núpcias com D. Maria Joana, entretanto falecida, tendo passado a segundas núpcias a 27-IX-1820 no Fundão com D. Maria Justina de Macedo Pereira Forjaz de Gusmão e Azevedo (f. 1853)[17], falecida de pneumonia a 12-XII-1853 com cinquenta e nove anos de idade e sepultada no adro da Capela de São Francisco, filha de João de Macedo Pereira da Guerra Forjaz (c. 1783) que foi vereador da Câmara do Fundão e de sua mulher D. Ana de Gusmão Freire Osório de Azevedo Mendonça, cujos descendentes viriam a ser senhores da Casa dos Macedos situada à Rua da Cale no Fundão.
Por sua vez, e na falta de um herdeiro varão, aos anteriores morgados sucedeu a filha única deste casal D. Maria Isabel Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz Pereira de Gusmão (VIII) (1836-1878)[18], derradeira senhora do morgado de Peroviseu que, entretanto, foi extinto.

EXTINÇÃO DO MORGADIO

Após a sucessão tranquila de algumas gerações desta família na administração deste morgadio, este vínculo chegou ao fim da sua existência.
O seu epílogo não se ficou a dever a uma administração insipiente, mas antes ao triunfo dos ideais liberais que consideravam estas instituições como um entrave ao desenvolvimento económico e social, assim como à influência da agiotagem bancária que até então estava impedida penhorar os bens dos morgadios por dívidas pessoais dos seus administradores.

FIG.6 | Armas de PRETO, MACEDO, CABRAL,
e OSÓRIO; Cemitério do Fundão.


O Decreto de 30-VII-1860 obrigou ao registo deste morgado no Governo Civil de Castelo Branco e, três anos depois, o Decreto de 19-V-1863 põe definitivamente termo a este vínculo ao declarar que “ficam desde já abolidos todos os morgados e capelas actualmente existentes no continente do reino, ilhas adjacentes e províncias ultramarinas e declarados alodiais os bens de que se compõem”.
Como consequência deste processo e devido ao fraccionamento e dispersão das suas propriedades agrícolas por vários herdeiros, muitas destas casas/solares acabariam em ruína devido ao facto de quem as herdou já não dispor da totalidade dos rendimentos que antes possibilitava a sua conservação e manutenção.

A última administradora deste vínculo foi a já citada filha única D. Maria Isabel Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz Pereira de Gusmão (VIII) (1836-1878)[19], 1.ª Viscondessa do Outeiro pelo seu casamento, nascida a 26-VIII-1836 em Lisboa e falecida prematuramente a 12-VII-1878 no solar do Outeiro, freguesia de Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo, quando contava quarenta e tês anos de idade. Recebeu sepultura no adro da Capela de Santo António do Fundão, de onde, por altura da extinção deste cemitério, foi transladada para uma campa armoriada no cemitério público desta localidade[20].
Esta senhora veio a casar a 22-IV-1850 em Aldeia de Joanes no concelho do Fundão com Jerónimo Trigueiros de Aragão Martel e Costa, (1825-1900), 1.º Visconde do Outeiro (1866), 1.º Conde de Idanha-a-Nova (1892), senhor do morgado do Outeiro (Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo, Fundão), e do morgado de Idanha-a-Nova.
Pelos dez filhos sobrevivos deste casal, dispersou-se este avultado património, agora fraccionado e desvalorizado em consequência da crise agrícola que se seguiu.

CASA DOS MORGADOS DE PEROVISEU,
PÊRO VISEU.

As derradeiras gerações dos morgados de Peroviseu, apesar de residirem preferencialmente na Rua do Terreiro (actual Praça do Município), no Fundão, também tinham a sua casa principal na aldeia de Pêro Viseu, pois aí estava localizado a maior parte do seu património.
Condizente com o elevado estatuto económico e social desta linhagem, talvez uma das mais poderosas desta aldeia durante o século XVIII, aí existiria uma habitação de feição solarenga, certamente armoriada com o respectivo escudo de armas, o qual não chegou aos nossos dias. Esta última casa terá sucedido a outra anterior mais modesta que pertencera aos primeiros administradores deste vínculo. Quanto à sua localização, a generalidade da população não guardou memória, pois, com a extinção deste vínculo em 1860, e a dispersão dos bens por diversos herdeiros, acabou por ser abandonada.
 
FIG.8 | Casa dos Morgados de Peroviseu
(portal); Pêro Viseu.


FIG.7 | Casa dos Morgados de Peroviseu (?); Pêro Viseu.





















O esplendor desta casa terá sido atingido nos finais do século XVIII quando era seu detentor o morgado Diogo Dias Preto Osório Veloso Cabral (VI) (n. 1776) que obteve Brasão de Armas (1791), o que lhe aumentaria o prestígio, ao qual não foi alheio o acréscimo da sua apreciável fortuna com várias heranças recebidas de parentes colaterais.

Não sendo possível identificar documentalmente qual foi a principal residência dos administradores deste morgadio em Pêro Viseu, entre algumas das vetustas casas aí existentes, tivemos que recorrer a informações prestadas por uma antiga família com uma casa solarenga nesta localidade, a qual nos mencionou que a antiga casa dos morgados foi reaproveitada para instalação da Escola Primária de Pêro Viseu. Sem referências documentais que comprovem esta informação, aqui a registamos com algumas reservas.
Esta terá sido edificada por volta dos finais do século XVIII, apresentando dois pisos com oito vãos de janelas e um portal central com volutas, entre as quais há um espaço que em tempos terá sido destinado a exibir a pedra de armas desta família, as quais, a terem existido, terão sido apeadas quando esta a casa foi alienada por um dos herdeiros (?) e reedificada para escola.

CASA DOS MACHADOS / CASA DA CERCA,
CHÃOS.

A Casa dos Machados, localizada no Largo da Praça, em Chãos (Donas), também conhecida pela designação popular de “Casa da Cerca” devido ao facto de estar situada numa propriedade toda murada, foi cabeça do morgadio de Chãos que após a sua instituição (1725) foi anexado ao de Pêro Viseu.
Posteriormente à sua existência inicial como casa rural do século XVII, viria a ser modernizada no século seguinte com fachadas a alteração da sua volumetria com dois pisos pelos quais se distribuíam as instalações domésticas e de apoio às actividades agrícolas. Possuía uma pequena capela interior situada no andar nobre com acesso para a rua através do alpendre e sinalizada no exterior da fachada principal pela existência de um óculo quadrilobado que lhe proporcionava alguma iluminação[21]

FIG.9 | Casa dos Machados / «Cêrca Design House»;
Chãos (Donas).
Esta nova fisionomia destinava-se a dar-lhe uma feição senhorial de acordo com o estatuto social adquirido pelos herdeiros dos seus fundadores, os quais alcançaram alguma proeminência nesta região e foram feitos fidalgos de Cota de Armas em 1791, desconhecendo-se no entanto a existência de qualquer pedra de armas – tanto em Pêro Viseu como em Chãos – que certamente as houve nesta família.
Num “Tombo de Bens” do morgadio de Peroviseu, feito a pedido Diogo Dias Preto da Cunha (n. 1727) (IV) por volta de 1784, esta casa aparece mencionada como “Uma morada de casas nobres sitas no Logar dos Chãos ...” composta por “tres salas e uma capella e outras tres salas, e nellas tres quartos e duas cozinhas, tem um pateo e tres logeas…”.

FIG.10 | Casa dos Machados / «Cêrca Design House»;
Chãos (Donas).
Sediada num vale encostado ao sopé Norte da Serra da Gardunha, esta casa, já nos fins do século XVII terá sido residência do capitão Francisco Gil, daqui natural, o qual veio a casar com Maria Machada Freire (1.ª), a herdeira do morgado de Peroviseu, instituído por um seu tio que foi pároco em Pêro Viseu.

A Casa dos Machados chegou ao início do século XXI já muito arruinada e na posse de um dos herdeiros desta família que foi o Dr. Carlos Nuno Trigueiros de Martel e Vasconcelos (1924-2012), o qual dela de desfez em proveito de um arrojado projecto de turismo de charme com o nome de «Cerca Design House» (turismo de habitação) – elegante refúgio para relaxar no aconchego das serras da Estrela e da Gardunha, no meio de uma paisagem verdejante.

Embora sacrificando parte da traça original com acrescentos de alguns espaços para a adequar à nova funcionalidade, este projecto teve pelo menos o mérito da salvaguardar esta casa da total ruína em que se encontrava.
Deste modo se conservou a memória do nome e da família dos Machado Freire, morgados de Chãos, uma das finalidades da criação deste vínculo.
Caso não fosse este projecto, estamos em crer que acabaria por ruir totalmente tornando-se objecto do reaproveitamento do que restava da sua cantaria de pedra para outras edificações, como amiúde tem sucedido nesta região.



FIG.11 | Casa dos Machados / «Cêrca Design House»;
Chãos (Donas).Adicionar legenda



        João Trigueiros







Diogo Dias Preto Osório Veloso Cabral (VI) (n. 1776).
Carta de Brasão de Armas datada de 3-VIII-1791.
Esquartelado de Preto, Cunha (invertidas, por erro), Cabral e Osório. 
Diferença: brica de vermelho, farpão de prata. 
Elmo de grades de perfil, virol, paquife simétrico e correias com fivela e biqueirão. 
(Baena, 1872: 138, 139).
* Tampo de mesa, colecção particular de um descendente.



















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Bibliografia:

ESTEVES, Judite Maria Nunes (2004), Práticas de Construção e Reprodução de Poder no Portugal Rural do Século XVII ao Século XIX – O Caso do Morgadio de Peroviseu e Chãos (Fundão), Separata dos Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 44 (1-2), p. 187-208, 2004.
GAIO, Manuel José da Costa Felgueiras (1992), Nobiliário das Famílias Ilustres de Portugal, 12 vols. Braga: Carvalhos de Basto.
ROSA, Maria de Lurdes (1995), O Morgadio em Portugal – sécs. XIV-VV. Lisboa: Editorial Estampa.
SANCHES DE BAENA, Visconde (1872), Archivo heraldico-genealogico. 1.ª ed.  Lisboa: Typographia Universal.
SILVA, Joaquim Candeias (2002), Concelho do Fundão – História e Arte, vol. I – Ao Sul da Gardunha. Câmara Municipal do Fundão.
SILVA, Joaquim Candeias (1993), O Concelho do Fundão através das Memórias Paroquiais de 1758. Fundão.


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Notas:

[1]     A Capela de São Romão já não é privada, pois foi oferecida ao povo pela família Trigueiros Aragão que descende da família fundadora.
[2]     ANTT, DGP, Memórias Paroquiais de 1758, vol. 29, f. 265.
[3]     O concelho do Fundão só foi criado em 10-V1747.
[4]     Os testamentos dos dois citados padres foram dados a conhecer pela investigadora Dra. Judite Esteves, a partir dos “Vínculos Abelho” (Processo de Registo de Vínculos) onde estes vêm transcritos (ANTT, Vínculos Abelho, Castelo Branco, Proc. N.º 27, fl. 121).
[5]     Diogo Dias Preto foi casado em primeiras núpcias em Alcongosta com D. Maria Rodrigues. 
[6]     Testamento de Luís Machado (1.º), datado de 1696, transcrito no processo de registo do morgadio nos “Vínculos Abelho”.
[7]     Testamento de Luís Machado Freire (2.º), datado de 1725 e transcrito no processo de registo do morgadio nos “Vínculos Abelho”.
[8]     DIOGO DIAS PRETO (c. 1663), um dos muitos homónimos nesta família, na qualidade de mestre de campo comandaria um terço de infantaria. Segundo Felgueiras Gaio, notabilizou-se durante a Guerra da Restauração na tomada da Vila de Várzea em 1663 (Nobiliário, Tít. «Pretos», § 12, v. VIII, p. 624). O seu nome transmitiu-se durante várias gerações ao primogénito da linhagem familiar que administrava este morgadio, sobrepondo-se à obrigação do uso dos apelidos “Machado Freire” imposta pelos instituidores.
[9]     Esta casa, que ainda subsiste na posse da sua descendente Dr.ª Maria da Graça Rosado Trigueiros de Aragão (n. 1960), e tinha outrora um enorme quintalão que ia até à Rua dos 3 Lagares e hoje está urbanizado.
[10]  Felgueiras Gaio atribui-lhe o nome completo de Diogo Dias Preto Machado Freire da Cunha (Nobiliário, Tít. «Pretos», § 12, v. VIII, p. 624).
[11]    Segundo dados que nos foram facultados pelo investigador Doutor Joaquim Candeias da Silva.
[12]    ANTT, Registo Geral de Mercês, Mercês da Torre do Tombo, liv. 24, f. 72v-74.
[13]    ANTT, Cartório da Nobreza, liv. IV, fl. 228.
[14]    Da antiquíssima capela de São Pedro do Catrão, já conhecida em 1320, apenas restam vestígios. Estava localizada no actualmente designado Monte de Santa Catarina.
[15]    ANTT, Chancelaria de D. Maria, Próprios, liv. 47, fls. 229-300 (Esteves, 204: 200).
[16]  Ao longo da sua vida, aparece com diversos apelidos, mas estes são os que figuram, por esta ordem, no seu assento de casamento.
[17]    Este nome consta do seu assento de casamento, pois, ao longo da sua vida, usou vários apelidos de modo aleatório, tal como grande parte dos morgados aqui biografados (Arquivo Distrital de Castelo Branco, Pêro Viseu; Matrimónios 1811-1853, fl. 49).
[18]    Ao longo da sua vida usou vários apelidos de modo aleatório, tal como grande parte dos morgados aqui biografados.
[19]    Ao longo da sua vida usou vários apelidos de modo aleatório, tal como grande parte dos morgados aqui biografados.
[20]    A sua sepultura apresenta uma cabeceira armoriada com um brasão esquartelado de Preto, Macedo, Cabral e Osório, encimado por uma coroa de visconde. Tem a seguinte inscrição: «A SAUDOZA MEMÓRIA / DA VISCONDESSA DO OUTEIRO / FALECIDA EM 12 DE JULHO DE 1878 / POR SEU MARIDO O VISCONDE DO OUTEIRO».
[21]    A Capela desapareceu nas remodelações actuais para dar lugar a mais um quarto.

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Publicado na Revista

EBVROBRIGA n.º 9, 2018
Câmara Municipal do Fundão, Museu Arqueológico Municipal José Monteiro.
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De João Trigueiros
«MORGADO DE PEROVISEU E CHÃOS, Concelho do Fundão, séc. XVII».
pp. 101-110
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