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Brasão de Armas de João José Martins Pereira do Rego Goulão (1758). Partido de PEREIRA e REGO; Timbre de Pereira. (CBA de 20-III-1821) |
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Joaquim Trigueiros Martel (1801-1873), 1.º Conde de Castelo Branco. |
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Joaquim Trigueiros Martel (1801-1873). Esquartelado: REGO, TRIGUEIROS, MARTEL, e PEREIRA. |
Teve
brasão de armas por carta de 20-III-1821, com um escudo partido em pala de
PEREIRA e de REGO. Timbre de Pereira[4].
Era filho
de José Martins Pereira Goulão (n. 1725), capitão-mor das Ordenanças de Castelo
Branco, casado a 12-VII-1756 com D. Joana Bernarda do Rego Teles Carmona[5]; neto paterno de
Manuel Fernandes de Sena Branco (n. 1701), proprietário e sargento-mor das
Ordenanças de Castelo Branco, nascido a 30-IV-1730 em Sarnadas de Ródão, Vila
Velha de Ródão, casado a 13-X-1723 em Alcains, Castelo Branco, com D. Inês
Pereira Goulão (1688-1746)[6], nascida a
11-II-1688 em Castelo Branco, e falecida a 13-XI-1740 em Sarnadas de Ródão,
Vila Velha de Ródão; e neto materno de António Fernandes Carmona, e de sua
mulher D. Maria Custódia do Rego.
João José M. P. R. Goulão (n. 1758), foi casado
com D. MARIA ANTÓNIA DO REGO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (n. 1770), nascida
a 28-IV-1770 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova e aí baptizada
a 28-V-1770, filha de Jerónimo Trigueiros Martel Rebelo Leite (1716-1792) nascido
a 30-IX-1716 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a 19-IX-1716, proprietário e capitão
do Terço de Infantaria Auxiliar de Castelo Branco[7],
o qual veio a falecer a 12-III-1792 em Idanha-a-Nova onde foi sepultado no antigo
Convento de Santo António, casado nas segundas núpcias de ambos com D. Maria
Angélica Marques Goulão (1725-1790), nascida a 19-XII-1725 em Idanha-a-Nova e
aí baptizada a 26-XII-1725, falecida a 16-V-1790 em Idanha-a-Nova e sepultada
no Convento de Santo António; e neta paterna de Simão Rebelo Martel
(1660?-1722)[8],
natural do Porto, “escrivão do judicial de Juiz de Fora do Porto” por
carta de 19-I-1689[9], cidade onde foi sargento-mor de Ordenanças e posteriormente a sargento-mor da
Cavalaria de Penamacor, tendo então tomado parte na Guerra da Sucessão em
Espanha pelo que «fora na expedição da Guerra da Catalunha [1707-1712]»[10],
tendo falecido a 5-IX-1722 em Idanha-a-Nova, onde «foi sepultado na Matriz
desta villa donde era freguês», no posto de «sargento maior de cavalaria
reformado», o qual foi casado a 2-VIII-1714 em Idanha-a-Nova, em cerimónia
oficiada por frei Manuel Rodrigues Corugeiro, e teve por testemunhas Diogo da
Silva Toscano, o qual seguiu os apelidos maternos e era irmão de Simão Rebelo
Martel, e ainda seu pai Jorge Trigueiros da Costa, com D.
Isabel Trigueiros da Costa (1688-1768)[11], homónima de sua tia, baptizada a 13-XI-1688
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Idanha-a-Nova pelo vigário Frei
Miguel Rodrigues Goulão, tendo por padrinhos o Dr. Domingos Marques Giraldes e
sua tia Maria Nunes Calvo[12], falecida a 15-II-1768 em Idanha-a-Nova onde
foi sepultada dentro da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
As suas primeiras núpcias foram com sua prima D. CONSTANÇA NUNES MONSERRATE (f. 1762), filha de Manuel Afonso Monserrate e de sua mulher D. Maria Nunes da Silva, ou Maria Nunes Calvo, falecida com testamento a 19-I-1762 em Idanha-a-Nova onde foi sepultada no Convento de Santo António, o antigo Convento de São Francisco[15]. Sem geração[16].
As segundas núpcias, com 45 anos de idade, celebraram-se a 17-IV-1762 em Idanha-a-Nova com D. MARIA ANGÉLICA MARQUES GOULÃO (1725-1790), então com 35 anos de idade, nascida a 19-XII-1725 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a 26-XII-1725 pelo padre Domingos Nunes, tendo por padrinhos o padre Manuel Vaz e sua irmã Francisca Marques, naturais de Escalos de Cima. Sua segunda mulher faleceu a 16-V-1790 em Idanha-a-Nova com testamento, e aí foi sepultada no Convento de Santo António. Era filha de Domingos Ambrósio (n. 1707), sargento-mor das Ordenanças de Idanha-a-Nova onde nasceu a 8-VIII-1707, casado a 21-I-1725 em Escalos de Cima no concelho de Castelo Branco com D. Maria Marques Goulão (n. 1697), homónima de sua mãe, nascida a 23-IV-1697 em Escalos de Cima, os quais, juntamente com o padre Manuel Vaz intituiram um morgado a 13-IV-1751 a favor de sua filha e sobrinha Maria Angélica Marques Goulão para esta casar com o seu primeiro marido; neta paterna de Domingos Lopes Ambrósio (c. 1695)[17], capitão das Ordenanças de Idanha-a-Nova, já viúvo de Maria da Trindade, e de sua segunda mulher Leonor Fernandes, ambos naturais de Idanha-a-Nova; e neta materna de Domingos Vaz Rato, nascido em Escalos de Cima, casado a 25-IV-1688 com D. Maria Marques Goulão (1670-1766), nascida a 6-III-1670 em Alcains[18], falecida com testamento a 12-XII-1766 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultada «dentro da igreja dos Religiosos de Santo António desta vila». D. Maria Angélica foi casada em primeiras núpcias a 18-VI-1751 em Idanha-a-Nova, nas segundas núpcias do Dr. Bartolomeu Franco Português de Moura, natural da vila do Fundão, viúvo de D. Josefa Teresa Saraiva, de Tondela, filho do Dr. Pedro Barreiros de Moura e de D. Maria Antónia Franco Português.
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Alcains, Escalos de Baixo, Casa do tenente-coronel Nicolau Teles N. Guedelha (1788-1862). |
Este assentou praça e jurou bandeira a
14-I-1809 e em 1811 era tenente-capitão, em 15-VI-1832 passou a major da
Companhia de Granadeiros de Idanha-a-Nova, na qual atingiu a patente de
tenente-coronel (Arquivo Histórico Militar).
Foi eleito vereador para a Câmara de
Castelo Branco nos anos de 1825, 1836, 1848-49, e 1852-53.
Seu marido Nicolau T. N. Guedelha
(1788-1862) era filho de Domingos Nunes Guedelha (1743-1794), homónimo de seu
pai, nascido em 1743 em Escalos de Baixo, onde faleceu a 7-X-1794, e de sua
mulher em segundas núpcias D. Ana de São José Teles Barroso, natural de
Penamacor, a qual seria filha do capitão Nicolau Teles que foi casado com Maria
Esteves Barroso.
Era neto paterno de Domingos Nunes
Guedelha (n. 1672?), homónimo de seu filho, nascido por volta de 1672, o qual
ainda solteiro e com 36 anos de idade mais ou menos, fez a sua habilitação para
o Santo Ofício a 13-II-1708, o qual seguiu a carreia militar e foi alferes na
praça militar de Monsaraz, capitão de uma companhia do terço de infantaria
auxiliar da comarca de Castelo Branco, notabilizando-se na longa Guerra da
Restauração pela sua participação nos combates de Pedra Luz, Estorninho,
Albergaria, Sarça, Moraleira, Vale Verde, Cheleiros e Salvaterra, tendo sido
casado com D. Cecília Marques, natural de Escalos de Baixo, filha de Estevão
Nunes e de D. Maria Marques, naturais de Escalos de Baixo onde viviam de suas
lavouras[19].
Este Domingos Nunes Guedelha foi irmão do
notável Pedro Nunes de Sousa Guedelha (1659-1719)[20].
Tiveram:
2. JOÃO TELES TRIGUEIROS (1822-1886), que segue abaixo.
2. JOSÉ TELES TRIGUEIROS (1822-1892), irmão gémeo do anterior que nasceu
a 20-3-1822 na freguesia de Escalos de Baixo, Castelo Branco, onde foi
baptizado a 7-3-1823, e onde residiu. Foi eleito vereador para a Câmara de
Castelo Branco nos anos de 1821, 872-73. Casou com MARIA DUARTE, da qual teve
geração, que desconhecemos.
2. MARIA DO CARMO TRIGUEIROS MARTEL (n. 1826), nasceu a 7-IX-1826 na
freguesia de Escalos de Baixo, onde foi baptizada a 21-IX-1826 pelo padre Fr.
Valentim José Neto, tendo por padrinhos Leonardo António Goulão, assistente em
Sarnadas, e sua tia D. Joana Trigueiros do Rego Martel, e por testemunhas
Francisco José Leandro e João José Proença.
2. DOMINGOS TELES TRIGUEIROS (n. 1830), militar, nasceu a 10-VIII-1830
na freguesia de Escalos de Baixo onde foi baptizado a 23-VIII-1830 pelo padre
Fr. Valentim José Neto, apadrinhado por Simão Trigueiros do Rego Martel (n.
1807) e sua irmã D. Maria Adelaide Trigueiros (n. 1799) «tios maternos do
baptizado», e por testemunhas Francisco José Leandro e José Teles do Rego.
Casou com D. ANA PESTANA DE SAMPAIO DA FONSECA E EÇA (n. 1837), nascida em
Génova, Itália, a 23-VII-1837, filha de Manuel Bernardes Pestana Goulão (n.
1796), nascido a 9-IV-1796 em Vila Velha de Ródão, e falecido em Nisa, o qual
embarcou no navio Stag em Sines a 1-VII-1834 para acompanhar D. Miguel ao seu exílio em Génova após a Convenção de Évora Monte, e de sua mulher D. Maria
Cristina Sampaio da Fonseca e Eça (n. 1801), nascida 29-V-1801; neta paterna de
António Joaquim Pestana (1764-1846), sargento-mor de Ordenanças de Vila Velha
de Ródão, nascido em 1764 em Monte Claro, Nisa, e de sua mulher Joana Bernarda
Doroteia de São Paulo Goulão (1764-1814), nascida a 17-IX-1764 em Alcains.
2. MARIA DA PIEDADE TELES TRIGUEIROS (n. 1832) nasceu a 26-IX-1832 na freguesia de Escalos de Baixo, onde foi baptizada a 10-X-1832, tendo por padrinhos José Pereira e D. Maria do Carmo.
2. JOÃO TELES TRIGUEIROS (1822-1886), ou JOÃO TELES TRIGUEIROS DO REGO MARTEL (1822-1886) como também aparece mencionado em diversa documentação.
D. Carolina Cândida Geraldes de Melo (1837-1915). |
João Teles Trigueiros (1822-1886). |
Casou a 26-VIII-1850 em Escalos de Baixo com D. CAROLINA
CÂNDIDA GERALDES DE MELO (1837-1915)[21],
proprietária nas freguesias de Aldeia de Joanes e de Aldeia Nova do Cabo, no
concelho do Fundão, onde tinha uma casa alpendrada junto à Capela do Calvário –
Casa do Calvário –, e em Escalos de Baixo. Esta nasceu a 18-I-1836 em Almeida
onde foi baptizada a 29-I-1836 e teve por padrinho Nuno Brandão de Castro (n.
1805?)[22], de Ponte de
Lima, capitão de Caçadores do Regimento de Infantaria n.º 21 (1833), herói da
Causa do Liberalismo e camarada de armas de seu pai, e por madrinha D. Ana
Celina.
Faleceu a 18-II-1915 na sua casa da rua do Eiró em Escalos
de Baixo, onde foi sepultada no jazigo de seu genro o capitão António Augusto
de Azevedo, tendo deixado uma herança de 18 prédios agrícolas aos seus
herdeiros.
Era filha natural de José António Geraldes de Melo Coutinho
(f. 1841)[23],
tenente do Regimento de Infantaria n.º 21 (1833), o qual, à data do nascimento
da sua filha estava a prestar serviço na Divisão Auxiliar a Espanha, e era
natural de Aldeia Nova do Cabo, Fundão, tendo falecido solteiro a 12-VII-1841 em
Castelo Branco em cujo cemitério foi sepultado, e de D. Maria da Encarnação dos
Anjos, natural do Porto.
Era neta paterna de Manuel António Geraldes Leitão Coutinho de Melo (n. 1766), nascido a 28-IV-1766 em Aldeia Nova do Cabo, proprietário nessa freguesia e em Idanha-a-Nova, descendente dos morgados dos Geraldes que deram origem aos marqueses da Graciosa em Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Angélica Leocádia de Oliveira Fonseca Coutinho Botelho, natural de Penamacor; e neta materna de José Joaquim Gonçalves, natural de Santo Tirso, e de sua mulher D. Maria José, natural do Porto.
Tiveram:
3. JOSÉ MARIA TELES TRIGUEIROS DE MELO (n. 1854), que segue abaixo.
3. D. MARIA LIBÉRIA TRIGUEIROS MARTEL (1856-1907), casada com Joaquim
Augusto de Oliveira Leitão (1854-1909), tenente-coronel de Cavalaria, com
geração[24].
3. D. CONCEIÇÃO TELES TRIGUEIROS GERALDES DE MELO, natural de Escalos
de Baixo, casada com ANTÓNIO AUGUSTO DE AZEVEDO, capitão do exército. Ambos
faleceram sem geração, em Escalos de Baixo, onde foram sepultados no jazigo de
família do cemitério público desta freguesia.
3. D. RICARDINA TELES TRIGUEIROS (f. 1934), que faleceu a 11-2-1934 na sua casa da freguesia de Pêro Viseu, no concelho do Fundão. Casou com CÉSAR AUGUSTO CALDAS E QUADROS (1866-1937), formado em Direito, conservador do Registo Civil do Fundão (1911-1936), proprietário na freguesia de Pêro Viseu, concelho do Fundão, nascido a 27-VIII-1866 no Castelejo , concelho do Fundão, falecido a 2-I-1937 na sua casa de Pêro Viseu, situada junto da Igreja Matriz, filho de José de Matos Caldas e Quadros, natural do Castelejo, casado com sua prima D. Maria do Patrocínio Caldas e Quadros, natural de Pêro Viseu; neto paterno de José de Matos, do Castelejo, e de sua prima co-irmã D. Ana Bárbara Caldas e Quadros (n. 1787), nascida a 4-V-1787) em Alcongosta; e neto materno de José Paulo Caldas (f. 1859), de Pêro Viseu, casado com sua prima co-irmã D. Leonarda Josefina Caldas e Quadros (n. 1791), nascida a 23-XII-1791 em Alcongosta. César Augusto licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra a 24-VII-1893. A sua casa nesta aldeia situava-se ao lado da Igreja e veio posteriormente a ser adquirida com a finalidade de aí ser instalada a Casa Paroquial. Não tiveram geração, pelo que o Dr. César fez testamento no qual legou uma habitação a uma sua empregada doméstica e designou para seu universal herdeiro um jovem afilhado que foi criado na sua casa.
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José de Melo Geraldes Cajado (f. 1904), e D. Maria do Carmo Teles Trigueiros (f. 1936). |
primo José de Melo Geraldes Cajado (f. 1904).
3. JOSÉ MARIA TELES TRIGUEIROS DE MELO (n. 1854), nasceu a 31-VI-1854
em Aldeia Nova do Cabo, concelho do Fundão, onde foi baptizado a 9-IX-1854
tendo por padrinhos João António de Melo e D. Rita Leocádia Geraldes de Melo.
Bacharel em Direito pela universidade de Coimbra
(03-VII-1878), foi delegado do Procurador Régio e juiz em várias comarcas, tais
como na Ilha de São Jorge nos Açores (1882), em Almeida, em Almada (1888), em
Benavente (1899), e em Caldas da Raínha (1900).
Casou duas vezes.
As suas primeiras núpcias foram celebradas com sua prima D.
MARIA MARGARIDA DE MELO GERALDES CAJADO (1855-1888), nascida em 1855 e falecida
prematuramente em Cacilhas, Almada, sem geração.
Esta era filha de Joaquim Cajado Geraldes de Melo
(1813?-1887), proprietário, nascido por volta de 1813 em Idanha-a-Nova, onde
faleceu a 15-II-1887 na Rua da Praça, casado a 28-IX-1843 em Idanha-a-Nova com
D. Antónia Ludovina Leitão (1816-1892), proprietária, nascida em 1816 em
Pedrógão Pequeno, Sertã, e falecida a 16-VI-1892 na Rua da Praça em
Idanha-a-Nova; neta paterna de Francisco António de Paula Geraldes de Melo Coutinho (c. 1805),
nascido em Aldeia Nova do Cabo, Fundão, casado a 1-XII-1805 em Idanha-a-Nova
com sua tia D. Maria Margarida Geraldes de Melo Coutinho (n. 1775) , nascida a
27-XI-1775 em Idanha-a-Nova; e neta materna de António José Leitão (f. 1850) ,
proprietário, natural de Pedrógão, concelho de Penamacor, o qual faleceu a
26-VII-1850 em Idanha-a-Nova, e era casado com D. Maria Lopes Xisto, natural de
Idanha-a-Nova.
As segundas núpcias, quando contava 41 anos de idade e
após o falecimento de sua 1.ª mulher, foram celebradas a 26-XI-1896 na igreja
paroquial de Idanha-a-Nova com a sua sobrinha D. MARIA ISABEL DE MELO CAJADO
TRIGUEIROS (1874-1900), de 22 anos, tendo por padrinhos o doutor João Baptista
Meireles, solteiro, médico do Partido Municipal, D. Clara da Fonseca Vaz Preto,
viúva, João José Trigueiros de Aragão e Costa, solteiro, e D. Maria do Carmo
Teles Trigueiros, casada, todos abastados proprietários e moradores em
Idanha-a-Nova. Sua segunda mulher era filha de José de Melo Geraldes Cajado (f.
1904) e de sua prima D. Maria do Carmo Teles Trigueiros (f. 1936).
Filhos do 2.º casamento:
4. MARIA (1898-1900), nasceu 22-XII-1898 na freguesia de
Idanha-a-Nova, em cuja igreja paroquial foi baptizada a 23-III-1899, tendo por
padrinhos José de Melo Geraldes Cajado, casado, e D. Maria do Carmo Teles
Trigueiros de Melo Martel, casada. Faleceu a 30-VII-1900 na Rua do Adro em
Idanha-a-Nova, quando contava 19 meses de idade, tendo recebido sepultura no
cemitério público.
4. D. MARIA GERALDES DE MELO TRIGUEIROS (1901-1975), nasceu a 31-VIII-1901 em Idanha-a-Nova, em cuja igreja paroquial foi baptizada a19-X-1901, apadrinhada por José de Melo Geraldes Cajado, proprietário, casado, e por D. Maria do Carmo Teles Trigueiros de Melo Martel, casada. Faleceu em 1975.
Foi senhora de um apreciável património fundiário e várias
casas; entre elas a Casa do Calvário em Aldeia Nova, no concelho do Fundão, e a
casa da rua do Adro, em Idanha a Nova.
Casou a 23-X-1925 com ISIDORO JOAQUIM FERREIRA PINTO (f.
1968), falecido a 20-IX-1968, proprietário agrícola em Idanha-a-Nova, onde era
senhor da Herdade da Cachouça.
Tiveram geração que seguiu os apelidos PINTO DA SILVA,
entre outros.
Notas:
Comandou as divisões militares de Lisboa, Estremoz e Castelo Branco, até que no dia 2-V-1844 foi decretado que o regimento de Cavalaria nº 8 em Castelo Branco ficasse sob o seu comando, sendo então edificado por sua iniciativa o novo Quartel de Cavalaria no Largo da Devesa. Foi promovido a General de Brigada em 1870, e em 1872 deixou por doença o comando da 1.ª Divisão Militar. Possuía várias condecorações: era grã-cruz da Ordem Militar de São Bento de Avis; comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa; oficial da Ordem da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito; medalha das Campanhas da Liberdade, n.º 9; medalhas de ouro, de Valor Militar, Bons Serviços, Comportamento Exemplar. Tinha ainda as condecorações espanholas de grã-cruz da Ordem de Carlos III, e comendador da Real Ordem de Isabel a Católica.
[3] A
família Goulão de Alcains, deu a esta paróquia vários sacerdotes. A saber: Pe.
Manuel Rodrigues Goulão (1683); António Rodrigues Goulão (1696); Frei Dr.
Manuel Sanches Goulão (1708-1719), bispo de Meliapor; seu irmão Frei Dr.
Martinho Pereira Goulão (1717-1741); Pe. Fr. Simão Sanches Martins Goulão; Pe.
João Martins Goulão (1740); Pe. Estêvão da Cruz Goulão (1747); Pe. António
Álvaro Goulão (1777); Pe. João Carlos Pereira Goulão (1787); Pe. João Pereira
Goulão (1820); e Pe. Joaquim Pedro Goulão (1898).
[4] ANTT,
Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 63 v.
[5] JOSÉ
MARTINS PEREIRA GOULÃO (n. 1725) e sua mulher D. JOANA BERNARDA DO REGO TELES
CARMONA, tiveram: 1. João José, já mencionado; 2. Manuel Bernardo, cónego da Sé
da Guarda; 3. Joana Doroteia de S. Paulo Goulão (1764-1814), casada com António
Joaquim Pestana (1764-1846), sargento-mor das Ordenanças de Vila Velha de
Ródão, proprietário c.g.; 4. Joaquim José, capitão-mor das Ordenanças de
Castelo Branco, em cuja Câmara foi vereador em 1810, 1815, 1819 e 1824; 5.
Domingos do Rego, religioso da Ordem de Santo Agostinho; 6. Leonardo António,
cónego regular de Santo Agostinho.
[6] INÊS
PEREIRA GOULÃO (1688-1746), era filha de José Martins Goulão (1649-1716),
sargento-mor das Ordenanças de Castelo Branco com grandes serviços prestados
durante a invasão espanhola de 1704, casado em segundas núpcias com D. Ana
Pereira (f. 1755), falecida a 18-IV-1755 e sepultada em Alcains na capela de
Nossa Senhora da Piedade (actualmente denominada de São Brás) e anexa ao Solar
dos Goulões, que ela própria mandou edificar em 1725 de harmonia com a
última vontade do seu enteado D. Manuel Sanches Goulão (1677-1719), bispo de
Meliapor, expressa em testamento por este feito em Lisboa a 5-IV-1719, pelo
qual também instituiu um hospital que funcionou
a partir de 1725, numa casa situada perto do solar, o qual deu o nome à «Rua do
Hospital»; neta
paterna de Simão Martins Goulão (1593-1658), capitão, nascido a 7-XI-1593 em
Castelo Branco, cidade onde faleceu a 29-XII-1658, e de sua primeira mulher D.
Maria Sanches (1617-1673), nascida a 22-II-1617 em Alcains, Castelo Branco,
cidade onde faleceu a 4-X-1673, tendo deixado doze filhos deste casamento; e neta
materna de Bernardino Pereira (n. 1620), capitão, e de sua mulher Maria
Esteves, naturais da Covilhã; bisneta paterna de António Martins Goulão
(1568-1634), capitão, nascido em 1568 (?) em Alcains, Castelo Branco, onde
faleceu a 27-VIII-16341, casado a 9-II-1592 em Alcains com D. Maria Gomes
(1574?-1663), nascida por volta de 1574 e falecida a 20-II-1663 em Alcains, da
qual teve nove filhos.
[7] A
reorganização militar operada para sustentar a Guerra da Restauração, após a
declaração da independência em 1640, militarizou a população do reino em,
basicamente, três escalões de tropas: 1.º - Exército de Linha, destinado
à guerra de manobra nas fronteiras, organizado em terços de infantaria,
com 200 soldados cada (num total de 20.000 infantes), provenientes de entre os
filhos segundos (excepto os filhos de viúvas e lavradores); e companhias de
cavalaria, de 100 ginetes cada (num total de 4.000 ginetes), com oficiais e
soldados recrutados entre a nobreza; 2.º - Terços Auxiliares ou milícias,
organizadas por 30 comarcas, vocacionados para guarnecer ou defender as praças
fortes junto à fronteira, cada terço com 600 homens agrupados em 10 companhias
de 60 homens, recrutados entre os filhos de viúvas e lavradores, comandados por
um mestre de campo (coronel), e os respectivos sargentos-mores, capitães e
alferes; 3.º - Companhias de Ordenanças, organizadas por comarcas, cada
uma com 240 homens, as quais serviam fundamentalmente como depósitos de
recrutamento e eram comandadas por um capitão-mor, com seu sargento-mor e dois
ajudantes, geralmente fidalgos.
[8] SIMÃO REBELO MARTEL (1660?-1722), era filho de António Rebelo Martel (n. 1640?) natural de Leça, Matosinhos, residente em Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Úrsula Isabel da Silva Toscano (n. 1640?) natural do Porto, provável parente de Cristóvão de Madureira que foi comendador do Porto na Ordem de Cristo, o qual viveu algum tempo em Castelo Branco e foi casado com Guiomar Toscana, filha de Jorge Toscano e de sua mulher Antónia Toscano, supostos senhores da Quinta de Santa Cruz, na freguesia de Canelas, concelho de Penafiel. Destes deve ser parente Úrsula da Silva Toscano (n. 1640?). – Cfr. GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Azevedos», § 37, Vol. I, p. 564; e Tít. «Madureiras», § 2, 8, Vol. VII, p. 150; e Cristóvão Alão de Morais, Pedatura Lusitana, t. III, v. 2, p. 418. Estes Madureira Toscano, parecem ser os do antigo Morgadio da Quinta do Freixo, na freguesia de Guilhabreu, então no concelho da Maia e hoje no de Vila do Conde. Dos Toscano há a registar, na Beira: João Toscano de Sousa (c.1683), vigário da freguesia de Santa Maria, a actual Sé de Castelo Branco; e Pedro Toscano de Sousa, de Alpedrinha, casado com uma filha de Luís Taborda, que fundou a Misericórdia da mesma vila em 1630, para a qual deu a capela de S. Fernando. – in António Salvado Mota, Alpetrinienses Ilustres, 1929, Alpedrinha, p.129.
[9] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Liv. 5, fl. 18v.
[10] Segundo
Manuel Álvares Piteiros (n.1700),
de Idanha-a-Nova, declarou no Processo de Justificação de Nobreza de Joaquim
Rebelo Trigueiros Martel Leite (Autos), p. 16 v.º.
[11] D.
ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA (1688-1768), era filha de Jorge Trigueiros da Costa
(1658-1704), baptizado a 7-IX-1658 na Igreja de São Tiago de Coimbra pelo padre
Francisco Curado e apadrinhado pelo Doutor Luís Tavares. Nesta cidade de
Coimbra «serviram de vereadores seus ascendentes e parentes colaterais».
Fez habilitação para o Santo Ofício, obtendo a Carta de Familiar a 20-XI-1699 (ANTT,
Cartório da Nobreza, Processo de Justificação de Nobreza de Joaquim Rebelo
Trigueiros Martel Leite (Autos), Mç 22, Doc. 15; e ANTT, TSO, Inquisição de
Coimbra, Carta de Familiar de 20-XI-1699, Mç 2, Diligência 55).
Seu pai JORGE TRIGUEIROS DA COSTA
(1658-1704) veio residir em Idanha-a-Nova e faleceu a 16-VII-1704 na cidade de
Alcântara, província de Cáceres, em Espanha, na qualidade de prisioneiro da
Guerra da Sucessão deste país «captivo que foi pello inimigo constou que
falleceo em Alcantara (…) como constou por ditto de sua mulher» e
ficou registado no livro de óbitos de Idanha-a-Nova.
Casou a 29-X-1685 em Idanha-a-Nova com D.
ISABEL NUNES CALVO (f. 1726), daí natural e aí falecida a 20-VIII-1726, em cuja
igreja matriz foi sepultada. Foram testemunhas deste casamento o capitão
António de Oliveira Lagarto e Francisco Nunes Piteiros (c. 1715).
Sua mulher era filha de Manuel Roiz
Mestraires e de Maria Nunes Calvo (f. 1719), esta última falecida já viúva a
13-IX-1719 em Idanha-a-Nova, os quais eram «lavradores honrados que viviam de
sua fazenda»; neta paterna de Manuel Martins Mestraires e de sua mulher Maria
Fernandes Ovelheira, lavradores; e neta materna de António Afonso Calvo (c.
1631) e de sua mulher Isabel Gonçalves, os quais «viveram de suas fazendas» e
eram naturais da freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova.
[12] O
padrinho Dr. Domingos Marques Giraldes, conselheiro da Fazenda, filho de Marçal
Pires Leitão e de sua mulher Constança Marques Giraldes, era casado com
Catarina Trigueiros (Cfr. Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, § - 7,
p. 203)
[13] No
processo de Justificação de Nobreza de seu filho aparece também com o nome
completo de Jerónimo Trigueiros Martel Toscano Silva.
[14] A
reorganização militar operada para sustentar a Guerra da Restauração, após a
declaração da independência em 1640, militarizou a população do reino em,
basicamente, três escalões de tropas: 1.º - Exército de Linha, destinado
à guerra de manobra nas fronteiras, organizado em terços de infantaria,
com 200 soldados cada (num total de 20.000 infantes), provenientes de entre os
filhos segundos (excepto os filhos de viúvas e lavradores); e companhias de
cavalaria, de 100 ginetes cada (num total de 4.000 ginetes), com oficiais e
soldados recrutados entre a nobreza; 2.º - Terços Auxiliares ou milícias,
organizadas por 30 comarcas, vocacionados para guarnecer ou defender as praças
fortes junto à fronteira, cada terço com 600 homens agrupados em 10 companhias
de 60 homens, recrutados entre os filhos de viúvas e lavradores, comandados por
um mestre de campo (coronel), e os respectivos sargentos-mores, capitães e
alferes; 3.º - Companhias de Ordenanças, organizadas por comarcas, cada
uma com 240 homens, as quais serviam fundamentalmente como depósitos de
recrutamento e eram comandadas por um capitão-mor, com seu sargento-mor e dois
ajudantes, geralmente fidalgos.
[15] O
Convento de Santo António foi adquirido pela família Manzarra que o converteu
em residência solarenga, afectando as suas duas capelas já dessacralizadas em
celeiros agrícolas.
[16] No
mês de Setembro de 1762, nas operações da Guerra dos Sete Anos, os exércitos
castelhanos invadem Portugal através dos concelhos de Idanha-a-Nova e Castelo
Branco, onde fazem grandes pilhagens de casas e capelas, aí deixando um grande
rasto de miséria e de luto. A análise da sazonalidade dos óbitos no concelho de
Idanha-a-Nova, associada à guerra, indicia a existência de alguma epidemia de
tipo estivo-outonal nos anos de 1760-63. – Cfr. Maria João Guardado Moreira, Vida
e Morte no Concelho de Idanha-a-Nova, pp. 128-157.
[17] Domingos
Lopes Ambrósio, fez uma escritura de trespasse de juro no valor de 30.000 reis
ao capitão-mor de Idanha-a-Nova Manuel Álvares Rico a 10-V-1695. Cfr. ANTT,
Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 99, nº 11, cx. 100.
[18] Cfr.
Sanches Roque, Alcains e a sua História, p. 313.
[19] DOMINGOS
NUNES GUEDELHA (N. 1672?), segundo declara uma testemunha na sua habilitação
para o Santo Ofício (f. 16v), este «teve uma criança de uma criada de casa,
a qual é natural dos Escalos de baixo, mas não sabe se é viva ou morta, o que
ele testemunha sabe por servir nesse tempo de juiz e lhe levarem a dita criança
a Casa Do Meirinho, e Escrivão para se mandar dar a criar», a qual, segundo
outra testemunha «era filha de uma moça solteira chamada Joana Marruja (…),
a qual é filha de António Gonçalves e de Maria Gonçalves Maruja» (f.
21v).
[20] PEDRO
NUNES DE SOUSA GUEDELHA (1659-1719), foi desembargador e cavaleiro da Ordem de
Cristo (1691), natural de Castelo Branco, com uma carreira pública relevante no
reinado de D. João V. Formou-se em Cânones na Universidade de Coimbra
(4-V-1685), foi juiz de fora de Mértola (1687-1690), ouvidor de Vila Real
(1691), superintendente dos descaminhos da administração do Tabaco do Algarve
(1697), desembargador da Relação do Porto (1697), cargo este que abandonou por
ter sido nomeado administrador geral da Companhia Real da Guiné e Índias de
Espanha em Cartagena (cidade do império espanhol na América do Sul), onde
permanece por alguns anos fazendo jornadas ao Perú e às Índias Ocidentais
Espanholas, após o que regressa a Portugal para ocupar o cargo de desembargador
extraordinário da Casa da Suplicação (1705), ouvidor do Crime da Casa da
Suplicação (1708), vereador do senado da Câmara de Lisboa (1712), e ter sido
instituindo um morgado em cuja sucessão nomeou o Hospital da Misericórdia de
Castelo Branco, cidade onde casou na freguesia de Santa Maria a 13-IX-1684 com
D. Agostinha Teles Barroso de Sousa (f. 1702), filha do capitão João Teles,
natural de Castelo Branco, e de sua mulher D. Maria Barroso, natural de
Ferreira do Zêzere. Falecida sua primeira mulher, casou em segundas núpcias com
D. Brites Maria Pessoa de Vasconcelos Spínola que em 1717 obteve uma tença de
60.000 réis. Fez testamento a 8-III-1717 no qual nomeou por testamenteiros sua
mulher e Raimundo Manuel da Cunha, tendo falecido em 1719 na sua casa da Rua
Nova de Jesus em Lisboa, sem filhos legítimos, com uma filha natural perfilhada
que foi Cecília Marques.
[21] Há
dois assentos de baptismo de D. CARONINA CÂNDIDA. O primeiro deles, com este
nome, foi anulado devido à não inclusão do nome da sua progenitora. O segundo
registo corrige este lapso, mas apenas a nomeia como CAROLINA.
[22] NUNO
BRANDÃO DE CASTRO (n. 1805?), de Ponte de Lima, o padrinho de Carolina Cândida,
casou com a açoriana D. Mariana Carolina Rebelo Borges de Castro
(1806-1874), foi um glorioso e condecorado combatente da Causa do Liberal –
Oficial da Ordem de Torre e Espada, em 1845 – que emigrou pela Galiza em
direcção a Londres (1828), e daí para a ilha Terceira (1829) onde se
concentraram as forças liberais, com as quais veio desembarcar na Praia do
Mindelo a 8-VII-1832, após o que travou quase todos os combates até à derrota
de D. Miguel (1834). Prestou serviço no Regimento de Infantaria n.º 21 quando
foi promovido ao posto de Capitão (25-IX-1833), e veio a ser coronel graduado e
tenente-rei da Praça de Abrantes (1853), terminando a carreira como comandante
da subdivisão militar de Ponta Delgada (Açores). Aquando
do nascimento de Carolina Cândida, este seu padrinho também teve um filho natural
que foi Aristides Brandão de Castro (n.1836), nascido a 25-IV-1936 em Almeida,
o qual seguiu a carreira militar.
[23] JOSÉ ANTÓNIO GERALDES DE MELO COUTINHO (f. 1841), era irmão de Francisco António de Paula Geraldes de Melo Coutinho (c. 1805), nascido em Aldeia Nova do Cabo, casado com sua tia Maria Margarida Geraldes de Melo Cajado (n. 1775), nascida a 27-XI-1775 em Idanha-a-Nova. Por altura do nascimento desta sua filha Carolina Cândida, ele estava em Almeida integrado nas tropas portuguesas aqui reunidas (Ordem do Exército de 17-XI-1834) para se oporem ao levantamento dos partidários do pretendente absolutista D. Carlos de Espanha contra a rainha D. Isabel II (1.ª Guerra Carlista). Estas tropas passaram a Espanha com um exército de 6 mil efectivos e aí prestaram relevantes serviços, com destaque para a batalha de Arminon (País Basco, Espanha), após o que regressaram a Portugal em Setembro de 1837.