Morgados do Outeiro (Fundão) e de Idanha-a-Nova
Pedra de Armas (moderna),
Solar Trigueiros Aragão.
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Idanha-a-Nova, Solar Trigueiros Aragão. |
As campanhas militares da Restauração após 1640, e a Guerra
da Sucessão em Espanha para a qual Portugal é arrastado a partir de 1704,
deslocam para o Alto Alentejo e para as Beiras tropas regulares e corpos das
Ordenanças do litoral e do centro do país[1].
Estas forças tinham por missão o reforço e a defesa das praças de guerra junto
à fronteira.
Em consequência destas movimentações, muitos oficiais
acabariam por se fixar na orla fronteiriça onde por laços de casamento se ligam
a importantes famílias locais cuja riqueza se baseava na posse da terra.
Foi nestas sucessivas ondas migratórias que os Trigueiros (de
Torres Vedras e Coimbra), os Rebelo Martel (do Porto), os Aragão (da Guarda),
os Sá Pereira (de Condeixa), juntamente com muitas outras famílias, acabam por
se fixar no distrito de Castelo Branco; nomeadamente no Fundão, Penamacor,
Alcains e em Idanha-a-Nova.
Quase todos eles, filhos segundos de famílias da pequena nobreza que apoiou a Restauração, viriam a ligar-se aos Vaz, aos Castelo Branco, aos Costa, aos Proença, aos Oliveira, aos Cunha, e aos Goulão[2]; famílias estas estabelecidas nesta região desde longa data e possuidores de avultado património fundiário, muitas vezes vinculado em morgados.
1. D. MARIA
TRIGUEIROS, natural de Idanha-a-Nova, cuja filiação se desconhece.
Foi casada com LUÍS
ÁLVARES, natural de Idanha-a-Nova onde foi morador. Proprietário e “escrivão
dos Órfãos”, os seus antepassados foram “todos eles Principais e mais
Nobres desta vila e seus redores”, e nela exerceram os cargos mais honrados
de “juízes, vereadores, provedores da Misericórdia”, assim como
procuradores, e capitães de Idanha-a-Nova, segundo testemunho de Francisco
Nunes Moucho eremita de Nossa Senhora do Almortão[3].
Com este
nome houve vários homónimos, cronologicamente anteriores, quiçá parentes
próximos, os quais frequentaram a faculdade de Cânones na Universidade de
Coimbra, assim como ocuparam posições de relevo nesta região ao serviço do rei
D. João II (1455-1496)[4].
Filha:
2. D. MARIA FERNANDES
TRIGUEIROS (I), que segue.
2. D.
MARIA FERNANDES TRIGUEIROS (I), natural de Idanha-a-Nova.
Casou com PEDRO ALEIXO «o Velho» (c 1631)[5], filho de Aleixo Pires e de Inês Gonçalves, naturais de Idanha-a-Nova.
Formado em Leis na Universidade de Coimbra a 22-II-1631[6], «foi Juiz por três ou quatro
vezes nesta Villa [de Idanha-a-Nova] e Capitão da ordenança nella». Estes «viviam de suas lavouras, e
fazendas, que mandavam cultivar por seus criados, e são ricos e abastados, e da
principal gente desta vila», segundo declara uma testemunha no processo de
habilitação para o Santo Ofício do seu parente Domingos Marques Giraldes (1674)[7].
Tiveram:
3. PEDRO ALEIXO TRIGUEIROS,
que segue.
3. PEDRO
ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1647), licenciado (1647)[8], «advogado que foi nos auditórios
desta cidade de Coimbra»[9], natural de Idanha-a-Nova onde serviu como capitão de cavalos.
Casou com «sua primeira mulher» D. ISABEL DA COSTA, natural da cidade de
Coimbra[10].
Seus pais e avós eram «todos
nobres dos principais d’esta villa e das mais desta comarca e como taes exercitavão
todos os officios nobres da ditta villa, Juízes e Vereadores, Provedores da
Misericórdia, Capitães e que o ditto Bacharel Pedro Aleixo he cazado com hua
molher da cidade de Coimbra que elle testemunha sempre ouviu dizer que hera mui
nobre e dos cidadãos daquella cidade»[11].
Residiram ao Cais (Cais da Ameias),
na freguesia de São Bartolomeu em Coimbra, assim como na então vila de
Idanha-a-Nova onde Pedro Aleixo foi testemunha no processo de ordenação de
Bartolomeu Roque da Fonseca (1659).
Tiveram:
Capela da Misericórdia de Idanha-a-Nova. Lápide com inscrição abreviada: «Sepultura de António Gonçalves Moucho e de sua mulher». |
o qual viveu «de suas fazendas e gados» segundo declara
Idanha-a-Nova, Casa do Morgado dos Giraldes, actuais Marqueses da Graciosa. |
Tiveram:
5. D.
CATARINA TRIGUEIROS (c. 1688), filha única e herdeira.
Casou com seu primo DOMINGOS MARQUES
GIRALDES (c. 1674), familiar do Santo Ofício[18], bacharel[19], ouvidor e procurador da comarca de Faro[20], desembargador dos Agravos e conselheiro da Fazenda Real de D. João V
(1710)[21].
Este foi testemunha do baptismo de
Isabel Trigueiros da Costa a 13-XI-1688 em Idanha-a-Nova, localidade esta onde
a 28-XI-1688 obteve um aforamento da terra da Vargem pertencente à Mordomia da
Igreja de Nossa Senhora do Almortão[22]. Teve vários homónimos, um deles capitão-mor de Idanha-a-Nova.
Seu marido era filho de Marçal Pires
Leitão, casado a 14-II-1638 com sua mulher D. Constança Marques Giraldes; neto
paterno Domingos Pires Marçal e de D. Inês Fernandes; neto materno de João
Marques Anes Leitão que ao serviço de D. João VI morreu em combate contra os
castelhanos na Guerra da Restauração[23], e de sua mulher D. Catarina Marques Giraldes[24].
Tiveram:
6. D. INÊS TERESA GERALDES (c. 1707), que veio a obter 80$000 rs de tença dos quais
12$000 rs para a pessoa que com ela casar (carta de 6-VI-1707)[25].
Casou com FELÍCIO SEBES PEDRO (c. 1732), o qual teve 12$000 rs de tença com o
hábito de Cristo para casar com sua mulher (carta de 7-XI-1732)[26].
Não tiveram geração.
Casou com D. LUÍSA GUTERRES[28], filha de Jorge Gonçalves Guterres «advogado que foi nesta cida-
de», e de sua mulher Isabel Antónia da Maia, todos moradores na freguesia de São Tiago de Coimbra de
onde eram naturais.
Foram moradores na então designada Rua das Solas (actual Rua Adelino Veiga) na freguesia de São Tiago em Coimbra[29].
Tiveram:
5. ISABEL TRIGUEIROS (n. 1657), baptizada a 26-VI-1657 na Igreja Santiago em Coimbra pelo padre
Francisco Curado, tendo por padrinho José Gomes.
5. JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (1658-1704), que segue.5. JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (1658-1704), baptizado a 7-IX-1658 na Igreja de São Tiago de Coimbra
pelo padre Francisco Curado e apadrinhado pelo Doutor Luís Tavares. Nesta cidade de Coimbra «servi-
ram de vereadores seus ascendentes e parentes colaterais»[30]. Fez a habilitação para o Santo Ofício
tendo obtido a Carta de Familiar a 20-XI-1699[31].
Veio a residir em Idanha-a-Nova e faleceu a
16-VII-1704 em Alcântara, na província de
Cáceres em Espanha, na qualidade de pri-
sioneiro da Guerra da Sucessão deste país
– «captivo que foi pello inimigo constou
que falleceo em Alcantara (…) por ditto de
sua mulher» e ficou registado no respecti-
vo livro de óbitos de Idanha-a-Nova[32].
Casou a 29-X-1685 em Idanha-a-Nova com
D. ISABEL NUNES CALVO (f. 1726)[33], daí
natural e aí falecida a 20-VIII-1726, em cuja
igreja matriz foi sepultada. Foram testemu-
nhas deste casamento o capitão António de
Oliveira Lagarto e Francisco Nunes Piteiros (c. 1715)[34].
Sua mulher era filha de Manuel Roiz Mestraires e de Maria Nunes Calvo (f. 1719), esta última falecida já
viúva a 13-IX-1719 em Idanha-a-Nova, os quais eram «lavradores honrados que viviam de sua fazenda»;
neta paterna de Manuel Martins Mestraires e de sua mulher Maria Fernandes Ovelheira, lavradores; e
neta materna de António Afonso Calvo (c. 1631) e de sua mulher Isabel Gonçalves, os quais «viveram de
suas
fazendas» e eram naturais
da freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova[35].
Tiveram:
6. LUÍSA (n. 1686), a qual foi baptizada a 23-VII-1686 em Idanha-a-Nova, apadrinhada pelo capitão
João da Fonseca Tavares e por Maria Nunes Calvo, mulher de Manuel Afonso Monserrate. Faleceu
menor.
6. D.
ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA (1688-1768), homónima de sua tia, que segue abaixo.
6. LUÍSA (n. 1690?), segunda do nome, baptizada a 29-I-1690 em Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos
o padre
Pedro Giraldes Leitão e sua tia Maria Nunes Calvo. Faleceu menor.
6. SEBASTIÃO (n. 1693), homónimo de seu avô paterno, que foi baptizado a 13-V-1693 em Idanha-a-
-Nova, apadrinhado pelo padre Pedro Giraldes Leitão e por sua tia Maria Nunes Calvo.
6. BERNARDA (n. 1696), baptizada a 20-II-1696 na citada vila de Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos
o padre Pedro Giraldes Leitão e sua tia Maria Nunes Calvo.
6. JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (n. 1698), homónimo de seu pai, o qual no baptismo era ANDRÉ,
nome que lhe foi mudado no Crisma para JORGE. Foi baptizado «em necessidade» a 5-XI-1698
pelo padre Pedro Geraldes Leitão na igreja paroquial de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-
-a-Nova, apadrinhado pelo padre Mateus Álvares de Miranda e por Manuel Luís de Matos.
Casou a 18-IX-1723 na freguesia de Eiras, no concelho de Coimbra, com D. ÚRSULA MARQUES
(n. 1683), baptizada a 11-II-1683 na freguesia de Eiras, Coimbra, apadrinhada por António Marques
Cardoso e Úrsula Baptista. Era filha de João Marques e de D. Leonor da Costa.
Este casamento teve por testemunhas o seu sobrinho Francisco Marques, o reverendo padre
Manuel da Costa, a cunhada
Leonor da Costa, e ainda Marta Monteiro.
Tiveram:
7. D.
BRITES TERESA TRIGUEIROS DA COSTA (n. 1725), filha única, baptizada a 10-V-1725
na freguesia de Eiras, em Coimbra, tendo por padrinhos Caetano Calisto Cabral e
D. Brites, a qual era religiosa no Convento de Santa Ana em Coimbra.
Casou 17-IX-1750 na Igreja de São João de Santa Cruz de Coimbra, por procuração a Dioní-
sio Marques, natural de Vilarinho, na freguesia de Santiago de Eiras, com o
licenciado CAETANO NEVES DE LEMOS, por procuração a seu tio Martinho de Lemos
das Neves, da Póvoa de Mosqueiro, São João Baptista de Areias. Foram
testemunhas deste casamento o padre António de Brito Brandão cura da igreja da
Torre de Vilela, e José Gomes Anes Amado de Azambuja Tavares, moradores na
Quinta de Lordemão, freguesia de São Paulo de Frades, Coimbra.
Seu marido Caetano Neves de Lemos,
licenciado em Cânones pela Universidade de Coimbra, era natural da São Miguel,
São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão, filho único de Domingos Neves,
natural de São Miguel, e de sua mulher Maria Gomes, natural da Póvoa de
Mosqueiros onde tinham uma grande casa.
Tiveram:
8. DOMINGOS NEVES DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA (b. 1751) que foi baptizado a
21-X-1751 em São Miguel, São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão.
Obteve o bacharelato em Cânones pela Universidade de Coimbra a 22-VI-1771 e a for-
matura um mês depois, com 20 anos de idade, tendo sido Juiz Ordinário e das Sisas
(1777, 1799, e 1817). Herdou na aldeia de Póvoa de Mosqueiros, em São João das
Areias, a casa solarenga e a quinta que foi dos seus parentes Neves de Lemos, para a
qual foi
residir em 1804.
Casou a 6-VI-1818 (?) em São Pedo de
Mouraz, concelho de Tondela, com D. ÚRSULA MARIA DE JESUS, também natural de
São João de Areias, filha de Bernardo Pedrosa, e de D. Caetana Maria.
Tiveram:
9. FRANCISCO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA, natural de São Miguel, São
João de Areias, concelho de Santa Comba Dão. Casou com D. ANA DELFINA DA
COSTA, natural de Mourão
Tiveram:
10. JOSÉ ALEXANDRINO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA E BRITO, natu-
tural da Póvoa de Mosqueiros, freguesia de São João de Areias, concelho
de Santa Comba Dão. Casou com D. JACINTA LUCINDA, natural de Tibal-
de, freguesia de Fornos de Maceira Dão, concelho de Mangualde.
Filhos:
11. ANTÓNIO DE LEMOS TRIGUEIROS, o qual casou com D. CASIMIRA
AUGUSTA PEREIRA DO VALE.
Filha:
12. D. MARIA AUGUSTA DO VALE E LEMOS TRIGUEIROS, nascida
em Vila Nova da Rainha, no concelho de Tondela. Casou com
DELFIM RODRIGUES LOBO.
Filho:
13. ANTÓNIO DE LEMOS TRIGUEIROS DO VALE E LOBO
(n. 1910), nascido a 29-X-1910 em Vila Nova da Rainha,
concelho de Tondela. Casou em 1935 no Sobral, con-
ceho de Carregal do Sal, com D. EMÍLIA AUGUSTA DE
MIRANDA MONTEIRO.
11. MARIA DE LEMOS TRIGUEIROS
11. BEATRIZ
DE LEMOS TRIGUEIROS
11. NICOLAU
DE LEMOS TRIGUEIROS
10. JORGE
ALEXANDRINO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA E BRITO.
8. D. ÚRSULA MARIA RITA TRIGUEIROS DA COSTA E LEMOS (n. 1753), a qual nasceu a
12-III-1753 e foi baptizada a 28-III-1753 na igreja de São João de Santa Cruz de Coim-
bra, apadrinhada pelo primo de sua mãe Jerónimo Trigueiros Martel Rebelo Toscano
da Silva (1716-1792) com procuração ao padre José António Freixo, e pela mulher des-
te D. Constança Nunes Monserrate com procuração a Martinho de Lemos das Neves.
Casou a 26-VIII-1788 na Igreja de São
João das Areias, concelho de Santa Comba Dão, com ANTÓNIO DE MELO CABRAL
CARDOSO DA SILVEIRA (1731-1821), baptizado a 10-VII-1731, apadrinhado por
Martinho (…) e D. Isabel de Melo Cabral, tendo falecido a 22-XII-1821, filho de
Francisco da Silveira de Eça Cardoso e Melo e de sua mulher Feliciana Maria
Rozeuma de Brito. Testemunharam este casamento, o reverendo José Ferreira
Borges cura da Igreja de São João das Areias, e o reverendo Caetano José Bento,
assim como Bernardo José Tavares.
Residiu na chamada Casa das Armas Reais em São João de
Areias[37], um solar barroco da segunda metade do século XVIII, armoriado com um
escudo esquartelado de CABRAL, SILVEIRA, CARDOSO, e MELO, com um elmo de
perfil, encimado por um coronel de nobreza.
Seu marido foi fidalgo da Casa Real,
juiz Ordinário e das Sisas (1782 e 1800), tal como foi seu irmão e seu pai, e
sargento-mor das Ordenanças de São João de Areias (1795-1806).
6. D. LUÍSA (n. 1701), nascida a 2-IX-1701 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 11-IX-1701, tendo
por
padrinho o padre Pedro Geraldes Leitão.
6. D. ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA (1688-1768), homónima de sua tia, foi baptizada a 13-XI-1688 em Ida-
nha-a-Nova pelo vigário Frei Miguel Rodrigues Goulão, tendo por padrinhos o Dr. Domingos Marques
Giraldes e sua tia Maria Nunes Calvo[38]. Faleceu a 15-II-1768 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultada na
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Casou a 2-VIII-1714 em Idanha-a-Nova em cerimónia oficiada pelo vigário Frei Manuel Rodrigues Corujeiro, sendo testemunhas Diogo da Silva e Jorge Trigueiros[39], com SIMÃO REBELO MARTEL (1660?-1722), natural do Porto, filho de António Rebelo Martel (n. 1640?), natural de Leça, Matosinhos, residente em Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Úrsula Isabel da Silva Toscano (n. 1640?)[40], natural do Porto; neto paterno de outro António Rebelo e de sua mulher D. Francisca Galharda.
Ruínas do Castelo de Idanha-a-Nova |
Porto” por carta de 19-I-1689[41], cidade da qual também foi sargen-
to-mor de Ordenanças e, posteriormente, sargento-mor da Cavalaria de Penamacor, tomado então parte na Guerra da Sucessão em Espanha e por isso «fora na expedição da Guerra da Catalunha [1707-1712]»[42]. Faleceu a 5-IX-1722 em Idanha-a-Nova, onde «foi sepultado na Matriz desta villa donde era freguês», no posto de «sargento maior de cavalaria reformado».
Segundo consta por documentação
credível, Simão Rebelo Martel era «irmão legítimo» de João Fernandes
Freixo (c. 1729), casado a 27-VIII-1729 na freguesia da Zebreira, distrito de
Castelo Branco, com Maria da Assunção Ovelheira, da qual teve José António
Freixo de Miranda, que por sua vez foi casado com D. Joaquina Teresa da Costa.
Destes últimos foi filho José Bernardo Freixo de Miranda, natural de Lisboa, ao
qual foi passado carta de brasão de armas a 20-I-1786, esquarteladas de REBELO,
MIRANDA, TRIGUEIROS, e COSTA[43].
Tiveram:
7. D. ÚRSULA (n. 1715), nasceu a 5-IX-1715 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 19-VI-1715, apa-
drinhada por Diogo da Silva Toscano e por D. Isabel Nunes Calvo.
7. JERÓNIMO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE
(1716-1792), que segue abaixo.
7. JORGE (n. 1718), nasceu a 2-III-1718 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a 31-III-1718, apadrinha-
pelo licenciado Diogo da Silva Toscano com procuração a Pedro da Costa Lixa, e por D. Catarina
Teresa. Faleceu menor.
7. ANTÓNIO (n. 1719), nasceu a 17-VI-1719 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a 13-VII-1719, tendo
por padrinho Diogo da Silva Toscano natural do
Porto.
7. D. FRANCISCA (n. 1720), nasceu a 20-IX-1720 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a 5-X-1720,
tendo por padrinho Jorge Trigueiros da Costa, natural do Porto.
7. JORGE (n. 1722), segundo deste nome, nasceu a 30-I-1722 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a
15-II-1722, apadrinhado pelo capitão Bartolomeu da Franca.
7. JERÓNIMO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (1716-1792)[44], nascido a 30-IX-1716 em Idanha-a-
-Nova onde foi baptizado a 19-IX-1716 pelo padre Frei Manuel Rodrigues Corujeiro, apadrinhado por
seu tio Jorge Trigueiros. Foi capitão do Terço de Infantaria Auxiliar de Castelo Branco e proprietário[45],
falelecido a 12-III-1792 em Idanha-a-Nova onde foi sepultado no Convento de Santo António e dispôs no
seu testamento:
«que por sua alma se dissessem mil missas, pellas almas de seos pais vinte missas, pella de seos sogros sinco missas por cada hum, pellos seos tios Pedro Fernandes Monserrate e suas Irmans Dona Ignes Nunes e Dona Constanças Nunes trinta missas, por seos avós paternos e maternos sinco missas por cada hum, por Nossa Senhora sinco missas, ao santo do meu nome tres missas, ao Anjo da minha guarda tres missas, e ao Anjo Sam Gabriel duas missas, às almas do Purgatório tres missas, a Senhora do Almortam duas missas que se desse de esmola a pobres viuvas 20 alqueires de senteio e aos Religiosos de santo antónio dois alqueires de trigo de esmola por seu testamenteiro a seu filho Joaquim Rebelo Trigueiros a quem deixou a terça».
Idanha-a-Nova, Igreja do Convento de Sto. António (propriedade particular). |
Casou
duas vezes.
As
primeiras núpcias foram celebradas com sua prima D. CONSTANÇA NUNES MONSERRATE
(f. 1762), filha de Manuel Afonso Monserrate e de sua mulher D. Maria Nunes da
Silva, ou Maria Nunes Calvo, falecida com testamento a 19-I-1762 em
Idanha-a-Nova onde foi sepultada no Convento de Santo António, que foi o antigo
Convento de São Francisco[46]. Sem
geração[47].
As suas segundas núpcias, quando contava
45 anos de idade, celebraram-se a 17-IV-1762 em Idanha-a-Nova com D. MARIA
ANGÉLICA MARQUES GOULÃO (1725-1790), então com 35 anos de idade, nascida a
19-XII-1725 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a 26-XII-1725 pelo padre
Domingos Nunes, tendo por padrinhos o padre Manuel Vaz e sua irmã Francisca
Marques, naturais de Escalos de Cima. Sua segunda mulher faleceu a 16-V-1790 em
Idanha-a-Nova, com testamento, e aí foi sepultada no Convento de Santo António.
Era filha de Domingos Ambrósio (n. 1707), sargento-mor das Ordenanças de
Idanha-a-Nova onde nasceu a 8-VIII-1707, casado a 21-I-1725 em Escalos de Cima
no concelho de Castelo Branco com D. Maria Marques Goulão (n. 1697), nascida a
23-IV-1697 em Escalos de Cima, os quais, juntamente com o padre Manuel Vaz
instituíram um morgado a 13-IV-1751 a favor de sua filha e sobrinha Maria
Angélica Marques Goulão para esta casar com o seu primeiro marido; neta paterna
de Domingos Lopes Ambrósio (c. 1695)[48],
capitão das Ordenanças de Idanha-a-Nova, já viúvo de Maria da Trindade, e de
sua segunda mulher Leonor Fernandes, ambos naturais de Idanha-a-Nova; e neta
materna de Domingos Vaz Rato, nascido em Escalos de Cima, casado a 25-IV-1688
com D. Maria Marques Goulão (1670-1766), nascida a 6-III-1670 em Alcains[49],
falecida com testamento a 12-XII-1766 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultada «dentro
da igreja dos Religiosos de Santo António desta vila». D. Maria Angélica
foi casada em primeiras núpcias a 18-VI-1751 em Idanha-a-Nova, nas segundas
núpcias do Dr. Bartolomeu Franco Português de Moura, natural da vila do Fundão,
viúvo de D. Josefa Teresa Saraiva, de Tondela, filho do Dr. Pedro Barreiros de
Moura e de D. Maria Antónia Franco Português.
Teve do 2.º casamento:
8. JOAQUIM
REBELO TRIGUEIROS MARTEL DA SILVA LEITE (1764-1830), que segue abaixo.
8. JERÓNIMO TRIGUEIROS (1765-1793), nasceu a 6-XI-1765 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizado a
20-XI-1765 pelo reverendo Frei Luís Goulão, religioso de Santo Agostinho, apadrinhado por João
Pinto Cardoso Maldonado com procuração a José de Sousa Refóios, e por D. Brites Maria de Oli-
veira Vasconcelos com procuração a João José Vaz Preto. Veio a falecer a 30-VI-1793 em Idanha-
-a-Nova, aos 28 anos de idade, tendo sido sepultado na Matriz, com testamento no qual dispôs:
«... que por sua alma se
lhe dissessem 200 missas e por almas de seu Pai e Mãe por cada hum destes 30
missas, ao Anjo da sua guarda huma, a Santo António outra, a Santo Ildefonso
outra, a São Francisco outra, a São Sebastião outra, a Santo Amaro outra, a
Santo Ildefonso outra, a Nossa Senhora da Conceição outra, à Senhora do
Almortam outra, à Senhora da Boa Morte outra, à Senhora da Guia outra, pellas
penitencias mal compridas quatro, ao Divino Espírito Santo huma, ao santo do seu nome outra, que deixava por
herdeiro seu filho Fernando e por testamenteira a sua mulher Maria das Mercês».
Casou a 9-I-1791 na Igreja de São Miguel da Sé em Castelo Branco, nas segundas núpcias de sua
mulher D. MARIA DAS MERCÊS, natural Zebreira, concelho de Idanha-a-Nova, filha de José Luís
Ribeiro e de Isabel Lopes Caldeira. Sua mulher fora casada em primeiras núpcias com Domingos
Gonçalves Berrulo, natural de Idanha-a-Nova, e por morte deste seu segundo marido passou a ter-
ceiras núpcias com Manuel Alves da Silva, natural de Idanha-a-Nova, filho de Félix José da Silva e
de D. Catarina Esteves Cerdeira, de quem teve geração.
Tiveram:
9. ANTÓNIO (n. 1791), nasceu a 26-IX-1791 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizado a 4-X-1791,
apadrinhado pelo reverendo António Lucas Ruivo e Maria Lucas. Faleceu menor.
9. FERNANDO (n. 1792), nasceu a 26-X-1792 na mesma vila onde foi baptizado a 11-XI-1792,
tendo por padrinhos Fernando Afonso Preto e Nossa Senhora do Almortão. Foi nomeado
herdeiro de seu pai no testamento deste.
8. D. MARIA ANTÓNIA DO REGO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (n. 1770) que nasceu a
28-IV-1770 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada
a 28-V-1770 tendo por padrinhos Luís Sebastião da Cunha Pereira de Castro de Proença-a-Velha,
e D. Inês Domingues Monserrate com procuração a Joaquim Rebelo
Trigueiros de Idanha-a-Nova.
Casou com JOÃO JOSÉ MARTINS PEREIRA DO REGO GOULÃO (n. 1758), nascido a 6-VIII-1758
em Castelo Branco, filho de José Martins Pereira Goulão (n. 1725), capitão-mor das Ordenanças
de Castelo Branco, o qual casou a 12-VII-1756 com D. Joana Bernarda do Rego Teles Carmona;
neto paterno de Manuel Fernandes de Sena Branco (n. 1701), proprietário e sargento-mor das
João José M. P. do Rego Goulão (n. 1758) Partido: PEREIRA, REGO. |
Sarnadas de Ródão, concelho de Vila Velha de Ródão,
casado a 13-X-1723 em Alcains, Castelo Branco, com
D. Inês Pereira Goulão (1688-1746, nascida a 11-II-1688 em
Castelo Branco, e falecida a 13-XI-1740 em Sarnadas de
Ródão, concelho de Vil a Velha de Ródão; neto materno
de António Fernandes Carmona, e de sua mulher D. Maria
Custódia do Rego.
Seu marido obteve brasão de armas por carta de 20-III-1821, com um escudo partido em pala de
PEREIRA e de REGO[50]. Membro do Conselho de Distrito de Castelo Branco, no qual era um dos
grandes proprietários e onde tinha avultado património fundiário e diversas
casas, nomeadamente em Idanha-a-Nova, Sarnadas, e Alcains, localidade esta onde
residia no Solar dos Goulões, actual Museu do Canteiro e um dos mais antigos
exemplos da arquitectura solarenga de Alcains. Tiveram 10 filhos, cuja
descendência originou os viscondes de Santiago e condes de Castelo Branco, os
viscondes de Abrançalha.
8. JOAQUIM REBELO TRIGUEIROS MARTEL DA SILVA LEITE (1764-1830) que nasceu a 12-I-1764 e foi
baptizado a 25-I-1764 em Idanha-a-Nova pelo padre Frei Francisco Pinto da Fonseca, apadrinhado pelo
Dr. João Cardoso Pinto Maldonado, corregedor e juiz de fora de Castelo Branco, e por sua irmã D. Joana
Raimunda de Castilho e Costa, moradora na vila do Fundão, por procuração a seu irmão António da
Costa Ferrão, juiz de fora de Idanha-a-Nova. Faleceu a 1-II-1830 «na rua do Corso desta freguesia de
Idanha-a-Nova» onde foi sepultado na Igreja
do Convento de Santo António a 2 de Fevereiro[51].
Era
fidalgo-cavaleiro por alvará de 9-VI-1824[52], senhor dos morgados de Idanha-a-Nova e
do Outeiro, este último em Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo, no concelho do
Fundão[53]. Foi admitido no Regimento de Cavalaria
com o posto de Cadete em 6-IV-1790, e atingiu a patente de Coronel a 22-XI-1808
no Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova[54].
Casou a 30-VII-1817 na capela da Quinta da Ponte, na freguesia da Faia, no concelho da Guarda, com D. MARIA ANGÉLICA LUDOVINA DE ARAGÃO COSTA SÁ E ORNELAS[55], natural da Guarda, falecida a 1-II-1880 em Idanha-a-Nova (registo efectuado a 7-III-1880). Sua mulher era filha de Pedro de Aragão Miranda Sá e Vasconcelos (f. 1793)[56], fidalgo-cavaleiro da Casa Real com solar na Quinta da Ponte[57], na freguesia da Faia, concelho da Guarda, falecido a 31-VIII-1793, e de sua mulher D. Margarida Francisca da Costa Rolim de Ornelas (n. 1759); neta paterna de Luís de Aragão Miranda, vereador da Câmara da Guarda, casado com D. Maria Antónia de Sá; e neta materna de Bartolomeu da Costa Coutinho de Araújo Tavares, fidalgo, familiar do Santo Ofício, natural de Trancoso, e de sua mulher D. Maria Margarida de Ornelas Rolim e Abreu.
Teve carta de brasão de armas por alvará de 8-VIII-1786, com escudo esquartelado de REBELO, MARTEL, TRIGUEIROS e COSTA[58], trazendo por Diferença uma brica de prata com um «J» de preto.
«Hum Escudo esquartellado: No 1.º quartel as Armas dos Rebellos q. são em campo azul trez faixas de ouro e trez flores de Liz vermelhas sobre ellas postas em banda: No seg. do quartel as de Martel em Campo da prata huma faxa vermelha, e o campo alto dentado de trez pontas vermelhas, carregadas de trez moletas, ou rozetas de esporas de ouro: No 3.º as dos Trigueiros q. são esquarteladas no 1.º em Campo verde cinco espigas de trigo de ouro em sautor, No 2.º em Campo vermelho, huma facha de prata, e assim os contrarios: No quarto quartel as dos Costas em Campo vermelho seis Costas de prata firmadas e postas duas pallas. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre dos Rebellos q. hei hum Leopardo de ouro armado de azul, com huma das flores de Liz do Escudo na testa, e p.ra diferença huma brica de prata com hum «J» de preto.»
Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite (1764-1830)
9. JERÓNIMO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL E COSTA, (1825-1900)[59], 1.º Visconde do Outeiro (de-
creto de 17-VII-1866), 1.º Conde de Idanha-a-Nova (carta de 17-VI-1892)[60], fidalgo-cavaleiro da Casa
Jerónimo Trigueiros de Aragão Martel e Costa (1825-1900), 1.º Conde de Idanha-a-Nova. |
provedor da Santa Casa da Misericórdia.
Nasceu
a 17-VII-1825 e recebeu o baptismo a 28-VII na Igreja de Nossa Senhora da
Conceição em Idanha-a-Nova pelo vigário Frei Fernando Marques, apadrinhado por D. Diogo de Meneses (1772-1862), 3.º Conde da Lousã[62], o qual para o efeito passou procuração
ao major Francisco de Paula Durão Padilha, e por Nossa Senhora da Conceição da
Rocha – a santa protectora do miguelismo.
Faleceu
a 15-VIII-1900 na sua casa da Rua Cardoso Avelino (actual Rua 5 de Outubro) no
Fundão.
Era um dos maiores proprietários agrícolas da Beira Baixa e sucedeu na administração dos morgados do Outeiro (Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo) e de Idanha-a-Nova.
Aldeia Nova do Cabo, Solar do Outeiro (Trigueiros Martel) |
Aldeia Nova do Cabo, Solar do Outeiro, Pedra de Armas. |
Foi procurador á Junta Geral do Distrito e presidente da Câmara Municipal do Fundão, cujo município atribuído o nome do seu título a uma rua, assim como em Alcains. Politicamente militou sempre no Partido regenerador, ao lado do seu amigo Manuel Vaz Preto Giraldes[63].
Cemitério do Fundão, Sepultura de D. Maria Isabel Osório de Macedo (1836-1878) |
Aldeia de Joanes, concelho do Fundão, com D. MARIA ISABEL OSÓRIO DE
SOUSA PRETO MACEDO FORJAZ PEREIRA DE
GUSMÃO (1836-1878)[64], nascida a 26-VIII-1836 em Lisboa, e
falecida a 12-VII-1878 na Casa do Outeiro na freguesia em Aldeia de
Joanes/Aldeia Nova do Cabo, quando contava 43 anos de idade, e foi sepultada no
cemitério da capela de Santo António, do qual foi mais tarde transladada para
uma campa armoriada no novo cemitério público do Fundão[65].
Sua mulher, herdeira in solidum dos morgados de Peroviseu e Chãos[66], assim como dos padroados de Nossa Senhora da Consolação e de São Pedro de Catrão[67], entretanto extintos pelo decreto de 19-V-1863, era filha única de Diogo Dias Preto da Cunha Veloso Osório Cabral (1796-1860), senhor dos mesmos morgados e padroados, nascido a 1-V-1796 em Pêro Viseu, falecido após uma longa demência a 28-XII-1860 na sua casa da Rua do Terreiro (actual Praça do Município) no Fundão, casado em segundas núpcias a 27-IX-1820 no Fundão com D. Maria Justina de Macedo Pereira Forjaz de Gusmão e Azevedo (1790?-1853)[68], natural do Fundão onde veio a falecer de uma pneumonia a 12-XII-1853, com 59 nove anos de idade, e foi sepultada no Adro da Capela de São Francisco. Era neta paterna de Diogo Dias Preto Osório Veloso Cabral, senhor dos mesmos morgados e padroados, que tirou carta de brasão de armas em 3-VIII-1791, de Preto, Cunha, CabraL e Osório[69], vereador da 1.ª Câmara do Fundão, casado a 6-VII-1796 em Pêro Viseu com D. Ana Justina de Sousa Homem de Brito[70], tendo este casamento sido feito por procuração de ambos, a nubente a Rodrigo Homem de Brito, e o nubente ao capitão João de Almeida Saraiva; e neta materna de João de Macedo Pereira da Guerra Forjaz (c. 1783), e de sua mulher D. Ana de Gusmão Freire Osório de Azevedo Mendonça, cuja descendência viria a ser senhora da Casa dos Macedos situada à Rua da Cale no Fundão.
Tiveram[71]:
10. D. MARIA DA CONCEIÇÃO (1857-1858), falecida vítima da varíola a 17-IX-1858 no Fundão, com
quinze meses de idade, foi sepultada na Capela de Nossa Senhora da Conceição.
10. D. MARIA DO CARMO OSÓRIO TRIGUEIROS DE MARTEL (1858-1936), nasceu a 30-VII-1858 no
Fundão onde foi baptizada a 12-VIII, tendo aí falecido a 5-XII-1936. Solteira.
10. D. MARIA DA NATIVIDADE OSÓRIO TRIGUEIROS DE MARTEL (1861-1949), nasceu a 8-IX-1861 na
Rua da Praça ao Terreiro no Fundão, onde foi baptizada a 25-IX-1861 na Igreja de São Martinho,
tendo falecido a 13-I-1949. Foi casada com José de Figueiredo Pimenta de Avelar Frazão Castelo
Branco (1858-1913), 2.º Visconde do Sardoal, do qual teve geração.
10. D. MARIA DA PIEDADE OSÓRIO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL (1863-1957), a qual nasceu a
22-XI-1863 e foi baptizada a 7-XII-1863 no Fundão, tendo falecido a 29-II-1957 em Idanha-a-Nova.
Proprietária, casou a 16-II-1898 em na freguesia de Oledo, no concelho de Idanha-a-Nova, com o
Dr. MANUEL VICTOR CONDE SEABRA, filho de Ricardo José Conde e de sua mulher D. Gervásia
Maria de Seabra, naturais da freguesia de Aguada de Cima, Águeda, tendo por testemunhas deste
matrimónio o marquês da Graciosa Fernando Geraldes então residente em Lisboa, e o conde de
Idanha-a-Nova Joaquim Trigueiros Osório de Aragão e Costa, que residia em Alcains.
Habitaram em Idanha-a-Nova na então Praça Serpa Pinto, actual Praça da República.
Tiveram:
11. D. MARIA ISABEL DE GUSMÃO TRIGUEIROS SEABRA (f. 1962), nasceu em Idanha-a-Nova e
faleceu em 1962 no Estoril, concelho de Cascais. Casou com JOSÉ AUGUSTO CORREIA DE
OLIVEIRA, professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra. Sem geração.
11. D. MARIA DA PIEDADE DE GUSMÃO TRIGUEIROS SEABRA (n. 1901), falecida solteira.
10. D. MARIA DE LA SALETE TRIGUEIROS MARTEL (n. 1866), nasceu a 31-VII-1866 no Fundão em
cuja igreja paroquial de São Martinho foi baptizada a 19-IX-1866, apadrinhada por seu parente
Bartolomeu de Aragão Costa e Vasconcelos[72], solteiro, e por Nossa Senhora da Assunção, to-
cando com a coroa João Teles Trigueiros[73], juiz de Direito desta comarca. Faleceu solteira.
Juntamente com a sua irmã D. Maria Isabel fundou a 1-XI-1947, numa das suas casas no Fundão,
o Lar D. Isabel Trigueiros destinado a «abrigo para raparigas desamparadas».
10. JOAQUIM TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO (1867-1941), 2.º Conde de Idanha-a-Nova, que segue
abaixo.
10. JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO E COSTA (1870-1921), nascido a 7-I-1870 no Fun-
dão onde foi baptizado a 23-IX-1870 na igreja paroquial de São Martinho, tendo por padrinho João
José Henriques Trigueiros de Castro Ataíde, 1.º Visconde de Abrançalha, o qual foi representado
por procuração passada ao Juiz de Direito João Teles Trigueiros, e por madrinha Nossa Senhora
da Conceição, “tocando com a Coroa da mesma Senhora” Joaquim de Macedo Pereira Forjaz na-
tural do Fundão. Faleceu a 28-III-1921 em Escalos de Baixo, concelho de Castelo Branco.
Administrador do Concelho de Idanha-a-Nova onde residiu, foi um distinto equitador e cavaleiro
tauromáquico, assim como grande coleccionador de armas e de objectos de Arte.
Casou duas vezes e teve geração das segundas núpcias.
D. Maria Isabel de Aragão Trigueiros Martel (1870-1960), benemérita. |
nasceu a 20-X-1871 no Fundão em cuja igreja paroquial de São Marti-
nho foi baptizada a 20-XII-1871. Teve por padrinho Francisco de Pina
Macedo Ferraz Gusmão Ornelas[74], solteiro, natural de Penamacor
e residente em Alpedrinha, e por madrinha N. Sr.ª da Conceição, to-
cando com a coroa Frederico de Sousa Pimentel[75].
Faleceu solteira a 19-VI-1960 no Fundão, em cujo cemitério foi sepul-
tada em campa armoriada.
Residiu na casa de família na Praça do Município no Fundão, herança
de seus avós que foram os morgados de Peroviseu.
Senhora de uma grande generosidade ao serviço dos mais necessita-
dos, foi condecorada com a Comenda da Ordem de Benemerência.
Com a sua irmã D. Maria de La Salete fundou em 1947, numa das suas
casas no Fundão, o «abrigo para raparigas desamparadas», que leva-
ria o seu nome.
10. JERÓNIMO MARIA TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1873-1959), nasceu a 10-VII-1873
no Fundão onde foi baptizado a 2-X-1873 na Igreja de São Martinho, tendo por padrinho o padre
João Pereira Pestana Goulão natural de Sarnadas e residente em Alcains, que passou procuração
a Bartolomeu de Aragão Costa Vasconcelos r esidente em Aldeia Nova do Cabo, e por madrinha
Nossa Senhora das Dores pela qual tocou com a coroa o juiz João Teles Trigueiros.
Faleceu a 6-XII-1959 no Fundão.
Casou a 8-IV-1920 em Idanha-a-Nova com D. MARIA DOS SANTOS PORTAS, natural de Idanha-a-
-Nova.
Tiveram:
11. D. CELESTE TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL, nascida a 2-II-1910, tendo faleci-
do solteira a 29-VII-1928.
11. D. MARIA ISABEL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (1927-2014), nasceu a 23-III-1927 em Idanha-a-
-Nova, onde faleceu em 2014. Casou a 26-X-1966 em Lisboa com AMÍLCAR PREZADO, coro-
nel do Exército. Sem Geração.
10. JOSÉ TRIGUEIROS DE ARAGÃO OSÓRIO MARTEL (1879-1963), filho de Jerónimo Trigueiros de
Aragão Martel e Costa (1825-1900), 1.º Conde de Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Maria Isabel
Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz Pereira de Gusmão (1834-1878). Nasceu a 7-VI-1879 no
Fundão onde habitou o Castelo dos Trigueiros, ou Castelo do Fundão como também ficou conhe-
cido, residência por si edificada na primeira década do século XX num revivalismo neo-romântico
de inspiração medieval, cuja traça foi inspirada no castelo dos Cabrais em Belmonte, dos quais
ele descendia[76].
Faleceu a 23-VII-1963 no Fundão.
Fundão, Castelo dos Trigueiros. |
Fundão, Castelo dos Trigueiros. |
Foi presidente da Câmara Municipal do Fundão durante o consulado de Sidónio Pais (1917-1918), assim com de 1932 a 1934, e provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão.
Sempre pautou a sua vida por sólidos princípios morais e cívicos, assim como uma grande delicadeza de maneiras perante toda a gente, com especial referência pelos mais humildes e desfavorecidos aos quais nunca recusava auxílio, segundo testemunho dos seus contemporâneos. O seu temperamento idealista e romântico, valorizando pouco os valores materiais, levou-o a descurar a sua vida financeira o que lhe trouxe algumas dificuldades económicas.
Casou duas vezes.
As suas primeiras núpcias foram com D. ESTELA MEIRELES PINTO BARRIGA (1876-1918), nascida a 20-III-1876, e falecida a 26-X-1918 sem geração, a qual era filha de Tomás de Aquino Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1848-1916)[77], 2.º Visconde de Tinalhas (decreto de 9-XII-1887), moço-fidalgo da Casa Real, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Vicente da Beira, chefe local do Partido Regenerador, deputado, Par do Reino (1906), procurador geral do distrito de Castelo Branco, e de sua mulher e prima, com quem casou a 24-VII-1868, D. Maria José de Meireles Guedes Cabral (n. 1853).
Passuu a segundas núpcias a 19-III-1920, no Fundão, com D. MARIA GRACIOSA DA SILVEIRA E VASCONCELOS (n. 1897), nascida na citada cidade a 23-IV-1897, filha do Dr. Luís António Gil da Silveira, e de sua mulher D. Filomena Cândida Matos da Silveira. Teve filhos do 2.º casamento.
10. ANTÓNIO TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1875-1931), nasceu a 30-X-1875 e foi
baptizado a 25-II-1876 na igreja paroquial do Fundão. Faleceu a 16-VII-1931 no Fundão.
Casou com D. MARIA CARLOTA DE SOUSA VAHIA (1902-1935), nascida em Lamego, e falecida a
24-IX-1935 na freguesia de Aldeia de Joanes, concelho do Fundão, filha de António Correia Pinto
de Figueiredo e de sua mulher D. Isabel
Emília de Sousa Vahia. Tiveram geração.
10. JOAQUIM TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO (1867-1941), 2.º Visconde do Outeiro por carta de
Joaquim Trigueiros Osório de Aragão (1867-1941), 2.º Conde de Idanha-a-Nova. |
Nasceu a 19-IX-1867 no Fundão onde foi baptizada a 24-X-1867 na Igreja de
São Martinho tendo por padrinhos o padre João Pereira Pestana, natural de
Sarnadas e residente em Alcains, e N. Sr.ª da Conceição, tocando com a co-
roa da mesma Senhora o seu parente Joaquim de Macedo Pereira Forjaz.
Faleceu a 23-IX-1941 em Castelo Branco, tendo sido sepultado no jazigo de
família no cemitério público do Fundão.
Foi um
dos maiores lavradores da Beira Baixa onde possuía grandes propriedades
agrícolas que administrava directamente, nomeadamente em Alcains, na Mata, em
Vila Velha de Ródão, em Idanha-a-Nova e no Fundão, nas quais plantou alguns dos
maiores olivais, pomares e vinhedos do distrito de Castelo Branco. Pessoa de
fino tracto, senhor de várias palacetes e casas solarengas, dedicou grande
parte dos meios de fortuna que possuía à reconstrução e beneficiação de alguns
deles com notório bom gosto que todos lhe reconheciam.
A sua
avultada fortuna granjeou-lhe influência política e foi um dos aliados do grupo
de Vaz Preto – de Manuel Vaz Preto Geraldes. Foi eleito deputado independente
pelo círculo de Castelo Branco (1897), assim como deputado da Nação pelo
círculo do Fundão (1899). Foi um dos mais influentes, prestigiados e íntegros
políticos desta região. Figura das mais salientes no citado distrito de Castelo
Branco nos últimos tempos da Monarquia, travou duros combates com os demais
partidos, quase sempre conseguindo grandes vitórias para o Partido Progressista
do qual era um dos expoentes regionais. Os próprios adversários reconheciam-lhe
grande habilidade política, assim como grande seriedade, lealdade, e um civismo
exemplar, qualidades que lhe valeram grande admiração e popularidade entre o
povo de Alcains, onde residiu muitos anos. Foi a primeira pessoa a ter um
automóvel em Alcains no início do século XX.
Quase
no fim da vida o destino foi-lhe ingrato, causando-lhe vários reveses
económicos, aos quais não foi alheia a Grande Depressão (Crise de 1929)
que o obrigou a vender parte das suas propriedades.
Brasão de Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite (1764-1830) Escudo esquartelado de: 1.º - REBELO, 2.º - MARTEL, 3.º - TRIGUEIROS, e 4.º - COSTA. |
Alcains, Casa dos condes de Idanha-a-Nova. |
As primeiras núpcias, quando contava
vinte e um anos de idade, foram celebradas a 10-XII-1888 na igreja paroquial de
Idanha-a-Nova com D. MARIA ANGÉLICA DE LEMOS TORRES COELHO (1872-1907), de
dezasseis anos de idade, tendo por padrinhos o Dr. Manuel Vaz Preto Geraldes,
Par do Reino e notável agricultor da Lousa, e o Dr. Fernando Geraldes. D. Maria
Angélica nasceu a 14-V-1872 em Coimbra e veio a falecer prematuramente a
16-II-1907 em Alcains, vítima de congestão pulmonar, tendo sido sepultada no
jazigo de família no cemitério público do Fundão.
À data deste seu primeiro casamento começou a edificar o seu solar em Alcains, junto à Capela de São Sebastião, popularmente conhecido por “casa do menino Quim”, comprando mais tarde um solar fronteiro que pertenceu aos viscondes de Oleiros, o qual foi por si remodelado e armoriado.
Alcains, Solar dos Condes de Idanha-a-Nova (anteriormente dos Viscondes de Oleiroas) |
Sua primeira mulher, herdeira única de seu avô paterno o alferes António Simões Coelho
(1804-1891) que adquiriu várias grandes propriedades rústicas postas à venda
pelo regime liberal, era grande proprietária rural em Alcains onde ficou
conhecida pelo cognome de Mãe dos Pobres devido à sua caridade e grande
bondade, revelada ao serviço do bem comum, protegendo sempre os mais
necessitados e cuidando dos enfermos[80]. Era filha de Francisco Pereira Torres
Coelho (1826-1889), professor catedrático da Faculdade de Matemática da
Universidade de Coimbra, nascido a 2-X-1825 em Alcains, falecido a 9-III-1889,
casado a 12-III-1870 com D. Júlia Adelaide de Pádua de Oliveira e Lemos,
natural de Coimbra; neta paterna de António Simões Coelho (1804-1880)[81], nascido a 13-VI-1804 em Alcains e
falecido em 1880, e de sua mulher D. Maria Clara Pereira Torres da Câmara e
Guerra (1805-1834), nascida a 25-XI-1805 em Alcains e falecida a 6-III-1834 em
Aldeia Nova do Cabo[82]; e neta materna de Francisco José
Gonçalves de Lemos[83], e de sua mulher D. Júlia de Pádua e
Oliveira.
As segundas núpcias foram celebradas a
10-III-1910 na freguesia de São José em Lisboa com D. BERTA CORDEIRO CARDOSO
(1874-1960), nascida a 12-II-1874 em Lisboa e aí baptizada a 21-III-1874 na
Igreja de São Julião, falecida a 1-III-1960 na freguesia de São Sebastião da
mesma cidade; filha de José Pereira Cardoso, director do Banco de Portugal, e
de sua mulher D. Carlota Cordeiro Feio; neta paterna de António Pereira e de
sua mulher D. Maria Lúcia Pereira; e neta materna de Daniel Cordeiro Feio e de
sua mulher D. Joana Amália Cordeiro, os quais foram testemunhas deste
casamento.
Filhos do 1.º casamento:
11. JOAQUIM
TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1890-1937), que segue abaixo.
11. ANTÓNIO TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1894-1976), nasceu a 1-II-1894 na vila de Alcains,
da qual foi benemérito. Faleceu a 30-III-1976 em Lisboa e foi sepultado no jazigo de família do ce-
mitério público de Alcains, vila onde residiu no seu
solar.
António Trigueiros Coelho de Aragão (1894-1976) |
A
Casa do Povo da então vila de Alcains foi edificada por sua iniciativa,
oferecendo gratuitamente o terreno, bem como o do estádio de futebol de Alcains
ao qual foi dado o seu nome de «Trigueiros Aragão».
Casou a 2-II-1918 na
Quinta de São Mateus, freguesia da Faia, concelho da Guarda, com D. ANA AUGUSTA
PORTUGAL LOBO TELES DE VASCONCELOS (1895-1988), nascida a 22-III-1895 na
freguesia da Faia, no concelho da Guarda, e falecida a 29-06-1988 na freguesia
de São Mamede, em Lisboa.
Sua mulher era filha única de Manuel Pereira Teles de Vasconcelos (1834-1900), da Casa da Chieira, em Santa Cruz de Alvarenga, no concelho de Arouca, nascido a 2-VI-1834 em Dovim, e falecido em 1900, bacharel em Filosofia pela Universidade de Coimbra, casado na Guarda com D. Joaquina Augusta de Portugal Ribeiro Lobo de Vasconcelos (1854-1929), nascida na Quinta da Ponte, freguesia da Faia, concelho da Guarda, e falecida a 1-VI-1929 em Alcains; neta-materna de José Maria Lobo Correia de Lacerda e Vasconcelos, da Quinta da Ponte, governador civil da Guarda, e de sua mulher D. Ana Augusta Ribeiro Portugal da Silveira, da Casa das Obras em Manteigas. Tiveram geração.
11. JOSÉ TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (n. 1897).11. MANUEL TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1898-1960), nasceu a 17-XII-1898 em Alcains, tendo
falecido a 21-XII-1960 de ataque cardíaco na Quinta da Ordem em Vila Velha de Ródão. Residiu
na sua casa na Praça do Município, no Fundão, e na Quinta da Ordem em Vila Velha de Ródão. Casou a 14-VII-1959, no Fundão, com a D. MARIA DA GRAÇA GUEDES DE CAMPOS ROSADO (1926-2005), licenciada em Medicina, que nasceu a 20-VIII-1926 na freguesia de São Vicente em Abrantes, e faleceu a 13-IV-2005 na freguesia de São João Baptista da mesma cidade, sendo sepultada no cemitério público do Fundão. Sua mulher era filha de David da Silva Rosado (1898-1964), coronel da Arma de Artilharia Antiaérea, que nasceu em 1898 em Alcáçova, Elvas, e faleceu em 1964, casado com D. Maria Elisa Guedes Correia de Campos Rosado (1897-1988), nascida a 18-X-1897 em São Vicente, cidade de Abrantes, e falecida a 20-VII-1988 em Castelo Branco.
Tiveram:
12. MARIA DA GRAÇA ROSADO TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1960), nascida a 19-XII-1960, em
Castelo Branco. Empresária agrícola, licenciada em Ciências Históricas. Casou no Fundão
com JOSÉ CARLOS LOPES SOARES (n. 1957) que nasceu a 6-VI-1957 na freguesia de São
Jorge de Arroios em Lisboa, filho de Aníbal Alexandre Soares (n. 1930), o qual nasceu a
Tiveram:26-VI-1930, e de sua mulher D. Odete de Jesus (n. 1933), nascida a 10-VIII-1933.
13. D. ANA ELISA TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1985), nascida a 12-VI-1985 na fre-
11. FRANCISCO (1903-1905), falecido a 7-I-1905, ainda criança com 15 meses de idade, numa casa
da então Rua
de São Sebastião em Alcains, e foi sepultado no cemitério público do
Fundão.
Casou a 14-VII-1915 com sua prima D. MARIA DA NATIVIDADE TRIGUEIROS DE FIGUEIREDO FRAZÃO (1891-1958), nascida a 7-II-1891, falecida a 19-VII-1958, filha de José de Figueiredo Pimenta de Avelar Frazão Castelo Branco (1858-1913), 2.º Visconde do Sardoal.
Tiveram:
12. JOAQUIM MARIA TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO DE ARAGÃO MARTEL (1921-1982) que segue
abaixo.
12. D. MARIA DE LA SALETE TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1924-
-2000), 4.ª Condessa de Idanha-a-Nova, 3.ª Viscondessa do Outeiro por alvará do Conselho de No-
breza de 7-II-1985. Nasceu a 13-V-1924 no Fundão, e faleceu a 7-II-2000 em Lisboa, solteira.
Residiu em Lisboa e por disposição testamentária fez várias dádivas beneméritas, entre as quais
legou o seu solar da Casa do Outeiro em Aldeia Nova do Cabo ao seu afilhado e primo Jerónimo
Portugal Trigueiros de Aragão (n. 1941), e o seu Solar das Quintãs, na freguesia do mesmo nome,
no concelho do Fundão, ao povo desta localidade para uma creche e Centro de Dia para Terceira
Idade.
12. JOAQUIM MARIA TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO DE ARAGÃO MARTEL (1921-1982), 3.º Conde de
Casou a 5-V-1954 em Fátima com D.
LEONOR DE POVOENÇA OSÓRIO DE CASTRO (n. 1933), nascida a 8-I-1933 na freguesia
da Sé em Lisboa, professora universitária, licenciada e mestre em Ciências
Antropológicas e Etnológicas pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas da U.T.L.[84].
Sua
mulher era filha de Jerónimo de Melo Osório de Castro, natural de Setúbal,
médico veterinário, e de D. Simone Flora Osório de Castro, natural de Paris.
Sem geração.
Notas:
[1] As
Ordenanças, cujo regulamento inicial data do reinado de D. Sebastião
(1557-1578), vieram substituir a tradicional organização militar das milícias
do conto que estavam em vigor desde a Idade Média. Pelo regulamento de
10-XII-1570, chamado «Regimento das Companhias de Ordenanças»,
dividia-se o reino em vários distritos de recrutamento com os seus quadros
próprios, os seus comandos, os seus oficiais, os seus deveres e exercícios
periódicos. O Regimento dividia o reino em várias capitanias-mores,
chefiadas por alcaides-mores ou senhores dos lugares e, na sua falta, por
fidalgos eleitos pelo município de cada comarca ou distrito, com o título de capitães-mores
de ordenanças. Cada capitão-mor, com o auxílio de um sargento-mor de
ordenanças também eleito, procedia na sua comarca ao alistamento de todos
os homens válidos entre os 20 e os 60 anos, com excepção dos fidalgos, oficiais
de justiça e de fazenda, eclesiásticos, ou possuidores de cavalos. Cada
companhia de ordenanças compunha-se de 250 homens, divididos em 10 esquadras de
25 homens. Como oficiais subalternos de cada companhia havia um capitão de
ordenanças que comandava a companhia, um alferes, um sargento, um meirinho, um
escrivão, e dez cabos de esquadra, todos propostos pelo capitão-mor à aprovação
do rei. Os possuidores de cavalo tinham as companhias de cavalo,
organizadas em modos semelhantes. Duraram até 1833, ano em que foram extintas
pelo regime liberal.
[2] A
família GOULÃO, foi uma das mais abastadas e proeminentes famílias de Alcains,
desde os finais do século XVI até ao fim do século XIX, tendo ao longo de
muitas gerações dado inúmeros varões que se distinguiram na vida religiosa e
militar, os quais se salientaram nas diversas guerras que assolaram esta
região, nomeadamente na Guerra da Restauração contra os espanhóis e nas Guerra
Peninsular contra os invasores franceses.
[3] ANTT,
Desembargo do Paço, Leitura de bacharéis, Pedro Aleixo Trigueiros, mç. 5, n.º
36. – Este processo dá-nos estes ascendentes do citado bacharel.
[4] LUÍS ÁLVARES (c. 1482), patronímico de Álvaro, foi um nome
comum nesta época e nesta região, que teve vários homónimos cronologicamente
anteriores que poderão ser seus antepassados. Destes destacamos um escudeiro
(26-IV-1484) que foi morador em Monsanto e um juiz das sisas da dita vila (4-III-1487), um coudel de Idanha-a-Velha
(1-V-1486), e muitos outros que constam da documentação existente na Torre do
Tombo, a qual vem referenciada no «Índice
da Chancelaria de D. João II».
[5] A
alcunha de «o Velho», foi-lhe dada
por Luís Bivar Guerra (A Casa da Graciosa, p. 201), para o distinguir de seu filho homónimo.
[6] AUC,
PT/AUC/UC-AUC/B/001-001/T/002301
[7] ANTT,
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc.
169
[8] ANTT,
Desembargo do Paço, Leitura de Bacharéis, Pedro Aleixo Trigueiros, Mç.
5, n.º 36
[9] ANTT,
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55,
fol. 20
[10] D.
ISABEL DA COSTA, na habilitação para o Santo Ofício de seu neto Jorge
Trigueiros da Costa (1658-1704), no dizer de uma testemunha, é mencionada como
sendo a primeira mulher de PEDRO ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1659), do qual
desconhecemos outros casamentos que terá havido (Cf. ANTT, Tribunal do Santo
Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55, fol. 14v).
[11] ANTT,
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc.
169
[12] O
apelido MOUCHO, tem provavelmente origem numa alcunha, visto os seus
antepassados serem Geraldes.
[13]
Luís Bivar Guerra, A Casa da
Graciosa, p. 201
[14] Diligência de habilitação para o Santo
Ofício de Domingos Marque Giraldes, ANTT, Tribunal do Santo Ofício,
Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc. 169, fol. 10v
[15] João
Nunes Moucho (c. 1598), e sua mulher, em 1598 compraram terras em Idanha-a-Nova
a Francisco Gonçalves.
[16] Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, pp. 201-202 — Neste morgadio dos Giraldes teve origem a Casa da Graciosa em Anadia.
[17] ANTT,
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, doc. 2727 –
JOÃO NUNES MOUCHO (c. 1688) era filho de Gonçalo Vaz Nunes, natural da
freguesia da Lousa, concelho de Castelo Branco, e de D. Cataria Afonso, natural
de Idanha-a-Nova; neto paterno de Domingos Vaz, natural da Lousa, e de D.
Catarina Nunes Moucho, natural de Idanha-a-Nova, e neto materno de Miguel
Gonçalves Calvo, e de D. Beatriz Domingos, ambos naturais de Idanha-a-Nova.
[18] ANTT,
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc.
169.
[19] ANTT,
Desembargo do Paço, Leitura de bacharéis, letra D, mç. 3, n.º 27
[20] ANTT,
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Domingos, mç. 6, doc.
169
[21] ANTT,
Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 1, f. 230-230v; e Chancelaria
de D. João V, Liv. 33, fl. 232v
[22] ANTT,
Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 98 nº 32
[23]
Por este motivo sua mulher foi
compensada com dois alvarás: um de uma Comenda da Ordem de Cristo, outro para
um ofício de Justiça ou Fazenda no qual nomearia sua filha.
[24] Luís
Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, § 18º, nº VII-8, pp. 224-225
[25] ANTT,
Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 1, f. 230
[26] ANTT,
Registo Geral de Mercês de D. João V, Liv. 1, fl. 230 v.
[27] ANTT,
Chancelaria de Filipe I, Liv. 10, f. 31v. — O procurador do número era um dos
oficiais da vila, de nomeação régia e regra geral com origem nobre, espécie de
promotor de justiça encarregado de representar a colectividade em tribunal e
responsável pelo alistamento militar.
[28] D.
Luísa Guterres, no assento de baptismo de sua filha Isabel, aparece erradamente
(?) com o nome de Isabel.
[29] ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55.
[30] ANTT, Cartório da Nobreza, Processo de Justificação de
Nobreza de Joaquim Rebelo Trigueiros Martel Leite (Autos), Mç 22, Doc. 15; e
ANTT, TSO, Inquisição de Coimbra, Carta de Familiar de 20-XI-1699, Mç 2,
Diligência 55.
[31]
ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho
Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55
[32] O
exército de Filipe V, composto de 26.000 homens, invade Portugal e a zona de
Idanha-a-Nova em Maio de 1704. Ocupam, arrasam, incendeiam e pilham inúmeras
povoações, nas quais fazem grande número de mortos e prisioneiros.
Militarmente, apoderaram-se de Salvaterra do Extremo, Segura, Monsanto e
Castelo Branco, entre outras localidades, provocando uma total destabilização
da região que durou até meados de 1705, prolongando uma grave crise económica
agravada pelas más colheitas que se sucederam até ao grande Inverno europeu
de 1709-1710.
[33] No distrito de Castelo Branco havia uma família de apelido
Calvo, nomeadamente em Monsanto, que foi aparentada em Idanha-a-Nova com os
morgados dos Geraldes. Desta conhecemos Fernão de Andrade Calvo (c. 1589) que,
em testamento de 1589, instituiu um morgadio em Monsanto, assim como um Gonçalo
Gonçalves Calvo, c. c. D. Catarina Geraldes, da qual teve geração que seguiu os
apelidos “Vaz Nunes”, “Vaz Preto”, e “Vaz de Carvalho” – Cfr. Luís Bivar
Guerra, A Casa da Graciosa, pp. 200-205. Conhecemos ainda o juiz João
Nunes Calvo (c. 1622), e o tabelião de Monsanto António Calvo De Andrade
(1640), mas desconhecemos qual o parentesco destes com a biografada. – in ANTT,
Feitos Findos, Administração de Casas, «Sentença passada por João Nunes
Calvo ...» mç. 96, nº 43 cx. 97.
[34] FRANCISCO
NUNES PITEIROS (c. 1715) era filho de António Pires Calvo e de sua mulher
Isabel Nunes Piteiros, e neto paterno de Gonçalo Gonçalves Calvo e de sua mulher
D. Catarina Giraldes.
[35] António
Afonso Calvo, comprou em 1619 um “chão à
Marmeleira” em Monsanto (in ANTT,
Feitos Findos, Administração de Casas, Mç. 105, n.º 20, e a 16-II-1631, uma “tapada no Cabeço de São Gens em
Idanha-a-Nova” (in ANTT, Feitos Findos, Administração de
Casas, mç. 97 nº 7, cx. 98).
[36] Manuel Álvares Piteiros
(n. 1700), de Idanha-a-Nova, declarou num processo de justificação de
nobreza «que Jorge Trigueiros Irmão da Avó do Justificante he pessoa bem
conhecida delle Depoente fora suceder em hum grande Morgado nos subúrbios da
cidade de Coimbra». – in ANTT, Cartório da Nobreza, Processo de Justificação de
Nobreza de Joaquim Rebello Trigueiros Martel Leite (Autos de 1786), Mç 22, Doc.
15.
[37]
A Casa das Armas Reais
(designação popular), terá sido edificada por volta 1780-90 pelo mestre João de
Fontes.
[38] O
padrinho Dr. Domingos Marques Giraldes, conselheiro da Fazenda, filho de Marçal
Pires Leitão e de sua mulher Constança Marques Giraldes, era casado com
Catarina Trigueiros (Cfr. Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, § - 7,
p. 203)
[39] As
testemunhas foram Diogo da Silva Toscano que seguiu os apelidos da mãe e era
irmão de Simão Rebelo Martel, e seu pai Jorge Trigueiros da Costa.
[40] CRISTÓVÃO DE MADUREIRA, comendador do Porto na Ordem de Cristo,
viveu algum tempo em Castelo Branco, e casou com Guiomar Toscana, filha de
Jorge Toscano e de sua mulher Antónia Toscano, senhores da Quinta de Canelas.
Destes deve ser parente Úrsula da Silva Toscano (n. 1640?). – Cfr. GAIO,
Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Azevedos», § 37, Vol. I, p. 564; e Tít.
«Madureiras», § 2, 8, Vol. VII, p. 150; e Cristóvão Alão de Morais, Pedatura
Lusitana, t. III, v. 2, p. 418. Estes Madureira Toscano, são do antigo Morgado da Quinta do
Freixo na margem do Douro, actualmente em Campanhã, na cidade do Porto, que
já era coutada no tempo do rei D. Dinis, e esteve na posse de várias famílias.
Dos Toscanos há a registar, na Beira: João Toscano de Sousa (c. 1683), vigário
da freguesia de Santa Maria, a actual Sé de Castelo Branco; e Pedro Toscano de
Sousa, de Alpedrinha, casado com uma filha de Luís Taborda, que fundou a
Misericórdia da mesma vila em 1630, para a qual deu a capela de S. Fernando. –
in António Salvado Mota, Alpetrinienses Ilustres, 1929, Alpedrinha, p.
129
[41] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Liv. 5, fl. 18v.
[42] Segundo
Manuel Álvares Piteiros (n.
1700), de Idanha-a-Nova, declarou no Processo de Justificação de Nobreza de
Joaquim Rebelo Trigueiros Martel Leite (Autos), p. 16v.
[43] ANTT,
Cartório da Nobreza, Livro de Registo de Brasões de Armas, N.º 3, fl.
256v.
[44] No
processo de Justificação de Nobreza de seu filho aparece também com o nome
completo de Jerónimo Trigueiros Martel Toscano Silva.
[45]
A reorganização militar operada
para sustentar a Guerra da Restauração, após a declaração da independência em
1640, militarizou a população do reino em, basicamente, três escalões de
tropas: 1.º - Exército de Linha, destinado à guerra de manobra nas
fronteiras, organizado em terços de infantaria, com 200 soldados cada
(num total de 20.000 infantes), provenientes de entre os filhos segundos
(excepto os filhos de viúvas e lavradores); e companhias de cavalaria,
de 100 ginetes cada (num total de 4.000 ginetes), com oficiais e soldados
recrutados entre a nobreza; 2.º - Terços Auxiliares ou milícias,
organizadas por 30 comarcas, vocacionados para guarnecer ou defender as praças
fortes junto à fronteira, cada terço com 600 homens agrupados em 10 companhias
de 60 homens, recrutados entre os filhos de viúvas e lavradores, comandados por
um mestre de campo (coronel), e os respectivos sargentos-mores, capitães e
alferes; 3.º - Companhias de Ordenanças, organizadas por comarcas, cada
uma com 240 homens, as quais serviam fundamentalmente como depósitos de
recrutamento e eram comandadas por um capitão-mor, com seu sargento-mor e dois
ajudantes, geralmente fidalgos.
[46] O
Convento de Santo António, foi adquirido pela família Manzarra que o converteu
em residência solarenga, afectando as suas duas capelas, dessacralizadas, em
celeiros agrícolas.
[47] No
mês de Setembro de 1762, nas operações da Guerra dos Sete Anos, os exércitos
castelhanos invadem Portugal através dos concelhos de Idanha-a-Nova e Castelo
Branco, onde fazem uma grande pilhagem de casas e capelas, aí deixando um
grande rasto de miséria e de luto. A análise da sazonalidade dos óbitos no
concelho de Idanha-a-Nova, associada à guerra, indicia a existência de alguma
epidemia de tipo estivo-outonal nos anos de 1760-63. – Cfr. Maria João Guardado
Moreira, Vida e Morte no Concelho de Idanha-a-Nova, pp. 128-157.
[48] Domingos
Lopes Ambrósio, fez uma escritura de trespasse de juro no valor de 30.000 reis
ao capitão-mor de Idanha-a-Nova Manuel Álvares Rico a 10-V-1695. Cfr. ANTT,
Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 99, nº 11, cx. 100.
[49] Cfr.
Sanches Roque, Alcains e a sua História, p. 313.
[50] ANTT,
Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 63 v.
[51] Este
assento só foi registado a 7-III-1881.
[52] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. João VI, Liv. 19, fl. 121.
[53] O
MORGADO DE IDANHA-A-NOVA foi instituído por seu avô Domingos Ambrósio (n. 1707)
a 13-IV-1751. Quanto ao morgado do Outeiro em Aldeia de Joanes, tinha sede na Casa
do Outeiro, anexa à capela do Espírito Santo, e tinha uma casa fronteira a
esta num plano mais elevado. Esta casa mais antiga, situada no Outeiro de Cima,
com vestígios do século XV e hoje degradada, tinha pertencido a um bisneto de
D. Afonso III, e foi berço de Frei Diogo da Silva (n. 1485), o primeiro
inquisidor-mor que foi nomeado para este cargo pelo Papa em 1531, a pedido de
D. João III.
[54] O
Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova foi criado pelo alvará de 21-X-1807.
[55] MARIA
ANGÉLICA LUDOVINA DE ARAGÃO COSTA SÁ E ORNELAS, descendia dos PROENÇA,
OLIVEIRA, CUNHA, e SÁ PEREIRA, algumas das famílias mais antigas de Aldeia Nova
do Cabo e do próprio concelho do Fundão. Foram seus antepassados: Pedro de
Oliveira Proença, que originou várias casas com este apelido; Diogo Pais da
Cunha (f. 1575), cavaleiro da Casa de El Rei D. João III; Miguel Rodrigues Barreiros,
familiar do Santo Ofício por carta de 9-X-1571; Afonso Sá Pereira (c. 1674),
familiar do Santo Ofício por carta de 25-VI-1674, senhor da Casa do Terreiro
e do «Lugar dos Quinteiros», na citada freguesia; Manuel de Sá Pereira (c.
1750), senhor do citado ugar dos Quinteiros e sargento-mor do Fundão em
1750.
[56] PEDRO
DE ARAGÃO MIRANDA SÁ E VASCONCELOS (f. 1793), descendia dos Oliveiras e Cunhas
da Casa do Outeiro e dos Sá Pereiras da Casa do Terreiro, duas
das mais antigas famílias de Aldeia Nova do Cabo, no concelho do Fundão. Os Sá
Pereiras, de Aldeia Nova do Cabo, eram parentes próximos da Casa de Condeixa.
[57] A
QUINTA DA PONTE, situada no parque natural da Serra da Estrela, circundada por
bosques, está rodeada de jardins à francesa com um fontanário dedicado a S.
Luís, rei de França, e atravessada pelo Mondego. Tem um belo solar datado do
século XVII, e muito modificado a partir de 1725. A capela é consagrada à Nossa
Senhora da Vitória – a qual transporta na mão a bandeira azul e vermelha do miguelismo,
opção política de um dos proprietários desta casa – e apresenta, numa parede
lateral a seguinte inscrição: «O «Doutor Alexandre de Vasconcelos Coutinho,
collegial do Real Colégio de S. Paulo, lente de Cânones da Universidade de
Coimbra, Desembargador dos Agravos na Relação do Porto, Familiar do Santo
Ofício, mandou fazer esta capela com missa todos os Domingos e Dias Santos.
Faleceu a 1 de Abril de 1725 está sepultado na freguesia de N. S. da Victória
na cidade do Porto.». Outra inscrição, na porta que dá acesso à sacristia
diz: «Bonifacio de Tavora e Vasconcellos Aragão e Miranda. Mandou fazer esta
obra á sua custa, e se dirá huma missa nesta capella, todas as semanas por sua
alma e de sua mulher Chrisostoma Nogueira e de Francisco José de Figueiredo
Falcão, filho de sua mulher. Anno de 1728». Esta casa é um dos berços da
família Vasconcelos de Aragão que, segundo a tradição, procedem de D. Pedro
Aragão (c. 1297), meio-irmão da rainha Santa Isabel, o qual a acompanhou a
Portugal onde veio a casar com D. Constança da Silva, filha do alcaide-mor de
Santarém, da qual teve de cinco filhos. Por via sucessória este solar passaria,
muito mais tarde, à posse de José de Aragão da Costa da Victória (1844-1908),
conde de Tondela, que faleceu tragicamente assassinado por um sobrinho após uma
violenta discussão, pelo que o citado solar veio a passar para seus parentes,
os Condes de Idanha-a-Nova. O Conde de Tondela, um dos maiores proprietários
agrícolas da Beira Baixa, era senhor de uma casa na Guarda, assim como várias
outras casas solarengas das quais se destaca um solar apalaçado edificado em
1861 que é actualmente sede da Junta de Freguesia de Aldeia Nova do Cabo, no
concelho do Fundão, a imensa casa agrícola de Sarnadas de Ródão, assim como a
de Monforte da Beira.
[58] ANTT,
Cartório da Nobreza, Livro 3 do Registo de Brasões de Armas, fls. 231 v. - 232
v.
[59] Jerónimo
Trigueiros de Aragão Martel e Costa, no seu assento de casamento aparece com o
nome de Jerónimo Trigueiros de Aragão Costa Martel de Sá e Ornelas.
[60] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 4, fls. 298 e 308.
[61] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. Luís I, Liv. 7, fl. 1000.
[62] D.
Diogo de Meneses (1772-1862), 3.º Conde da Lousã
[63] MANUEL
VAZ PRETO GERALDES (1828-1902) foi um influente membro do Partido Regenerador
no Distrito de Castelo Branco na década de 1880. Dissidente dos Regeneradores com Pinheiro Chagas, Sousa
Lobo e o Conde da Graciosa, criadores de um movimento dito “Mais
Regeneradores que os próprios Regeneradores”. Ataca o governo em 25-II-1880 e, como consequência
deste ataque, gerou-se um conflito de honra que o leva a travar um duelo a
2-III-1880 no qual vence o progressista Emídio Navarro.
[64] Ao
longo da sua vida usou vários apelidos dos seus antepassados de modo aleatório,
figurando no seu assento de casamento com o nome de D. Maria Isabel Osório de
Sousa Preto Macedo Pereira Forjaz de Gusmão Cunha Cabral Machuca Machado e
Vilhena.
[65] A
sua sepultura tem uma cabeceira armoriada com um brasão esquartelado de Preto,
Macedo, Cabral e Osório, encimado por uma coroa de Visconde. Tem a seguinte
inscrição: «A SAUDOZA MEMÓRIA / DA VISCONDESSA DO OUTEIRO / FALECIDA EM 12 DE JULHO
DE 1878 / POR SEU MARIDO O VISCONDE DO OUTEIRO».
[66] O
MORGADO DE PEROVISEU E CHÃOS teve uma instituição complexa, reunindo
diversos bens fundiários em momentos diferentes. O primeiro vínculo – de
Peroviseu (ou Pêro Viseu, como actualmente se voltou a grafar o nome desta
freguesia) – foi instituído a 24-XI-1696 por testamento do padre da Peroviseu
Luís Machado Freire. Por outro testamento de 17-XI-1725, da autoria de outro
Luís Machado Freire (n. 1661), padre, natural de Chãos, homónimo de seu tio, instituiu
outo vínculo – do lugar de Chãos, na freguesia das Donas – nomeando para
administradora a sua irmã Maria Machada (viúva de Frei Diogo Dias Preto) o qual
se veio juntar ao anterior – da Peroviseu –, passando a chamar-se de “Peroviseu e Chãos” aumentando este
património e tendo por cabeça do morgado a seiscentista Casa de Chãos (actual
Casa da Cerca). Este morgado atravessou oito gerações da mesma família e era
constituído por um grande património fundiário situado nas freguesias de
Peroviseu, Valverde e Donas, todas elas no concelho do Fundão, e ainda algum
património no concelho da Covilhã. – Sobre este morgado Cfr. ESTEVES, Judite
Maria Nunes, «Práticas de Construção e Reprodução de Poder no Portugal Rural
do Século XVII ao Século XIX – O Caso do Morgadio de Peroviseu e Chãos (Fundão)»,
Separata dos Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 44 (1-2), p.
187-208.
[67]
Da antiquíssima capela de São
Pedro do Catrão que já existia em 1320, não há actualmente senão vestígios.
[68] Ao
longo da sua vida usou vários apelidos dos seus antepassados de modo aleatório.
Seu marido era viúvo de D. Maria Joana.
[69] ANTT,
Cartório de Nobreza, Livro IV, fl. 23. O original desta carta de brasão
achava-se em 1915 em poder de Simão Valdez Trigueiros Martel, – Cfr. foto in Afonso
Dornelas, «História e Genealogia», Lisboa, 1913-1926, vol. III.
[70] D.
Ana Justina de Sousa Homem de Brito, era um dos seis filhos conhecidos de Diogo
Homem de Brito e de D. Joana Teresa Centúrio.
[71] Manuel Rosado Marques Camões e Vasconcelos, Oliveiras e
Cunhas da Casa do Outeiro Termo do Fundão, 1.º vol., p. 170 e seguintes.
[72] BARTOLOMEU
DE ARAGÃO COSTA E VASCONCELOS (1840-1873), falecido prematuramente em 1873, era
filho varão primogénito de Pedro de Aragão da Costa Tavares Roede da Vitória
(n. 1819), e de sua mulher D. Maria Correia de Lacerda Lebrim e Vasconcelos.
Era irmão José de Aragão da Costa Lacerda da Vitória (1844-1908), 1.º
Conde de Tondela.
[73] JOÃO
TELES TRIGUEIROS (1822-1886) era filho do tenente-coronel Nicolau Teles Nunes
Guedelha (1788-1862), natural de Escalos de Baixo, concelho de Castelo Branco,
e de sua mulher D. Mariana Bárbara Trigueiros Martel (1794-1880), natural de
Idanha-a-Nova. Era bisavô do autor destas notas.
[74] FRANCISCO
DE PINA MACEDO FERRAZ GUSMÃO ORNELAS, era filho de José de Pina Machado de
Morais Borges Ferraz (f. 1870) que foi coronel do Batalhão de Voluntários
Realistas de Penamacor (1830) e do Batalhão de Voluntários Realistas de Castelo
Branco, ao serviço da causa miguelista, tendo falecido em Alpedrinha.
[75] FREDERICO
DE SOUSA PIMENTEL (n. 1811?), natural de Penamacor, foi major do exército e
administrador do concelho Fundão (1860), onde residiu e onde foi grade
proprietário.
[76] A
edificação desta casa iniciou-se em 1908.
[77] TOMÁS
DE AQUINO COUTINHO BARRIGA DA SILVEIRA CASTRO E CÂMARA (1848-1916), era filho
de José Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (n. 1802), natural da
Soalheira, Fundão, 1.º Visconde de Tinalhas por decreto de 10-X-1870, fidalgo-cavaleiro
da Casa Real, senhor dos morgados de Olhos de Água e de Alviela, casado em 1843
com D. Maria Guilhermina Ribeiro Leitão.
[78] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 2, fl. 139.
[79] ANTT,
Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 4, fl. 299.
[80] A
propósito do falecimento de D. Maria Angélica (1872-1907), a imprensa regional
escreve: «… Rica, fez da sua riqueza o património dos pobres que a ela se
dirigiam com a mesma confiança com que se dirigiam a uma mãe carinhosa e, que
por isso a veneravam, como uma Santa. E com adorável simplicidade ela sabia
fazer o bem! (…). Se foi nobre a impressão produzida pela morte da Condessa de
Idanha-a-Nova em todos os que tiveram ocasião de lhe apreciar a nobreza da alma
e a bondade do coração, essa impressão foi sobretudo enorme em Alcains, campo
especial em que exerceu a sua acção de anjo tutelar de todos os infelizes. Aí o
triste acontecimento atingiu as proporções de uma grande desgraça, que levou a
desolação a todos os lares. Quase todas as pessoas do povo se vestiram de luto
e ouvia-se ininterruptamente um coro de soluços, acompanhados destas palavras:
Morreu a mãe dos pobrezinhos!» (in Gazeta da Beira, 24-II-1907, p. 2).
[81]
ANTÓNIO SIMÕES COELHO
(1804-1891), capitão, era filho de Agostinho Simões Coelho (n. 1762) nascido a
28-VIII-1762 em Alcains, e de sua mulher D. Maria Angélica Vaz (1770-1847)
nascida a 5-I-1770 em Tinalhas, concelho de Castelo Branco; neto paterno de
Domingos Vaz Simões Coelho (n. 1731, nascido a 17-VI-1731 em Alcains; e neto
materno de Paulo Rodrigues (n. 1727) nascido a 18-I-1727 em Tinalhas, casado
com D. Maria Vaz, natural de Ninho do Açor, concelho de Castelo Branco.
[82]
D. MARIA CLARA PEREIRA TORRES DA
CÂMARA E GUERRA (1805-1834), era filha homónima de D. Maria Clara Pereira Torres
da Câmara e Guerra que foi casada com Fernando Tomás Pereira Vaz Freire Goulão
(n. 1755) que nasceu a 1-IV-1755 em Alcains, cujos progenitores desconhecemos.
[83]
FRANCISCO JOSÉ GONÇALVES DE LEMOS
era filho de António José Gonçalves de Lemos (n. 1840), proprietário da Fábrica
de Papel da Lousã, natural de Cernache, concelho de Coimbra, e de sua mulher D.
Mariana Rita da Fonseca de Lemos (f. 1859), que foi senhora da Casa dos
Fonsecas em Cernache onde nasceu a 22-V-1859; neto paterno de Francisco Gonçalves
de Lemos (n. 1752), baptizado a 30-V-1752 em Cernache, que foi casado com D.
Maria Joana de Lemos (n. 1753), baptizada a 2-IX-1753.
[84] Ver de Leonor Osório de Castro Trigueiros de Aragão, Quintãs – Uma aldeia da Beira Baixa, Fundão, e.a., 1994.
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