José Campelo Trigueiros Martel (1852-1888) (in «Pontos nos ii», n.º 158, 24-V-1888, por Rafael Bordalo Pinheiro (?) |
JOSÉ CAMPELO TRIGUEIROS MARTEL (1852-1888) nasceu a 25-I-1852 em Lisboa onde foi baptizado a 9-III-1852 na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, apadrinhado por José de Oliveira Melo e D. Mariana Vitória Campelo de Barros. Faleceu em 1888 e teve um funeral civil para o «Jazigo da Família Campelo Trigueiros Martel» no cemitério dos Prazeres em Lisboa.
Lisboa, Igreja de N.ª Sr.ª da Encarnação (ao Chiado) |
Ainda muito novo foi um republicano avant la lettre, pois, desde muito cedo combateu o regime monárquico e fez parte do Directório Republicano Democrático que foi criado em 1870, então embrião do Partido Republicano que inicia a sua actividade em 1876 e elege o seu primeiro deputado em 1878.
Trigueiros Martel, «A Republica em Portugal», 1886. |
Teve uma vida curta, pois veio a falecer aos 36 anos de idade vitimado por uma «doença cruel», à qual não terá sido alheia uma juventude boémia que «foi criando estragos no seu organismo e abrindo brechas na sua saúde», no dizer de um panfletário republicano que não lhe reconhecia grandes capacidades jornalísticas e políticas, porém dele dizia ser «cavalheiroso e digno, no que se afastava de quase todos os dirigentes do partido republicano»[2].
Este «homem de iniciativa, vindo do estrangeiro com ideias largas», fez mecenato cultural e destinou o Pátio do Martel – actualmente conhecido por Vila Martel –, anexo traseiro da sua casa situada na Rua D. Pedro V, n.º 56, em Lisboa, com entrada pelas traseiras na Rua das Taipas, para «refúgio e mansões de trabalho de pintores e escultores»[3]. Nestes ateliês laboraram alguns dos melhores artistas da sua geração, entre os quais se destacaram os pintores Columbano, Malhoa, Carlos Reis, e Eduardo Viana, assim como o escultor Francisco Franco, e o ceramista Jorge Colaço. Todos eles produziram neste espaço de arte e cultura quase tudo que que de melhor foi feito nesta época em termos de artes plásticas.
Lisboa, Rua D. Pedro V, Casa Trigueiros Martel, dos Condes de Castelo Branco.
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Casa dos Conde de Castelo Branco e o Pátio do Martel. |
Lisboa, Rua D. Pedro V, Casa Trigueiros Martel. Portão com escudo esquartelado de: 1.º - PEREIRA, 2.º - MARTEL, 3.º - TRIGUEIROS, e 4.º - REGO. |
Não teve filhos e veio a falecer a 3-V-1939 em Lisboa, sendo sepultada no «Jazigo da Família Campelo Trigueiros Martel» no cemitério dos Prazeres.
João José Campelo Trigueiros Martel era filho seundogénito de SIMÃO TRIGUEIROS DO REGO MARTEL (n. 1807) nascido a 12-VII-1807 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizado a 23-VII-1807, proprietário, casado no Oratório da Quinta da Francelha em Sacavém, concelho de Loures, com D. HENRIQUETA JÚLIA CAMPELO, baptizada na Igreja de São Nicolau em Lisboa; filha de Ângelo José da Costa Campelo (c. 1808), casado a 20-II-1808 na Ermida de Nossa Senhora da Piedade em Almargem do Bispo no concelho de Sintra, cujo assento foi registado a 26-III-1808 na Igreja da Conceição Nova em Lisboa, com sua mulher D. Mariana Vitória de Freitas. Foram testemunhas deste casamento o marechal de campo José Maria Moreira Bergara, morador a Santa Marta, e José de Oliveira e Melo que era recém-casado com D. Mariana Vitória Campelo a 8-VIII-1847 na ermida da Quinta da Francelha, com o respectivo assento de casamento na Igreja do Sacramento em Lisboa. À data do seu casamento (1848) residia da Rua e freguesia de São José, depois de casado, quando nasceu o seu filho primogénito (1850) residia na Travessa da Vitória, n.º 52.
Alcains, Solar dos Goulões (actual Museu do Canteiro). |
João José Martins Pereira
do Rego Goulão (n. 1758); 1.º - PEREIRA, 2.º - REGO
(C.B.A. 20-III-1821)
|
Era neto paterno de JOÃO JOSÉ MARTINS PEREIRA DO REGO GOULÃO (n. 1758)[4], o qual nasceu a 6-VIII-1758 em Castelo Branco, filho de José Martins Pereira Goulão (n. 1725), capitão-mor das Ordenanças de Castelo Branco, e de sua mulher D. Joana Bernarda do Rego Teles Carmona[5].
João José Martins Pereira do Rego Goulão teve brasão de armas por carta de 20-III-1821, com um escudo partido em pala de PEREIRA e de REGO[6]. Foi um dos grandes proprietários do distrito de Castelo Branco onde tinha avultado património fundiário e diversas casas, nomeadamente em Idanha-a-Nova, Sarnadas, e Alcains, localidade esta onde residia no Solar dos Goulões, actual Museu do Canteiro e um dos mais antigos exemplos da arquitectura solarenga desta localidade[7]. Casou com D. MARIA ANTÓNIA TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (n. 1770), nascida a 28-IV-1770 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 28-V-1770, irmã de Joaquim Trigueiros Martel (1801-1873), 1.º Visconde de São Tiago (1862), 1.º Conde de Castelo Branco (1870); filha de Jerónimo Trigueiros Martel Rebelo Leite (1716-1792)[8], que nasceu a 30-IX-1716 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a 19-IX-1716, capitão do Terço de Infantaria Auxiliar de Castelo Branco e proprietário, que veio a falecer a 12-III-1792 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultado no Convento de Santo António, filho das sua segundas núpcias com D. Maria Angélica Marques Goulão (1725-1790), nascida a 19-XII-1725 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 26-XII-1725, tendo falecido a 16-V- 1790 em Idanha-a-Nova, com testamento, e aí sepultada no Convento de Santo António (actualmente propriedade particular).
Genealogia
O
biografado JOSÉ CAMPELO TRIGUEIROS MARTEL (1852-1888), além da irmã MARIA JOSÉ
(1856-1862), falecida com oito anos de idade, teve um irmão primogénito no qual
recaiu a sucessão da casa de seus pais:
1. JOÃO CAMPELO TRIGUEIROS MARTEL (1850-1895), proprietário, nasceu a 5-XII-1850, tendo falecido a 14-III-1895 e foi sepultado
no seu jazigo do cemitério dos Prazeres e Lisboa[9].
Casou a 5-XII-1870 com D.
MARIA HENRIQUETA MASCARENHAS GODINHO VALDEZ (1855-1918)[10],
nascida a 9-XI-1855 em Lisboa, cidade onde veio a falecer a 26-XII-1918. Sua
mulher era filha herdeira de Manuel Godinho Travassos Valdez (c. 1810),
fidalgo-cavaleiro da Casa Real, tenente-coronel de Cavalaria, senhor do morgado
da Quinta da Flandes e dos vínculos dos Anjos e do Mosquete, em Pombal, casado
com D. Maria Madalena Mascarenhas de Mancelos (1813-1886), nascida a
30-III-1813 em Pombal, falecida a 6-VIII-1886 em Lisboa; e neta materna de
Manuel Caetano Mascarenhas de Mancelos (1766-1822), alcaide-mor do Crato,
nascido a 18-XI-1766 em Pombal, falecido a 25-III-1822 em Lisboa, casado a
26-V-1787 na capela de Nossa senhora do Cardal, em Lisboa, com D. Ana Leonor de
Vasconcelos Sousa Godinho Valdez (1775-1839), nascida a 25-II-1775 em Pombal, e
falecida a 9-IX-1839 em Lisboa.
Filhos:
2. MARIA
EMÍLIA VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (1871-1872), nascida a 25-XI-1871, tendo
falecido prematuramente a 1-XII-1872.
2. JOSÉ
GODINHO VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (1874-1878), nascido a 2-X-1874, tendo
falecido prematuramente a 13-X-1878.
2. LUÍS GODINHO
VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (n. 1878), nascido a 5-I-1878.
2. SIMÃO VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL
(1879-1946), 2.º Conde de Castelo Branco, e filho sucessor
que segue no §: 1.
que segue no §: 1.
2. D. MARIA
MADALENA VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (1884-1947), poetiza e escritora, que segue
no §: 2.
§: 1
2. SIMÃO VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL
(1879-1946), 2.º Conde de Castelo Branco, por sucessão de seu tio-avô Joaquim
Trigueiros Martel (1801-1873) que foi 1.º conde de Castelo Branco, e autorização do
rei D. Manuel II pouco antes de morrer[11].
Nasceu a 5-I-1879 e veio a falecer a 21-XII-1946. Formou-se em engenharia Civil e de
Minas pela Escola do Exército.
Cavaleiro da Ordem de Cristo e comendador da
Ordem da Instrução Pública da Venezuela, tomou par-
te activa na política
monárquica dos primeiros anos da República o que lhe valeu perseguições e o
exílio. Morou na sua casa da Rua D. Pedro V, n.º 56, em Lisboa, que ostenta o seu brasão de armas com um escudo esquartelado de PEREIRA, MARTEL, TRIGUEIROS e REGO[12].
Casou a 28-XII-1899 com D. MARIA
EMÍLIA INFANTE DA CÂMARA TABORDA (1880-1955), natural de Lisboa, falecida a
7-X-1955, filha de Nuno Bento de Brito Taborda (c. 1850), coronel de Engenharia
pela Escola do Exército, e de sua mulher D. Maria Henriqueta Infante da Câmara (c. 1855); neta paterna de Nuno Augusto de Brito Homem Ferreira Taborda, casado
com D. Georgine de Thierry, a qual era filha de Charles Joseph, Barão de
Thierry, e de sua mulher D. Marie Caroline de Frotté Battier de Laville; e neta
materna de Emílio Infante da Câmara (1799-1875), nascido em São Vicente do
Paul, Santarém, casado a 21-II-1851 em Lisboa com D. Emília Mac-Mahon Garrido de Cesan (n. 1825).
3. JOÃO FILIPE
INFANTE DA CÂMARA TABORDA VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (1900-1958), 3.º Conde de
Castelo Branco, que segue.
3. JOÃO FILIPE
INFANTE DA CÂMARA TABORDA VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (1900-1958), 3.º Conde de
Castelo Branco por alvará do Conselho de Nobreza de 30-III-1951, nascido a
1-XII-1900 em Lisboa, cidade onde faleceu a 5-XII-1958. Foi engenheiro
Agrónomo, director da Fábrica Portuguesa de Fermentos Holandeses da Cruz
Quebrada, e comendador da Ordem de Orange e Nassau (Holanda).
Casou
a 8-X-1941 em Lisboa com D. MARIA VICENTA REMUS CAPELLA (n. 1910), nascida a
28-V-1910 na Catalunha, em Espanha, filha de Luís Rémus, natural de Espanha, e
de sua mulher D. Agustina Capella.
Filhos:
4. D. MARIA JOÃO REMUS TRIGUEIROS MARTEL (n. 1942), 4.ª Condessa de Castelo Branco, e 2.ª
Viscondessa de Abrançalha, que segue abaixo.
4. D. ISABEL TERESA GEORGIANA REMUS TRIGUEIROS MARTEL (1944-1969), nascida a 11-VI-1944
em Lisboa, e falecida prematuramente a 26-X-1969 em Santarém.
4. D. MARIA JOÃO REMUS TRIGUEIROS MARTEL (n. 1942), 4.ª Condessa de Castelo Branco, e 2.ª
Viscondessa de Abrançalha, que segue abaixo.
4. D. ISABEL TERESA GEORGIANA REMUS TRIGUEIROS MARTEL (1944-1969), nascida a 11-VI-1944
em Lisboa, e falecida prematuramente a 26-X-1969 em Santarém.
Vale de Figueira, Qta. da Sobreira. |
4. D. MARIA JOÃO REMUS TRIGUEIROS MARTEL (n. 1942), 4.ª Condessa de Castelo Branco por alvará do Concelho de Nobreza de 8-V-1987, e 2.ª Viscondessa de Abrançalha por alvará de 15-XII-1992. Nasceu a 24-IX-1942 em Lisboa. Senhora da Quinta da Sobreira, em Vale de Figueira, concelho de Santarém, actualmente vocacionada para ao turismo rural.
Qta. da Sobreira. Brasão esquartelado de PEREIRA, MARTEL, TRIGUEIROS, e REGO; de Simão Valdez Trigueiros Martel (1879-1946), 2.º Conde de Castelo Branco. |
Qta. da Sobreira. |
Filhos:
5. JOÃO FILIPE TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO
FRAZÃO (n. 1965), 5.º Conde de Penha Garcia, que segue abaixo.
Fiacre do 1.º Conde de Penha Garcia;
Museu Nacional dos Coches, Lisboa.
|
5. MIGUEL TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO FRAZÃO
(n. 1966), nascido a 24-II-1966 em Lisboa.
5. D.
INÊS TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO FRAZÃO (n. 1967), que nasceu a 8-XII-1967 em
Luanda, Angola, tendo casado com LUÍS TIAGO DE BRITO VACAS DE
CORDOVIL (n. 1969), engenheiro Civil, o qual nasceu
a 26-VIII-1969 na freguesia de Alvalade, em Lisboa, filho de João de Brito Potes Cordovil (1937-2012), natu-
ral de Évora, e de D. Maria
Helena Teias Vacas (n. 1935).
5. TIAGO TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO FRAZÃO
(n. 1976), nascido a 21-XII-1976 em Portalegre, no
Brasil. Casou com D. SARA
GALVÃO COSTA.
Tiveram:
6. FRANCISCA GALVÃO DA COSTA FRANCO FRAZÃO (n. 2005), nascida a 3-VII-2005.
6. FRANCISCA GALVÃO DA COSTA FRANCO FRAZÃO (n. 2005), nascida a 3-VII-2005.
6. VASCO GALVÃO DA COSTA FRANCO FRAZÃO (n. 2007), nascida a 24-X-2007.
6. TOMÁS GALVÃO DA COSTA FRANCO FRAZÃO (n. 2009), nascido a 16-VII-2009.
5. D. MAFALDA TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO FRAZÃO (n. 1982), nascida a 6-IV-1982, veio a
6. TOMÁS GALVÃO DA COSTA FRANCO FRAZÃO (n. 2009), nascido a 16-VII-2009.
5. D. MAFALDA TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO FRAZÃO (n. 1982), nascida a 6-IV-1982, veio a
casar a 22-I-2011 em Lisboa com ANTÓNIO MARQUES MENDES.
5. JOÃO
FILIPE TRIGUEIROS DE MARTEL FRANCO FRAZÃO (n. 1965), 5.º Conde de Penha Garcia
por alvará do Conselho de Nobreza de 21-XII-1998, nasceu a 26-I-1965 em Lisboa.
Casou duas vezes.
As
primeiras núpcias foram com D. PALOMA GÁLVEZ GONÇALVES, filha de Eduardo Frick
Gonçalves, nascido em Lisboa, casado a 1-IX-1962 com D. Alicia Galvez Petersen
(n. 1940), natural de Málaga, Espanha.
As segundas núpcias foram celebradas com D. TERESA VITÓRIA
MALHEIRO DE VILHENA CORTE-REAL (n. 1968), nascida a 5-VI-1968 na Lapa, em Lisboa, filha de António Maria de Melo e Castro de Mendonça Corte-Real (n. 1939), casado com D. Maria Adelaide de Araújo Vilhena Freire de Andrade (n. 1941).
Filhos
do 1.º casamento:
6. D. INÊS FRANCO FRAZÃO.
6. JOSÉ FRANCO FRAZÃO.
Filhos
do 2.º casamento:
6. MARIA
CORTE-REAL FRANCO FRAZÃO (n. 2000), nascida a 6-XII-2000 nas Mercês, em Lisboa.
6. DUARTE
CORTE-REAL FRANCO FRAZÃO (n. 2003), nascido a 18-VIII-2003 em Santa Isabel, em
Lisboa.
§: 2
2. D.
MARIA MADALENA VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL (1884-1947), nascida em 1884, veio a falecer a 3-XI-1947 em Lisboa.
Sacavém, Prior-o-Velho,
Casa da Francelha. |
Casou com FRANCISCO ANTÓNIO RIBAS PATRÍCIO
(1869-1960), nascido a 9-VIII-1869 na Guarda, falecido a 26-XII-1960 em Lisboa,
juiz de Direito, desembargador da Relação de Lisboa, do Conselho de Sua
Majestade Fidelíssima.
Seu marido era um dos doze filhos de Francisco António Patrício (1845-1934),
natural de Freixeda do Torrão, Figueira de Castelo Rodrigo, casado a 24-I-1866
na Sé da Guarda com D. Teresa Guilhermina dos Anjos Ribas (1848-1921), natural
da Guarda.
Tiveram:
3. FRANCISCO
JOSÉ VALDEZ TRIGUEIROS MARTEL PATRÍCIO (n. 1900), que segue.
3. FRANCISCO
JOSÉ VALDEZ TRIGUEIROS DE MARTEL PATRÍCIO (1901-1971), senhor da Quinta da
Francelha em Sacavém da qual vendeu parte a 26-II-1940. Formado em Direito, governador
civil do Distrito de Leiria, nasceu a 18-VII-1901 na freguesia da Encarnação,
em Lisboa, e faleceu a 6-XII-1971 na Quinta da Francelha, em Sacavém.
Dedicou-se à criação do cavalo lusitano tendo saído da sua coudelaria o maior garanhão desta raça: o famoso Afiançado de Flandes
(1882-2012), um dos melhores puro-sangue do mundo que viveu 30 anos e foi o
mais premiado em exposições e provas. Foi vendido aos dois anos para o Brasil (Fazenda Sasa),
e serviu de semental para toda a América Latina.
Francisco José Valdez Trigueiros Martel Patrício (1901-1971) |
Casou a 22-X-1925 na Casa da Aveleda, em Penafiel, com D.
MARIA LUÍSA VANZELLER GUEDES (1901-1975), nascida s 5-IV-1905 em Massarelos,
Porto, e falecida a 6-VI-1975 na Quinta da Francelha, Sacavém, filha de
Fernando Guedes da Silva da Fonseca (1871-1946), natural do Porto, fidalgo da
Casa Real, senhor da Quinta da Aveleda e Avintes, casado com D. Maria Helena de
Sousa e Barros Van Zeller (1874-1963).
Tiveram:
4. D. MARIA HELENA DOROTEIA VAN ZELLER GUEDES MARTEL PATRÍCIO (1927-1964), nascida na freguesia de
Benfica, Lisboa, e falecida a ?-XII-1964. Casou nas primeiras núpcias de MÁRIO TRAVASSOS ALUA SIMAS (n.
1922), nascido a 16-II-1922 na Horta, Açores, do qual teve sete filhos que
propagaram até aos nossos dias os apelidos PATRÍCIO SIMAS.
Lisboa, Palacete Empis, 1907 (desaparecido). |
4. D.
MARIA MADALENA VAN ZELLER GUEDES MARTEL
PATRÍCIO (n. 1927), 7.ª Marquesa de Valença, que segue
abaixo.
PATRÍCIO (n. 1927), 7.ª Marquesa de Valença, que segue
abaixo.
4. D. MARIA
HENRIQUETA VAN ZELLER GUEDES MARTEL
PATRÍCIO (n. 1929), nascida a 15-XII-1929 em Sacavém, Lou-
res. Casou com NUNO ERNESTO DE SOUSA COUTINHO
EMPIS (1926-2010), nascido a 5-III-1926 na freguesia das Mer-
cês em Lisboa, e falecido a 4-VIII-2010; um dos doze filhos de
Raúl Júlio Empis (1887-1960)[14], um dos 24 fundadores do Benfica – então Grupo Sport Lisboa, em 1904 –, aos 17 anos de idade, que era natural de Lisboa, casado a 21-X-1914 no Beato, em Lisboa, com D. Luísa Burnay de Sousa Coutinho (1891-1974)[15], natural de Lisboa. Tiveram seis filhos que propagaram até aos nossos dias os apelidos PATRÍCIO EMPIS.
res. Casou com NUNO ERNESTO DE SOUSA COUTINHO
EMPIS (1926-2010), nascido a 5-III-1926 na freguesia das Mer-
cês em Lisboa, e falecido a 4-VIII-2010; um dos doze filhos de
Raúl Júlio Empis (1887-1960)[14], um dos 24 fundadores do Benfica – então Grupo Sport Lisboa, em 1904 –, aos 17 anos de idade, que era natural de Lisboa, casado a 21-X-1914 no Beato, em Lisboa, com D. Luísa Burnay de Sousa Coutinho (1891-1974)[15], natural de Lisboa. Tiveram seis filhos que propagaram até aos nossos dias os apelidos PATRÍCIO EMPIS.
4. D. MARIA
TERESA VAN ZELLER GUEDES DE MARTEL PATRÍCIO (n. 1932), nascida a 24-IV-1932 em
Sacavém, Loures. Casou com CARLOS ANTÓNIO RIBEIRO DA SILVA DE NORONHA CORDEIRO
FEIO (1927-2012), nascido a 14-V-1927, e falecido a 27-VII-2012 em Lisboa;
filho de Carlos Maria Appleton de Noronha Cordeiro de Araújo Feio (n. 1882),
que nasceu a 5-III-1882 em Santa Isabel em Setúbal, casado a 8-XII-1921
na freguesia dos Mártires, em Lisboa, com D. Maria Cristina Scwalbach Ribeiro
da Silva (n. 1831). Tiveram duas filhas, ambas com geração que chegou até aos
nossos dias usando os apelidos CALÇADA PINA e FEIO BRAVO.
4. D.
MARIA LUISA VAN ZELLER GUEDES DE MARTEL PATRÍCIO (n. 1935), nascida a
23-XI-1935 em Sacavém, Loures. Casou com D. RUI D’ OREI PEREIRA COUTINHO (n.
1930), nascido a 7-XII-1930 em São Sebastião da Pedreira, em Lisboa; um dos
doze filhos de D. Luís Pereira Coutinho (n. 1897), nascido a 30-III-1897 nas
Mercês, em Lisboa, coronel de Artilharia, casado a 15-III-1919 com D. Maria das
Dores Sárrea d’ Orei (n. 1899), nascida a 3-XII-1899 em São Mamede, Lisboa.
Filhos:
5. D.
MAFALDA GUEDES PATRÍCIO PEREIRA COUTINHO (n. 1960), nascida a 20-V-1960 na Lapa,
em Lisboa. Casou a 27-IX-1980 na Quinta da Francelha, Loures, nas primeiras
núpcias de D. SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO DAUN E LORENA (n. 1955), 13.º Conde de
Oeiras, nascido a 26-III-1955 em São Sebastião da Pedreira, Lisboa; primogénito
dos seis filhos de D. Manuel Sebastião de Almeida de Carvalho Daun e Lorena (n.
1930), 9.º Marquês de Pombal, natural de Lisboa, cidade onde casou a 2-VI-1954
com D. Maria João de Melo Freire Cabral (n. 1932). Tiveram geração que segui os
apelidos DAUN E LORENA.
4. FRANCISCO
JOSÉ GUEDES DE MARTEL PATRÍCIO (n. 1939), nascida a 11-VII-1939 em Sacavém,
Loures. Casou com D. LEONOR MARIA DE MELLO BREYNER DE CARVALHO (n. 1947), um
dos cinco filhos de Lourenço Cyrne do Casal Ribeiro de Carvalho (1928-1977)[16],
natural do Porto, casado com D. Maria Teresa do Menino Jesus Pinto Leite de
Mello Breyner (n. 1926), natural de Cascais. Tiveram geração que seguiu os
apelidos CARVALHO PATRÍCIO.
4. D. MARIA DA CONCEIÇÃO GUEDES DE MARTEL PATRÍCIO (n. 1942) que
nasceu a 5-V-1942 em Lisboa. Casou com D. MIGUEL D’ OREY PEREIRA COUTINHO (n.
1935), nascido a 14-V-1935, e um dos onze filhos de D. Luís Pereira Coutinho
(n. 1897), casado a 15-III-1919 em Oeiras com D. Maria das Dores de Sárrea d’
Orey (n. 1899). Tiveram geração que seguiu os apelidos PEREIRA COUTINHO e
ORTIGÃO COSTA.
4. D. MARIA MADALENA VAN ZELLER GUEDES TRIGUEIROS MARTEL PATRÍCIO
(n. 1927), 7.ª Marquesa de Valença por casamento. Nasceu a 15-V-1928 em
Sacavém, Loures.
Oratório da Q.ta da Francelha. |
Seu marido era filho de D.
Fernando José Luís Burnay de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses
(1883-1945), 6.º Marquês de Valença, representante dos títulos de Marquês de
Borba e de Aguiar, de Conde do Redondo, de Vimioso, e de Soure, e de sua
mulher D. Hedviges Maria Judite de Carvalho (1894-1961), com a qual casou a 15-10-1922; neto paterno de D. José Luís de Sousa Coutinho Castelo Branco e
Meneses (1859-1930), 17.º Conde de Redondo, 14.º Conde de Vimioso,
representante dos títulos de Marquês de Borba, de Valença e de Aguiar, e de
Conde de Soure, e de sua mulher D. Eugénia Cecília Burnay (1860-1915) com a
qual casou a 26-VI-1880; e neto materno de António Afonso Carvalho, casado com
D. Teresa de Jesus Carvalho.
Tiveram:
5. D. LUÍSA MARIA PATRÍCIO DE SOUSA COUTINHO (n. 1952), nascida a 5-X-1952 em Lisboa.
Casou a 7-VII-1973 na Quinta da Francelha, em Sacavém, com NUNO MARIA DE FIGUEIREDO
CABRAL DA CÂMARA PEREIRA (n. 1951)[22]. Nasceu a 19-II-1951 na freguesia de São Sebastião
da Pedreira em Lisboa; filho de Nuno Maria de Figueiredo Cabral da
Tiveram:
5. D. LUÍSA MARIA PATRÍCIO DE SOUSA COUTINHO (n. 1952), nascida a 5-X-1952 em Lisboa.
Casou a 7-VII-1973 na Quinta da Francelha, em Sacavém, com NUNO MARIA DE FIGUEIREDO
CABRAL DA CÂMARA PEREIRA (n. 1951)[22]. Nasceu a 19-II-1951 na freguesia de São Sebastião
Nuno Maria de Figueiredo Cabral da Câmara Pereira (n. 1951) |
Câmara Pereira (1922-2000), nascido a 24-XI-1922 na Quinta do Pi-
nheiro, freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra, e de sua
nheiro, freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra, e de sua
mulher que foi D. Ana Teles da Silva Pacheco (1919-2000), nascida a
21-III-1919 no Rio de aneiro, Brasil; neto paterno de Armando de
Figueiredo Afonso Pereira (1885-1963), nascido a 15-III-1885 em
Alcântara, Lisboa, e de sua primeira mulher D. Maria Malaquias da
Conceição de Figueiredo Cabral da Câmara (1883-1947); neto mater-
no de Albino Augusto Pacheco (1871-1948), médico, nascido a 7-II-
-1871 na freguesia de Britelo, concelho de Cabeceiras de Basto, e de
sua mulher D. Maria Francisca Teles da Silva (1882-1974), nascida
a 13-II-1882 na freguesia de Santos-o-Velho, em Lisboa.
Seu marido é fadista de mérito reconhecido, engenheiro técnico
Seu marido é fadista de mérito reconhecido, engenheiro técnico
Agrário, activista monárquico, deputado da Assembleia da República (2005-2009), assim como
cavaleiro professo da Ordem de São Miguel de Ala e seu comendador-mor. É trineto de D. Vasco
António de Figueiredo Cabral da Camara (1829-1870), 3.º Conde de Belmonte; 16.º neto de Pedro
Álvares Cabral (1468-1520), o descobridor do Brasil; 14.º neto de D. Vasco da Gama (f. 1469), o
descobridor do caminho marítimo para a Índia; e 5.º neto do rei D. João VI (1767-1826), por sua
filha mais nova a infanta D. Ana de Jesus Maria de Bragança e Bourbon (1806-1857) que foi a
1.ª Duquesa de Loulé por casamento.
Tiveram:
Casou em 1975 em Sintra com ANTÓNIO VASCO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1955),
nascido a 2-VII-1955 na freguesia de Benfica, em Lisboa.
Seu marido era filho de Vasco Scazzola Taborda Ferreira (n. 1923), doutorado em Direito pela Uni-
versidade de Lisboa, nascido a 23-VI-1923 em Génova, Itália, e de sua mulher D. Helena Maria
Correia de Sá (n. 1930), nascida a 30-XI-1930 em Lisboa; neto materno de António José Correia de
Sá Benevides Velasco da Câmara (1900-1968), 10.º Visconde de Asseca, nascido a 3-X-1900 na fre-
guesia das Mercês, Lisboa, e de sua mulher D. Maria Luísa de Sousa Holstein Beck (1930-1972),
nascida a 30-XII-190 na freguesia de Santa Isabel, em Lisboa, filha de D. Helena Maria Domingas
Tiveram:
6. NUNO MARIA DE SOUSA COUTINHO CABRAL DA CÂMARA PEREIRA (n. 1975), nascido a
26-VI-1975 na freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa. Actor e cantor.
6. D. MARIA MADALENA DE SOUSA COUTINHO CABRAL DA CÂMARA PEREIRA (n. 1977),
nascida a 5-I-1977 na freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa. É licenciada em
Gestão Turística e Hoteleira. Casou a 15-IX-2001 na Quinta de São João de Galamares, em
Sintra, com FILIPE DE SOUTO BARREIROS DE ALMEIDA (n. 1970), nascido a 22-X-1970 na
freguesia de Marvila, em Santarém. Engenheiro técnico Agrário.
6. D. CARLOTA JOAQUINA DE SOUSA COUTINHO CABRAL DA CÂMARA PEREIRA (n. 1979),
nascida a 16-VI-1979 na freguesia de São Domingos de Benfica em Lisboa. Licenciada em
Arquitectura.
5. D. MARIA MADALENA PATRÍCIO DE SOUSA COUTINHO (n. 1955), nascida a 25-V-1954 em Lisboa.Casou em 1975 em Sintra com ANTÓNIO VASCO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1955),
nascido a 2-VII-1955 na freguesia de Benfica, em Lisboa.
Seu marido era filho de Vasco Scazzola Taborda Ferreira (n. 1923), doutorado em Direito pela Uni-
versidade de Lisboa, nascido a 23-VI-1923 em Génova, Itália, e de sua mulher D. Helena Maria
Correia de Sá (n. 1930), nascida a 30-XI-1930 em Lisboa; neto materno de António José Correia de
Sá Benevides Velasco da Câmara (1900-1968), 10.º Visconde de Asseca, nascido a 3-X-1900 na fre-
guesia das Mercês, Lisboa, e de sua mulher D. Maria Luísa de Sousa Holstein Beck (1930-1972),
nascida a 30-XII-190 na freguesia de Santa Isabel, em Lisboa, filha de D. Helena Maria Domingas
de Sousa Holstein (1846-1941), 4.ª Duquesa de Palmela.
COUTINHO CASTELO BRANCO E MENESES (n. 1956), 19.º Conde do Redondo, e 16.º Conde de
Vimioso por alvará do Conselho de Nobreza de 12-VI-1981. Nasceu a 12-V-1956 em Lisboa.
Casou com D. MARIA TERESA TEIXEIRA DE ABREU BELMAR DA COSTA (n. 1960), que nasceu no
em 1960 e foi um dos dez filhos de Nuno Corrêa Leite Belmar da Costa (1930-1992), o qual veio a
casar a 18-VI-1950 em Cabanas com D. Maria Teresa Tavares de Almeida e Silva Teixeira de Abreu
(n. 1927), nascida a 2-III-1927 em Viseu.
Tiveram:
6. D. ANTÓNIO LUÍS BELMAR DE PORTUGAL DE SOUSA COUTINHO (n. 1982), filho primogé-
nito, nascido a 19-I-1982 em Lisboa.
6. D. FRANCISCO XAVIER BELMAR DA COSTA DE PORTUGAL DE SOUSA COUTINHO (n.
1984), nascido a 3-XII-1984 em Lisboa.
6. D. AFONSO BELMAR DE PORTUGAL DE SOUSA COUTINHO (n. 1986), nascido a 13-VI-1986
em Lisboa.
5. D. FERNANDO PATRÍCIO DA COSTA PATALIM LAFETÁ DE PORTUGAL E CASTRO DE SOUSA
COUTINHO CASTELO BRANCO E MENESES (n. 1956), que segue.
Tiveram:
6. VASCO MARIA DE SOUSA COUTINHO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1977), que
nasceu em 1977 em Lisboa.
6. SALVADOR DE SOUSA COUTINHO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1979), nasci-
do em 1979 em Lisboa.
6. D. MARIANA DE SOUSA COUTINHO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1981), nas-
cida em 1981 em Lisboa.
5. D. FERNANDO PATRÍCIO DA COSTA PATALIM LAFETÁ DE PORTUGAL E CASTRO DE SOUSA6. VASCO MARIA DE SOUSA COUTINHO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1977), que
nasceu em 1977 em Lisboa.
6. SALVADOR DE SOUSA COUTINHO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1979), nasci-
do em 1979 em Lisboa.
6. D. MARIANA DE SOUSA COUTINHO CORREIA DE SÁ TABORDA FERREIRA (n. 1981), nas-
cida em 1981 em Lisboa.
COUTINHO CASTELO BRANCO E MENESES (n. 1956), 19.º Conde do Redondo, e 16.º Conde de
Vimioso por alvará do Conselho de Nobreza de 12-VI-1981. Nasceu a 12-V-1956 em Lisboa.
Casou com D. MARIA TERESA TEIXEIRA DE ABREU BELMAR DA COSTA (n. 1960), que nasceu no
em 1960 e foi um dos dez filhos de Nuno Corrêa Leite Belmar da Costa (1930-1992), o qual veio a
casar a 18-VI-1950 em Cabanas com D. Maria Teresa Tavares de Almeida e Silva Teixeira de Abreu
(n. 1927), nascida a 2-III-1927 em Viseu.
Tiveram:
6. D. ANTÓNIO LUÍS BELMAR DE PORTUGAL DE SOUSA COUTINHO (n. 1982), filho primogé-
nito, nascido a 19-I-1982 em Lisboa.
6. D. FRANCISCO XAVIER BELMAR DA COSTA DE PORTUGAL DE SOUSA COUTINHO (n.
1984), nascido a 3-XII-1984 em Lisboa.
6. D. AFONSO BELMAR DE PORTUGAL DE SOUSA COUTINHO (n. 1986), nascido a 13-VI-1986
em Lisboa.
5. D. FERNANDO PATRÍCIO DA COSTA PATALIM LAFETÁ DE PORTUGAL E CASTRO DE SOUSA
COUTINHO CASTELO BRANCO E MENESES (n. 1956), que segue.
__________________
Anexos:
O Pátio do Martel
Cinquenta
degraus até chegar à glória
«O jornalista que os ardinas celebrizaram
em pregões visitava o refúgio de artistas.
Sobe-se ao encontro da glória por
aqueles cinquenta degraus, íngremes e difíceis, mas merece bem a pena, porque
não só a vista que se goza é admirável, mas porque nos pomos em contacto com as
recordações de grandes mortos, da sua obra e dos ainda vivos que ali lidaram,
sofreram, sonharam e realizaram parte dos sonhos - nunca os artistas estão
satisfeitos - e lá mourejam e visionam quadros e estátuas." A caneta de
Rocha Martins (1879-1952), jornalista e historiador, que se tornaria famoso na
boca dos ardinas pelo pregão "fala o Rocha, o Salazar está à brocha",
a 10 de Janeiro de 1944 descrevia assim, no Diário de Notícias, o Pátio do
Martel.
Aquele local, "em frente da Conceição
da Glória, à entrada das Taipas", tinha sido destinado por José Trigueiros
de Martel - "homem de iniciativa, vindo do estrangeiro com ideias
largas" e que seria um dos fundadores do jornal O Século - para
"refúgio e mansões de trabalho de pintores e escultores" - o que,
nesta altura, era continuado pelos seus sobrinhos."»
"Vemos, assim, Antero de Quental a
caminho do atelier de Columbano, que trabalhou o belo quadro onde a fisionomia
do poeta mira a posteridade. No mesmo lugar se dedica hoje José Campas,
professor e pintor de arte, às restaurações, já notáveis, de muitos quadros; no
atelier da outra ponta, na carreira das casinhas limpas e modestas, fez
Francisco Franco a estátua [equestre] do Restaurador [D. João IV, que está em
Vila Viçosa] e tantas outras obras-primas [toda a gente as conhece, do D.
Dinis, em Coimbra, ao Cristo-Rei, em Almada]."
Arrumando os parágrafos como se fossem um
puzzle, para o leitor moderno melhor entender a rubrica denominada Lisboa de
Ontem e de Hoje, acompanhamos a visita ao atelier, onde o articulista relembra
"Columbano, que, entre aquelas quatro paredes, tão animadas de arte,
trabalhou o seu quadro Camões e as Tágides [actualmente no Museu Grão Vasco, em
Viseu], painéis dos tectos do Palácio Foz e os do Museu de Artilharia, além do
retrato de Antero [Museu do Chiado, em Lisboa]".
"Junto do atelier do Mestre (...) existia
outro não menos celebrado: o de D. Maria Augusta Bordalo Pinheiro, irmã do
grande pintor e de Rafael Bordalo, dama digna do máximo culto na dinastia
bordalenga", que "ensinava a sua arte portentosa: a das rendas
(...)".
E, a certa altura do texto, menos
preocupado com o ordenamento das informações do que com as impressões de quem
escreve, Rocha Martins, inspirado pelo sítio, parece querer fazer uma aguarela
com palavras.
"Quando ali habitou Columbano o
panorama seria diferente, com mais quintais e jardins e menos prédios." No
tempo desta visita, além das "casinhas e jardinetes, todos de
alegria", "depara-se-nos surpreendente panorama. No ar translúcido
das manhãs, na doçura côr de pérola de certos dias, nos poentes maravilhosos de
Lisboa, a parte superior do pátio do Martel, com o próprio recinto, e miradouro
de poucos conhecido"».
(Pátio do Martel)
(Pátio do Martel, entrada pela Rua das Taipas)
♦
Raúl Brandão,
in Memórias, 1º volume,
pp. 117, 118,
Edição da
“Renascença Portuguesa”, Porto, 1919.
«Pátio do Martel. Um cantinho com uma figueira e
malvaíscos. Uma fiada de casas e no extremo o atelier de Columbano. Por trás a
quinta. O mestre, pobre e obstinado, fez ali os seus melhores retractos.*** (…)
Por ali passaram também os maiores homens de Portugal, de quem Columbano às
vezes fala (…).
Um dia o Columbano ouviu bater à porta, e entrou-lhe no atelier um homem já cansado, de grossos sapatões, apegado a uma bengala, que parecia um bordão de pedinte:
Um dia o Columbano ouviu bater à porta, e entrou-lhe no atelier um homem já cansado, de grossos sapatões, apegado a uma bengala, que parecia um bordão de pedinte:
- Disseram-me que gostava de fazer o meu retracto e
aqui estou.
Era o Antero. Parecia um cavador, de meias grossas de
lã azul – mas quando falava!... Nunca olhou para o retracto.
- Está pronto?
Foi-se embora como viera…»
«Engomadeiras», 1915
Autor: Carlos Reis
♦
Joaquim Martins Teixeira de Carvalho, Notas
de Arte e Crítica,
Porto, Livraria Moreira – Editora, 1926, pp.
178-179.
COLUMBANO BORDALO
PINHEIRO
«O PÁTIO do Martel – uma enfiada de casas brancas,
repousando sossegadamente entre p jardim de S. Pedro de Alcântara em que
ressonam brasileiros que tentam digerir, e a Avenida donde se levanta, como o
marulhar monótono e cadenciado do mar, o ruído dum povo que imagina que vive.
É no pátio do Martel, sossegado como uma aldeia, que
vive o maior pintor português deste século, enclausurado no seu atelier,
rodeado das santas relíquias de família, realizando a maior ambição dum artista
– a de fazer obras de arte pelo simples prazer de as executar.
Foi ali que o fomos visitar para vermos o começo da sua
obra – a interpretação dos Lusíadas – e para estudarmos uma galeria que se nos
afigurava curiosa como estudo de psicologia moderna – os retractos das nossas
glórias – homens de sciência literatos, publicistas e artistas contemporâneos.
(…)
O atelier conservava-se, como há muitos anos, cheio de
objectos antigos, de curiosas porcelanas de Saxe, uma soberba colecção de desenhos
de Vieira Lusitano, tapetes, sêdas, esboços e quadros por toda a parte.»
♦
José Campelo Trigueiros Martel (1852-1888)
«Uma das personalidades
ainda muito pouco conhecidas na História do Partido Republicano em Portugal.
Sabemos que
pertenceu à geração de Teixeira de
Queirós, Anselmo Xavier Augusto Rocha, enquanto estudante de
Coimbra, nos finais dos anos 60 do século XIX, tendo frequentado o curso de
Direito.
Foi um dos
fundadores do jornal O Século em 1880, fazendo parte da sociedade que geria o
periódico, juntamente com Sebastião
de Magalhães Lima, Leão de
Oliveira, Teixeira de
Queirós e Anselmo
Xavier.
Diz, Homem Cristo, nas Notas da Minha
Vida e do Meu Tempo, vol III, p. 7: "O melhor de todos era Trigueiros de Martel. De origem nobre,
creio eu, em todo o caso de uma família da alta burguesia, esse homem era
sinceramente democrata. Se não erro agora, formara-se em direito e havia sido
condiscípulo de Anselmo
Xavier e Magalhães
Lima em Coimbra. Vivendo em Paris, ali casara com uma francesa
muito bonita. Vi-a em Lisboa, em casa de Trigueiros de Martel, Rua D. Pedro V. A francesa que não casara
com ele por amor, mas por interesse - fisicamente, Trigueiros de Martel era uma fraca figura - empandeirou-o em
pouco tempo, regressando alegre a Paris com um bom pecúlio ..."
Colaborou na Galeria Republicana, revista
mensal republicana, que se publicou em Lisboa Tendo a seguinte ficha técnica:
Editor e
Proprietário: João José Batista / Director: Magalhães Lima / Colaboradores: Augusto Rocha, Alexandre da Conceição, Alves da Veiga, António Furtado, Anselmo Xavier, B. Machado, Costa Goodophim, Gomes Leal, G. Benevides, José J. Nunes, J.M. Latino Coelho, Reis Dâmaso, Rodrigues de Freitas, Silva Graça, Silva Lisboa, Teixeira Bastos, Teófilo Braga, Trigueiros de Marte / Fotografias de António Maria Serra.
Amigo e companheiro
de viagens de Magalhães Lima acompanhou-o
na visita a Espanha logo no início da década de 70 do século XIX.
Pertenceu ainda como
membro dos primeiros Directórios do Partido Republicano.
Publicou:
- A República em
Portugal, Typ. Nacional,Lisboa,1886; - À Borda do Mar; - A Crise Francesa
A.A.B.M»[24].
♦
«Os Sete
Demónios é um livro de
contos subordinado à temática do Natal, com um título assaz curioso para um
livro cheio de religiosidade e de adoração por essa celebração festiva. Editado
em Lisboa, no ano de 1926, pela Emprêsa Literária Fluminense, encontra-se
assinado por Maria Magdalena. Contudo, o nome da autora é muito parco para
revelar a enorme escritora, ensaísta e poetisa que viveu muitos anos em Pombal,
numa propriedade que a família possuía em Flandes. Referimo-nos a Maria
Madalena Valdez Trigueiros de Martel Patrício, filha de João Campelo Trigueiros
Martel e Maria Henriqueta Mascarenhas Godinho Valdez, nascida em Lisboa a 19 de
Abril de 1884 e falecida em 1947.
Martel
Patrício publicou em 1915 o seu primeiro volume de poemas, em francês,
intitulado Le Livre du Passé Mort, que mereceu
as mais elogiosas referências da crítica, seguindo-se outras obras de prosa,
poesia e ensaio, tanto em língua francesa como portuguesa. Nas suas Memórias, Raul Brandão escreveu:
“Madalena Trigueiros de Martel Patrício, pequenina, vivíssima compleição de
artista, gostos aristocráticos, fazendo versos em francês e duma alegria
comunicativa”.
Martel
Patrício correspondia-se com Selma Lagerlöf, prémio Nobel da Literatura em
1909, com o Visconde Júlio de Castilho ou com Maria Amália Vaz de Carvalho,
entre tantos outros notáveis da cultura portuguesa e internacional. Fez parte
do Instituto de Coimbra, da Associação dos Arqueólogos Portugueses e pertenceu
à Société des Gens de Lettres de France. Colaborou em várias revistas e jornais
e manteve uma secção dedicada especialmente às mulheres e às crianças, no
jornal O Comércio do Porto.
No
livro, Os Sete Demónios,
destaque para o conto Os pêssegos, escrito em Flandes,
Pombal, em Outubro de 1926, onde a autora narra a história do padre António da
Conceição, também conhecido por Beato António, a caminho do mosteiro de Santa
Maria da Batalha onde iria dizer a missa de Natal. Curiosamente, a personagem,
o Beato António, religioso da Congregação de S. João Evangelista, nasceu em
Pombal a 12 de Maio de 1522 e morreu em Maio de 1602, tendo sido beatificado
logo após a sua morte[26].
No seu livro
autobiográfico Le Rosaire de la Vie: Les
Fleurs d’Amandiers, Martel Patrício refere as célebres tigeladas de
Pombal, tão apreciadas pelos soldados de Napoleão e que faziam as suas delícias[27],
entre tantas outras referências e histórias sobre a vida social e cultural do
seu tempo na então Vila de Pombal. Alguns dos seus livros estão disponíveis
para consulta na Biblioteca Municipal de Pombal, no Fundo de Autores Locais.
Em 1934,
Maria Madalena de Martel Patrício foi nomeada para o Prémio Nobel de
Literatura, por António Pereira Forjaz e Bento Carqueja, membros da Academia
Real das Sciencias de Lisboa, que, nesse ano, seria atribuído a Luigi
Pirandello.»
Sobre a QUINTA DA FRANCELHA ver:
http://heraldicagenealogia.blogspot.pt/2013/12/casa-da-francelha-em-prior-o-velho.html
Localização do Pátio do Martel. |
♦
Sobre a QUINTA DA FRANCELHA ver:
http://heraldicagenealogia.blogspot.pt/2013/12/casa-da-francelha-em-prior-o-velho.html
_______________
Notas:
[1] O
jornal «O Século», na sua fase inicial, foi o maior baluarte da propaganda
republicana, tendo criado o ambiente propício à implantação do regime
republicano.
[2] Apontamento necrológico do jornal «O Povo de Aveiro», nº 328, dirigido por Francisco Manuel Homem Christo, 27-V-1888, p. 3, col. 1.
[5] José Martins Pereira Goulão (n. 1725) e sua
mulher Joana Bernarda do Rego Teles Carmona, tiveram: 1. João José, já
mencionado; 2. Manuel Bernardo, cónego da Sé da Guarda; 3. Joana Doroteia de S.
Paulo Goulão (1764-1814), casada com António Joaquim Pestana (1764-1846),
sargento-mor das Ordenanças de Vila Velha de Ródão, proprietário c.g.; 4.
Joaquim José, capitão-mor das Ordenanças de Castelo Branco, em cuja Câmara foi
vereador em 1810, 1815, 1819 e 1824; 5. Domingos do Rego, religioso da Ordem de
Santo Agostinho; 6. Leonardo António, cónego regular de Santo Agostinho.
[6] IAN/TT, Cartório da Nobreza, Livro I,
fl. 63 v. As armas dos PEREIRAS
são: em campo vermelho, com uma cruz florenciada e vazia. Timbre: uma cruz de
vermelho, florenciada e vazia, ladeada de asas de ouro estendidas. As
armas dos REGOS são: em campo verde, com uma banda ondada e aguada de sua cor,
carregada de três vieiras de ouro. Timbre: uma vieira do escudo, entre duas
plumas de verde, picadas de ouro.
[7] O Solar dos Goulões, também conhecido por Solar Ulisses Pardal, devido a posteriormente
ter pertencido a esta família, na sua configuração actual parece datar do
início do séc. XVIII, mas, as suas caves, com possantes arcos de volta inteira,
revelam uma edificação bastante anterior à construção existente. Inicialmente
estava situado numa grande quinta com dependências para criados e cavalariças
para animais, lagares, adegas, tulhas para cereais. Têm anexa uma capela
fundada na primeira metade do século XVIII que já foi conhecida por diversos
nomes: a saber, Capela de Nossa Senhora da Piedade, do Senhor das Chagas
(devido a uma imagem religiosa que sangrou milagrosamente por diversas vezes em
1722), e actualmente por Capela de São Brás, cuja edificação se ficou a dever à
iniciativa expressa em testamento por D. Manuel Sanches Goulão (1677-1719), 6.º
bispo de Meliapor em 1717, que faleceu num naufrágio nas ilhas de Angoxa,
deixando várias fazendas vinculadas para sustento da citada capela e de um
Hospital anexo que ainda funcionou por alguns anos. Nesta capela foram
baptizadas, casaram, e estão sepultadas, sucessivas gerações de Goulões
nascidas a partir de 1733. Encimando a porta principal podemos ainda ver
esculpida uma mitra alusiva ao bispo que a fundou D. Manuel Sanches Goulão, filho
de primeiro matrimónio de José Martins Goulão (1649-1716), sargento-mor das
Ordenanças de Castelo Branco, com D. Maria Gonçalves (f. 1679). Este solar está
actualmente classificado como imóvel de interesse público.
[8] No Processo de Justificação de Nobreza de seu
filho aparece também com o nome completo de Jerónimo Trigueiros Martel Toscano
Silva.
[9] Este jazigo, actualmente ao abandono, ostenta
a inscrição «Jazigo da Família Campelo Trigueiros Martel».
[10] Pertencia à família de José Lúcio Travassos
Valdez (1787-1860), 1.º Conde de Bonfim, natural de Elvas, casado com sua prima
D. Jerónima Emília Godinho Valdez (1790-1862), natural de Elvas. Brasão de
armas: escudo esquartelado de ARAÚJOS, TRAVASSOS, GODINHOS e VALDEZ.
[11] O título foi-lhe renovado pela da Comissão de
Renovação e Registo de Mercês de 1933.
[12] Este brasão, com uma coroa de conde,
encontrava-se representado sobre um portão que fecha o arco de acesso às
traseiras de um prédio onde se situava a sua moradia, sito na Rua D. Pedro V,
n.º 56, em Lisboa. Este prédio foi edificado em 1877 numa pequena quinta que terá sido herança da família Campelo.
[14] RAÚL JÚLIO EMPIS (1887-1960) era um dos nove
filhos do financeiro e industrial Ernest Laurent Empis (1842-1913), natural de
Antuérpia, Bélgica; e neto paterno de Charles Louis Empis (1796-1878), 1.º
Conde de Vendim, natural de Hamburgo. Foi accionista e administrador do então Banco Burnay e, para sua morada,
mandou erguer em Lisboa o Palcete Empis (Av. Duque de Loulé, n.º 77), galardoado com o 5.º Prémio Valmor em 1907, e demolido em 1954.
[15] D. LUISA BURNAY DE
SOUSA COUTINHO (1891-1974) era um dos quatro filhos de D. José Luís de Sousa
Coutinho Castelo-Branco e Menezes (1859-1930), 17.º Conde de Redondo, 14.º
Conde de Vimioso (e representante dos títulos de Marquês de Borba, Marquês de
Valença, Marquês e Conde de Aguiar, assim como de Conde de Soure), natural de
Lisboa, casado com D. Eugénia Cecília Burnay (1860-1915), natural de Lisboa.
[16] LOURENÇO CYRNE DO
CASAL RIBEIRO DE CARVALHO (1928-1977) era filho de José Tomás Burnay de Melo
Breyner (1897-1981), e neto paterno de Tomás de Mello Breyner (1866-1933), 4.º
Conde de Mafra, médico da Casa Real e deputado.
[17] Foi 1.º Marquês de Valença, o 4.º Conde de
Ourém, D. Afonso de Bragança (1400-1460).
[18] Foi 1.º Marquês de Borba, o 13.º Conde do
Redondo, Tomé de Xavier de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses (1753-1813).
[19] Foi 1.º Conde do Redondo, D. Vasco de Meneses
Coutinho (1450-1522).
[20] Foi 1.º Conde de Vimioso, D. Francisco de
Portugal (1485-1549), e «de Juro e Herdade com Honras de Parente» a D. Luís de
Portugal (cartas de 15-I-1644 e de 19-I-1645).
[21] Foi 1.º Conde de Soure, D. João da Costa
(1610-1664).
[22] NUNO MARIA DE F. C. DA CÂMARA PEREIRA (n.
1951), é irmão de Maria da Conceição Pacheco da Câmara Pereira (n. 1949), c.c.
Eduardo Bettencourt da Câmara; Maria Francisca (n. 1950), c.c. Jorge Alberto
Matos de Sousa; Gonçalo Maria (n. 1952), c.c. Maria do Carmo Dotti Santos do
Amaral; Vasco Maria (n. 1953), c.c. Maria Filomena Pimentel Pastorinho do
Carmo; Luís Gonzaga (n. 1958), c.c. Ana Paula Fernandes Sampaio Mendes; e
Sebastião Maria (n. 1962), c.c. Maria João Borges Coutinho de Lima Mayer.
[26]
Cfr. Agostinho Gomes Tinoco, Dicionário de Autores de Leiria, Leiria,
1979, p. 129.
[27] Cfr. Maria Madalena de Martel Patrício, Le Rosaire de la Vie: Les Fleurs d’Amandiers,
Sociedade Industrial de Tipografia, Lisboa, 1937-1938, p. 189.
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