2012-06-11

JOSÉ TRIGUEIROS DE ARAGÃO OSÓRIO MARTEL (1879-1963) - Fundão

José Trigueiros de Aragão Osório Martel
(1879-1963)

     JOSÉ TRIGUEIROS DE ARAGÃO OSÓRIO MARTEL (1879-1963), nasceu a 7-VI-1879 no Fundão, onde viveu grande parte da sua vida, e onde também veio a falecer a 23-VII-1963.
       Era um dos 10 filhos de Jerónimo Trigueiros de Aragão Martel e Costa (1825-1900), 1.º Conde de Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Maria Isabel Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz Pereira de Gusmão (1834-1878).
       Foi presidente da Câmara Municipal do Fundão durante o consulado de Sidónio Pais em 1918, assim com de 1932 a 1934, e provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Fundão, Castelo dos Trigueiros, Capela
Autor: ?
Fundão, Castelo dos Trigueiros, vista posterior.  (imagem antiga)
Autor: ?
     
















Residiu no Castelo dos Trigueiros, ou Castelo do Fundão como também ficou conhecido. Este Palacete acastelado é fruto do espírito do seu fundador, um monárquico convicto e o “Último Romântico” do Fundão que o começou a edificar em 1908 e concluiu em 1917. Esta obra é um revivalismo neo-romântico de inspiração medieval. A tipologia da sua planta, e principalmente a fachada principal, tem claras analogias com o Castelo dos Cabrais em Belmonte, dos quais José Trigueiros Martel descendia, e ao qual foi buscar a inspiração
Esta sua residência composta por quatro pisos, tem à sua volta um logradouro romântico do qual fazem parte uma pequena capela e um pequeno lago, foi projectada e edificada pelo construtor diplomado Januário Martins de Almeida, autor de várias obras no distrito de Castelo Branco, especialmente nos concelhos do Fundão (foi ele que em 1923 propôs a edificação da actual Avenida da Liberdade que viria a ser construída três décadas depois) e da Covilhã, assim como se destacou por trabalhos feitos para a Câmara Municipal de Évora na segunda década do século XX.
        
         Foi senhor de duas casas senhoriais emblemáticas e hoje degradadas pela velhice de vários séculos, ambas situadas no concelho do Fundão:

A CASA DO OUTEIRO DE CIMA (séc. XV), em Aldeia Nova do Cabo, a qual pertenceu a um bisneto de D. Afonso III, e foi berço de Frei Diogo da Silva (n. 1485), o primeiro inquisidor-mor nomeado para este cargo pelo Papa em 1531 a pedido de D. João III. 


Fundão, Aldeia Nova do Cabo,
Casa do Outeiro de Cima,
séc.XV.
(placa comemorativa)
Fundão, Aldeia Nova do Cabo, 
Casa do Outeiro de Cima,
séc.XV.













  
Assim como a CASA DOS MACHADOS (séc. XVII), habitação rural hoje conhecida por «casa da cerca», no lugar de Chãos, freguesia das Donas, a qual pertenceu ao morgado de Chãos, cujo vínculo foi instituído por um testamento datado de 17-XI-1725 da autoria do padre Luís Machado Freire (2.º), homónimo de seu tio.
Este vínculo - dos MACHADOS, nos Chãos - foi incorporado ao morgado de PEROVISEU, este instituído pelo testamento datado de 24-XI-1696 da autoria do padre Luís Machado Freire (1.º), homónimo do seu sobrinho que foi o fundador do morgado de Chãos. 
Deste modo, passou a designar-se  MORGADO DE PEROVISEU E CHÃOS, atravessando mais de oito gerações na mesma família, tendo como um dos seus fins, além da preservação do vasto património fundiário desta casa, a perpetuação do apelido da família MACHADO FREIRE.
A sua posse recaiu em José Trigueiros por via de uma avó materna, devido a uma quebra de varonia.  É actualmente a «Cerca Design House», vocacionada para o turismo de habitação de qualidade.

Fundão, Donas (Chãos),
Casa dos Machados (ou da Cerca), séc. XV.


Fundão, Donas (Chãos),
Casa dos Machados, ou Casa da Cerca,
séc. XV. (turismo rural)
Fundão, Donas (Chãos),
Casa dos Machados (ou da Cerca),
séc. XV. (turismo rural)











José Trigueiros sempre pautou a sua vida por sólidos princípios morais e cívicos, assim como uma grande delicadeza de maneiras perante toda a gente, com especial referência pelos mais humildes e desfavorecidos aos quais nunca recusava auxílio, segundo testemunho dos seus contemporâneos.
Teve um papel de relevo no dinamismo cultural e social do Fundão, mas o seu temperamento idealista e romântico, valorizando pouco os valores materiais, levaram-no a descurar a sua vida financeira o que lhe viria a acarretar algumas dificuldades económicas já no fim da sua vida.
           Fez dois casamentos.
José Trigueiros de Aragão Osório Martel
(1879-1963)
As primeiras núpcias foram com D. ESTELA MEIRELES PINTO BARRIGA (1876-1918), nascida a 20-III-1876, e falecida prematuramente a 26-X-1918 sem geração, filha de Tomás de Aquino Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1848-1916)[1], 2.º Visconde de Tinalhas por decreto de 9-XII-1887, moço fidalgo da Casa Real, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Vicente da Beira, chefe local do Partido Regenerador, deputado, Par do Reino (1906), procurador geral do distrito de Castelo Branco, e de sua mulher e prima com quem casou a 24-VII-1868 D. Maria José de Meireles Guedes Cabral (n. 1853).
Por morte de sua primeira mulher, passou a segundas núpcias a 19-III-1920, no Fundão, com D. MARIA GRACIOSA DA SILVEIRA E VASCONCELOS (n. 1897), nascida na citada cidade a 23-IV-1897, filha do Dr. Luís António Gil da Silveira, e de sua mulher D. Filomena Cândida Matos da Silveira. Teve 6 filhos do 2.º casamento.

Seus pais e avós
Jerónimo Trigueiros de
Aragão Martel e Costa
(1825-1900),
1.º Visconde do Outeiro,
1.º Conde de Idanha-a-Nova.
       Era filho de JERÓNIMO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL E COSTA, (1825-1900), 1.º Visconde do Outeiro por decreto de 17-VII-1866, 1.º Conde de Idanha-a-Nova por carta de 17-VI-1892[2], e fidalgo cavaleiro da Casa Real por alvará de 17-X-1863[3]. Nasceu a 17-VII-1825 em Idanha-a-Nova, e faleceu em 15-VIII-1900 no Fundão. Foi um dos maiores proprietários agrícolas da Beira Baixa tendo sucedido na administração dos morgados de Idanha-a-Nova e do Outeiro. Foi ainda procurador à Junta Geral do Distrito e presidente da Câmara Municipal do Fundão, cujo município atribuído o nome do seu título a uma rua, assim como em Alcains. Politicamente militou sempre no Partido regenerador, ao lado do seu amigo Manuel Vaz Preto Giraldes[4].
Casou a 22-IV-1850 com D. MARIA ISABEL OSÓRIO DE SOUSA PRETO MACEDO FORJAZ PEREIRA DE GUSMÃO (1836-1878)[5], nascida a 26-VIII-1836 em Pêro Viseu, no concelho do Fundão, e falecida a 12-VII-1878, tendo sido sepultada em campa armoriada no cemitério do Fundão[6]. Era herdeira in solidum dos morgados de Pero Viseu e Chãos[7], assim como dos padroados de Nossa Senhora da Consolação e de São Pedro de Catrão[8].
Alcains, Solar dos Condes de Idanha-a-Nova
(Trigueiros Aragão).
Sua mulher era filha única de Diogo Dias Preto da Cunha Veloso Osório Cabral (n. 1796), senhor dos morgados de Pêro Viseu e Chãos e dos padroados de Nossa Senhora da Consolação e de São Pedro do Catrão, no concelho do Fundão, casado a 27-IX-1820 com D. Maria Justina de Macedo Pereira Forjaz de Gusmão e Azevedo[9], natural do Fundão, senhora da Casa dos Macedos, situada à Rua da Cale na cidade do Fundão. Era neta paterna de Diogo Dias Preto Osório Veloso Cabral (n. 1776), senhor dos mesmos morgados, que tirou carta de brasão de armas em 3-VIII-1791, de Pretos, Cunhas, Cabrais e Osórios[10], vereador da 1.ª Câmara do Fundão, e de sua mulher D. Ana Justina de Sousa[11]; e neta materna de João de Macedo Pereira da Guerra Forjaz, e de sua mulher Ana de Gusmão Freire Osorio de Azevedo Mendonça.



    Sucessão genealógica de
José Trigueiros de Aragão Osório Martel (1879-1963):

José Trigueiros de Aragão
Osório Martel (1879-1963).
1893
1.      JOSÉ TRIGUEIROS DE ARAGÃO OSÓRIO MARTEL (1879-1963) residiu no popu-
         larmente designado Castelo dos Trigueiros, no Fundão, por si edificado a partir
         de 1908, para o qual teve a aprovação e apoio do seu sogro Tomás de Aquino
         Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1848-1916), 2.º Visconde de Tina-
         lhas.
         Casou em primeiras núpcias com D. ESTELA MEIRELES PINTO BARRIGA (1876-
         -1918), a qual faleceu prematuramente, sem geração.
         Passou a segundas núpcias a 19-III-1920, no Fundão, com D. MARIA GRACIOSA
         DA SILVEIRA E VASCONCELOS (n. 1897).
         Teve 6 filhos do 2.º casamento:
         2.        D. MARIA DO PILAR TRIGUEIROS DE MARTEL E VASCONCELOS (1821-
                    -1996), nasceu a 28-V-1921 no Fundão, e faleceu em 1996. Solteira.
         2.        CARLOS NUNO TRIGUEIROS DE MARTEL E VASCONCELOS (1924-2012),
                    que segue abaixo.
         2.        D. MARIA HELENA TRIGUEIROS DE MARTEL E VASCONCELOS (1926-
                    -1995)nasceu a 21-I-1926 no Fundão, e faleceu a 2-I-1995 em Cascais. Solteira.
         2.        D. MARIA DE LURDES TRIGUEIROS DE MARTEL E VASCONCELOS (n. 1927), nasceu a 31-I-1927
                    no Fundão. Solteira.
         2.        D. MARIA FILOMENA TRIGUEIROS DE MARTEL E VASCONCELOS (n. 1932), nasceu a 19-V-1932
                    no Fundão.
Casou a 11-IX-1960 com ANTÓNIO ADÃO LEITE DE LIMA (n. 1926), nascido a 13-VII-1961 na freguesia do Rosário, concelho de Lagoa, na Ilha de São Miguel, nos Açores, filho de Manuel da Costa Lima e de sua mulher D. Maria dos Anjos Leite. Formado pelo Instituto Comercial de Lisboa, foi técnico de contas.
         Tiveram:
3.      MIGUEL TRIGUEIROS MARTEL LIMA (n. 1961), nasceu a 13-VII-1961 em Lagoa, na Ilha de São Miguel, nos Açores. Licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa.
Casou a 21-VIII-1992 na capela particular do Castelo dos Trigueiros, no Fundão, com D. MARIA MARGARIDA DE LEMOS CANEDO GIESTAS (n. 1960), nascida a 30-I-1960 na freguesia das Mercês, em Lisboa, licenciada pela Faculdade de Ciências de Lisboa e doutorada pelo Instituto Superior Técnico, assistente de investigação no I.N.E.T.I.; filha de Manuel Joaquim Ferreira Giestas (n. 1925), natural de Vouzela, e de sua mulher D. Maria Luísa José de Queirós de Melo Sousa Canedo (n. 1926), natural da freguesia da Frazoeira, concelho de Ferreira do Zêzere.
          Tiveram:
4.       D. CATARINA MARIA CANEDO GIESTAS DE MARTEL LIMA (n. 1993), que nasceu a
18-VIII-1993 na freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.
4.      D. MARIA RITA CANEDO GIESTAS DE MARTEL LIMA (n. 1995), nasceu a 23-VI-1993 na freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.
4.     FRANCISCO JOSÉ CANEDO GIESTAS DE MARTEL LIMA (n. 1997), nasceu a 23-VI-1997 na freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.
3.     MARIA HELENA TRIGUEIROS MARTEL LIMA, (n. 1962), nasceu a 30-XII-1962 no Fundão. Cursou Comunicação Social no I.A.T.A., e foi técnica de tráfego na T.A.P. Casou duas vezes.
As primeiras núpcias foram celebradas civilmente a 6-IX-1990 na 10ª Conservatória de Lisboa, com GILBERTO TRINDADE MACEDO GOMES, do qual se divorciou por sentença de 25-II-1994.
As segundas núpcias, de ambos, foram celebradas a 28-I-1995 na freguesia de São João de Brito, em Lisboa, com MÁRIO JOAQUIM RAMOS GARCIA (n. 1946), nascido a 12-I-1946 na freguesia de Lavacolhos, concelho do Fundão, técnico de tráfego da T.A.P., filho de Joaquim Clemente Garcia, natural de Lavacolhos, e de sua mulher D Maria Arcelina Ramos, natural da freguesia de São Mamede de Recezinhos, concelho de Penafiel; neto paterno de Manuel Clemente Garcia e de sua mulher D. Mariana Rita; neto materno de Francisco Ramos e de Maria da Piedade.
Tiveram:
4.      D. MARIA BEATRIZ TRIGUEIROS DE MARTEL LIMA GARCIA (n. 1996), nascida a 25-IV-1996 na freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa.
3.      D. MARIA ISABEL TRIGUEIROS DE MARTEL LIMA (n. 1965), que nasceu a 25-VI-1965  em Castelo Branco. Solteira, residente no Fundão.

2.    CARLOS NUNO TRIGUEIROS DE MARTEL E VASCONCELOS (1924-1912), nasceu a 31-VII-1924 no Fundão, e veio a falecer a 28-X-2012 em Quluz. Senhor de uma notável erudição, cultura, e delicadeza de maneiras herdadas de seu pai, é licenciado em História e Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa. Foi assistente de programas literários na antiga Emissora Nacional, assim como professor do ensino oficial, e proprietário. Reside em Queluz. 
Casou a 29-III-1958 na Capela do Palácio de Queluz com D. MARIA ESTER GUERNE GARCIA DE LEMOS (n. 1929), nascida a 2-XI-1929 na Quinta da Granja, freguesia do Carvalhal, concelho do Bombarral, filha de Jaime Garcia de Lemos, oficial da Arma de Artilharia, natural da freguesia de Salvador, em Santarém, e de sua mulher D. Ester Guerne, natural da freguesia de São Pedro de Alcântara, em Lisboa; neta paterna de António Garcia, e de D. Amélia Augusta de Lemos; e neta materna António Joaquim Guerne, e de D. Amélia Barbosa. Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, na qual foi assistente (1957-1974), deputada à Assembleia Nacional (1965-1969), foi assistente de programas literários na antiga Emissora Nacional, assim como escritora e ensaísta atenta aos problemas da juventude, tendo-se afirmado com duas obras: Rapariga (1949) e Companheiro (1960), esta última galardoada com o Prémio Eça de Queirós[12].  
Tiveram:
3.        DIOGO NUNO DE LEMOS TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1959), que segue.
3.     PAULO JOSÉ GARCIA DE LEMOS TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1964), nasceu a 25-I-1964 em Queluz. Licenciado em …., doutorado em Bioquímica pela Universidade Nova de Lisboa, investigador científico e professor da Unidade de Ciências Exactas e Humanas da Universidade do Algarve. Solteiro.
3.     D. MARIA DA PIEDADE DE LEMOS TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1969), nasceu a 1-II-1969 em Queluz. Casou a 8-X-1994 com LUÍS MANUEL PERIQUITO FADISTA (n. .?).
          Tiveram: 
          4.     GUILHERME TRIGUEIROS DE MARTEL FADISTA (n. 1996), nascido a 19-IV-1996 em Almada.
          4.      ?
3.     FILIPE CARLOS DE LEMOS TRIGUEIROS DE MARTEL (1971-?), nasceu a 7-IV-1971 em Queluz. Faleceu num acidente de viação.

4.        DIOGO NUNO DE LEMOS TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1959), nasceu a 15-I-1959 em Queluz. 
           Licenciado em Engenharia Electrotécnica, é coronel da Força Aérea.
Casou a 30-III-1985, em Queluz, com D. AURORA MARIA SILVEIRA TOMAZ (n. 1957), filha de Manuel Fernandes Tomaz (n. 1932), nascido a 3-VII-1932, em Pombal, tenente-coronel de Cavalaria, e de sua mulher D. Lília Ermelinda Flaviana América Picardo (1935-2009), nascida a 17-IV-1935, na freguesia de São Matias, Ilha da Piedade, em Goa, na Índia Portuguesa.
          Tiveram:
5.        D. ANA FERNANDES TOMAZ TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1988), nasceu a 6-III-1988, na fregue-
           sia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.
5.    JOÃO FERNANDES TOMAZ TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1990), que nasceu a 2-II-1990, na  freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.
5.     INÊS FERNANDES TOMAZ TRIGUEIROS DE MARTEL (n. 1995), que nasceu a 19-VI-1995, em  Castelo Branco.








                                                                                                          

         






               Fundão, Castelo dos Trigueiros                                                         Idanha-a-Nova, Solar dos 1.ºs Condes de Idanha-a-Nova
     




Notas:


[1]   Tomás de Aquino Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1848-1916), era filho de José Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (n. 1802), natural da Soalheira, Fundão, 1.º Visconde de Tinalhas por decreto de 10-X-1870, fidalgo cavaleiro da Casa Real, senhor dos morgados de Olhos de Água e de Alviela, casado  em 1843 com D. Maria Guilhermina Ribeiro Leitão.
[2]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Carlos I, Liv. 4, fls. 298 e 308.
[3]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Luís I, Liv. 7, fl. 1000.
[4]   Manuel Vaz Preto Geraldes (1828-1902), foi um influente membro do Partido Regenerador no distrito de Castelo Branco na década de 1880. Dissidente dos regeneradores com Pinheiro Chagas, Sousa Lobo e o Conde da Graciosa, criou um movimento dito Mais regeneradores que os próprios regeneradores. Ataca o governo em 25 de Fevereiro de 1880 e tem um duelo com o progressista Emídio Navarro.
[5]   Ao longo da sua vida usou vários apelidos dos seus antepassados de modo aleatório.
[6]   A sua sepultura tem uma cabeceira armoriada com um brasão esquartelado de Preto, Macedo, Cabral e Osório, encimado por uma coroa de Visconde. Tem a seguinte inscrição: «A SAUDOZA MEMÓRIA / DA VISCONDESSA DO OUTEIRO / FALECIDA EM 12 DE JULHO DE 1878 / POR SEU MARIDO O VISCONDE DO OUTEIRO».
[7]   O morgado de Pêro Viseu foi instituído por um testamento de 24-XI-1696, e o de Chãos por outro testamento de 17-XI-1725, ambos da autoria de dois priores homónimos da Pêro Viseu, chamados Luís Machado Freire, respectivamente tio e sobrinho, que uniram deste modo um enorme património fundiário distribuído pelas freguesias de Pêro Viseu, Valverde, Donas e Chãos, todas no concelho do Fundão, assim como algum património no contíguo concelho da Covilhã. A casa da aldeia dos Chãos, hoje conhecida como «a da cerca», aparentemente datada do século XVII, foi uma das sedes deste morgado que atravessou oito gerações na mesma família e destinava-se a perpetuar o apelido da família MACHADO.– Sobre este morgado Cfr. ESTEVES, Judite Maria Nunes, «Práticas de Construção e Reprodução de Poder no Portugal Rural do Século XVII aoSéculo XIX – O Caso do Morgadio de Peroviseu e Chãos (Fundão)», Separata dos Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 44 (1-2), p. 187-208.
[8]   Da capela de S. Pedro do Catrão, que já existia em 1320, não há actualmente senão vestígios.
[9]   Ao longo da sua vida usou vários apelidos dos seus antepassados de modo aleatório.
[10]  IAN/TT, Cartório de Nobreza, Livro IV, fl. 23. O original desta carta de brasão achava-se em 1915 em poder de Simão Valdez Trigueiros Martel, – Cfr. foto in Afonso Dornelas, «História e Genealogia», Lisboa, 1913-1926, vol. III.
[11]  D. Ana Justina de Sousa era um dos seis filhos conhecidos de Diogo Homem de Brito e de D. Joana Teresa Centúrio
[12]  Além destas obras, publicou vários trabalhos de ficção e de ensaio: «Mestre Chico Trapalhão», 1947; «D. Maria II, a Rainha e a Mulher», 1954; «A Clepsidra de Camilo Passanha», 1956; «Na Aurora da Nossa Poesia», 1956; «A Menina de Porcelana e o General de Ferro, 1957; «A Borboleta sem Asas», 1958; «Dezoito Anos», 1964; «A Rainha da Babilónia», 1964; «Gil Vicente Lírico», 1965; «Páginas de Eça de Queiroz», 1966; «Dezoito Anos», 1966; «No Centenário de Camilo Pessanha», 1967; «Luís de Camões», 1972; «Antologia Poética de Bocage» (introdução e selecção), 1972; «Elmanismo e Filintismo», 1972; «A Literatura Infantil em Portugal»; e «O Balão Cor de Laranja», 1982.

2 comentários:

  1. Só de lamentar que deixem abandonar a propriedade de Aldeia Nova do Cabo! Uma casa com mais de 500 anos e corre sérios riscos de cair! Pelo menos vendam!!

    ResponderEliminar
  2. Este tipo de vetustas casas – que encerram muitas memórias e contribuem para a identidade local –, encontram-se ao abandono ou em ruína em muitas regiões do nosso país, não por insensibilidade, desleixo ou abandono dos seus proprietários, mas pela impossibilidade de disponibilizarem elevadíssimos capitais necessários à sua recuperação.
    Esta só será possível através do mecenato, ou com o apoio estatal, à semelhança do que vários países vêm fazendo. Por estas paragens, isto não tem sido possível, face aos limitados – ou mal geridos – recursos do Estado.
    É mais fácil, e dá mais dividendos eleitorais, fazer uma mão cheia de estádios de futebol, ou outras obras megalómanas sem grande utilidade, do que deitar mão à conservação do nosso património histórico…
    A grandeza destas casas, tinha por base extensas propriedades que lhe estavam vinculadas em morgados, os quais tinham um só administrador através das diversas gerações, cujos rendimentos permitiam o seu sustento e conservação com dignidade, como terá sido o caso destas casas aqui em apreço.
    Sucede que os morgados que elas encabeçavam, foram paulatinamente extintos por sucessiva legislação que, de 1760 até 1860, acabou por lhes por termo. A partir daí, a pulverização da propriedade, repartida entre as gerações sucessoras, acabou por lhe dar o golpe de morte. Os herdeiros, aos quais coube em partilha estas gloriosas ruínas de séculos, já não tinham ao seu dispor os rendimentos das extensas propriedades que inicialmente delas faziam parte.
    Não se pode dizer que estes imóveis constituíam, só por si, um valor estético de grande monta, mas têm historia, marcam uma época, e um modo de vida que se cruza com as antigas vivências deste concelho.
    É impossível ficar indiferente a estes decrépitos edifícios que resistiram a vários séculos; como também o é, endossarmos a responsabilidade da sua preservação aos actuais proprietários, face ao montante dos recursos financeiros necessários. Muito menos lícito será forçar a sua venda, seja a que motivo for, até porque jamais seria atractiva a sua aquisição por terceiros com o objectivo da sua recuperação, face aos encargos a despender.
    Regra geral o objectivo deste interesse não é a salvaguarda do património, mas o retalhar do que resta das respectivas propriedades agrícolas com fins de especulação imobiliária: interesse este que é responsável pela destruição de grande parte do nosso património histórico.
    Para obstaculizar esta destruição compete aos poderes públicos promoverem a sua salvaguarda, a qual, em muitos casos tem partido das autarquias que os adquirem para restaurar e dar novas funcionalidades. Muitas vezes passam lares da 3.ª idade, juntas de freguesia, e até a museus: como foi o caso bem sucedido do Solar dos Goulões em Alcains, actual Museu do Canteiro.
    Temos alguma esperança nos vindouros: poderá ser que estes encontrem a solução para conservação do que ainda resta da nossa memória colectiva…

    ResponderEliminar