OLIVEIRA LEITÃO & TRIGUEIROS LEITÃO - Souto da Casa

CASA DO ADRO ou do PASSADIÇO

Souto da Casa, Adro da Igreja Matriz

(Origem dos Oliveira Leitão, Trigueiros Leitão, Correia de Castro e Castro Serra)


Souto da Casa, Casa do Adro.



Souto da Casa, Casa do Adro.

Souto da Casa, Casa do Adro.


OLIVEIRA

 Na sucessão da roda das gerações, mais precisamente no ano de 1646, aparece referenciado no Souto da Casa, concelho do Fundão, um tal DOMINGOS DE OLIVEIRA (n. 1639), oriundo da contígua freguesia de Aldeia Nova do Cabo e descendente dos conhecidos OLIVEIRA e PROENÇA, pois era neto materno de BALTAZAR DE OLIVEIRA e de D. ISABEL NUNES PROENÇA, os quais vinham de uma antiga família de lavradores abastados que ascenderam a cargos relevantes no âmbito regional e estão na origem de diversos fidalgos de cota de armas com ligações a algumas casas ilustres do concelho do Fundão.
Este DOMINGOS DE OLIVEIRA sobe a encosta Norte da Serra da Gardunha até à serrana freguesia do Souto da Casa para aí casar a 2-XII-1666 com D. CATARINA ROSQUILHA, supostamente aí residente.
Deste casamento, entre os anos de 1669 a 1681, nasceu a filha Maria, e os dois filhos varões que foram o Domingos e o João. A filha casou por sua vez com um Matias Fernandes Lagarto, natural do Souto da Casa, do qual teve quatro rebentos entre 1705 e 1721, e entre eles um Agostinho que seguiu o apelido materno de OLIVEIRA que transmitiu à sua descendência. Estes Fernandes Lagarto, posteriormente vieram a casar com os Oliveira Leitão da Casa do Adro, como veremos.
Até prova em contrário, é esta a origem dos muitos Oliveiras que até hoje houve no Souto da Casa[1] .
Não sabemos ao certo o que terá levado este DOMINGOS de Aldeia Nova, terra de solos mais férteis, até ao Souto da Casa para casar com sua mulher CATARINA em 1666, mas deduzimos que esta pequena aldeia estava em expansão económica por esta altura, pois data desta época (1690) a reconstrução da Igreja Matriz (orago de São Pedro) que ficava contígua à CASA DO ADRO. Esta igreja, posteriormente a 1960 teve obras de ampliação que lhe acrescentaram duas naves laterais que a fizeram quase encostar à fachada traseira da citada casa.

LEITÃO

Quanto aos LEITÃO que habitavam esta pequena freguesia, sabemos terem alguns deles ligações e laços familiares com o concelho de São Vicente da Beira, não enjeitando a possibilidade da sua origem estar em BARTOLOMEU VAZ LEITÃO, casado com D. ISABEL FERNANDES MAGRO, da qual teve: GASPAR VAZ LEITÃO, prior em São Vicente da Beira; CRISTÓVÃO VAZ MAGRO; D. FAGUNDA VAZ LEITÃO e CATARINA VAZ LEITÃO.
Hipoteticamente poderá estar neste ramo um dos antepassados da família OLIVEIRA LEITÃO do Souto da Casa, a qual usou por mais de uma vez o nome de baptismo BARTOLOMEU em uso neste ramo. Alguns destes, durante o século XVIII, vieram para esta aldeia, originários do concelho de São Vicente da Beira, como se constata em diversos registos paroquiais dessa época.



Muitas vezes nestas famílias os filhos segundos não podiam concorrer ao grosso da herança paterna por imposição das regras de sucessão nos vínculos que só beneficiavam os filhos varões primogénitos. Por este facto ficavam com parcos meios de subsistência o que os levava a procurar noutras actividades (religiosas, militares, etc.), ou noutras paragens, a possibilidade de adquirir terras para recomeçar a vida, assim como alianças matrimoniais que lhes permitissem manter um padrão de vida semelhante ao que usufruíram nas respectivas casas paternas.

Estes dois apelidos – OLIVEIRA e LEITÃO –, bastante comuns em toda a Beira desde os alvores do século XIV, vieram a unir-se no Souto da Casa, em meados da segunda metade do século XVIII, tendo aqui atingido algum destaque social durante o séculos XIX e parte do século XX.

SOUTO DA CASA 

        Esta pequena aldeia, que nunca terá conhecido a instituição de bens vinculados ou de morgados, assim como nunca teve vetustas casas senhoriais, ao contrário de muitas outras terras do concelho do Fundão, pelo que a propriedade fundiária se foi pulverizando, chegando ao século XX já muito dividida.
Souto da Casa, Igreja Matriz.
Invernos gélidos, assim como a relativa pobreza dos solos situados em terrenos alcantilados, tornaram a vida deste povo laborioso bastante dura e frugal.
Por volta de 1758 o Souto da Casa contava 203 fogos com um total de 700 pessoas (Memórias Paroquiais de 1758), número que foi oscilando através dos tempos.
O auge populacional foi atingido em 1820 (2.050 habitantes), no advento da revolução liberal. Em 1890, por altura da Tomada do Carvalhal, baixou o número de habitante (1.395). Em 2001 baixa a sua população para um dos seus mínimos (984), à semelhança do que acontece por todo o interior, devido à demanda dos grandes meios urbanos.
Apesar da diminuta população, havia no seu termo seis capelas, reveladoras da religiosidade deste povo.
No Souto da Casa dos séculos XVII e XVIII, não são conhecidas personagens de grande relevância, nem habitações vetustas que sobressaísse do casario tradicional. Esta aldeia era apenas um microcosmo auto-suficiente que produzia quase todos os bens essenciais à vida da comunidade, vendendo para fora, quase sempre através de diversas feiras francas do concelho, os excedentes que produzia. Tinha uma pequena feira anual de São Lourenço a 10 de Agosto.
À semelhança das outras aldeias da época tinha os seus moleiros, os ferreiros que faziam basicamente alfaias agrícolas, o ferrador, alguns carpinteiros, marceneiros, carvoeiros, alfaiates, ganhões, assim como assalariados rurais que em muitos casos também agricultavam as suas próprias leiras.
A produção agrícola principal estava centrada no cultivo de batata, centeio, trigo, milho, grão-de-bico, fruta, mel, castanha, azeite de qualidade superior e algum vinho, sendo estas três últimas produções as mais rentáveis da freguesia, o que justificava então a existência de alguns lagares artesanais.
Os mais afortunados tinham pequenos rebanhos de cabras e ovelhas, algum gado suíno: o que lhes permitia produzir lã, carne e leite.
Os recursos florestais de castanheiros, carvalhos e pinheiros, árvores mais comuns em épocas recuadas, estavam na posse de pouquíssimos proprietários mais afortunados.
Tinha quatro ribeiras, nas quais havia diversas azenhas de moer pão, outrora muito apreciado pela sua qualidade.  
À sua volta havia grandes soutos de castanheiros centenários, dizimados a partir de 1820 pela «praga da doença da tinta», causando uma grande crise económica para a sua população.
A «castanha pilada» obtida e conservada pelo método ancestral de secagem no fumo, devido ao seu elevado valor nutricional foi uma das bases da alimentação dos mais pobres em períodos de carência de outros alimentos, quer assadas na lareira, quer consumida em sopas ou misturada com leite.

 CASA DO ADRO ou do PASSADIÇO

        A inicial morada dos OLIVEIRA LEITÃO foi conhecida por CASA DO ADRO, devido ao facto de no início do século XIX estar isolada do restante casario com as suas quatro fachadas desimpedidas para o adro da igreja. A partir de 1872, ficaria também conhecida pela designação popular de CASA DO PASSADIÇO em resultado da ligação aérea que foi feita por cima da “rua chamada da Igreja”, para a unir a uma outra casa da mesma família que lhe ficava fronteira.  

Souto da Cas, planta parcial.
A velha Casa do Adro, 1940.











 


                  
           Era uma típica e singela casa de aldeia, constituída por dois pisos com altos e baixos e um torreão recuado no telhado de quatro águas que, após sair da posse da família original em 1975, acabaria por ser completamente descaracterizada. 

Em complemento a esta, e atravessando o adro da igreja em direcção a Norte, havia o chamado “quintal da casa”, confrontando por todos os lados por ruas públicas, no qual havia a habitação dos feitores ou capatazes, incluindo a cocheira, cavalariça, casa da tulha para a azeitona; tudo isto para apoio agrícola desta casa cujas propriedades contavam mais de uma trintena no ano de 1910, quando foram divididas entre dois herdeiros. A produção de azeite e vinho eram as suas actividades principais, arrendando-se a terceiros a exploração das terras de cultivo.
Serviço de jantar da Casa do Adro.
Ficou a dever-se a JOAQUIM AUGUSTO DE OLIVEIRA LEITÃO (1854-1909), oficial da Arma de Cavalaria, o grande incremento desta casa agrícola no tocante à produção de azeite, que só não foi mais longe porque a morte o surpreendeu prematuramente.
Devido à sua carreira militar, o seu património agrícola era gerido por feitores, dos quais se destacou António Narino que vemos lançar no «Livro de Despesas da Casa (1884-1892)», no mês de Fevereiro de 1885, o pagamento de 204 homens (a 140 réis) e 120 mulheres (a 60 réis) na colheita da azeitona desse ano. Em 1892 fez-se uma relação dos 20 rendeiros da Casa, entre os quais figuram: João Lourenço, António Cabanas, Manuel Laranjo, Manuel Lourenço, … Francisco, António Peralta, Joaquim da Carlota, José Pinto, José Aranha, Constantino Polana, Ana dos Santos, José Torrão, Manuel Ribeiro, António Joaquim, etc. 
Monograma «J. A. Oliveira Leitão».
Sob a administração do feitor seguinte João Figueira de Barros, o «Livro de Receitas e Despesas (1897-1902)», quanto à colheita da azeitona, regista em Janeiro de 1900 o pagamento a 207 homens (a 160 réis) e 179 mulheres (a 60 réis); mencionando ainda, em Janeiro de 1902, o pagamento da “Contribuição predial e industrial de 3 azenhas e lagar” no total de 39:155 réis, e “Congruas paroquiais de Souto da Casa, Aldeia Nova e Telhado” no total de 3:240; assim como de 1906 a 1908, são lançadas várias verbas relativas a despesas na pedreira que estarão relacionadas com a edificação da casa nova de janelas ogivais (posterior Casa Correia de Castro).



 Sucessão genealógica:

1.   BARTOLOMEU LEITÃO (1750?), casou com D. MARIA DE OLIVEIRA DAS CANDEIAS (n. ?)ambos natuais do
     do Souto da Casa, concelho do Fundão, proprietários rurais, aos quais se ficou a dever a união dos apelidos
     OLIVEIRA e LEITÃO, que transmitiram à descendência.
     Filhos: 
     2.1.   JOSÉ AGOSTINHO DE OLIVEIRA LEITÃO (n. 1770), que segue.
     2.2.   D. ROSÁRIA DE OLIVEIRA LEITÃO, que foi madrinha de seu sobrinho Bartolomeu em Junho de 1800.

2.   JOSÉ AGOSTINHO DE OLIVEIRA LEITÃO (n. 1770)nasceu no Souto da Casa, onde foi proprietário agrí-
      cola  juiz de Vintena (1826)[2]. 

                   Durante um pronunciamento absolutista contra a Carta Constitucional a que se seguiram vários desacatos no Souto da Casa a 16 e 17-XII-1826, obrigaram-no a dar início a um processo judicial pelo facto de familiares seus – Daniel de Oliveira Leitão e sua mãe D. Eugénia Maria da Trindade – terem sido vítimas de uma instigação por parte de alguns populares a que lhe “matassem toda a sua família, e com especialidade a Daniel Oliveira Leitão F.º da D.ª viúva [?] p.r serem todos constitucionais”. Estes acontecimentos levaram à intervenção do Marechal Conde de Vila Flor que ordenou o apuramento das responsabilidades “fazendo prender e processar os autores”, assim como sequestrar os bens dos três principais culpados que foram Gabriel Ramos, António Serra e Manuel Ramos Malhão, os quais fugiram desta freguesia (in José Alves Monteiro, «Ao Redor do Fundão», Lisboa, C.M.F., 1990, pp. 312-313).

       Casou a 20-IV-1791 na freguesia do Souto da Casa com sua prima D. EUGÉNIA MARIA DA TRINDADE DOS
    SANTOS LAGARTO (n. ?), daí natural, filha de José Fernandes Lagarto e de D. Maria dos Santos[3]
     ambos moradores no Souto da Casa.
     Para casarem foram dispensados "em terceiro e quarto grau de consanguinidade, cujo lhes provinha do pai
     da contraente ser consanguineo da mai do contrahente José Agostinho" (sic). Ambos já eram falecidos em
     Dezembro de 1842, quando o seu filho Bartolomeu de Oliveira Leitão (1880-1900?) fez a escritura de espon-
     sais.
     Filhos: 
     3.1.    DANIEL DE OLIVEIRA LEITÃO[4]. 
     3.2.   D. MARIA DE OLIVEIRA LEITÃO (f. 1858), falecida a 3-VIII-1858 no Souto da Casa. Solteira, sem
              geração.
     3.3.   D. ÂNGELA BENEDITA DE OLIVEIRA LEITÃO (1798?-1848), nascida por volta de de 1798tendo
              falecido a 16-VIII-1848 no Souto da Casa. Solteira, sem geração.
     3.4.   BARTOLOMEU DE OLIVEIRA LEITÃO (1800-1883), varão primogénito, que segue abaixo.
     3.5.   D. EUGÉNIA EMÍLIA DE OLIVEIRA LEITÃO (n. ?), falecida no Souto da Casa. Solteira, sem geração.
     3.6.   D. ANA ROSA DE OLIVEIRA LEITÃO (n. ?).  Casou a 26-II-1824 na Igreja Paroquial do Souto da Casa
              com António Leonardo Duarte Borges, proprietário, filho de Dâmaso António Duarte Borges, do
              Castelejo, e de D. Rosária Dias Gomes, da freguesia do Freixial dos Potes, ambas situadas no conce-
              lho do Fundão, tendo por testemunhas António Dias Barata de Carvalho, de Bogas de Baixo, e o seu avô
              Bartolomeu Leitão (1750?), do Souto da Casa.
              Filhos:
              4.1.   AUGUSTO (n. 1836), nascido a 29-III-1836 e baptizado a 25-IV-1836 na Igreja Paroquial do Souto
                      da Casa, apadrinhado por Tomé Joaquim Taborda de Oliveira e por sua sobrinha D. Margarida
                      Máxima Amália Brásio Pinto Tavares Cabral, residentes em Vale de Prazeres, Fundão, e por teste-
                      munhas Bartolomeu de Oliveira Leitão e Dâmaso da Cunha Brásio.
              4.2.   JOAQUIM AUGUSTO DUARTE BORGES (n. 1846), proprietário, nasceu a 18-II-1846 no Souto da
                      Casa onde foi baptizado a 1-III-1846 pelo reverendo Manuel Nunes de Aldeia Nova do Cabo, apadri-
                      nhado pelo reverendo Joaquim Ribeiro do Fundão, e por sua tia D. Eugénia Emília de Oliveira
                      Leitão.
                      Casou a 24-IX-1873 na Igreja Paroquial do Souto da Casa da Casa com D. MARGARIDA DOS
                   SANTOS LEAL (n. 1851), natural da freguesia do Ourondo, concelho da Covilhã, filha de José
                      Ramos de Carvalho e de D. Brízida dos Santos Leal, natural da freguesia do Ourondo.
                      Filhos:
                      5.1.    D. MARIA ROSÁLIA (n. 1886), nascida a 14-XI-1886 no Castelejo onde recebeu o baptismo
                               a 2-I-1887, apadrinhada por António Antunes Aquém e por sua mulher D. Rosália Vaz Serra,
                               residentes no Souto da Casa.
                      5.2.    PEDRO (n. 1888), nascido a 22-III-1888 no Castelejo em cuja igreja paroquial foi baptizado
                               a 7-IV-1888, apadrinhado por Pedro Celestino de Campos e D. Maria Maria de Jesus Cam-
                               pos, ambos solteiros.
     3.7.   DÂMASO ANTÓNIO DE OLIVEIRA LEITÃO (n. ?), seguiu a vida religiosa e foi pároco nas freguesias
              de Escarigo (1859-1880), concelho do Fundão, e em Aldeia de João Pires (1883-1899), concelho de Pena-
              macor, onde veio a falecer. Também era proprietário agrícola na freguesia do Souto da Casa, cujos bens
              vendeu em 1890 ao seu sobrinho Joaquim Augusto de Oliveira Leitão, senhor da Casa do Adro.
     3.8.   JOSÉ AGOSTINHO DE OLIVEIRA LEITÃO, solteiro.
              De D. MARIA SALVADA FALCÃO, viúva, filha de Carneiro(?) Salvado Falcão e de D. Maria Castanheira
              Rodrigues Gonçalves Alvares (…), teve:
             4.1.   JOSÉ (n. 1866), nascido a 29-III-1866 e baptizado a 6-IV-1866 no Souto da Casa, apadrinhado por
                      Bartolomeu de Oliveira Leitão e sua irmã D. Maria de Oliveira Leitão, e tendo por testemunhas
                      Fortunato Vaz e seu filho Joaquim Vaz.
             4.2.   CARLOS OLIVEIRA LEITÃO (n. 1837), nascido a 5-I-1837 no Souto da Casa, onde foi baptizado a
                      11-II-1837. 

3.   BARTOLOMEU DE OLIVEIRA LEITÃO (1800-1883), senhor da Casa do Adro, que nasceu a 17-VI-1800 e
     foi baptizado a 24-VI-1800 na Igreja do Souto da Casa pelo padre António Damas, tendo por padrinhos … (?) e
     Rosária de Oliveira, e por testemunhas José Mendes Castanheira e Fortunato Proença.
     Faleceu a 22-XI-1883 “na sua casa da rua Direita desta freguesia do Souto da Casa (...), casado, proprietá-
     rio (…) o qual fez testamento e deixou um filho”.
     Foi oficial da Arma de Cavalaria, na qual atingiu a patente de Major. Assentou praça a 31-VI-1823, após a
     Vilafrancada (contra a Constituição), no Regimento de Cavalaria n.º 11 então sediado em Castelo Branco e,
     ainda como Cadete (1825), obteve a medalha de “Fidelidade ao Rei e à Pátria
     Lutou contra o pronunciamento absolutista entre 1826-28, o que levou à apresentação, em seu nome, de
     uma petição para promoção por serviços prestados "contra os inimigos da Pátria, com valor e honra
    distinguindo-se em algumas diligências arriscadas [por] ter andado com o seu regimento no
    ataque e resistência, que se opôs aos rebeldes a favor da causa legitimista d’El-Rei o senhor
    D. Pedro, e da Pátria” quando o seu regimento surpreendeu guerrilheiros armados
    dos facciosos, dos quais prenderam mais de trinta em uma ocasião.
     Em consequência do seu alinhamento contra o pronunciamento absolutista, é "perseguido e preso pelo
    governo usurpador – de D. Miguel (1828-1834) – foi solto a 24-VII-1833 e apresentou-se logo no
    regimentode Belém, após a entrada em Lisboa do exército libertador que abriu as portas dos presídios[5].
     Após a sua libertação foi combater pela causa da liberdade até ao termo da guerra civil em 1834.
     Em 1841 presta serviço no Regimento de Cavalaria n.º 8, em Castelo Branco, onde faz a campanha contra a
     revolta da Patuleia (1846-47) que pôs parte da Beira Baixa a ferro e fogo, nomeadamente com a guerrilha
     do Fabião da Barroca[6], o qual em Junho de 1846 ocupou o concelho do Fundão e, segundo um relatório
     do governador civil do Distrito de Castelo Branco, fez desta região uma espécie de república da Cova da
     Beira”.
     Em 1851 é promovido à patente de Capitão, e em 1859 é reformado com o posto de Major.
     Após a sua atribulada vida militar que o levou vários anos à prisão (1828?-1933) devido às suas convicções
     liberais, quando novamente colocado no regimento de Castelo Branco (1841), na altura já com 41 anos de
     idade, faz uma escritura de esponsais a 15-XII-1842 em São Vicente da Beira com sua futura (1.ª) mulher
     D. MARIA CALDEIRA DE MEIRELES. Esta contava 25 anos de idade e era natural de Aldeia Nova do Cabo,
     concelho do Fundão, filha de João da Costa Matosjá falecido, e de D. Joana Caldeira de Meireles,
     natural de Aldeia Nova do Cabo.
     No articulado desta escritura são acautelados os bens de ambos os signatários, para as respectivas famí-
     lias, caso algum deles viesse a morrer antes sem herdeiros.
     Em 13-VIII-1857 adquire para sua residência uma casa com seu quintal no Adro da Sé de Castelo Branco e,
     ao que parece, já se encontrava separado de sua mulher.
     De 1836 a 1861 faz diversas aquisições de terras no Souto da Casa, algumas das quais a familiares seus.
     De D. ANA RITA DOS SANTOS, natural da Foz da Moura, freguesia de Pomares, Arganil, teve o filho ilegíti-
     mo Joaquim Augusto de Oliveira Leitão (1854-1909), perfilhado por sua mãe a 29-XI-1879, a qual era
     filha de João Hipólito e de sua mulher D. Maria Rita[7].
     Em 18-IX-1873 obtém autorização para construir um passadiço que liga a sua CASA DO ADRO, a uma outra
     que lhe fica fronteira, por cima da “rua da Igreja”. 

4.   JOAQUIM AUGUSTO DE OLIVEIRA LEITÃO (1854-1909), senhor da Casa do Adro, nasceu a 10-II-1854
     em Castelo Branco. Faleceu “pelas oito horas da manhã” do dia 8-VIII-1909 no Souto da Casa, tendo sido aí
     sepultado no jazigo de família que ele próprio mandou edificar em memória de sua já faelecida mulher.
     Oficial da Arma de Cavalaria, iniciou a carreira militar como aspirante do Regimento de Cavalaria n.º 2 em
     Lisboa no ano de 1876.
     Esteve sucessivamente ao serviço dos regimentos de cavalaria de Lisboa (1876, 1894, 1898 e 1902), Castelo
     Branco (1880 e 1888), Viseu (1886), Évora (1886, 1891-1892), Porto (1893-94), Estremoz (1896-1898, 1906),
     Chaves (1897), Benavente (1905), e por fim em Loulé (1907). Em 1894 era adjunto da Secretaria de Estado
     dos Negócios da Guerra e pertencia ao Estado-maior de Cavalaria.
     A 5-III-1908, logo após o regicídio de D. Carlos (1-II-1908), foi sucessivamente graduado nos postos de Major
     e de Tenente-coronel, passando antecipadamente à reforma quando contava 54 anos de idade e 32 de ser-
     viço activo, certamente desgostoso com o rumo que o país levava.


Joaquim Augusto de Oliveira Leitão (1854-1909) 
Maria Libéria Trigueiros (1856-1907)














     


   
       



     


     Foi senhor da sua grande casa agrícola constituída por várias propriedades nas contíguas freguesias do
     Souto da Casa, Freixial e Aldeia Nova do Cabo, no concelho do Fundão, às quais juntou algumas que fo-
     ram herdadas por sua mulher.
     De 1873 a 1890 comprou várias parcelas de terreno, algumas delas para aumentar as propriedades já exis-
     tentes, assim como a 16-II-1895 compra várias propriedades no Souto da Casa ao seu tio o padre Dâmaso
     António de Oliveira Leitão (n. ?), no sítio das Alminhas, dos Bastos, da Senhora do Rosário e da Estala-
     gem.
     Na capela do São Sebastião do Souto da Casa, havia uma imagem deste mártir que saia em procissão com
     o tronco cingido por uma faixa de seda vermelha com borlas nas pontas, a qual fazia parte do seu farda-
     mento militar de gala e foi oferecida ao citado Santo por um seu bisneto João José F. T. L. quando este
     cessou a actividade desta casa agrícola nos anos setenta.
     Em substituição da velha Casa do Adro, encontrava-se a construir uma casa mais ampla e moderna para a
     época, com janelas ogivais em cantaria, num terreno situado perto da capela de São Gonçalo (actual Rua
     Dr. Eduardo Correia de Castro, seu genro), a qual, segundo um documento de partilhas entre os seus  dois 
     filhos, esta é mencionada “com as paredes incompletas de uma casa” (com a fachada da frente e duas
     laterais), que ficou por concluir devido ao falecimento prematuro da sua mulher, a que se seguiu a sua
     própria morte. Esta casa, então em construção, viria a ficar em partilhas para a sua filha D. Judite que a
     adoptou para sua morada.
Maria Libéria Trigueiros, 
Joaquim Augusto de Oliveira Leitão (1882)
     Casou a 28-IX-1882 na igreja matriz de São Silvestre de Escalos
     de Baixo, concelho de Castelo Branco, com D. MARIA LIBÉRIA
    TRIGUEIROS (1856-1907)proprietária, que nasceu em 1856 no
     Sabugal onde seu pai era juiz e veio a falecer repentinamente
     ás sete horas da manhã” do dia 13-IX-1907 no Souto da Casa.
     Foram testemunhas deste casamento José de Melo Geraldes e
     Bartolomeu de Oliveira Leitão (2.º deste nome).
     Sua mulher D. Maria Libéria Trigueiros era um dos cinco filhos
     de João Teles Trigueiros (1822-1886), proprietário agrícola e
     juiz desembargador da Relação de Lisboa, nascido a 20-III-1822 em
     Escalos de Baixo, Castelo Branco, e aí baptizado a 7-3-1823 na
     Igreja de São Silvestre, apadrinhado por seus parentes Simão
    Trigueiros do Rego Martel (n. 1807) e por D. Doroteia
    Trigueiros Martel (n. 1803), tendo falecido a 19-IX-1886 “pelas
     três horas da manhã” na sua casa do Largo do Calvário, em Aldeia
      Nova do Cabo, Fundão; o qual casou a 26-VIII-1850 em Escalos de
      Baixo com D. Carolina Cândida Geraldes de Melo (1837-
     -1915), nascida a 18-I-1836 em Almeida, e falecida pelas “vinte e
      uma horas” do dia 18-II-1915 na sua casa da Rua do Eiró, em
      Escalos de Baixo, em cuja localidade foi sepultada no jazigo de seu genro o capitão António Augusto de
     Azevedoproprietária nas contíguas freguesias de Aldeia de Joanes e de Aldeia Nova do Cabo onde tinha
      uma casa alpendrada junto à Capela do Calvário, e em Escalos de Baixo onde tinha outra casa localizada na
      Rua do Eiró, na qual veio a falecer já viúva, deixando 18 prédios aos seus vários herdeiros[8].  
     D. Carolina Cândida Geraldes de Melo era filha natural perfilhada de José António Geraldes de Melo
     Coutinho (f. 1841)[9]proprietário, natural de Aldeia Nova do Cabo, falecido solteiro a 12-VII-1841
      em Castelo Branco, em cujo cemitério foi sepultado, o qual teve esta filha de D. Maria da Encarnação dos
     Anjos (n.  ?)natural do Porto; neta paterna de Manuel António Geraldes Leitão Coutinho de Melo
     (n. 1766) que nasceu a 28-IV-1766 em Aldeia Nova do Cabo[10], proprietário nessa freguesia e em Idanha-a-
      -Nova, descendente dos morgados dos Geraldes que deram origem aos marqueses da Graciosa em Idanha-
      -a-Nova, e de sua mulher que foi D. Angélica Locádia de Oliveira Fonseca Coutinho Botelho, de 
       Penamacor[11]; e neta materna de José Joaquim Gonçalves que era natural de Santo Tirso, e de sua
       mulher D. Maria José natural do Porto.
       D. Maria Libéria Trigueiros era neta paterna de Nicolau Teles Nunes Guedelha (1788-1862)[12], mili-
       tar de carreira que foi tenente-coronel do Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova, nascido em Escalos de
       Baixo, e de sua mulher lher D. Mariana Bárbara Trigueiros Martel (1794-1880), nascida em Idanha-a-
       -Nova, irmã de Joaquim Trigueiros Martel (1800-1892), 1.º Conde de Castelo Branco, general da
        Arma de Cavalaria, Par do Reino, e um dos muitos heróis das Campanhas Liberais.
        Fihos:
        5.1.    D. JUDITE TRIGUEIROS LEITÃO (1885-1947), que pelo seu casamento deu origem ao ramo fami-
                  liar dos CORREIA DE CASTRO, que vai no §:1.
       5.2.    JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS LEITÃO (1889-1958), representante da varonia desta casa, origem do
                  ramo TRIGUEIROS LEITÃO, que segue abaixo.



TRIGUEIROS LEITÃO
Souto da Casa

5.2.   JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS LEITÃO (1889-1958), filho de Joaquim Augusto de Oliveira Leitão
      (1854-1909) e de sua mulher D. Maria Libéria Trigueiros (1856-1907).
       Por herança de seus pais, coube-lhe em partilhas a Casa do Adro onde tinha nascido “pelas nove horas da
       manhã” do dia 31-VIII-1889 no Souto da Casa, onde foi baptizado a 28 de Novembro do mesmo ano.
       Foram seus padrinhos, o seu tio e irmã, o Doutor José Maria Telles Trigueiros de Mello, viúvo, delegado
       do Procurador Régio da Comarca de Almeida, onde reside, e D. Juditth Trigueiros Leitão, solteira”, tendo o
       padrinho sido representado por Alfredo Simões Ramos, estudante, solteiro, o qual  veio a ser um presti-
       giado médico na cidade do Porto, filho de José Ramos Proença Saraiva, natural do Souto da Casa.
       Faleceu “ás oito horas” do dia 21-V-1958 no Souto da Casa, onde foi sepultado no jazigo de família. 


João José Trigueiros Leitão
(1889-1958)


João José Trigueiros Leitão & chofer.

     


       Herdeiro de metade do património da Casa do Adro que lhe coube em partilhas, ao longo da sua vida residiu
       sucessivamente na vila de Alpedrinha, no Palacete do Século na Av. 5 de Outubro em Lisboa, na sua Quinta
       da Murteira em Tomar, e por fim na sua Casa do Adro no do Souto da Casa.
       Com 20 anos de idade, órfão de pais e já herdado, veio residir para Lisboa onde  frequentou os meios boé-
       mios da capital e onde abriu um «Bureau d’Affaires» (Rua do Carmo, 60, 2.º), no qual se dedicou a diversas
       actividades comerciais e financeiras, tais como a Compra e venda de propriedades (…) de papéis de Cré-
       dito do Estado, Bancos e Companhias. Empréstimos hipotecários e consignações de rendimentos. Descon-
       tos de Letras, etc. 

João José Trigueiros Leitão, 1910.
Georgina de Jesus Monteiro, 1910.

























       Casou civilmente a 2-VI-1917 na freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, com D. GEORGINA DE
      JESUS MONTEIRO (1892-1975), proprietária na Castanheira do Ribatejo e em Lisboa, a qual nasceu a
       6-VII-1892 na Quinta das Amendoeiras, freguesia de Cadafais, concelho de Alenquer, e veio a falecer a 23-XI-
       -1975 na freguesia de São Jorge de Arroios em Lisboa, tendo sido sepultada no cemitério da Castanheira do
       do Ribatejo. 
Georgina de J. Monteiro, 1906?
       Mais tarde, a 22-VII-1928, casou catolicamente numa cerimónia íntima na
       Igreja Paroquial do Souto da Casa, apadrinhado pelo seu cunhado o Dr. 
      Eduardo Antunes Correia de Castropor sua mulher D. Judite
      Trigueiros Leitão, residentes no Souto da Casa e em Alpedrinha. 
       Sua mulher era filha de Diogo Monteiro (1854-1928), lavrador, nasci-
       do a 17-I-1854 na freguesia da Castanheira do Ribatejo, Alenquer, onde foi
       baptizado a 9-II-1854 tendo por padrinho D. Diogo José Ferreira de Eça
       Meneses (1772-1862), 3.º Conde da Lousã, e de sua mulher D. Maria de
      Jesus (1864-1944) com quem casou a 30-IX-1891 na Igreja Paroquial
       de N.ª Senhora da Assunção em Cadafais, concelho de Alenquer, nascida
       a 26-XI-1864 na freguesia do Vau, Óbidos, e falecida 30-X-1944 na Casta-
       nheira do Ribatejo, onde residiram no Largo do Terreiro; neta paterna de
       Manuel José Monteiro, e de sua mulher D. Gerarda Mariaambos
       naturais da Castanheira do Ribatejo; e neta materna de José Francisco
      Figueira, proprietário, natural do Vau, Óbidos, e de sua mulher D. Ana
      de Jesus, natural da freguesia da Serra do Bouro, Caldas da Rainha,
       moradores na citada freguesia do Vau. 
       Tiveram:
       6.   JOAQUIM MONTEIRO TRIGUEIROS LEITÃO (1918-1974), filho único, que segue.


Gerorgina de Jesus Monteiro,
e João José Trigueiros Leitão,
1917.



João José Trigueiros Leitão, Georgina de Jesus Monteiro,
e seu filho Joaquim Monteiro Trigueiros Leitão;
 Figueira da Foz, 1920.





















6.    JOAQUIM MONTEIRO TRIGUEIROS LEITÃO (1918-1974), filho único, herdeiro da Casa do Adro, nasceu
       "ás quatro horas” do dia 20-III-1918 no Palacete do Século, na Av. 5 de Outubro[13], na freguesia de São Se-
       bastião da Pedreira em Lisboa, e faleceu a 4-10-1974 no Fundão, tendo sido sepultado no jazigo de família
       no cemitério Souto da Casa.
       Proprietário agrícola e funcionário de uma instituição bancária. Como jogador de futebol amador vestiu a
       camisola de algumas equipas regionais, tendo-se destacado em princípio dos anos 30 em Castelo Branco
       ao serviço da Associação Académica Albicastrense com o nome de Joaquim Trigueiros.
       Residiu, entre várias outras localidades, em Lisboa, no Souto da Casa, em Castelo Branco, na Covilhã, e
       no Fundão.
       Casou a 3-5-1947 no Fundão com D. ANA VAZ FERREIRA (1817-1910), nascida a 8-XII-1917 no Fundão, cida-
       de onde também faleceu a 27-V-2010, tendo sido sepultada no jazigo de família no cemitério público do Souto
       da Casa. 


Joaquim Monteiro Trigueiros Leitão, 1973.
Ana Vaz Ferreira, 2006.



       
      Sua mulher era um dos oito filhos de Manuel Vaz Ferreira (1886-1951)comerciante e proprietário, nascido
      na freguesia do Peso, concelho da Covilhã, e falecido a 7-X-1951 no Fundão onde casou a 3-X-1912 com
Ana Vaz Ferreira, 
Joaquim M. Trigueiros Leitão,
1947?
      D. Maria da Piedade Carrolo (1882-1965)[14], nascida a 10-VIII-1882 no
      Fundão, e aí falecida a 7-XII-1965, residentes na sua casa da Praça do Municí-
      pio na Quinta do Vale. 
      Era neta paterna de Manuel Joaquim Vaz (1833-1924) que faleceu a 20-XII-
      -1924 no Fundão, e de sua mulher D. Rufina Ferreiraambos naturais da fre-
      guesia do Peso, concelho da Covilhã; neta materna de Manuel Gonçalves
     Carrolo (n. 1829)casado a 27-II-1867 no Fundão com D. Maria Cândida
     (n. 1851), ambos naturais do Fundão; bisneta paterna de Joaquim Vaz de
     Carvalho (n. 1799)[15], nascido a 1-III-1799 na freguesia do Pesinho, con-
      celho da Covilhã, casado a 11-VIII-1822 no Peso, Covilhã, com D. Jerónima
      Valente[16]; e bisneta materna de José Gonçalves Carrolo, casado com
       D. Maria Andrade, ambos naturais do Fundão.
        Filho: 
       7.   JOÃO JOSÉ FERREIRA TRIGUEIROS LEITÃO (n. 1950).

7.   JOÃO JOSÉ FERREIRA TRIGUEIROS LEITÃO (n. 1950)[17], o derradeiro
       herdeiro da Casa do Adro (ou Casa do Passadiço).
      Encontrando-se esta casa temporariamente desabitada, e na sequência de tentativas da sua ocupação popular após a revolução do 25 de Abril de 1974, a que se seguiu a morte repentina e prematura de seu pai,  logo seguida do falecimento de sua avó paterna que estava residindo na Castanheira do Ribatejo de onde era natural, acontecimentos estes que acabaram por levar à alienação da velha Casa do Adro que então saiu da posse definitiva da família fundadora.
        Nasceu a 6-III-1950 na cidade de Castelo Branco e foi registado no Fundão. Licenciado em Artes Plásticas -
       Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, diplomado em  Conservação e Restauro de Pintura pelo
       Instituto José de Figueiredo, e ainda mestre em Museologia e Património pela Faculdade de Ciências Soci-
       ais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa, foi professor do ensino oficial. 


João José Ferreira Trigueiros Leitão
2006.
Maria do Carmo Lucas de Figueiredo,
2006.


 



















Por alvará do Conselho de Nobreza foi-lhe reconhecido o direito ao uso de cota de armas com um escudo esquartelado de I- PEREIRA, II- REGO, III- MARTEL e IV- TRIGUEIROS. Por diferença pessoal um crescente de prata, e timbre de PEREIRA (Alvará do C.N., L. 2, Fls. 8 v., reg. n.º 1339, de 25-III-1992).   
 
 João José F. Trigueiros Leitão.
Esquartelado: I- PEREIRA, 2º- REGO, 
3º- MARTEL, 4º- TRIGUEIROS.
Diferença: Crescente de prata.
Timbre: PEREIRA.

(Alvará do C. N., 25-III-1992,
reg. n.º 1339, 
Liv. 2, Fls. 8 v.)
Casou civilmente a 22-IV-2006 no Fundão com D. MARIA DO CARMO LUCAS DE FIGUEIREDO (n. 1962),       nascida a 16-XI-1962 em Belém, Estado do Pará, no Brasil, psicóloga clínica e organizacional pelas Faculdades Integradas C. Moderno, pela Universidade Federal do Ceará, pelo Conselho Regional de Psicologia da 4.a Região (Minas Gerais e Espírito Santo); e ainda foi-lhe concedida a equivalência ao grau de Licenciatura em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa em 11-V-2006assim como menbro efectivo da OPP - Ordem dos Psicólogos Portugueses.




       Sua mulher é filha de Themistocles Augusto Araújo de Figueiredo (1930-2022), nascido  a 18-XII-1930 em
       Belém, Estado do Pará, Brasil, engenheiro Civil e Naval pela Universidade Federal do Pará, alto funcioná-
       rio da ENASA - Empresa de Navegação da Amazónia, assim como da CDP – Companhia da Docas do Pará,
região onde a nível privado desenvolveu uma intensa actividade de construtor civil, tendo casado civil-
       ente a 18-VIII-1956 em Belém do Pará com D. Maria do Socorro de Pina Lucas (n. 1930), professora norma-
       lista, nascida a 25-XII-1930 em Capanema, Estado do Pará, Brasil, naturalizada portuguesa[18]Residiram
       em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil.
       D. Maria do Carmo (n. 1962) é neta paterna de Carlos Dillon de Figueiredo, médico dentista em Belém, e de
       D. Maria Araújo; e neta materna das segundas núpcias de José dos Santos Lucas (1889-1940)[19], nasci-
       do a 16-IX-1889 na Ajuda, em Lisboa, e emigrado com o seu pai para o Brasil onde faleceu em 1940 no Rio
       de Janeiro (filho este de Benjamim Lucas e de D. Maria da Conceição dos Santos, ambos naturais de Loriga,
       concelho de Seia, emigrado para Belém do Pará, no Brasil, onde casou com D. Maria do Carmo de Pina
       (1891-1960)nascida a 23-X-1891 em Loriga, Seia, e falecida a 22-X-1960 em Belém, Estado do Pará, Brasil,
       onde ambos residiram (filha António de Moura Pina e de D. Maria Luís de Moura, naturais de Loriga).



§: 1

CORREIA DE CASTRO
Souto da Casa



Souto da Casa, Casa correia de Castro, Casa Nova (ou das Janelas Ogivais).

5.1.   D. JUDITE TRIGUEIROS LEITÃO (1885-1947)herdeira de metade da casa agrícola de seus pais sediada
       na freguesia do Souto da Casa, era filha de Joaquim Augusto de Oliveira Leitão (1854-1909), e de sua mu-
       lher D. Maria Libéria Trigueiros (1856-1907).
       Nasceu “pelas seis horas da manhã” do dia 23-XI-1885 em casa dos seus avós paternos, localizada junto
       ao Largo do Calvário em Aldeia Nova do Cabo, em cuja igreja de Santa Cruz foi baptizada a 13-XII-1885,
Souto da Casa, Casa Correia de Castro,
Casa Nova (das Janelas Ogivais).
       apadrinhada pelos avós maternos, o Doutor João Telles Trigueiros, na-
       tural de Escalos de Baixo, e D. Carolina Giraldes de Mello Trigueiros,
       natural de Almeida”, tendo João Teles Trigueiros passado procuração
       a João António de Melo, solteiro.
       Faleceu a 27-XII-1946 no Souto da Casa, e aí recebeu sepultura no jazi-
       go de família no cemitério público da citada freguesia. 
       Por partilhas feitas com seu irmão João José Trigueiros Leitão, coube-
       -lhe em herança a casa nova (ou de janelas ogivais), então em constru-
       ção, perto da capela de São Gonçalo do Souto da Casa (na actual Rua
       Dr. Eduardo Correia de Castro), cuja edificação concluiu para sua resi-
       dência.  
       Casou com EDUARDO ANTUNES CORREIA DE CASTRO (1880-1946), médico pela escola Médico-Cirúrgica
       de Lisboa, nascido eu a 16-II-1880 em Alpedrinha, no concelho do Fundão, e aí baptizado a 30-III-1880, apa-
       drinhado por seus tios, os irmãos José Correia de Castro e D. Maria Justina Correia de Castro, ambos
       solteiros. Faleceu em 1946 e foi sepultado no jazigo de família no cemitério público do Souto da Casa.
       Era filho único de Eduardo Antunes de Figueiredo (f. 1880), proprietário, casado com D. Joaquina Correia
       de Castro, natural de Alpedrinha; neto paterno de José Antunes de Figueiredo, natural de Alpedrinha, e
       de D. Ana Maria do Espírito Santo, natural da freguesia do Alcaide, concelho do Fundão; neto materno de
       António Carlos Correia, natural de Alpedrinha, e de sua mulher D. Belisanda Rosa da Silva, natural da fre-
       guesia da Lousa, concelho de Castelo Branco.

Judite Trigueiros Leitão
(1885-1947)
Dr. Eduardo Antunes Correia de Castro
(1880-1946)






















       Grande proprietário agrícola e olivicultor em Alpedrinha e no Souto da Casa, tinha em ambas as fregue-
       sias lagares próprios para a produção de azeite, assim como grandes casas situadas em arruamentos
       aos quais viria a ser dado o seu nomeFoi ainda administrador do Concelho do Fundão em 1918, assim
       como «venerável dirigente do triângulo n.º 156» da Maçonaria. 
       Filhos:
Maria Libéria Trigueiros
Leitão, e Aníbal Rebordão;
casamento 16-IX-1940.
       6.1.    D. MARIA LIBÉRIA TRIGUEIROS LEITÃO DE CASTRO (1911-1940)nasceu
                 a 16-IX-1911. Casou a 16-IX-1940 na Igreja Paroquials do Souto da Casa
                 com ANÍBAL REBORDÃOe faleceu pouco depois, sem geração.
       6.2.    D. MARIA DA CONCEIÇÃO TRIGUEIROS LEITÃO DE CASTRO (1917-1999),
                 que pelo seu casamento com António Mendes Leitão Serra (1912-1993)
                 deu origem ao ramo dos CASTRO SERRA de Alpedrinha, que vai abaixo
                 no §: 2. 
       6.3.    FERNANDO TRIGUEIROS LEITÃO DE CASTRO (1924-1959), varão primogé-
                 nito deste ramo e herdeiro da Casa Correia de Castro (ou casa das janelas
                 ogivais), nasceu 14-VIII-1924 e faleceu em 1959 no Souto da Casa, em
                 cujo cemitério foi sepultado.
                 Casou com D. ETELVINA MESQUITA (f. 1986), nascida a 14-III-? e falecida a
                 10-II-1986 no Souto da Casa em cujo cemitério foi sepultada.  
                 Filha:
                 7.     D. MARIA LIBÉRIA MESQUITA DE CASTRO (n. ?), nascida 11-XI-?,
                         proprietária agrícola e professora do  ensino oficial. Casada, com geração.


§: 2

CASTRO SERRA
Alpedrinha


Alpedrinha, Casa Trigueiros Leitão Castro Serra.
(desaparecida num trágico incêndio a 5-I-2019)


6.3.  D. MARIA DA CONCEIÇÃO TRIGUEIROS LEITÃO DE CASTRO (1917-1999), nasceu a 28-V-1912 na vila de
       Alpedrinha, concelho do Fundão, onde veio a falecer a 20-XII-1988, tendo recebido sepultura no cemutério
       público da citada vila. Era filha de D. Judite Trigueiros Leitão (1885-1947), casada com Eduardo Antunes
       Correia de Castro (1880-1946), que vão no §: 1 (5.1).
       Casou com seu parente ANTÓNIO MENDES LEITÃO SERRA (1912-1993), médico e proprietário, que nasceu
       28-V-1912 no Souto da Casa, concelho do Fundão, e veio a falecer a 25-VII-1993 em São João do Estoril,
       concelho de Cascais, tendo sido sepultado no cemitério de Alpedrinha.

Maria da Conceição Trigueiros Leitão de Castro
(1917-1999)
Dr. António Mendes Leitão Serra
(1912-1993)
















  






       Filhos (10):
       7.1.    D. MARIA MANUELA TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (n. 1940), nasceu a 29-II-1940 no Souto da Ca-
                 sa, concelho do Fundão, funcionária do Centro Regional da Segurança Social de Lisboa.
                 Casou a 23-IX-1967 na vila de Alpedrinha, concelho do Fundão, com CARLOS ALBERTO BARATA
                 COELHO DE ALMEIDA (n. 1935), nascido a 11-XII-1935, funcionário de uma transportadora aérea.
                 Filhos:
                 8.1.   D. MARIA FILOMENA CASTRO SERRA COELHO DE ALMEIDA (n. 1968), nasceu a 22-VI-1968.
                         Licenciada em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura de Lisboa, e profissionalizada co-
                         mo docente pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.
                         Casou a 29-VI-96 na Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, em Lisboa, com NUNO ALEXANDRE
                         ALMEIDA CAROLA MARQUES DE MOURA  (n. 1966)nascido a 19-I-1966 em Lisboa.
                 8.2.   PEDRO MIGUEL DE CASTRO SERRA COELHO DE ALMEIDA (n. 1970), nasceu a 26-III-1970.
                         Licenciado em Engenharia Informática. Casou a 29-VI-96 na Basílica da Estrela em Lisboa
                         com ...
       7.2.    D. MARIA LIBÉRIA TRIGUEIROS VAZ SERRA (1941-1999), nasceu a 24-XI-1941 no Souto da Casa,
                 Fundão. Faleceu repentinamente a 27-XII-1999 na casa dos seus pais em Alpedrinha, onde se encon-
                 trava por motivo do falecimento de sua mãe, e em cujo cemitério foi sepultada.
                 Era licenciada em Farmácia pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, exercendo
                 funções no Hospital de Santa Maria em Lisboa.
                 Casou com MÁRIO LOURENÇO FRANCISCO MACHADO E BRAGANÇA (1938-1988), que nasceu a
                 23-VI-1938 em Goa, na então Índia Portuguesa, engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico de
Dr. António Mendes Leitão Serra,
com sua mulher D. Maria da Conceição
Trigueiros Leitão de Castro,
rodeados de 8 filhos; Alpedrinha, 1964
                 Lisboa, residente em São João dEstoril, no concelho de Cascais,
                 onde faleceu a 27-I-1988.
                 Filhos:
                 8.1.  D. JOANA LACXIMI VAZ SERRA E BRAGANÇA (n. 1970), que
                         nasceu a 17-V-1970.
                         Casou a 27-XI-1994 com NUNO GRAVACHO (n. ?). Divorciados.
                 8.2.  FILIPE ANDRÉ TRIGUEIROS VAZ SERRA E BRAGANÇA
                         (n. 1974)nascido a 15-III-1974.
       7.3.    D. MARIA TERESA TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (n. 1943), nas-
                 cida a 30-VI-1943 no Souto da Casa, Fundão. Funcionária do Centro
                 Nacional de Pensões em Lisboa.
                 Casou a 3-V-1968 na Real Basílica da Estrela em Lisboa com JOSÉ
                 AUGUSTO CARNEIRO DA COSTA DEITADO (n. 1945), nascido a
                 15-VIII-1945 na freguesia de Santa Isabel em Lisboa.
                 Seu marido é licenciado em Engenharia  Informática  pela  Faculda-
                 de  de  Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, pós-
                 -graduado em Organização e Métodos pelo Instituto Politécnico da Universidade de Milão, mestre
                 em Informática pela Universidade de Columbia - USA, doutorado em Gestão das Ciências da
                 Informação pela mesma Universidade, e ainda licenciado em Ciências Sociais e Políticas pelo
                 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de  Lisboa.
                 Foi deputado à Assembleia Constituinte nas 1.ª a 3.ª Legislativas (1975-1980) pelo Partido do Cent-
                 ro Democrático Social de que foi fundador, e vereador na Câmara Municipal de Lisboa (1980-1982).
                 Filhos:
                 8.1.   SOFIA DE CASTRO SERRA COSTA DEITADO (1968-1995), nasceu na freguesia de São Sebasti-
                          ão da Pedreira em Lisboa, e veio a faleceu prematuramente a 31-III-1995 num acidente de via-
                          ção na freguesia de Perdigão, concelho de Castelo Branco. 
                 8.2.    PEDRO RICARDO DE CASTRO SERRA COSTA DEITADO (n. 1972), nasceu a 20-III-1972 na fre-
                          guesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa. Licenciado em Informática de Gestão, pela
                          Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, e em Estatística e Gestão da Informa-
                          ção, pela Universidade Nova de Lisboa.
       7.4.    FERNANDO ANTÓNIO TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (n. 1945), nascido a 29-XI-1945 no Souto da
                 Casa, professor do ensino oficial.
                 Casou com D. CIDÁLIA MARIA DE Ó ROMA (n. 1949) que nasceu a 29-VII-1949 na freguesia de São
                 Paio, concelho de Gouveia, professora do ensino oficial. Residem no Fundão.
                 Filhos:
                 8.1.    TIAGO DO Ó ROMA DE CASTRO SERRA (n. 1982), nascido a 18-VIII-1982 em Alpedrinha, con-
                           celho do Fundão.
                 8.2.    FREDERICO DO Ó ROMA DE CASTRO SERRA (n. 1983), nascido a 2-XII-1983 em Alpedrinha.
       7.5.    D. MARIA JUDITE TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (1948-1991) que nasceu a 25-VI-1948 em Alpe-
                 drinha, no concelho do Fundão, e faleceu a 5-IV-91 no Fundão, onde foi educadora de infância.
                 Casou-se a 22-VI-1975 na Igreja Matriz de Alpedrinha com JOSÉ HENRIQUES TOMÉ ABRANTES
                 (n. 1948)nascido a 14-XII-1948 no Fundãofilho de José Vaz Abrantes (1905-1966), comerciante,
                 nascido a ?-X-1966 no Fundão, onde veio a falecer a 27-XII-1966, e de sua mulher D. Maria Alice
                 Tomé (1917-1978), nascida a 6-IX-1917 em Idanha-a-Velha, no concelho de Idanha-a-Nova, falecida a
                 17-VII-1978. Licenciado em  Ciências Políticas Ultramarinas e professor do ensino oficial.
                 Filhos:
                 8.1.   NUNO FILIPE DE CASTRO SERRA E ABRANTES (n. 1976), nascido a 10-V-1976 no Fundão.
                 8.2.   DUARTE DE CASTRO SERRA E ABRANTES (n. 1978), nascido a 23-I-1978 no Fundão.
       7.6.    D. MARIA DE LURDES TRIGUEIROS CASTRO SERRA (n. 1949), nasceu a 17-XII-1949 em Alpedrinha,
                 residente no Fundão. Licenciada em História, foi professora do ensino secundário.
                 Casou com JOÃO AUGUSTO DA FONSECA RAMOS FERREIRA (1952-1994), médico, que nasceu a
                 24-II-1952 em Castelo Branco, e faleceu prematuramente a 16-VII-1994 num acidente de viação em
                 Castro Verde, Beja, tendo sido sepultado no cemitério público do Fundão. 
                 Seu marido era filho de Augusto Ferreira (n. 1920), tenente-coronel, nascido a 18-X-1920 em Segura,
                 no concelho de  Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Maria de Lurdes da Fonseca Ramos (1920-1984),
                 nascida a 4-VI-1920 no Porto, e falecida a 15-V-1984 num acidente de viação em Coruche.
                 Filhos:
                 8.1.   JOÃO MIGUEL TRIGUEIROS SERRA RAMOS FERREIRA (n. 1974), nasceu a 20-XII-1974 na fre-
                          guesia da Lapa em Lisboa. Licenciado em engenharia de Produção Industrial.
                          Casou a 28-VI-2003 na freguesia de Milharado, concelho de Mafra, com D. CRISTINA ...
                 8.2.   D. RITA TRIGUEIROS SERRA RAMOS FERREIRA (n. 1976), nasceu a 6-XI-1976 na freguesia da
                          Lapa em Lisboa. Licenciada em Psicologia.
       7.7.    EDUARDO MANUEL TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (n. 1952), que nasceu a 29-VI-1952 em Alpe-
                 drinha, no concelho do Fundão, onde sempre residiu. Funcionário do Centro Regional da Seguran-
                 ça Social do Centro.
                 Casou com D. MARIA DO PILAR CALDEIRA DE BOURBON ALAVEDRA (n. 1954), funcionária da San-
                 ta Casa da Misericórdia de Alpedrinha, nascida a 9-I-1954 na Covilhã, filhas de Manuel Teixeira da
                 Silva Alavedra (f. 1971), falecido a 13-VII-1971 em Sintra, e de D. Maria Helena Godinho Caldeira de
                 Bourbon (n. 1919), nascida a 13-VIII-1918.
                 Filha:
                 8.      MARTA DE BOURBON ALAVEDRA DE CASTRO SERRA (n. 1981), nascida a 15-VI-1981 em Alpe-
                          drinha, Fundão.
       7.8.    D. LUÍSA MARIA TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (n. 1953), nasceu a 25-VIII-1953 em Alpedrinha,
                 concelho do Fundão. Educadora de infância.
                 Casou com ANTÓNIO JOSÉ DE PINA SIMÕES PINTO (n. 1951), nascido a 1-XI-1951 na freguesia da
                 Lapa do Lobo, no concelho de Nelas, onde reside no Solar dos Pinas.
                 Filhos:
Dr. António M. Leitão Serra, sua mulher
D. Maria da Conceição Trigueiros Leitão
de Castro, e seus 10 filhos;
Alpedrinha, 1964?
                 8.1.   GUILHERME CASTRO SERRA TAVARES DE PINA (n. 1988),
                          nasceu a 3-I-1988.
                 8.2.   AFONSO TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA PINA (n. 1993),
                          nasceu a 16-X-1993.
       7.9.   D. MARIA DA CONCEIÇÃO TRIGUEIROS CASTRO SERRA (n. 1954),
                nasceu a 25-X-1954 em Alpedrinha, concelho do Fundão.
                Casou com FERNANDO JOAQUIM DE JESUS PIRES (n. ?)nasci-
                do a 1-IV-1963 em Castelo Branco. Divorciados.
                Filho:
                8.      BERNARDO TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA DE JESUS
                         PIRES (n. 1988), que nasceu a 12-VI-1988 em Alpedrinha,
                         concelho do Fundão.
       7.10. LUÍS FILIPE TRIGUEIROS DE CASTRO SERRA (n. 1957), nascido
                a 9-VIII-1957 em Alpedrinha, desenhador projectista. Residiu em Lisboa, e actualmente no Estado do
                Maranhão, no Brasil. Casado, sem geração.



 

JAZIGO DA CASA DO ADRO
(OLIVEIRA LEITÃO)
Cemitério Público do Souto da Casa, 1908

Por altura do inesperado falecimento de D. MARIA LIBÉRIA TRIGUEIROS (1856-1907), seu marido JOAQUIM AUGUSTO DE OLIVEIRA LEITÃO (1854-1909) mandou edificar o jazigo em sua memória sobre as sepulturas de seus pais, os quais já tinham sido transladados para aí vindos do antigo cemitério que ficava no adro da igreja matriz.
   
          
Cemitério do Souto da Casa,
Jazigo Oliveira Leitão.
                          Uma inscrição reza:


  JAZIGO
DE
J. A. D’OLIVEIRA LEITÃO
À MEMÓRIA DE SUA SAUDOSA ESPOSA
M. LIBÉRIA TRIGUEIROS LEITÃO
1908






Nele foram inumados, por ordem cronológica:

1.     Bartolomeu de Oliveira Leitão (1800–1883) – no subsolo
2.     Ana Rita dos Santos (1897- ?) – no subsolo
3.     Maria Libéria Trigueiros Leitão (1856–1907)
4.     Joaquim Augusto de Oliveira Leitão (1854–1909)
5.     Maria Libéria Trigueiros Leitão de Castro (1891-1940)
6.     Eduardo Antunes Correia de Castro (1880–1946)
7.     Judite Trigueiros Leitão (1885–1947)
8.     João José Trigueiros Leitão (1889–1958)
9.     Joaquim Monteiro Trigueiros Leitão (1918–1974)
10.   Ana Vaz Ferreira Trigueiros Leitão (1917–2010)




João Trigueiros




Notas: 

[2]  Estes oficiais de justiça, nas aldeias e lugares com mais de vinte vizinhos, eram recrutados entre os homens-bons de cada freguesia e eleitos pelas vereações camarárias, estando subordinados aos juízes de fora ou ordinários e julgando pequenos litígios entre os moradores do lugar estando-lhes vedado as causas referentes a bens de raiz e crimes. O cargo foi extinto e substituído pelas Juntas de Paróquia criadas pelo Liberalismo.
[3]  José Fernandes Lagarto e Maria dos Santos, tiveram, entre outros: 1. EUGÉNIA MARIA DA TRINDADE LAGARTO DOS  SANTOS, já mencionada; 2. JOANA BAPTISTA, casada a 2-VII-1787 com Custódio Antunes; 3. LUÍSA DOS SANTOS, casada a 18-XII0-1798, no Souto da Casa, nas segundas núpcias de José Victor Leitão (viúvo de Clara Martins Cordeiro); 4. RAFAEL  FERNANDES LAGARTO, casado com Maria do Rosário, da qual teve: José, Laura e Joaquim (n. 9-III-1819).
[4]  Referido in José Alves Monteiro, Ao Redor do Fundão, Fundão, C.M.F., 1990, p.313
[5]  AHM, Processo Individual de Bartolomeu de Oliveira Leitão, caixa 1217
[6]  Fabião António Leitão, natural do Orvalho, viveu na Barroca, concelho do Fundão.
[7]  Cartório Notarial do Fundão, Livro de Notas n.º 22, Fl. 71.
[8]  Cartório Notarial do Fundão, Escritura de Partilhas dos Herdeiros de Carolina Cândida Geraldes de Melo (f. 1915), Livro de Notas n.º 116, Fls. 8 .
[9]  José António Geraldes de Melo Coutinho (f. 1841), era irmão de Francisco António de Paula Geraldes de Melo Coutinho (c. 1805), nascido em Aldeia Nova do Cabo, casado com sua tia D. Maria Margarida Geraldes de Melo Cajado (n. 1775), nascida a 27-XI-1775 em Idanha-a-Nova.
[10]  Manuel António Geraldes Leitão Coutinho de Melo (n. 1766), era filho de Rodrigo Xavier Soares Correia de Melo c.c. D. Joana Felícia de Oliveira Monteiro; neto paterno de Manuel Soares Correia, juiz de Fora de Penamacor, capitão-mor do Fundão, natural de Aldeia do Mato, Covilhã, casado em terceiras núpcias a 1-IX-1734 em Idanha-a-Nova com sua mulher D. Isabel Joaquina de Melo Geraldes Leitão (n. 1709), nascida a 2-XII-1709 em Idanha-a-Nova (filha de Manuel Geraldes Leitão, sargento-mor de Idanha-a-Nova, onde casou a 25-IX-1702 com sua parente D. Maria Marques da Cruz e Melo, nascida em 1680); neto materno do tenente João Martins Mouzinho, de Estremoz, e de sua mulher D. Bárbara da Cruz Oliveira e Cunha, de Aldeia Nova do Cabo, Fundão. – Cfr. Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa, Braga, pp. 208-209.
Estes COUTINHO DE MELO  tinham, no início do século XVII, o seu solar de origem na Quinta de Darei – entre Mangualde e Penalva do Castelo – e eram fidalgos da Casa Real, como se pode ver na carta de brasão de armas passada em 23-IX-1786 a Francisco Camilo Geraldes de Melo Cajado (n. 1777), neto de Manuel Soares Correia, esquartelado com as armas de GERALDES, LEITÃO, MELO e COUTINHO.
Os GERALDES, existentes em Portugal desde a Idade Média, eram uma família de juristas e de militares com ramificações em Idanha-a-Nova, no Fundão, e noutras localidades das Beiras, onde já existiam no século XIV. Ligaram-se à ilustre família dos MELOS, no século XVIII, e deram origem aos GERALDES DE MELO, de onde procede o 1.º Marquês da Graciosa (1840). Outros, como os irmãos Lucas e Nicolau Geraldes, vieram de Florença, terra da sua naturalidade, e aqui tiveram grandes negócios e fundaram casas nobres no Largo do Correio, em Lisboa, tendo servido o Rei D. Manuel I, com o seu dinheiro. Usaram o seguinte brasão de armas: de prata, com um leão de negro, coroado de ouro. São estas as armas ostentadas nos cunhais do solar dos Marqueses da Graciosa, em Idanha-a-Nova.
[11]  D. Angélica Locádia de Oliveira Fonseca Coutinho Botelho, era filha de João de Oliveira Fonseca, alferes de Granadeiros, e de sua mulher D. Cecília Liberata Botelho Coutinho, nascida na freguesia da Misarela, no concelho da Guarda. 
[12]  Os NUNES GUEDELHA eram uma família de lavradores, juristas e militares, já conhecidos desde o século XVI nos concelhos de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, nomeadamente na freguesia do Rosmaninhal. Destes destacamos Domingos Nunes Guedelha (c. 1640), alferes na praça militar de Monsaraz e capitão numa companhia do terço de infantaria auxiliar da comarca de Castelo Branco, notabilizando-se na Guerra da Restauração, na qual prestou serviço durante dezanove anos (1640-1659), salientando-se nas batalhas de Pedra Luz, Estorninho, Albergaria, Sarça, Moraleira, Vale Verde, Cheleiros e Salvaterra, tendo casado com D. Cecília Marques, da qual teve Pedro Nunes Guedelha (1659-1719), natural de Castelo Branco. Este último, com uma carreira pública relevante no reinado de D. João V, formou-se em Direito e foi Juiz de Fora de Mértola (1687), ouvidor de Vila Real (1691), superintendente dos descaminhos da administração do Tabaco do Algarve (1697), desembargador da Relação do Porto (1697), desembargador extraordinário da Casa da Suplicação (1705), ouvidor do Crime da Casa da Suplicação (1708). Durante cinco anos fez jornadas ao Peru e às Índias Ocidentais espanholas. Foi cavaleiro da Ordem de Cristo em 1621 e Instituiu um morgado em cuja sucessão nomeou o hospital da Misericórdia de Castelo Branco, terra onde casou com D. Agostinha Teles Barroso, filha de João Teles e de sua mulher D. Maria Barroso, ambos naturais de Castelo Branco. Falecida sua primeira mulher, casou em segundas núpcias com D. Brites Maria Pessoa de Vasconcelos Spínola, que em 1717 obteve uma tença de 60.000 réis. Fez testamento a 8-III-1717, no qual nomeou por testamenteiros a sua mulher e Raimundo Manuel da Cunha, tendo falecido em 1719, na sua casa da Rua Nova de Jesus, em Lisboa.
[13]  O Palacete do Século, hoje desaparecido, foi uma das primeiras moradias a ser edificada na Av. 5 de Outubro por volta de 1910, quando esta foi rasgada.
[14]  D. Maria da Piedade Carrolo (1882-1965), também usou os apelidos Costa São Pedro, que constam nos respectivos assentos de casamento e de óbito. O falecimento de seus pais quando ainda tinha pouca idade, levaram a que fosse criada por uma senhora de apelido São Pedro, a que chamava tia, a qual, falecida solteira e sem herdeiros naturais, lhe deixou o património que possuía. Desta madrinha adoptiva tirou os apelidos, que acrescentou ao seu nome, costume este corrente na época.
[15]  Os VAZ, aqui mencionados, provêm de Diogo Vaz, natural do Paúl, concelho da Covilhã, casado com D. Ana Rodrigues, natural de Unhais da Serra, quanto aos CARVALHO provêm de D. Jacinta Dias de Carvalho (n. 1644), nascida a 1-IX-1644 no lugar do Carregal, freguesia de Dornelas, no concelho da Pampilhosa da Serra.
[16]  Jerónima Valente, que tinha mais sete irmãos, é filha de Manuel Álvares Valente (n. 1746), nascido a 2-IX-1746, no Peso, concelho da Covilhã, casado a 12-XI-1772(?), no Peso, com D. Isabel Maria (n. 1765), nascida a 21-II-1765 no Dominguizo, concelho da Covilhã.
Manuel Álvares Valente (n. 1746), era filho de José Antunes e de Maria Manuel; neto paterno de Domingues Duarte e D. Catarina Antunes; e neto materno de Manuel Alvares Valente e de D. Isabel Duarte, todos ele naturais do Peso.
 D. Isabel Maria (n. 1765), era filha de José Francisco, natural da Póvoa Dão, freguesia de Silgueiros, concelho de Viseu, casado a 25-VII-1748 no Dominguizo com D. Maria Fernandes Mateus (n. 1727), nascida a 4-I-1727 no Dominguizo, ambos «tidos e havidos como Cristãos Velhos», como se menciona no assento de casamento; neta paterna de Francisco Pais e de D. Francisca Antunes; bisneta paterna de outro Francisco Pais e de Catarina António, todos da Póvoa Dão; e bisneta materna de António Antunes e de sua mulher D. Maria Francisca, todos da mencionada Póvoa Dão. Pelo lado materno é neta de Mateus Fernandes, natural do Pesinho, e D. Maria Esteves, natural do Ferro, no concelho da Covilhã; bisneta paterna de António Fernandes, natural do Pesinho, e de D. Maria Pires, natural de Cortes do Meio, concelho da Covilhã; e bisneta materna de Domingos Esteves Giraldo, e de D. Maria Esteves Serrano, ambos naturais do Ferro.
[17]  João José F. Trigueiros Leitão, teve cota de armas por deliberação do C.N. de 10-XI-1990 e respectivo Alvará de 25-III-1992 (Livro 2, Fls. 8 v., registo n.º 1339), com o escudo esquartelado de PEREIRA, REGO, TRIGUEIROS e MARTE, tendo por diferença pessoal um crescente de prata. 
[18]   D. Maria do Socorro de Pina Lucas (n. 1930), obteve a naturalização portuguesa 2006 no Consulado de Belém, Brasil, registada na Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa sob o n.º C-33719/2006.
[19]  José dos Santos Lucas(1889-1940) era filho de Benjamim Lucas (n. 1859?) e de D. Maria da Conceição dos Santos (n. 1856?), naturais de Loriga, concelho de Seia, e casados a 1XI-1882 na freguesia de São Pedro de Alcântara, em Lisboa; e neto materno de António Lucas e de D. Ana Mendes, naturais de Loriga.

D. EUGÉNIO TRIGUEIROS (1684-1741), Bispo de Macau e Arcebispo de Goa.


D. Eugénio Trigueiros (1684-1741).
Bispo de Macau e Arcebispo de Goa.

     D. EUGÉNIO TRIGUEIROS (1684-1741), nasceu em Torres Vedras onde foi baptizado a 16-III-1684 em Santa Maria do Castelo[1], apadrinhado pelo doutor Tomaz de Azevedo Cabral, prior da Igreja de Santa Maria, e por D. Ana.
Religioso eremita de São Agostinho, foi bispo de Macau (1735-1739) e arcebispo de Goa (1741).
Com 18 anos ingressou na Ordem de Santo Agostinho, cujo hábito vestiu a 17-III-1702 no Convento da Graça em Lisboa. Foi superior da grande missão que em 1720 partiu para Goa, onde chegou no final deste ano, como comissário e visitador das Missões da Costa de Benguela, e aí governou a diocese de Meliapor (1723-1725).

Sagrado na Igreja do Convento da Graça de Macau a 7-XII-1726, partiu para Cantão em 1734 na companhia do bispo de Nanquim em cuja Sé foi prelado por algum tempo. Regressou a Portugal e, logo depois, por falecimento do bispo de Macau em 1735, toma posse deste bispado o deão Manuel Freire do Casal, em nome de D. Frei Eugénio Trigueiros.

Concluídos os seus negócios, partiu novamente para o Oriente e chega a Macau aos 28-VIII-1738, onde tomou posse efectiva da diocese a 3-X-1839. Revelou-se de «suma prudência e piedosíssimo zelo, como era próprio do seu alto espírito e do seu bondosíssimo coração provendo a todas as necessidades espirituais e temporais do bispado, não curando nunca do seu bem estar, pois era de uma humildade verdadeiramente cristã».

Torres Vedras, Largo Fr. Eugénio Trigueiros.
Devido aos seus grandes méritos foi nomeado Arcebispo de Goa para cuja diocese partiu a 27-XI-1740, porém adoeceu no mar, dois dias depois de ter saído de Calicute, e acabou por falecer a bordo em 19-IV-1741 pelo que o seu corpo foi lançado ao mar[2].
O seu nome foi dado a um largo em plena zona histórica de Torres Vedras.

Era um dos 5 filhos de D. DOROTEIA TRIGUEIROS TAVIRA (1652-1736), baptizada a 15-I-1652 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, tendo por padrinho João Botado de Almeida, e por testemunha António de Brito; tendo falecido viúva a 3-VI-1736 na Rua da Cruz, na freguesia de Santa Maria do Castelo de Torres Vedras, em cuja igreja foi sepultada.

Sua mãe era casada com JOÃO DE ALMEIDA TELES (c.1675), natural da Quinta do Arquitecto[3], termo de Mafra, que por Alvará de 19-VIII-1675 foi meirinho da Correição de Torres Vedras[4]filho de FILIPE MARQUES DE ALMEIDA e de sua mulher D. GRACIANA TELES, casados a 19-V-1626 na freguesia do Socorro em Lisboa.
João de Almeida Teles tinha várias irmãos e irmãs,  alguns dos quais  seguiram outros apelidos, dos quais conhecemos Diogo da Silveira, António de Faria Teles, D. Ana Maria Teles que foi casada com Mateus de Gouveia, e D. Emerenciana que foi baptizada a 21-VII-1631 em Mafra e foi apadrinhada pelo avô paterno.


Lisboa, Sacristia da igreja do
Convento de Santo Antão-o-Novo.
Era neto paterno de DIOGO MARQUES, o qual seria provavelmente o arquitecto régio Diogo Marques Lucas (c. 1628-1640) responsável pela edificação da igreja do Convento de Santo Antão-o-Novo / actual Hospital de São José (da qual apenas resta a sacristia que resistiu ao terramoto), e foi Arquitecto das Obras de Tomar, daí o nome da Quinta do Arquitecto que lhe terá pertencido. 

Era neto materno de D. MÉCIA TRIGUEIROS TAVIRA (n. 1613), baptizada a 17-XII-1613 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, apadrinhada por António Madeira e Helena da Rocha; casada a 25-VII-1649 na citada igreja de Santa Maria do Castelo com MATEUS DE GOUVEIA DOS REIS, meirinho da Correição de de Torres Vedras, o qual já era viúvo em 1658, ano em que faz a venda de uma vinha em Sacavém que lhe ficou de sua tia Isabel Duarte[5].

Era bisneto materno de D. DOROTEIA TRIGUEIROS (f. 1646), falecida a 16-V-1646 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, freguesia esta onde casou a 29-VI-1624 com ALONSO DE TAVIRA (f. 1646), meirinho da Correição de Torres Vedras, filho de um outro Alonso de Tavira, veador de D. João da Silva, 7.º Conde de Portalegre, e de sua mulher D. Mécia de Figueiro (c. 1582) que em 1582 viviam na freguesia da Sé, em Lisboa. Seu marido faleceu a 22-X-1646 na citada freguesia de Santa Maria do Castelo e «fez testamento e são seus testamenteiros seus filhos António Trigueiros de Tavira e Mécia Trigueiros de Tavira».

D. Eugénio Trigueiros teve mais 4 irmãos, que foram:

1.    FRANCISCO TRIGUEIROS (1686-1712), baptizado a 20-II-1686 na Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, o qual teve por padrinhos o capitão Manuel Ribeiro e Antónia Nogueira da Silva, irmã do cura da Igreja de São Pedro desta vila,  o padre António Nogueira da Silva. Faleceu a 12-IV-1712 na «rua dos Trigueiros» em Torres Vedras, solteiro, sem geração.

2.     D. MARIA TRIGUEIROS TELES (f. 1711), que nasceu na Quinta do Arquitecto, freguesia de Santo André, em Mafra, e faleceu a 7-VII-1711 na «rua dos Trigueiros», em Santa Maria do Castelo, Torres Vedras, onde «está sepultada nesta igreja defronte da Capella de Jesus».
Casou com JOAQUIM DA VAZA CÉSAR (f. 1710), tabelião da vila de Torres Vedras por Alvará de 22-VI-1698[6], e cavaleiro-fidalgo por Alvará de 07-I-1750[7], que faleceu a 23-VIII-1710 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, e foi «sepultado nesta igreja junto a seu jazigo da parte do meio da igreja e não foi sepultado dentro do seu jazigo por estar de pouco tempo enterrado nelle huma sua cunhada e sobrinho». Obteve a 29-VII-1711 o alvará para Tabelião do Judicial da Vila de Torres Vedras para quem casar com sua filha Joana Maria Trigueiros César[8]. Seu marido era filho de António José de Gouveia.
Estes tiveram uma filha, que foi:  2.1.  D. JOANA MARIA TRIGUEIROS CÉSAR (c. 1711), natural da freguesia de São Pedro de Torres Vedras, casada a 27-IX-1723 na Igreja de Santa Maria do Castelo da mesma cidade com DIOGO DE FARO E VASCONCELOS (c. 1724), tendo como testemunha João de Almeida Trigueiros. Seu marido foi tabelião do Judicial da Vila de Torres Vedras por Carta de 17-XII-1724, e era natural da freguesia de Aldeia Gavinha, concelho de Alenquer, filho de Luís Pinto de Almeida e de sua mulher D. Maria Madalena de Faro e Vasconcelos.

3.    D. JERÓNIMA MARIA TRIGUEIROS (f. 1746), nascida na Quinta do Arquitecto, freguesia de Santo André, em Mafra. Fez uma petição para que sua sobrinha Antónia Teles de Jesus Maria a substituísse por motivos de saúde no cargo de merceeira da Igreja de Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras[9], tendo a respectiva provisão a data de 26-I-1746. Faleceu a 2-II-1746 na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Torres Vedras, com testamento «em que dispôs por sua alma quatrocentas missas e nomeou por seu testamenteiro a seu irmão João de Almeida Trigueiros e ao Dr. Maurício de Almeida Trigueiros, seu sobrinho».

4.    JOÃO DE ALMEIDA TRIGUEIROS (f. 1746), natural da Quinta do Arquitecto, freguesia de Santo André, em Mafra. Faleceu a 10-II-1746 na freguesia de São Tiago, em Torres Vedras. Por Alvará de 23-VII-1707 obteve 750$000 réis e um alqueire de cevada por dia[10]. Por Alvará de 16-IV-1711 e Carta de 19-VI-1713[11], teve ainda a administração da Capela instituída pelo Deão Afonso Serrão na Igreja de Santa Maria Madalena no Turcifal. Casou a 28-V-1711 na Igreja de São Tiago, em Torres Vedras, com D. MARIA ANTÓNIA DE SOUSA (c. 1711), daí natural, filha de Manuel Nogueira e de Marcelina de Sousa
Deste casamento nasceram 3 filhos:
5.1.    D. ANTÓNIA MARGARIDA E SOUSA (n. 1712), foi baptizada a 28-IV-1712 na Igreja Paroquial de São Tiago
          em Torres Vedras, apadrinhada pelo Dr. Lourenço Bernardes, corregedor na comarca de Torres Vedras,
          com procuração a Máximo Gomes morador em Lisboa. Por Carta de padrão de 2-IX-1738 obteve 80$000
          réis de tença[12].
5.2.    MAURÍCIO DE ALMEIDA TRIGUEIROS (1713-1764), foi baptizado a 22-X-1713 na Igreja de São Tiago em
          Torres Vedras, tendo por padrinho João Rabelo de Vasconcelos, morador no lugar do Turcifal. Residiu na
          citada freguesia de São Tiago, na qual veio a falecer a 8-V-1764. 
          Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra em 1733, cavaleiro-fidalgo da Casa Real[13], teve
          uma tensa de 12$000 réis e Hábito por Carta de padrão de 6-IX-1738.
          Casou com D. ANA JOAQUINA ANTÓNIA BOTELHO DE LEMOS E CARVALHO (f. 1761), nascida em Santa
          Maria Madalena do Turcifal, concelho de Torres Vedras, onde faleceu a 7-VII-1761; a qual era filha do capi-
          tão José Botelho de Lemos, e de D. Maria Luísa Bernardes de Carvalho Franco, ambos naturais da fre-
          guesia do Turcifal, onde casaram. Tiveram 5 filhos.
5.3.    D. CATARINA (n. 1715), baptizada a 23-XII-1715, apadrinhada pelo padre Filipe Ferreira Francomorador
          no lugar do Turcifal.


Notas:

[1]   No seu assento de baptismo aparece à margem «Arcebispo que foi da Índia». 
[2]   in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Tít. «D. Frei Eugénio Trigueiros». 
[3]   Ao que parece no actualmente designado Vale do Arquitecto. 
[4]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Chancelaria de D. Afonso VI, Liv. 22, fl. 158. 
[5]   BNL, Index das Notas de Vários Tabeliães de Lisboa, Tomo 2, Lisboa 1931, p. 185. 
[6]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Liv. 11, fl. 414v. 
[7]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 411, fl. 135. 
[8]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 5, fl. 394. 
[9]   IAN/TT, Mesa da Consciência e Ordens, «Mercearias da igreja de Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras». 
[10]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 1, fl. 352. 
[11]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 1, fl. 351, e Liv. 6, fl. 96. 
[12]   IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv. 20, fl. 40v. 
[13]   RIBEIRO, António F. da Franca Ribeiro, «Memorial das Famílias do Cadaval», Raízes & Memórias, n.º 15, Out.-1999, pp. 59-60.

JOÃO TRIGUEIROS, Torres Vedras (c. 1580)



1.    JOÃO TRIGUEIROS (c. 1545), natural de Torres Vedras, era filho de ANTÓNIO TRIGUEIROS (f. 1545?), fidalgo castelhano que passou a Portugal em Outubro de 1500 no séquito da infanta D. Maria (1482-1517), filha dos Reis Católicos e segunda mulher de D. Manuel I[1], o qual serviu como escrivão de cozinha e moço de câmara os reis D. Manuel I e D. João III[2], e de sua mulher D. JOANA DE GÓIS (c. 1510)[3]

A 30-VI-1545, na sua casa de Torres Vedras e na presença de sua mãe Joana de Góis, então viúva, foi lavrado o documento que instituiu a «Capela de António Trigueiros e Joana de Góis, e seus herdeiros» para sepultura destes na Colegiada de São Pedro de Torres Vedras.
Cavaleiro professo da Ordem de Cristo[4], escrivão dos Contos e Almoxarifados da Beira no reinado de D. Manuel I[5]. Serviu muitos anos na Índia e foi nomeado juiz da Alfândega de Goa por três anos[6]. Capitaneou, sucessivamente, as naus São Francisco (1583-1584), São Filipe (1586-1587) e São Cristóvão (1591-1593).
Como capitão da nau São Francisco largou o Tejo com destino à Índia em 8-IV-1583, integrado numa armada de 5 naus e 1 galeão sob as ordens do capitão-mor António de Melo e Castro. As outras naus eram capitaneadas por Fernão da Veiga, Baltasar Marcos, Estevão Alvo, e Manoel de Medeiros. 
Ao comando da nau São Filipe fez parte de outra armada que partiu de Lisboa a 12-IV-1586, sob o comando do capitão-mor D. Jerónimo Coutinho. As outras naus eram capitaneadas por Miguel de Abreu, António Gomes de Góis, Francisco Cavalheiro, João Gago de Andrade, e quase todas tiveram trágicos destinos, quer por excesso de carga quer por condições de tempo adversas.
A nau de João Trigueiros desgarrou-se desta esquadra, como tantas vezes sucedia, e chegou isolado a Moçambique já fora da época de passar à Índia. Em Moçambique foi decidido carregar os seus porões com a valiosa carga que aí se encontrava, proveniente da São Lourenço capitaneada por Reimão Falcão que naufragara no regresso da Índia.
Sir Francis Drake (1540-1596)
No ano seguinte (1587) inicia a viagem de retorno que ficou registada na história naval devido ao facto de ter combatido sozinho uma armada de nove barcos inimigos comandados pelo famoso corsário inglês Francis Drake (1540-1596)
Avistado e cercado ao largo dos Açores, apesar de à partida saber que seria vencido devido à grande desigualdade de meios, ofereceu com a artilharia de que dispunha uma tenaz resistência. Esta não evitou ao fim de algumas horas de combate com vários mortos e feridos a tomada e o saque das riquezas transportadas pela nau São Filipe, as quais foram levadas para Londres e aí renderam 108.049 libras[7]
A galhardia com que se bateu, juntamente com toda a tripulação, levou Drake a tratá-lo com alguma dignidade, deixando partir os portugueses com tudo o que pudessem levar no corpo e cedendo-lhes um patacho com o qual se dirigiram à ilha Terceira nos Açores.

Drake, ao tomar a nau São Filipe e em relação à sua tripulação, «deo liberdade que de seus caixões levassem o que sobre suas pessoas pudessem de vestidos, e que se lhe não impedisse, e assim houve homem, que sobre si levou dous vestidos, e pedraria, e outras couzas, e até colchas e alcatifas tiraram em voltas en escravos, e quando desembarcaram na Ilha Terceira de uma urca, em que mandou lançar a gente, ataviada de todo o necessário, não pareciam roubados, senão que desembarcavam da sua nao com muito gosto; posto que o capitão João Trigueiros não quiz sahir senão com o seo vestido do mar, de panno de Portugal…»[8].


«Tendo deixado Plymouth a 12 de Abril de 1587, Drake dirigiu-se para a costa portuguesa, provavelmente na intenção de fazer presas nas imediações de Lisboa e do cabo de São Vicente e em Junho ir para os Açores esperar os navios vindos das Américas e das Índias. (…) Em finais de Junho, tomou o rumo dos Açores. A nau São Filipe, de que era capitão João Trigueiros, fizera parte da armada da Índia de 1586. (…) Tendo saído de Moçambique em finais de Dezembro, só em princípios de Julho do ano seguinte conseguiu esta alcançar os Açores. Certa manhã, encontrando-se um pouco a norte da ilha de São Miguel, foram avistadas no horizonte nove velas que, de imediato, a começaram a perseguir. Tratava-se, nada mais, nada menos, do que o grosso da armada de Drake que acabava de chegar aos Açores e a quem a Fortuna oferecia de mão beijada uma nau que vinha antes do tempo, sozinha e carregada de riquezas! Apesar da desproporção das forças, João Trigueiros mandou ocupar os postos de combate e preparou-se animosamente para fazer frente aos inimigos que, a breve trecho, reconheceu serem ingleses, conforme, de resto já devia suspeitar. Dispondo de navios mais ligeiros, foram-se aqueles chegando até ao alcance de tiro e, perante a recusa da nossa nau em amainar, abriram fogo. Várias horas, deverá ter durado o duelo de artilharia com evidente superioridade dos ingleses, tanto pelo número e pela qualidade das peças de que dispunha como também pela perícia com que as usavam. A nau portuguesa ficou com o aparelho destroçado e sofreu vários mortos e feridos. Entre os mortos figurava o mestre, o que teve consequências funestas, porque desmoralizou os marinheiros, passando a manobra da nau a fazer-se de uma forma errática. Quanto ás baixas e aos estragos que os navios de Drake possam ter sofrido, nada se sabe. Por fim, vendo João Trigueiros o seu navio praticamente paralisado e que os ingleses não se dispunham a abordá-lo, antes continuavam a bombardeá-lo incessantemente, provocando-lhe cada vez mais estragos e baixas, entendeu que nada mais havia a fazer e decidiu render-se. Em resultado da galhardia com que os portugueses se haviam batido, apesar de à partida saberem que seriam vencidos, Drake tratou-os bem e cedeu-lhes mesmo um patacho em que pudessem seguir viagem para Lisboa. De posse da São Filipe, resolveu aquele, prudentemente, dar por findo o cruzeiro aos Açores e regressar sem mais delongas a Inglaterra. (…) A chegada da São Filipe a Plymouth encheu de assombro os Ingleses, não só pelo valor da carga que transportava mas também pelas suas dimensões e pela excelência da sua construção. Para cúmulo da satisfação dos captores, haviam sido encontradas a bordo da nau portuguesa documentos onde eram descritos em pormenor os complicados mecanismos do nosso comércio no Oriente. Terá sido da sua leitura que terá nascido na mente dos comerciantes ingleses a ideia de também mandarem lá navios, o que viria a acontecer alguns anos mais tarde»[9].
 
Em Maio de 1588 acha-se no galeão São Bernardo, ao comando de uma companhia de 190 homens, com o qual integra a malograda expedição da Armada Invencível que se dirige a Inglaterra[10].
Alguns anos depois, capitaneando a nau São Cristóvão, juntou-se a mais outra armada de 5 naus e 1 galeão que demandaram a Índia em 4-IV-1591, tendo por capitão-mor Fernão de Mendonça Furtado. Os outros capitães eram Simão Vaz Telo, António Teixeira de Macedo e Julião de Faria. A viagem de retorno foi iniciada em 17-VII-1592, sendo a sua nau a única que chegou a salvo a Lisboa, tendo as outras desaparecido ou sido tomadas de assalto pela armada Inglesa.
A 20-II-1613 é nomeado por Carta de Sua Majestade ao bispo D. Pedro de Castilho, para o ofício de Provedor da Fazenda nas Ilhas dos Açores onde tratou da reedificação da Vila da Praia, na Ilha Terceira, após o terramoto de 24-V-1614[11].
Casou com D. BRITES DIAS CALDEIRA, filha bastarda de Manuel Caldeirão (f. 1593)
[12], o qual desenvolveu uma intensa actividade mercantil e financeira no domínio do comércio de escravos, tendo sido tesoureiro-mor dos almoxarifados do Reino, feitor de D. João III, cavaleiro da Ordem de Cristo (1565), fidalgo da Casa Real (1589), «cujo foro lhe deu o Rey Felipe segundo por elle se obrigar a por correntes todos os annos cinco naos p.ª a india dando-lhe 40 mil cruzados … e 16 m. cada anno», e foi morgado da Caldeira[13], vínculo que instituiu em 1592 com algumas casas nobres que possuía na Rua da Caldeira, na freguesia de Santa Catarina, em Lisboa[14].
Filhos[15]:
2.   MIGUEL TRIGUEIROS (c. 1617)[16], mamposteiro-mor da Rendição dos Cativos da Ilha de São Miguel, nos
      Açores, por Carta de 20-VI-1657[17]
      Casou a 12-IV-1617 na Igreja Matriz de Ponta Delgada com D. CLARA GONDIM DA SILVEIRA, natural da ci-
      dade Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, nos Açores; filha de Domingos de Aguiarcavaleiro-fidalgo, e
       de D. Isabel Gondim da Cunha[18]. Tiveram geração.
2.   D. MARIA TRIGUEIROS (c. 1636). Casou com seu primo TRISTÃO VAZ DA VEIGA CABRAL (c. 1525), 2.º
      Senhor do morgado da Torre do Lumiar, então um arrabalde de Lisboa, capitão de uma companhia de
       Ordenanças de Lisboa, o qual foi à Índia em 1525 capitaneando a nau Santa Maria.
2.   D. ANTÓNIA TRIGUEIROS (c. 1640).
2.   LOPO TRIGUEIROS (c. 1604), natural de Lisboa, casado com D. ANTÓNIA DE ABREU. Em 1604 morava na
      Quinta da Macheia, junto a de Matacães, concelho de Torres Vedras.


 _________

Notas:

[1] D. Manuel I (1469-1521) fez três casamentos: o 1.º, em 1497, com D. Isabel de Castela (f. 1498), que morreu de parto; o 2.º, em 1500, com D. Maria de Castela (f. 1517), irmã da sua primeira mulher, que o monarca foi esperar à vila de Alcácer do Sal, onde esta princesa entrou a 30-X-1500, tendo falecido com 35 anos de idade; e o 3.º, em 1518, com D. Leonor de Espanha (f. 1521), filha de Filipe I, de Castela, e da rainha D. Joana, sua cunhada. Do 2.º casamento teve nove filhos, dos quais foram reis D. João III, o cardeal D. Henrique, e a imperatriz D. Isabel que casou em 1526 com Carlos V.

[2] Era escrivão de cozinha de D. Manuel I (in IAN/TT, Moradias da Casa Real, Mç 2, Liv. 1, p. 12 v.) e moço de câmara de D. João III (Ibid., Mç 4, L. 4, p. 208).

[3] De Joana de Góis (c. 1510) desconhecemos a progenitura mas hipoteticamente poderá ser parente de um Pedro de Góis (c. 1513), morador em Óbidos, filho de Álvaro Gonçalves e de Leonor de Góis, irmão de Nuno de Góis, alcaide-mor de Alenquer, que por Carta de D. Manuel datada de 1513 teve brasão de armas. – Cfr. Visconde Sanches de Baena, Archivo Heraldico-Genealogico, V. I, p. 545.

[4] VENTURA, Maria da Graça A. Mateus, Negreiros Portugueses nas Rotas das Índias da Castela (1541-1556), «Testamento de Manuel Caldeira», p. 147.

[5]  IAN/TT, Chancelaria de D. Manuel, L. 3, p. 6. – Devido à repetida existência de indivíduos homónimos nesta família, temos algumas dúvidas sobre alguns dados biográficos aqui fornecidos, para os quais desde já alertamos o leitor.

[6] IAN/TT, Chancelaria de Filipe I, L. 12, f. 129v.

[7] MATOSO, António G., Compêndio de História de Portugal, p. 283.

[8] Como consta na História trágico-marítima, uma relação de notícias de naufrágios, reunidos por Bernardo Gomes de Brito, e publicados em dois tomos em 1735 e 1736 (Cf. BRITO, Bernardo Gomes de (1688-1759), História trágico-marítima, Lisboa, Escriptorio, 1904-1909).

[9] MONTEIRO, Saturnino, Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, vol. IV, pp. 181-184.
[10] SALGADO, Augusto; e VAZ, João Pedro, Invencível Armada – A Participação Portuguesa, p. 51, 54.

[11] Cfr. Biblioteca da Ajuda, Cod. 51-VIII-6, n.º 514, fl. 174; e MALDONADO, Manuel Luís, Fénix Angrence, vol. III, pp. 43-44.

[12] Os CALDEIRÕES, ou CALDEIRAS, como alguns dos seu descendentes também usaram este apelido, entraram em Portugal no tempo do rei D. Manuel I. Um dos mais antigos que se conhece é Manuel Caldeirão, fidalgo da Casa Real, filho de André Álvares Caldeirão e de sua mulher e prima Brites Caldeirão, ambos naturais das Astúrias e residentes em Setúbal. Manuel Caldeirão de sua mulher D. Guiomar Caldeirão, teve quinze filhos: 1.º - Francisco Caldeirão (c. 1550), sucessor da Casa de seu pai, fidalgo da Casa Real, lente de Direito na Faculdade de Salamanca e de Coimbra, desembargador dos Agravos, c.c. D. Leonor Manuel de Noronha, sua prima, da qual teve numerosa descendência; 2.º - André Caldeirão (c. 1540), fidalgo da Casa Real e comendador de S. Fagundo, que ficou cativo em África com D. Sebastião e se resgatou à sua custa, c.c. D. Catarina da Silva (c. 1540), filha de Lopo Furtado Mendonça (c. 1500), comendador de Loulé, e de sua mulher D. Luísa da Silva (c. 1500), s.g.; 3.º - Rodrigo Caldeirão, c.c. D. Catarina de Noronha, filha de D. João de Noronha, s.g.; 4.º - Paulo Caldeirão, c.c. D. Ana de Noronha, filha de D. João de Noronha (c. 1490) e de D. Maria de Gouveia, c.g.; 5.º - João Caldeirão (c. 1520), c.c. D. Catarina Corte-Real, s.g.; 6.º - Duarte Caldeirão, capitão em Angola, s.g.; 7.º - Bento Rodrigues Caldeirão, que faleceu em Martim, Barcelos s.g.; 8.º - Duarte Caldeirão, 2.º deste nome, s.m.n.; 9.º - António Caldeirão, clérigo; 10.º - D. Brites Caldeirão (c. 1560), dama da Infanta D. Maria, c.c. Luís Mendes de Vasconcelos, filho de João Mendes de Vasconcelos (c. 1530), 3.º Morgado do Esporão, s.g. do seu casamento; 11.º - D. Leonor Caldeirão (c. 1560), c.c. Jerónimo da Veiga Cabral, fidalgo da Casa Real e senhor do morgado da Torre do Lumiar, então um arrabalde de Lisboa (tiveram Tristão Vaz da Veiga, c.c. Maria Trigueiros); 12.º - D. Filipa, freira no Convento de Odivelas; 13.º - D. Jerónima; 14.º - D. Maria Manuel; 15.º - D. Brites Caldeira c.c. João Trigueiros (c.1580). Os CALDEIRÕES usaram em Portugal e Espanha, onde o apelido é Calderon, o seguinte brasão de armas: De prata, com cinco caldeiras de negro; bordadura de vermelho, carregada de oito aspas de ouro. Timbre: uma caldeira do escudo. – Cfr. GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Caldeiroens», § 1, N 2, Vol. III, p. 208.

[13] Os Morgadios são uma instituição medieval que, segundo alguns autores, resultaram da fusão do Direito Romano com o dos «antigos godos». A maior parte deles foram instituídos com o fim de perpetuarem o apelido e as armas de uma família ilustre ou o nome dos fundadores, quase sempre sepultados em panteões ou capelas familiares à sua custa edificadas, com vários encargos piedosos pelas almas dos antepassados. Eram formados de um conjunto patrimonial inalienável, administrado por um usufrutuário – o morgado – que era, regra geral, o varão primogénito. Esta instituição permitia a subsistência da família com um nível económico e um estatuto social elevado, deixando os outros filhos em estado de dependência face ao chefe de linhagem. Um morgado distingue-se de uma capela devido à finalidade das funções definidas à data da sua fundação. Temos um morgado quando a maior parte do rendimento dos bens vinculados é destinado ao herdeiro, sendo a parte destinada a obrigações piedosas de um montante muito mais pequeno. Temos uma capela quando os encargos com as obras piedosas absorvem a maior parte do rendimento dos mesmos bens. Os morgadios foram definitivamente extintos por decreto de 19-V-1863, com a excepção da Casa de Bragança que durou até à implantação da República em 1910.

[14] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Caldeiroens», § 1, N 2, Vol. III, p. 208.

[15] BNL, Index das Notas de Vários Tabeliães de Lisboa, Tomo 2, p. 23, 136.

[16] MACHADO, Carlos, Genealogias, fl. 338.

[17] IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Afonso VI, Liv. 3, fl. 257.

[18] Os GONDIM, ou GODINS, como também grafaram este apelido, provêm da linhagem dos moedeiros da Casa da Moeda de Coimbra. Destes descendem os Godinez e os Rangéis. O brasão de armas dos GODINS, em Portugal e em Espanha, é: Xadrezado de ouro e vermelho, de cinco peças em faixa e seis em pala. Timbre: duas asas abertas xadrezadas do escudo.

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