Trigueiros Aragão & Trigueiros Martel
Viscondes do Outeiro e Condes de Idanha-a-Nova
Morgados do Outeiro (Fundão) e de Idanha-a-Nova
Morgados de Pêro Viseu e de Chãos (Fundão)
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Pedra de Armas (moderna),
Solar Trigueiros Aragão.
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Idanha-a-Nova, Solar Trigueiros Aragão. |
As campanhas militares da Restauração após 1640, e a Guerra
da Sucessão em Espanha para a qual Portugal é arrastado a partir de 1704,
deslocam para o Alto Alentejo e para as Beiras tropas regulares e corpos das
Ordenanças do litoral e do centro do país.
Estas forças tinham por missão o reforço e a defesa das praças de guerra junto
à fronteira.
Em consequência destas movimentações, muitos oficiais
acabariam por se fixar na orla fronteiriça onde por laços de casamento se ligam
a importantes famílias locais cuja riqueza se baseava na posse da terra.
Foi nestas sucessivas ondas migratórias que os Trigueiros (de
Torres Vedras e Coimbra), os Rebelo Martel (do Porto), os Aragão (da Guarda),
os Sá Pereira (de Condeixa), juntamente com muitas outras famílias, acabam por
se fixar no distrito de Castelo Branco; nomeadamente no Fundão, Penamacor,
Alcains e em Idanha-a-Nova.
Quase todos eles, filhos segundos de famílias da pequena
nobreza que apoiou a Restauração, viriam a ligar-se aos Vaz, aos Castelo
Branco, aos Costa, aos Proença, aos Oliveira, aos Cunha, e aos Goulão;
famílias estas estabelecidas nesta região desde longa data e possuidores de
avultado património fundiário, muitas vezes vinculado em morgados.
Sucessão genealógica da família Trigueiros
(Ramo de Idanha-a-Nova)
1. D. MARIA
TRIGUEIROS, natural de Idanha-a-Nova, cuja filiação se desconhece.
Foi casada com LUÍS
ÁLVARES, natural de Idanha-a-Nova onde foi morador. Proprietário e “escrivão
dos Órfãos”, os seus antepassados foram “todos eles Principais e mais
Nobres desta vila e seus redores”, e nela exerceram os cargos mais honrados
de “juízes, vereadores, provedores da Misericórdia”, assim como
procuradores, e capitães de Idanha-a-Nova, segundo testemunho de Francisco
Nunes Moucho eremita de Nossa Senhora do Almortão.
Com este
nome houve vários homónimos, cronologicamente anteriores, quiçá parentes
próximos, os quais frequentaram a faculdade de Cânones na Universidade de
Coimbra, assim como ocuparam posições de relevo nesta região ao serviço do rei
D. João II (1455-1496).
Filha:
2. D. MARIA FERNANDES
TRIGUEIROS (I), que segue.
2. D.
MARIA FERNANDES TRIGUEIROS (I), natural de Idanha-a-Nova.
Casou com PEDRO ALEIXO «o Velho» (c 1631), filho de Aleixo Pires e de Inês Gonçalves, naturais de Idanha-a-Nova.
Formado em Leis na Universidade de Coimbra a 22-II-1631, «foi Juiz por três ou quatro
vezes nesta Villa [de Idanha-a-Nova] e Capitão da ordenança nella». Estes «viviam de suas lavouras, e
fazendas, que mandavam cultivar por seus criados, e são ricos e abastados, e da
principal gente desta vila», segundo declara uma testemunha no processo de
habilitação para o Santo Ofício do seu parente Domingos Marques Giraldes (1674).
Tiveram:
3. PEDRO ALEIXO TRIGUEIROS,
que segue.
3. PEDRO
ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1647), licenciado (1647), «advogado que foi nos auditórios
desta cidade de Coimbra», natural de Idanha-a-Nova onde serviu como capitão de cavalos.
Casou com «sua primeira mulher» D. ISABEL DA COSTA, natural da cidade de
Coimbra.
Seus pais e avós eram «todos
nobres dos principais d’esta villa e das mais desta comarca e como taes exercitavão
todos os officios nobres da ditta villa, Juízes e Vereadores, Provedores da
Misericórdia, Capitães e que o ditto Bacharel Pedro Aleixo he cazado com hua
molher da cidade de Coimbra que elle testemunha sempre ouviu dizer que hera mui
nobre e dos cidadãos daquella cidade»[11].
Residiram ao Cais (Cais da Ameias),
na freguesia de São Bartolomeu em Coimbra, assim como na então vila de
Idanha-a-Nova onde Pedro Aleixo foi testemunha no processo de ordenação de
Bartolomeu Roque da Fonseca (1659).
Tiveram:
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Capela da Misericórdia de Idanha-a-Nova. Lápide com inscrição abreviada: «Sepultura de António Gonçalves Moucho e de sua mulher». |
4. SEBASTIÃO ALEIXO
TRIGUEIROS, que segue abaixo.
4. D. MARIA FERNANDES
TRIGUEIROS (II), homónima de sua
mãe.
Casou com ANTÓNIO GONÇALVES MOUCHO (n.
1655?)[12], o qual viveu «de suas fazendas e
gados» segundo declara uma das testemunhas na habilitação para o Santo Ofício de
Domingos Marques Giraldes (c. 1674).
Este casal está sepultado na capela
da Misericórdia de Idanha-
-a-Nova sob uma lápide epigrafada de forma muito abreviada,
com letras inclusas de difícil decifração, na qual pode ler-se:
«S DE ANTO GLZ
MO E DE S MR» – Sepultura de António
Gonçalves Moucho e de sua mulher.
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Idanha-a-Nova, Casa do Morgado dos Giraldes, actuais Marqueses da Graciosa. |
Seu marido era filho de Francisco
Nunes Moucho, bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra[13], e de sua mulher Catarina Nunes; neto paterno de João Nunes Moucho (c. 1598), casado em Idanha-a-Nova com D. Maria Vaz[15]; bisneto paterno de João Nunes Giraldes, 2.º administrador do morgado dos Giraldes instituído em Idanha-a-Nova em 1458, e de sua mulher e prima D. Maria
Giraldes[16].
Seria
parente, em grau que desconhecemos, do padre João Nunes Moucho (c. 1695),
formado em Cânones pela Universidade de Coimbra em 19-XI-1695, o qual fez a habilitação para o Santo Ofício em 1717; e de Domingos
Giraldes Moucho (c. 1700), formado em medicina pela mesma universidade a
26-V-1700.
Tiveram:
5. D.
CATARINA TRIGUEIROS (c. 1688), filha única e herdeira.
Casou com seu primo DOMINGOS MARQUES
GIRALDES (c. 1674), familiar do Santo Ofício, bacharel[19], ouvidor e procurador da comarca de Faro[20], desembargador dos Agravos e conselheiro da Fazenda Real de D. João V
(1710)[21].
Este foi testemunha do baptismo de
Isabel Trigueiros da Costa a 13-XI-1688 em Idanha-a-Nova, localidade esta onde
a 28-XI-1688 obteve um aforamento da terra da Vargem pertencente à Mordomia da
Igreja de Nossa Senhora do Almortão[22]. Teve vários homónimos, um deles capitão-mor de Idanha-a-Nova.
Seu marido era filho de Marçal Pires
Leitão, casado a 14-II-1638 com sua mulher D. Constança Marques Giraldes; neto
paterno Domingos Pires Marçal e de D. Inês Fernandes; neto materno de João
Marques Anes Leitão que ao serviço de D. João VI morreu em combate contra os
castelhanos na Guerra da Restauração[23], e de sua mulher D. Catarina Marques Giraldes[24].
Tiveram:
6. D.
INÊS TERESA GERALDES (c. 1707), que veio a obter 80$000 rs de tença dos quais
12$000 rs
para a pessoa que com ela casar (carta de 6-VI-1707)[25].
Casou com FELÍCIO SEBES PEDRO (c. 1732), o qual teve 12$000 rs de tença
com o
hábito de Cristo para casar com sua mulher (carta de 7-XI-1732)[26].
Não tiveram geração.
4. SEBASTIÃO ALEIXO TRIGUEIROS (c. 1658), natural de Coimbra onde residia 1658 quando nasceu o seu
filho Jorge. Foi escudeiro e «homem nobre com criados e cavalos»
que «vivia de suas fazendas», se-
gundo
declaram as testemunhas da habilitação para o Santo Ofício deste seu filho. Foi
«procurador do
número de Idanha-a-Nova»[27].
Casou com D. LUÍSA GUTERRES, filha de Jorge Gonçalves Guterres «advogado que foi nesta cida-
de», e de sua
mulher Isabel Antónia da Maia, todos moradores na freguesia de São Tiago de Coimbra de
onde eram naturais.
Foram moradores na então designada
Rua das Solas (actual Rua Adelino Veiga) na freguesia de São Tiago em Coimbra.
Tiveram:
5. ISABEL TRIGUEIROS (n.
1657), baptizada a 26-VI-1657 na Igreja Santiago em Coimbra pelo padre
Francisco Curado, tendo por padrinho José Gomes.
5. JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (1658-1704), que segue.
5. JORGE TRIGUEIROS DA COSTA (1658-1704), baptizado a 7-IX-1658 na Igreja de São Tiago de Coimbra pelo padre Francisco Curado e apadrinhado pelo Doutor Luís Tavares.
Nesta cidade de Coimbra «servi-
ram de
vereadores seus ascendentes e parentes colaterais»[30]. Fez a habilitação para o Santo Ofício
tendo obtido a Carta de Familiar a 20-XI-1699.
Veio a residir em Idanha-a-Nova e faleceu a
16-VII-1704 em Alcântara, na província de
Cáceres em Espanha, na qualidade de pri-
sioneiro da Guerra da
Sucessão deste país
– «captivo que foi pello inimigo constou
que falleceo em
Alcantara (…) por ditto de
sua mulher» e ficou
registado no respecti-
vo livro de óbitos de Idanha-a-Nova[32].
Casou a 29-X-1685 em Idanha-a-Nova
com
D. ISABEL NUNES CALVO (f. 1726)[33], daí
natural e aí falecida a 20-VIII-1726, em cuja
igreja matriz foi
sepultada. Foram testemu-
nhas deste casamento o capitão António de
Oliveira
Lagarto e Francisco Nunes Piteiros (c. 1715)[34].
Sua mulher era filha de Manuel Roiz
Mestraires e de Maria Nunes Calvo (f. 1719), esta última falecida já
viúva a
13-IX-1719 em Idanha-a-Nova, os quais eram «lavradores honrados que viviam
de sua fazenda»;
neta paterna de Manuel Martins Mestraires e de sua mulher
Maria Fernandes Ovelheira, lavradores; e
neta materna de António Afonso Calvo
(c. 1631) e de sua mulher Isabel Gonçalves, os quais «viveram de
suas
fazendas» e eram naturais
da freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova[35].
Tiveram:
6. LUÍSA (n. 1686), a qual foi baptizada
a 23-VII-1686 em Idanha-a-Nova, apadrinhada pelo capitão
João da Fonseca Tavares e por Maria Nunes Calvo, mulher de Manuel Afonso Monserrate. Faleceu
menor.
6. D.
ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA (1688-1768), homónima de sua tia, que segue abaixo.
6. LUÍSA (n. 1690?), segunda
do nome, baptizada a 29-I-1690 em Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos
o padre
Pedro Giraldes Leitão e sua tia Maria Nunes Calvo. Faleceu menor.
6. SEBASTIÃO (n. 1693), homónimo de seu avô paterno, que foi baptizado a 13-V-1693 em Idanha-a-
-Nova, apadrinhado pelo padre Pedro Giraldes
Leitão e por sua tia Maria Nunes Calvo.
6. BERNARDA (n. 1696),
baptizada a 20-II-1696 na citada vila de Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos
o padre Pedro Giraldes Leitão e sua tia Maria Nunes Calvo.
6. JORGE TRIGUEIROS DA COSTA
(n. 1698), homónimo de seu pai, o qual no baptismo era ANDRÉ,
nome que lhe foi
mudado no Crisma para JORGE. Foi baptizado «em necessidade» a 5-XI-1698
pelo padre Pedro Geraldes Leitão na igreja paroquial de Nossa Senhora da
Conceição em Idanha-
-a-Nova, apadrinhado pelo padre Mateus Álvares de Miranda e por Manuel Luís de Matos.
Sucedeu
num morgado no qual se fixou em Agosto de 1723, com o nome de Quinta da Ribeira de
Coselhas, situado na freguesia de Santa Cruz
em Coimbra, onde ainda residia em 1750[36]. Este então idílico espaço rural foi completamente desvirtuado pela expansão
urbana e industrial feita
aleatoriamente a partir dos fins do século XIX.
Casou a 18-IX-1723 na freguesia de
Eiras, no concelho de Coimbra, com D. ÚRSULA MARQUES
(n. 1683), baptizada a
11-II-1683 na freguesia de Eiras, Coimbra, apadrinhada por António Marques
Cardoso e Úrsula Baptista. Era filha de João Marques e de D. Leonor da Costa.
Este casamento teve por testemunhas o
seu sobrinho Francisco Marques, o reverendo padre
Manuel da Costa, a cunhada
Leonor da Costa, e ainda Marta Monteiro.
Tiveram:
7. D.
BRITES TERESA TRIGUEIROS DA COSTA (n. 1725), filha única, baptizada a 10-V-1725
na freguesia de Eiras, em Coimbra, tendo por padrinhos Caetano Calisto Cabral e
D. Brites, a qual era religiosa no Convento de Santa Ana em Coimbra.
Casou
17-IX-1750 na Igreja de São João de Santa Cruz de Coimbra, por procuração a
Dioní-
sio Marques, natural de Vilarinho, na freguesia de Santiago de Eiras, com o
licenciado CAETANO NEVES DE LEMOS, por procuração a seu tio Martinho de Lemos
das Neves, da Póvoa de Mosqueiro, São João Baptista de Areias. Foram
testemunhas deste casamento o padre António de Brito Brandão cura da igreja da
Torre de Vilela, e José Gomes Anes Amado de Azambuja Tavares, moradores na
Quinta de Lordemão, freguesia de São Paulo de Frades, Coimbra.
Seu marido Caetano Neves de Lemos,
licenciado em Cânones pela Universidade de Coimbra, era natural da São Miguel,
São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão, filho único de Domingos Neves,
natural de São Miguel, e de sua mulher Maria Gomes, natural da Póvoa de
Mosqueiros onde tinham uma grande casa.
Tiveram:
8. DOMINGOS
NEVES DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA (b. 1751) que foi baptizado a
21-X-1751 em São
Miguel, São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão.
Obteve o bacharelato em
Cânones pela Universidade de Coimbra a 22-VI-1771 e a for-
matura um mês depois,
com 20 anos de idade, tendo sido Juiz Ordinário e das Sisas
(1777, 1799, e
1817). Herdou na aldeia de Póvoa de Mosqueiros, em São João das
Areias, a casa
solarenga e a quinta que foi dos seus parentes Neves de Lemos, para a
qual foi
residir em 1804.
Casou a 6-VI-1818 (?) em São Pedo de
Mouraz, concelho de Tondela, com D. ÚRSULA MARIA DE JESUS, também natural de
São João de Areias, filha de Bernardo Pedrosa, e de D. Caetana Maria.
Tiveram:
9. FRANCISCO
DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA, natural de São Miguel, São
João de Areias,
concelho de Santa Comba Dão. Casou com D. ANA DELFINA DA
COSTA, natural de
Mourão
Tiveram:
10. JOSÉ ALEXANDRINO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA
E BRITO, natu-
tural da Póvoa de Mosqueiros, freguesia de São João de
Areias, concelho
de Santa Comba Dão. Casou com D. JACINTA LUCINDA, natural de
Tibal-
de, freguesia de Fornos de Maceira Dão, concelho de Mangualde.
Filhos:
11. ANTÓNIO
DE LEMOS TRIGUEIROS, o qual casou com D. CASIMIRA
AUGUSTA PEREIRA DO VALE.
Filha:
12. D.
MARIA AUGUSTA DO VALE E LEMOS TRIGUEIROS, nascida
em Vila Nova da Rainha, no concelho de Tondela. Casou com
DELFIM RODRIGUES LOBO.
Filho:
13. ANTÓNIO
DE LEMOS TRIGUEIROS DO VALE E LOBO
(n. 1910), nascido a 29-X-1910 em Vila Nova
da Rainha,
concelho de Tondela. Casou em 1935 no Sobral, con-
ceho de
Carregal do Sal, com D. EMÍLIA AUGUSTA DE
MIRANDA MONTEIRO.
11. MARIA
DE LEMOS TRIGUEIROS
11. BEATRIZ
DE LEMOS TRIGUEIROS
11. NICOLAU
DE LEMOS TRIGUEIROS
10. JORGE
ALEXANDRINO DE LEMOS TRIGUEIROS DA COSTA E BRITO.
8. D.
ÚRSULA MARIA RITA TRIGUEIROS DA COSTA E LEMOS (n. 1753), a qual nasceu a
12-III-1753
e foi baptizada a 28-III-1753 na igreja de São João de Santa Cruz de Coim-
bra,
apadrinhada pelo primo de sua mãe Jerónimo Trigueiros Martel Rebelo Toscano
da
Silva (1716-1792) com procuração ao padre José António Freixo, e pela mulher des-
te D. Constança Nunes Monserrate com procuração a Martinho de Lemos das Neves.
Casou a 26-VIII-1788 na Igreja de São
João das Areias, concelho de Santa Comba Dão, com ANTÓNIO DE MELO CABRAL
CARDOSO DA SILVEIRA (1731-1821), baptizado a 10-VII-1731, apadrinhado por
Martinho (…) e D. Isabel de Melo Cabral, tendo falecido a 22-XII-1821, filho de
Francisco da Silveira de Eça Cardoso e Melo e de sua mulher Feliciana Maria
Rozeuma de Brito. Testemunharam este casamento, o reverendo José Ferreira
Borges cura da Igreja de São João das Areias, e o reverendo Caetano José Bento,
assim como Bernardo José Tavares.
Residiu na chamada Casa das Armas Reais em São João de
Areias, um solar barroco da segunda metade do século XVIII, armoriado com um
escudo esquartelado de CABRAL, SILVEIRA, CARDOSO, e MELO, com um elmo de
perfil, encimado por um coronel de nobreza.
Seu marido foi fidalgo da Casa Real,
juiz Ordinário e das Sisas (1782 e 1800), tal como foi seu irmão e seu pai, e
sargento-mor das Ordenanças de São João de Areias (1795-1806).
6. D. LUÍSA (n. 1701), nascida
a 2-IX-1701 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a 11-IX-1701, tendo
por
padrinho o padre Pedro Geraldes Leitão.
6. D. ISABEL TRIGUEIROS DA COSTA
(1688-1768), homónima de sua tia, foi baptizada a 13-XI-1688 em Ida-
nha-a-Nova pelo
vigário Frei Miguel Rodrigues Goulão, tendo por padrinhos o Dr. Domingos
Marques
Giraldes e sua tia Maria Nunes Calvo. Faleceu a 15-II-1768 em Idanha-a-Nova,
onde foi sepultada na
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Casou
a 2-VIII-1714 em Idanha-a-Nova em cerimónia oficiada pelo vigário Frei Manuel
Rodrigues Corujeiro, sendo testemunhas Diogo da Silva e Jorge Trigueiros, com SIMÃO REBELO MARTEL (1660?-1722),
natural do Porto, filho de António Rebelo Martel (n. 1640?), natural de Leça,
Matosinhos, residente em Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Úrsula Isabel da
Silva Toscano (n. 1640?), natural do Porto; neto paterno de outro
António Rebelo e de sua mulher D. Francisca Galharda.
 |
Ruínas do Castelo de Idanha-a-Nova |
Seu
marido foi nomeado “escrivão do judicial de Juiz de Fora doPorto” por
carta de 19-I-1689[41], cidade da qual também foi sargen-
to-mor
de Ordenanças e, posteriormente, sargento-mor da Cavalaria de Penamacor, tomado
então parte na Guerra da Sucessão em Espanha e por isso «fora na expedição
da Guerra da Catalunha [1707-1712]». Faleceu a 5-IX-1722 em Idanha-a-Nova,
onde «foi sepultado na Matriz desta villa donde era freguês», no posto
de «sargento maior de cavalaria reformado».
Segundo consta por documentação
credível, Simão Rebelo Martel era «irmão legítimo» de João Fernandes
Freixo (c. 1729), casado a 27-VIII-1729 na freguesia da Zebreira, distrito de
Castelo Branco, com Maria da Assunção Ovelheira, da qual teve José António
Freixo de Miranda, que por sua vez foi casado com D. Joaquina Teresa da Costa.
Destes últimos foi filho José Bernardo Freixo de Miranda, natural de Lisboa, ao
qual foi passado carta de brasão de armas a 20-I-1786, esquarteladas de REBELO,
MIRANDA, TRIGUEIROS, e COSTA.
Tiveram:
7. D.
ÚRSULA (n. 1715), nasceu a 5-IX-1715 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada a
19-VI-1715, apa-
drinhada por Diogo da Silva Toscano e por D. Isabel Nunes Calvo.
7. JERÓNIMO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE
(1716-1792), que segue abaixo.
7. JORGE
(n. 1718), nasceu a 2-III-1718 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a
31-III-1718, apadrinha-
pelo licenciado Diogo da Silva Toscano com
procuração a Pedro da Costa Lixa, e por D. Catarina
Teresa. Faleceu menor.
7. ANTÓNIO
(n. 1719), nasceu a 17-VI-1719 em Idanha-a-Nova onde foi
baptizado a 13-VII-1719, tendo
por padrinho Diogo da Silva Toscano natural do
Porto.
7. D.
FRANCISCA (n. 1720), nasceu a 20-IX-1720 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a
5-X-1720,
tendo por padrinho Jorge Trigueiros da Costa, natural do Porto.
7. JORGE
(n. 1722), segundo deste nome, nasceu a 30-I-1722 em Idanha-a-Nova onde foi baptizado a
15-II-1722,
apadrinhado pelo capitão Bartolomeu da Franca.
7. JERÓNIMO
TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (1716-1792),
nascido a 30-IX-1716 em Idanha-a-
-Nova onde foi baptizado a 19-IX-1716 pelo
padre Frei Manuel Rodrigues Corujeiro, apadrinhado por
seu tio Jorge
Trigueiros. Foi capitão do Terço de Infantaria Auxiliar de Castelo Branco e
proprietário,
falelecido a 12-III-1792 em Idanha-a-Nova onde foi sepultado no Convento de
Santo António e dispôs no
seu testamento:
 |
Idanha-a-Nova, Igreja do Convento de Sto. António (propriedade particular). |
Casou
duas vezes.
As
primeiras núpcias foram celebradas com sua prima D. CONSTANÇA NUNES MONSERRATE
(f. 1762), filha de Manuel Afonso Monserrate e de sua mulher D. Maria Nunes da
Silva, ou Maria Nunes Calvo, falecida com testamento a 19-I-1762 em
Idanha-a-Nova onde foi sepultada no Convento de Santo António, que foi o antigo
Convento de São Francisco. Sem
geração.
As suas segundas núpcias, quando contava
45 anos de idade, celebraram-se a 17-IV-1762 em Idanha-a-Nova com D. MARIA
ANGÉLICA MARQUES GOULÃO (1725-1790), então com 35 anos de idade, nascida a
19-XII-1725 em Idanha-a-Nova onde foi baptizada a 26-XII-1725 pelo padre
Domingos Nunes, tendo por padrinhos o padre Manuel Vaz e sua irmã Francisca
Marques, naturais de Escalos de Cima. Sua segunda mulher faleceu a 16-V-1790 em
Idanha-a-Nova, com testamento, e aí foi sepultada no Convento de Santo António.
Era filha de Domingos Ambrósio (n. 1707), sargento-mor das Ordenanças de
Idanha-a-Nova onde nasceu a 8-VIII-1707, casado a 21-I-1725 em Escalos de Cima
no concelho de Castelo Branco com D. Maria Marques Goulão (n. 1697), nascida a
23-IV-1697 em Escalos de Cima, os quais, juntamente com o padre Manuel Vaz
instituíram um morgado a 13-IV-1751 a favor de sua filha e sobrinha Maria
Angélica Marques Goulão para esta casar com o seu primeiro marido; neta paterna
de Domingos Lopes Ambrósio (c. 1695),
capitão das Ordenanças de Idanha-a-Nova, já viúvo de Maria da Trindade, e de
sua segunda mulher Leonor Fernandes, ambos naturais de Idanha-a-Nova; e neta
materna de Domingos Vaz Rato, nascido em Escalos de Cima, casado a 25-IV-1688
com D. Maria Marques Goulão (1670-1766), nascida a 6-III-1670 em Alcains,
falecida com testamento a 12-XII-1766 em Idanha-a-Nova, onde foi sepultada «dentro
da igreja dos Religiosos de Santo António desta vila». D. Maria Angélica
foi casada em primeiras núpcias a 18-VI-1751 em Idanha-a-Nova, nas segundas
núpcias do Dr. Bartolomeu Franco Português de Moura, natural da vila do Fundão,
viúvo de D. Josefa Teresa Saraiva, de Tondela, filho do Dr. Pedro Barreiros de
Moura e de D. Maria Antónia Franco Português.
Teve do 2.º casamento:
8. JOAQUIM
REBELO TRIGUEIROS MARTEL DA SILVA LEITE (1764-1830), que segue abaixo.
8. JERÓNIMO
TRIGUEIROS (1765-1793), nasceu a 6-XI-1765 em Idanha-a-Nova, onde foi baptizado
a
20-XI-1765 pelo reverendo Frei Luís Goulão, religioso de Santo Agostinho,
apadrinhado por João
Pinto Cardoso Maldonado com procuração a José de Sousa
Refóios, e por D. Brites Maria de Oli-
veira Vasconcelos com procuração a João
José Vaz Preto. Veio a falecer a 30-VI-1793 em Idanha-
-a-Nova, aos 28 anos de
idade, tendo sido sepultado na Matriz, com testamento no qual dispôs:
Casou
a 9-I-1791 na Igreja de São Miguel da Sé em Castelo Branco, nas segundas núpcias
de sua
mulher D. MARIA DAS MERCÊS, natural Zebreira, concelho de Idanha-a-Nova, filha de
José Luís
Ribeiro e de Isabel Lopes Caldeira. Sua mulher fora casada em
primeiras núpcias com Domingos
Gonçalves Berrulo, natural de Idanha-a-Nova, e por
morte deste seu segundo marido passou a ter-
ceiras núpcias com Manuel Alves da Silva,
natural de Idanha-a-Nova, filho de Félix José da Silva e
de D. Catarina Esteves
Cerdeira, de quem teve geração.
Tiveram:
9. ANTÓNIO (n. 1791), nasceu a 26-IX-1791 em
Idanha-a-Nova, onde foi baptizado a 4-X-1791,
apadrinhado pelo reverendo
António Lucas Ruivo e Maria Lucas. Faleceu menor.
9. FERNANDO
(n. 1792), nasceu a 26-X-1792 na mesma vila onde foi baptizado a 11-XI-1792,
tendo por padrinhos Fernando Afonso Preto e Nossa Senhora do Almortão. Foi
nomeado
herdeiro de seu pai no testamento deste.
8. D.
MARIA ANTÓNIA DO REGO TRIGUEIROS MARTEL REBELO LEITE (n. 1770) que nasceu a
28-IV-1770
na freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Idanha-a-Nova, onde foi baptizada
a 28-V-1770 tendo por padrinhos Luís Sebastião da Cunha Pereira de Castro de
Proença-a-Velha,
e D. Inês Domingues Monserrate com procuração a Joaquim Rebelo
Trigueiros de Idanha-a-Nova.
Casou
com JOÃO JOSÉ MARTINS PEREIRA DO REGO GOULÃO (n. 1758), nascido a 6-VIII-1758
em Castelo Branco, filho de José Martins Pereira Goulão (n. 1725), capitão-mor
das Ordenanças
de Castelo Branco, o qual casou a 12-VII-1756 com D. Joana
Bernarda do Rego Teles Carmona;
neto paterno de Manuel Fernandes de Sena Branco
(n. 1701), proprietário e sargento-mor das
 |
João José M. P. do Rego Goulão (n. 1758) Partido: PEREIRA, REGO. |
Ordenanças de Castelo Branco,
nascido a 30-IV-1730 em Sarnadas de Ródão, concelho de Vila Velha de Ródão,
casado a 13-X-1723 em Alcains, Castelo Branco, com
D. Inês Pereira Goulão (1688-1746, nascida a 11-II-1688 em
Castelo Branco, e falecida a
13-XI-1740 em Sarnadas de
Ródão, concelho de Vil a Velha de Ródão; neto materno
de António Fernandes Carmona, e de sua mulher D. Maria
Custódia do Rego.
Seu
marido obteve brasão de armas por carta de 20-III-1821, com um escudo partido em
pala de
PEREIRA e de REGO. Membro do Conselho de Distrito de Castelo Branco, no qual era um dos
grandes proprietários e onde tinha avultado património fundiário e diversas
casas, nomeadamente em Idanha-a-Nova, Sarnadas, e Alcains, localidade esta onde
residia no Solar dos Goulões, actual Museu do Canteiro e um dos mais antigos
exemplos da arquitectura solarenga de Alcains. Tiveram 10 filhos, cuja
descendência originou os viscondes de Santiago e condes de Castelo Branco, os
viscondes de Abrançalha.
8. JOAQUIM REBELO TRIGUEIROS MARTEL DA SILVA
LEITE (1764-1830) que nasceu a 12-I-1764 e foi
baptizado a 25-I-1764 em
Idanha-a-Nova pelo padre Frei Francisco Pinto da Fonseca, apadrinhado pelo
Dr.
João Cardoso Pinto Maldonado, corregedor e juiz de fora de Castelo Branco, e
por sua irmã D. Joana
Raimunda de Castilho e Costa, moradora na vila do Fundão,
por procuração a seu irmão António da
Costa Ferrão, juiz de fora de
Idanha-a-Nova. Faleceu a 1-II-1830 «na
rua do Corso desta freguesia de
Idanha-a-Nova» onde foi sepultado na Igreja
do Convento de Santo António a 2 de Fevereiro.
Era
fidalgo-cavaleiro por alvará de 9-VI-1824, senhor dos morgados de Idanha-a-Nova e
do Outeiro, este último em Aldeia de Joanes/Aldeia Nova do Cabo, no concelho do
Fundão. Foi admitido no Regimento de Cavalaria
com o posto de Cadete em 6-IV-1790, e atingiu a patente de Coronel a 22-XI-1808
no Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova.
Casou
a 30-VII-1817 na capela da Quinta da Ponte, na freguesia da Faia, no concelho
da Guarda, com D. MARIA ANGÉLICA LUDOVINA DE ARAGÃO COSTA SÁ E ORNELAS, natural da Guarda, falecida a 1-II-1880
em Idanha-a-Nova (registo efectuado a 7-III-1880). Sua mulher era filha de
Pedro de Aragão Miranda Sá e Vasconcelos (f. 1793), fidalgo-cavaleiro da Casa Real com solar
na Quinta da Ponte, na freguesia da Faia, concelho da
Guarda, falecido a 31-VIII-1793, e de sua mulher D. Margarida Francisca da
Costa Rolim de Ornelas (n. 1759); neta paterna de Luís de Aragão Miranda,
vereador da Câmara da Guarda, casado com D. Maria Antónia de Sá; e neta materna
de Bartolomeu da Costa Coutinho de Araújo Tavares, fidalgo, familiar do Santo
Ofício, natural de Trancoso, e de sua mulher D. Maria Margarida de Ornelas
Rolim e Abreu.
Teve carta de brasão de armas por
alvará de 8-VIII-1786, com escudo esquartelado de REBELO, MARTEL, TRIGUEIROS e
COSTA, trazendo por Diferença uma brica de
prata com um «J» de preto.
 |
Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite (1764-1830) |
«Hum Escudo
esquartellado: No 1.º quartel as Armas dos Rebellos q. são em campo azul
trez faixas de ouro e trez flores de Liz vermelhas sobre ellas postas em banda:
No seg. do quartel as de Martel em Campo da prata huma faxa vermelha, e o campo
alto dentado de trez pontas vermelhas, carregadas de trez moletas, ou rozetas
de esporas de ouro: No 3.º as dos Trigueiros q. são esquarteladas no 1.º em
Campo verde cinco espigas de trigo de ouro em sautor, No 2.º em Campo vermelho,
huma facha de prata, e assim os contrarios: No quarto quartel as dos Costas em
Campo vermelho seis Costas de prata firmadas e postas duas pallas. Elmo de
prata aberto guarnecido de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre
dos Rebellos q. hei hum Leopardo de ouro armado de azul, com huma das flores de
Liz do Escudo na testa, e p.ra diferença huma brica de prata com hum «J» de
preto.»
Tiveram:
9. JERÓNIMO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL E
COSTA, (1825-1900), que segue.
9. JERÓNIMO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL E
COSTA, (1825-1900), 1.º Visconde do Outeiro (de-
creto de
17-VII-1866), 1.º Conde de Idanha-a-Nova (carta de 17-VI-1892), fidalgo-cavaleiro da Casa
 |
Jerónimo Trigueiros de Aragão
Martel e Costa (1825-1900), 1.º Conde de Idanha-a-Nova. |
Real (alvará
de 17-X-1863), presidente da Câmara Municipal do
Fundão e provedor da Santa Casa da Misericórdia.
Nasceu
a 17-VII-1825 e recebeu o baptismo a 28-VII na Igreja de Nossa Senhora da
Conceição em Idanha-a-Nova pelo vigário Frei Fernando Marques, apadrinhado por D. Diogo de Meneses (1772-1862), 3.º Conde da Lousã, o qual para o efeito passou procuração
ao major Francisco de Paula Durão Padilha, e por Nossa Senhora da Conceição da
Rocha – a santa protectora do miguelismo.
Faleceu
a 15-VIII-1900 na sua casa da Rua Cardoso Avelino (actual Rua 5 de Outubro) no
Fundão.
Era um dos maiores proprietários
agrícolas da Beira Baixa e sucedeu na administração dos morgados do Outeiro (Aldeia
de Joanes/Aldeia Nova do Cabo) e de Idanha-a-Nova.
|
Aldeia Nova do Cabo, Solar do Outeiro (Trigueiros Martel) |
 |
Aldeia Nova do Cabo, Solar do Outeiro, Pedra de Armas. |
Foi procurador á Junta Geral do Distrito e presidente da Câmara Municipal do
Fundão, cujo município atribuído o nome do seu título a uma rua, assim como em
Alcains. Politicamente militou sempre no Partido regenerador, ao lado do seu
amigo Manuel Vaz Preto Giraldes.
 |
Cemitério do Fundão, Sepultura de D. Maria Isabel Osório de Macedo (1836-1878) |
Casou a 22-IV-1850 na capela do
Espírito Santo, anexa à Casa do Outeiro, emAldeia de Joanes, concelho do
Fundão, com D. MARIA ISABEL OSÓRIO DE
SOUSA PRETO MACEDO FORJAZ PEREIRA DE
GUSMÃO (1836-1878), nascida a 26-VIII-1836 em Lisboa, e
falecida a 12-VII-1878 na Casa do Outeiro na freguesia em Aldeia de
Joanes/Aldeia Nova do Cabo, quando contava 43 anos de idade, e foi sepultada no
cemitério da capela de Santo António, do qual foi mais tarde transladada para
uma campa armoriada no novo cemitério público do Fundão.
Sua
mulher, herdeira in solidum dos morgados de Peroviseu e Chãos, assim como dos padroados de Nossa
Senhora da Consolação e de São Pedro de Catrão, entretanto extintos pelo decreto de 19-V-1863, era filha única de Diogo Dias Preto da Cunha Veloso Osório
Cabral (1796-1860), senhor dos mesmos morgados e padroados, nascido a 1-V-1796
em Pêro Viseu, falecido após uma longa demência a 28-XII-1860 na sua casa da
Rua do Terreiro (actual Praça do Município) no Fundão, casado em segundas
núpcias a 27-IX-1820 no Fundão com D. Maria Justina de Macedo Pereira Forjaz de
Gusmão e Azevedo (1790?-1853), natural do Fundão onde veio a falecer de
uma pneumonia a 12-XII-1853, com 59 nove anos de idade, e foi sepultada no Adro
da Capela de São Francisco. Era neta paterna de Diogo Dias Preto Osório Veloso
Cabral, senhor dos mesmos morgados e padroados, que tirou carta de brasão de
armas em 3-VIII-1791, de Preto, Cunha,
CabraL e Osório, vereador da 1.ª Câmara do Fundão, casado
a 6-VII-1796 em Pêro Viseu com D. Ana Justina de Sousa Homem de Brito, tendo este casamento sido feito por
procuração de ambos, a nubente a Rodrigo Homem de Brito, e o nubente ao capitão
João de Almeida Saraiva; e neta materna de João de Macedo Pereira da Guerra
Forjaz (c. 1783), e de sua mulher D. Ana de Gusmão Freire Osório de Azevedo
Mendonça, cuja descendência viria a ser senhora da Casa dos Macedos
situada à Rua da Cale no Fundão.
Tiveram:
10. D.
MARIA DA CONCEIÇÃO (1857-1858), falecida vítima da varíola a 17-IX-1858 no
Fundão, com
quinze meses de idade, foi sepultada na Capela de Nossa Senhora da
Conceição.
10. D.
MARIA DO CARMO OSÓRIO TRIGUEIROS DE MARTEL (1858-1936), nasceu a 30-VII-1858 no
Fundão onde foi baptizada a 12-VIII, tendo aí falecido a 5-XII-1936. Solteira.
10. D.
MARIA DA NATIVIDADE OSÓRIO TRIGUEIROS DE MARTEL (1861-1949), nasceu a 8-IX-1861
na
Rua da Praça ao Terreiro no Fundão, onde foi baptizada a 25-IX-1861 na
Igreja de São Martinho,
tendo falecido a 13-I-1949. Foi casada com José de
Figueiredo Pimenta de Avelar Frazão Castelo
Branco (1858-1913), 2.º Visconde do
Sardoal, do qual teve geração.
10. D.
MARIA DA PIEDADE OSÓRIO TRIGUEIROS DE ARAGÃO MARTEL (1863-1957), a qual nasceu a
22-XI-1863 e foi baptizada a 7-XII-1863 no Fundão, tendo falecido a 29-II-1957 em
Idanha-a-Nova.
Proprietária, casou a 16-II-1898 em na freguesia de Oledo, no
concelho de Idanha-a-Nova, com o
Dr. MANUEL VICTOR CONDE SEABRA, filho de
Ricardo José Conde e de sua mulher D. Gervásia
Maria de Seabra, naturais da freguesia de
Aguada de Cima, Águeda, tendo por testemunhas deste
matrimónio o marquês da
Graciosa Fernando Geraldes então residente em Lisboa, e o conde de
Idanha-a-Nova Joaquim Trigueiros Osório de Aragão e Costa, que residia em
Alcains.
Habitaram
em Idanha-a-Nova na então Praça Serpa Pinto, actual Praça da República.
Tiveram:
11. D. MARIA ISABEL DE GUSMÃO TRIGUEIROS SEABRA
(f. 1962), nasceu em Idanha-a-Nova e
faleceu em 1962 no Estoril, concelho de
Cascais. Casou com JOSÉ AUGUSTO CORREIA DE
OLIVEIRA, professor catedrático da
Faculdade de Medicina de Coimbra. Sem geração.
11. D. MARIA DA PIEDADE DE GUSMÃO TRIGUEIROS
SEABRA (n. 1901), falecida solteira.
10. D. MARIA DE LA SALETE TRIGUEIROS MARTEL (n. 1866), nasceu a 31-VII-1866 no Fundão em
cuja igreja paroquial de
São Martinho foi baptizada a 19-IX-1866, apadrinhada por seu parente
Bartolomeu
de Aragão Costa e Vasconcelos, solteiro, e por Nossa Senhora da
Assunção, to-
cando com a coroa João Teles Trigueiros, juiz de Direito desta comarca. Faleceu
solteira.
Juntamente com a sua irmã D. Maria Isabel fundou a 1-XI-1947, numa
das suas casas no Fundão,
o Lar D. Isabel Trigueiros destinado a «abrigo
para raparigas desamparadas».
10. JOAQUIM
TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO (1867-1941), 2.º Conde de Idanha-a-Nova, que segue
abaixo.
10. JOÃO JOSÉ TRIGUEIROS OSÓRIO
DE ARAGÃO E COSTA (1870-1921), nascido a 7-I-1870 no Fun-
dão onde foi
baptizado a 23-IX-1870 na igreja paroquial de São Martinho, tendo por padrinho
João
José Henriques Trigueiros de Castro Ataíde, 1.º Visconde de Abrançalha, o
qual foi representado
por procuração passada ao Juiz de Direito João Teles
Trigueiros, e por madrinha Nossa Senhora
da Conceição, “tocando com a
Coroa da mesma Senhora” Joaquim de Macedo Pereira Forjaz na-
tural do
Fundão. Faleceu a 28-III-1921 em Escalos de Baixo, concelho de
Castelo Branco.
Administrador do Concelho de Idanha-a-Nova onde
residiu, foi um distinto equitador e cavaleiro
tauromáquico, assim como grande
coleccionador de armas e de objectos de Arte.
Casou duas vezes e teve geração
das segundas núpcias.
 |
D. Maria Isabel de Aragão
Trigueiros Martel (1870-1960), benemérita. |
10. D. MARIA ISABEL DE ARAGÃO
TRIGUEIROS MARTEL (1871-1960) que nasceu a 20-X-1871 no Fundão em cuja igreja
paroquial de São Marti-
nho foi baptizada a 20-XII-1871. Teve por padrinho Francisco de Pina
Macedo Ferraz Gusmão Ornelas, solteiro, natural de Penamacor
e residente em Alpedrinha, e por
madrinha N. Sr.ª da Conceição, to-
cando com a coroa Frederico de Sousa
Pimentel.
Faleceu solteira a 19-VI-1960 no Fundão, em cujo cemitério foi
sepul-
tada em campa armoriada.
Residiu na casa de família na Praça do Município
no Fundão, herança
de seus avós que foram os morgados de Peroviseu.
Senhora de uma grande generosidade ao
serviço dos mais necessita-
dos, foi condecorada com a Comenda da Ordem de
Benemerência.
Com a sua irmã D. Maria de La Salete fundou em 1947, numa das
suas
casas no Fundão, o «abrigo para raparigas desamparadas», que leva-
ria o seu nome.
10. JERÓNIMO MARIA TRIGUEIROS
OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1873-1959), nasceu a 10-VII-1873
no Fundão onde foi
baptizado a 2-X-1873 na Igreja de São Martinho, tendo por padrinho o padre
João
Pereira Pestana Goulão natural de Sarnadas e residente em Alcains, que passou procuração
a Bartolomeu de Aragão Costa Vasconcelos r esidente em Aldeia Nova do
Cabo, e por madrinha
Nossa Senhora das Dores pela qual tocou com a coroa o juiz
João Teles Trigueiros.
Faleceu a 6-XII-1959 no Fundão.
Casou a 8-IV-1920 em Idanha-a-Nova
com D. MARIA DOS SANTOS PORTAS, natural de Idanha-a-
-Nova.
Tiveram:
11. D.
CELESTE TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL, nascida a 2-II-1910, tendo faleci-
do solteira a 29-VII-1928.
11. D.
MARIA ISABEL TRIGUEIROS DE ARAGÃO (1927-2014), nasceu a 23-III-1927 em
Idanha-a-
-Nova, onde faleceu em 2014. Casou a 26-X-1966 em Lisboa com AMÍLCAR
PREZADO, coro-
nel do Exército. Sem Geração.
10. JOSÉ TRIGUEIROS DE ARAGÃO
OSÓRIO MARTEL (1879-1963), filho de Jerónimo Trigueiros de
Aragão Martel e
Costa (1825-1900), 1.º Conde de Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Maria Isabel
Osório de Sousa Preto Macedo Forjaz Pereira de Gusmão (1834-1878). Nasceu a
7-VI-1879 no
Fundão onde habitou o Castelo dos Trigueiros, ou Castelo do Fundão como também ficou conhe-
cido, residência
por si edificada na primeira década do século XX num revivalismo neo-romântico
de inspiração medieval, cuja traça foi inspirada no
castelo dos Cabrais em Belmonte, dos quais
ele descendia.
Faleceu a 23-VII-1963 no Fundão.
 |
Fundão, Castelo dos Trigueiros. |
 |
Fundão, Castelo dos Trigueiros. |
Foi presidente da Câmara Municipal do
Fundão durante o consulado de Sidónio Pais (1917-1918), assim com de 1932 a
1934, e provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão.
Sempre pautou a sua vida por sólidos
princípios morais e cívicos, assim como uma grande delicadeza de maneiras
perante toda a gente, com especial referência pelos mais humildes e
desfavorecidos aos quais nunca recusava auxílio, segundo testemunho dos seus contemporâneos.
O seu temperamento idealista e romântico, valorizando pouco os valores
materiais, levou-o a descurar a sua vida financeira o que lhe trouxe algumas
dificuldades económicas.
Casou duas vezes.
As suas primeiras núpcias
foram com D. ESTELA MEIRELES PINTO BARRIGA (1876-1918), nascida a 20-III-1876,
e falecida a 26-X-1918 sem geração, a qual era filha de Tomás de Aquino
Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1848-1916) 2.º Visconde de Tinalhas (decreto de 9-XII-1887), moço-fidalgo da Casa
Real, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Vicente da Beira, chefe
local do Partido Regenerador, deputado, Par do Reino (1906), procurador geral
do distrito de Castelo Branco, e de sua mulher e prima, com quem casou a
24-VII-1868, D. Maria José de Meireles Guedes Cabral (n. 1853).
Passuu
a segundas núpcias a 19-III-1920, no Fundão, com D. MARIA GRACIOSA DA SILVEIRA
E VASCONCELOS (n. 1897), nascida na citada cidade a 23-IV-1897, filha do Dr.
Luís António Gil da Silveira, e de sua mulher D. Filomena Cândida Matos da
Silveira. Teve filhos do 2.º casamento.
10. ANTÓNIO
TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL (1875-1931), nasceu a 30-X-1875 e foi
baptizado a 25-II-1876 na igreja paroquial do Fundão. Faleceu a 16-VII-1931 no
Fundão.
Casou com D. MARIA CARLOTA DE SOUSA VAHIA (1902-1935), nascida em
Lamego, e falecida a
24-IX-1935 na freguesia de Aldeia de Joanes, concelho do
Fundão, filha de António Correia Pinto
de Figueiredo e de sua mulher D. Isabel
Emília de Sousa Vahia. Tiveram geração.
10. JOAQUIM TRIGUEIROS OSÓRIO DE ARAGÃO
(1867-1941), 2.º Visconde do Outeiro por carta de
 |
Joaquim Trigueiros Osório de Aragão (1867-1941), 2.º Conde de Idanha-a-Nova. |
14-I-1891, 2.º Conde de Idanha-a-Nova por decreto
de 17-VII-1892. Nasceu a 19-IX-1867 no Fundão onde foi
baptizada a 24-X-1867 na Igreja de
São Martinho tendo por padrinhos o padre
João Pereira Pestana, natural de
Sarnadas e residente em Alcains, e N. Sr.ª da Conceição, tocando com a co-
roa da mesma Senhora o seu parente
Joaquim de Macedo Pereira Forjaz.
Faleceu a 23-IX-1941 em Castelo Branco, tendo
sido sepultado no jazigo de
família no cemitério público do Fundão.
Foi um
dos maiores lavradores da Beira Baixa onde possuía grandes propriedades
agrícolas que administrava directamente, nomeadamente em Alcains, na Mata, em
Vila Velha de Ródão, em Idanha-a-Nova e no Fundão, nas quais plantou alguns dos
maiores olivais, pomares e vinhedos do distrito de Castelo Branco. Pessoa de
fino tracto, senhor de várias palacetes e casas solarengas, dedicou grande
parte dos meios de fortuna que possuía à reconstrução e beneficiação de alguns
deles com notório bom gosto que todos lhe reconheciam.
A sua
avultada fortuna granjeou-lhe influência política e foi um dos aliados do grupo
de Vaz Preto – de Manuel Vaz Preto Geraldes. Foi eleito deputado independente
pelo círculo de Castelo Branco (1897), assim como deputado da Nação pelo
círculo do Fundão (1899). Foi um dos mais influentes, prestigiados e íntegros
políticos desta região. Figura das mais salientes no citado distrito de Castelo
Branco nos últimos tempos da Monarquia, travou duros combates com os demais
partidos, quase sempre conseguindo grandes vitórias para o Partido Progressista
do qual era um dos expoentes regionais. Os próprios adversários reconheciam-lhe
grande habilidade política, assim como grande seriedade, lealdade, e um civismo
exemplar, qualidades que lhe valeram grande admiração e popularidade entre o
povo de Alcains, onde residiu muitos anos. Foi a primeira pessoa a ter um
automóvel em Alcains no início do século XX.
Quase
no fim da vida o destino foi-lhe ingrato, causando-lhe vários reveses
económicos, aos quais não foi alheia a Grande Depressão (Crise de 1929)
que o obrigou a vender parte das suas propriedades.
 |
Brasão de Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite (1764-1830) Escudo esquartelado de: 1.º - REBELO, 2.º - MARTEL, 3.º - TRIGUEIROS, e 4.º - COSTA. |
Usava
o brasão de armas esquartelado de REBELO, MARTEL, TRIGUEIROS e COSTA, armas de
sucessão concedidas a seu avô Joaquim Rebelo Trigueiros Martel da Silva Leite
(1764-1830) por carta datada de 8-VIII-1786.
 |
Alcains, Casa dos condes de Idanha-a-Nova. |
Casou duas vezes.
As primeiras núpcias, quando contava
vinte e um anos de idade, foram celebradas a 10-XII-1888 na igreja paroquial de
Idanha-a-Nova com D. MARIA ANGÉLICA DE LEMOS TORRES COELHO (1872-1907), de
dezasseis anos de idade, tendo por padrinhos o Dr. Manuel Vaz Preto Geraldes,
Par do Reino e notável agricultor da Lousa, e o Dr. Fernando Geraldes. D. Maria
Angélica nasceu a 14-V-1872 em Coimbra e veio a falecer prematuramente a
16-II-1907 em Alcains, vítima de congestão pulmonar, tendo sido sepultada no
jazigo de família no cemitério público do Fundão.
À data
deste seu primeiro casamento começou a edificar o seu solar em Alcains, junto à
Capela de São Sebastião, popularmente conhecido por “casa do menino Quim”, comprando mais tarde um solar fronteiro que
pertenceu aos viscondes de Oleiros, o qual foi por si remodelado e armoriado.
 |
Alcains, Solar dos Condes de Idanha-a-Nova (anteriormente dos Viscondes de Oleiroas) |
|
Joaquim Trigueiros O. de Aragão 2.º Conde de Idanha-a-Nova. |
Sua primeira mulher, herdeira única de seu avô paterno o alferes António Simões Coelho
(1804-1891) que adquiriu várias grandes propriedades rústicas postas à venda
pelo regime liberal, era grande proprietária rural em Alcains onde ficou
conhecida pelo cognome de Mãe dos Pobres devido à sua caridade e grande
bondade, revelada ao serviço do bem comum, protegendo sempre os mais
necessitados e cuidando dos enfermos. Era filha de Francisco Pereira Torres
Coelho (1826-1889), professor catedrático da Faculdade de Matemática da
Universidade de Coimbra, nascido a 2-X-1825 em Alcains, falecido a 9-III-1889,
casado a 12-III-1870 com D. Júlia Adelaide de Pádua de Oliveira e Lemos,
natural de Coimbra; neta paterna de António Simões Coelho (1804-1880), nascido a 13-VI-1804 em Alcains e
falecido em 1880, e de sua mulher D. Maria Clara Pereira Torres da Câmara e
Guerra (1805-1834), nascida a 25-XI-1805 em Alcains e falecida a 6-III-1834 em
Aldeia Nova do Cabo; e neta materna de Francisco José
Gonçalves de Lemos, e de sua mulher D. Júlia de Pádua e
Oliveira.
As segundas núpcias foram celebradas a
10-III-1910 na freguesia de São José em Lisboa com D. BERTA CORDEIRO CARDOSO
(1874-1960), nascida a 12-II-1874 em Lisboa e aí baptizada a 21-III-1874 na
Igreja de São Julião, falecida a 1-III-1960 na freguesia de São Sebastião da
mesma cidade; filha de José Pereira Cardoso, director do Banco de Portugal, e
de sua mulher D. Carlota Cordeiro Feio; neta paterna de António Pereira e de
sua mulher D. Maria Lúcia Pereira; e neta materna de Daniel Cordeiro Feio e de
sua mulher D. Joana Amália Cordeiro, os quais foram testemunhas deste
casamento.
Filhos do 1.º casamento:
11. JOAQUIM
TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1890-1937), que segue abaixo.
11. ANTÓNIO
TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1894-1976), nasceu a 1-II-1894 na vila de Alcains,
da qual foi benemérito. Faleceu a 30-III-1976 em Lisboa e foi sepultado no
jazigo de família do ce-
mitério público de Alcains, vila onde residiu no seu
solar.
 |
António Trigueiros Coelho de Aragão (1894-1976) |
Foi um abastado proprietário agrícola e
grande industrial, a cujo espí-
rito dinâmico se ficou a dever os primeiros
passos para o desenvol-
vimento industrial da vila de Alcains, da qual foi grande
benemérito.
Fez estudos de engenharia pelo Royal College of Science na School
of Technology da Universidade de Manchester, após o que se lançou
numa intensa
actividade industrial.
Funda então em Alcains a «Sociedade Trigueiros de Aragão,
Ld.ª»
(1923) para exploração do comércio de azeites e indústria de moagem
de
cereais, edificando para esse efeito a «Fábrica São Pedro» (1925)
junto à
estação dos caminhos de ferro, a qual foi equipada com moder-
nas máquinas a
vapor de origem inglesa destinadas à produção de
farinhas de trigo e massas
alimentares de alta qualidade, que acabaria
por encerrar devido ao facto dos
seus produtos não estarem então nos
hábitos de consumo e ao alcance do poder de
compra dos portugue-
ses daquela época, pelo que foi vendida ao grupo CUF que a
destinou ao fabrico de rações ani-
mais e de “gritz” para a confecção de
cerveja; posteriormente constituiu a sociedade «Moinhos
Reunidos de Alcains, Ld.ª» (1932),
dedicada à produção de farinhas de centeio; cria a fábrica de
massas
alimentares «A Lusitana» (1935); por fim, edifica no centro de Alcains a
finalmente bem
sucedida «Fábrica
Lusitana» (1954) para o fabrico da farinha auto-levedante “Branca de Neve”
e da "Espiga”, ambas muito utilizadas para usos culinários devido à sua alta
qualidade, à qual se
agregou a manufactura de outros alimentos e compostos
para animais (1967). Compra ainda a
fábrica de bolachas e biscoitos «Confiança Ld.ª»,
que depois instala em Queluz.
A
Casa do Povo da então vila de Alcains foi edificada por sua iniciativa,
oferecendo gratuitamente o terreno, bem como o do estádio de futebol de Alcains
ao qual foi dado o seu nome de «Trigueiros Aragão».
Casou a 2-II-1918 na
Quinta de São Mateus, freguesia da Faia, concelho da Guarda, com D. ANA AUGUSTA
PORTUGAL LOBO TELES DE VASCONCELOS (1895-1988), nascida a 22-III-1895 na
freguesia da Faia, no concelho da Guarda, e falecida a 29-06-1988 na freguesia
de São Mamede, em Lisboa.
Sua
mulher era filha única de Manuel Pereira Teles de Vasconcelos (1834-1900), da
Casa da Chieira, em Santa Cruz de Alvarenga, no concelho de Arouca, nascido a
2-VI-1834 em Dovim, e falecido em 1900, bacharel em Filosofia pela Universidade
de Coimbra, casado na Guarda com D. Joaquina Augusta de Portugal Ribeiro Lobo
de Vasconcelos (1854-1929), nascida na Quinta da Ponte, freguesia da Faia,
concelho da Guarda, e falecida a 1-VI-1929 em Alcains; neta-materna de José
Maria Lobo Correia de Lacerda e Vasconcelos, da Quinta da Ponte, governador
civil da Guarda, e de sua mulher D. Ana Augusta Ribeiro Portugal da Silveira,
da Casa das Obras em Manteigas. Tiveram geração.
11. JOSÉ TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (n. 1897).
11. MANUEL
TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO (1898-1960), nasceu a 17-XII-1898 em Alcains, tendo
falecido a 21-XII-1960 de ataque cardíaco na Quinta da Ordem em Vila Velha de Ródão. Residiu
na sua casa na
Praça do Município, no Fundão, e na Quinta da Ordem em Vila Velha de
Ródão. Casou a 14-VII-1959, no Fundão, com a D. MARIA DA GRAÇA GUEDES DE CAMPOS
ROSADO (1926-2005), licenciada em Medicina, que nasceu a 20-VIII-1926 na
freguesia de São Vicente em Abrantes, e faleceu a 13-IV-2005 na freguesia de
São João Baptista da mesma cidade, sendo sepultada no cemitério público do
Fundão. Sua mulher era filha de David da Silva Rosado (1898-1964), coronel da
Arma de Artilharia Antiaérea, que nasceu em 1898 em Alcáçova, Elvas, e faleceu
em 1964, casado com D. Maria Elisa Guedes Correia de Campos Rosado (1897-1988),
nascida a 18-X-1897 em São Vicente, cidade de Abrantes, e falecida a
20-VII-1988 em Castelo Branco.
12. MARIA DA GRAÇA ROSADO TRIGUEIROS DE ARAGÃO (n. 1960), nascida a 19-XII-1960, em
Castelo Branco. Empresária agrícola, licenciada em Ciências Históricas. Casou
no Fundão
com JOSÉ CARLOS LOPES SOARES (n. 1957) que nasceu a 6-VI-1957 na
freguesia de São
Jorge de Arroios em Lisboa, filho de Aníbal Alexandre Soares
(n. 1930), o qual nasceu a
26-VI-1930, e de sua mulher D. Odete de Jesus (n. 1933),
nascida a 10-VIII-1933.
Tiveram: 13. D.
ANA ELISA TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1985), nascida a 12-VI-1985 na fre- guesia
de São Domingos de Benfica em Lisboa.
13. D.
MARIA MARGARIDA TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1988), nasceu a 7-III-1988
na
freguesia de São Domingos de Benfica em Lisboa.
13. D. MARIA INÊS TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1990), nasceu a 17-I-1990 na fre-
guesia de São Domingos de Benfica em Lisboa.
13. D. MARIA LEONOR TRIGUEIROS SOARES ARAGÃO (n. 1992), nasceu a 19-02-1992.
11. FRANCISCO (1903-1905), falecido a 7-I-1905, ainda criança com 15 meses de idade, numa casa
da então Rua
de São Sebastião em Alcains, e foi sepultado no cemitério público do
Fundão.
11. JOAQUIM TRIGUEIROS COELHO DE ARAGÃO
(1890-1937) nasceu a 2-XI-1890 em Alcains, Castelo Bran- co, tendo falecido a
29-VII-1937 em Aldeia de Joanes, Fundão, em vida de seu pai.Casou
a 14-VII-1915 com sua prima D. MARIA DA NATIVIDADE TRIGUEIROS DE FIGUEIREDO
FRAZÃO (1891-1958), nascida a 7-II-1891, falecida a 19-VII-1958, filha de José
de Figueiredo Pimenta de Avelar Frazão Castelo Branco (1858-1913), 2.º Visconde
do Sardoal.
Tiveram:
12. JOAQUIM
MARIA TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO DE ARAGÃO MARTEL (1921-1982) que segue
abaixo.
12. D.
MARIA DE LA SALETE TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO OSÓRIO DE ARAGÃO MARTEL
(1924-
-2000), 4.ª Condessa de Idanha-a-Nova, 3.ª Viscondessa do Outeiro por
alvará do Conselho de No-
breza de 7-II-1985. Nasceu a 13-V-1924 no Fundão, e
faleceu a 7-II-2000 em Lisboa, solteira.
Residiu em Lisboa e por disposição
testamentária fez várias dádivas beneméritas, entre as quais
legou o seu solar da Casa do Outeiro em Aldeia Nova do Cabo ao seu afilhado e primo
Jerónimo
Portugal Trigueiros de Aragão (n. 1941), e o seu Solar das Quintãs, na
freguesia do mesmo nome,
no concelho do Fundão, ao povo desta localidade para
uma creche e Centro de Dia para Terceira
12. JOAQUIM MARIA TRIGUEIROS COELHO FRAZÃO DE ARAGÃO MARTEL (1921-1982), 3.º Conde de Idanha-a-Nova, 2.º Visconde do Outeiro por alvará do Conselho de Nobreza de 24-IV-1979. Nasceu a
16-IV-1921 no Fundão, e faleceu em 1982.
Casou a 5-V-1954 em Fátima com D.
LEONOR DE POVOENÇA OSÓRIO DE CASTRO (n. 1933), nascida a 8-I-1933 na freguesia
da Sé em Lisboa, professora universitária, licenciada e mestre em Ciências
Antropológicas e Etnológicas pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas da U.T.L..
Sua
mulher era filha de Jerónimo de Melo Osório de Castro, natural de Setúbal,
médico veterinário, e de D. Simone Flora Osório de Castro, natural de Paris.
Sem geração.
ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Jorge, mç. 2, doc. 55.