1. D. MARIA TRIGUEIROS (c. 1636), filha de João Trigueiros (c. 1580), e de sua mulher D. Brites Dias Caldeira.
Lisboa, Lumiar. |
Seu marido era filho de Jerónimo da Veiga Cabral, 1.º Senhor do Morgado da Torre do Lumiar, e de sua segunda mulher D. Leonor Caldeira[3]. Descendia pelo lado paterno de João Gonçalves Zarco (c. 1390)[4], o descobridor da Ilha da Madeira, assim como de Diogo Cabral «o Velho», da casa dos senhores de Azurara, e dos alcaides da Guarda e de Belmonte.
Seu marido, Tristão Vaz da Veiga Cabral, distinguiu-se pela bravura e inteligência de estratega ao comando de uma pequena armada durante o cerco que o sultão do Achem, poderoso inimigo dos portugueses, fez a Malaca em 1573 com 7.000 homens e 95 velas. Devido ao seu heroísmo, os sitiados portugueses, em virtude do falecimento de D. Francisco de Meneses acabaram por lhe confiar o comando da citada fortaleza, repelindo no ano seguinte um ataque do sultão de Japara com 15.000 homens[5].
Porém, a 13-VIII-1580, durante a invasão de Portugal pelo Duque de Alba ao serviço de Filipe II de Espanha, e encontrando-se ao comando da fortaleza de São Julião junto a Lisboa, fiel ao Prior do Crato, entrega-se sem disparar um único tiro[6]. Este comportamento foi comum a grande parte da nobreza portuguesa que vivia desmoralizada e arruinada pela derrota de Alcácer-Quibir (1578) e subsequente resgate de familiares cativos.
Grande parte das classes proeminentes em Portugal, antes preferiu apoiar a candidatura de Filipe II ao trono deste reino, do que embarcar em novas e prolongadas aventuras militares com uma das maiores potências de então. Certamente compensado por este gesto é nomeado a 10-X-1585 para Governador-geral da Madeira (1585-1591)[7], onde repeliu vários assaltos dos franceses.
Filhos:
2. D. CATARINA. Sem mais notícia.
2. D. BRITES DA VEIGA CABRAL, casada com LUÍS DE BARROS HENRIQUES[8], fidalgo cavaleiro da
Casa Real por Alvará de 14-X-1682[9], o qual era filho do Dr. Francisco Lopes de Barros, desembarga-
gador dos Agravos da Suplicação em 15-XII-1640 e provedor das Valas, que foi casado com D. Luísa
Henriques.
Filho:
Seu marido, Tristão Vaz da Veiga Cabral, distinguiu-se pela bravura e inteligência de estratega ao comando de uma pequena armada durante o cerco que o sultão do Achem, poderoso inimigo dos portugueses, fez a Malaca em 1573 com 7.000 homens e 95 velas. Devido ao seu heroísmo, os sitiados portugueses, em virtude do falecimento de D. Francisco de Meneses acabaram por lhe confiar o comando da citada fortaleza, repelindo no ano seguinte um ataque do sultão de Japara com 15.000 homens[5].
Fortaleza de Malaca. |
Grande parte das classes proeminentes em Portugal, antes preferiu apoiar a candidatura de Filipe II ao trono deste reino, do que embarcar em novas e prolongadas aventuras militares com uma das maiores potências de então. Certamente compensado por este gesto é nomeado a 10-X-1585 para Governador-geral da Madeira (1585-1591)[7], onde repeliu vários assaltos dos franceses.
Filhos:
2. D. CATARINA. Sem mais notícia.
2. D. BRITES DA VEIGA CABRAL, casada com LUÍS DE BARROS HENRIQUES[8], fidalgo cavaleiro da
Casa Real por Alvará de 14-X-1682[9], o qual era filho do Dr. Francisco Lopes de Barros, desembarga-
gador dos Agravos da Suplicação em 15-XII-1640 e provedor das Valas, que foi casado com D. Luísa
Henriques.
Filho:
4. LUÍS JOSÉ DA VEIGA BERMUDES DE MARIZ COUTINHO, fidalgo da Casa Real, senhor do
morgado da Torre do Lumiar.
Casou com D. JOANA INÊS DE CASTELO BRANCO E MELO, a qual era filha de António Luís
de Madureira Parada (c. 1707), que foi cavaleiro-fidalgo da Casa Real (1707)[12], assim como
cavaleiro da Ordem de Cristo, governador de Chaves, coronel do Regimento de Dragões de
Beja em 1733, sargento-mor de Batalha, governador das Armas do Alentejo, e de sua mu-
lher D. Margarida Gerarda da Cunha Mourão e Lemos, de Setúbal.
morgado da Torre do Lumiar.
Casou com D. JOANA INÊS DE CASTELO BRANCO E MELO, a qual era filha de António Luís
de Madureira Parada (c. 1707), que foi cavaleiro-fidalgo da Casa Real (1707)[12], assim como
cavaleiro da Ordem de Cristo, governador de Chaves, coronel do Regimento de Dragões de
Beja em 1733, sargento-mor de Batalha, governador das Armas do Alentejo, e de sua mu-
lher D. Margarida Gerarda da Cunha Mourão e Lemos, de Setúbal.
Filha:
5. D. MARGARIDA RITA DE SOUSA, senhora do morgado da Torre do Lumiar, falecida sem
geração. O morgado passou em 1810 ao seu primo João Osório da Veiga Cabral, senhor
dos morgados dos Caldeirões (Lisboa), dos Osório de Castro (Moncorvo), e dos Sousa
Rebelo (Vidigal), o qual foi casado com D. Francisca Maria Xavier de Sousa de Mesquita e
5. D. MARGARIDA RITA DE SOUSA, senhora do morgado da Torre do Lumiar, falecida sem
geração. O morgado passou em 1810 ao seu primo João Osório da Veiga Cabral, senhor
dos morgados dos Caldeirões (Lisboa), dos Osório de Castro (Moncorvo), e dos Sousa
Rebelo (Vidigal), o qual foi casado com D. Francisca Maria Xavier de Sousa de Mesquita e
Castro. Estes, por sua vez, também não tiveram geração.
Notas:
[1] Os VEIGAS, descendem de João da Veiga «o Velho», procurador às cortes de Coimbra onde com a ajuda do Dr. João das Regras aclamou o rei D. João I em 1385, foi casado com Inês Pires Valbom, da qual teve vários filhos que seguiram o apelido. O brasão de armas dos VEIGAS é de vermelho com uma águia de ouro estendida. Timbre: a águia do escudo.
[2] A toponímia do Lumiar ainda hoje consagra a memória da existência deste morgado. Nesta freguesia temos ainda Estrada da Torre, assim como a Rua da Torre, mas das edificações que terão existido não encontramos vestígios, talvez devido ao facto do Terramoto de Lisboa ter feito grandes estragos nesta zona da cidade.
[3] GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Caldeiroens», § 1, N 2, e § 3, N 4, Vol. III, p. 208; e Tít. «Veigas», § 6, N 6, X, pp. 233, 234.
[4] João Gonçalves Zarco da Câmara, o descobridor da Ilha da Madeira, da qual tirou o apelido de «Câmara», que acrescentou ao seu nome, devido a umas câmaras de lobos-marinhos que aí encontrou ao desembarcar pela primeira vez. Foi capitão da dita ilha e casou com Constança Rodrigues de Sá, filha de Rodrigo Anes de Sá e de D. Mécia Rodrigues do Avelar, da qual teve oito filhos, dos quais há numerosa descendência. – Cfr. GAIO, Felgueiras, Nobiliário, Tít. «Câmaras», § 1, N 1, Vol. III, p. 231; Tít. «Veigas», § 1, 6, Vol. X, p. 233.
[5] SELVAGEM, Carlos, Portugal Militar, pp. 330-331.
[6] MONTEIRO, Saturnino, Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, vol. IV, p. 28.
[7] IAN/TT, Corpo Cronológico, Parte I, Mç. 111, n.º 126.
[8] As Armas dos HENRIQUE são: de vermelho, com um castelo de ouro, aberto, iluminado e lavrado de azul (Castela); mantelado de prata, carregado de dois leões de púrpura, armados e lampassados de azul, o da direita voltado (Leão). Timbre: o castelo do escudo, rematado por um castelo de púrpura, sainte.
[9] IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Pedro II, Liv. 2, fl. 137 v.
[10] Os Bermudes são de origem espanhola e o mais antigo que se conhece é Cristóvão Bermudes que serviu o rei D. Afonso V (1438-1481) na guerra contra Castela, onde foi preso e degolado. Esta família usa em Portugal um brasão de armas partido de: o 1.º de vermelho, com sete redomas de ouro, 2, 2, 2 e 1; o segundo xadrezado de ouro e de verde de três peças em faixa e cinco em pala. Timbre: um leão sainte de vermelho tendo na mão direita uma redoma do escudo.
[11] Os Mariz parecem ser originários da freguesia de Mariz, junto a Barcelos, e usam o seguinte brasão de armas: de azul, com cinco vieiras de ouro, postas em cruz, acompanhadas de quatro rosas de prata. Timbre: um leão sainte de azul, sustentando uma vieira do escudo.
[12] IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João V, Liv.1, fl. 398.
Sem comentários:
Enviar um comentário